Concordo plenamente, com o que diz o cartaz.
Esta mania, que agora anda muito em voga, de EXIGIR respeito por ESTE ou por AQUELE "grupo" em particular, só os marginaliza ainda mais, visto que não estão integrados no TODO da sociedade, mas em "parcelas" dessa mesma sociedade, sendo estigmatizados como gays, negros, mulheres... etc., quando simplesmente são seres humanos. E é assim que devem ser respeitados: integrados no TODO, que TODOS somos.
Ensinemos, sim, as nossas crianças a respeitar TODOS como um TODO, uma vez que TODOS são seres humanos, e fazem parte da mesma sociedade. E isto é que é RESPEITAR as diferenças.
Porque cada ser é um ser diferente do outro, e TODOS somos iguais, nas nossas diferenças, e TODOS somos diferentes na nossa igualdade, como seres humanos.
Isabel A. Ferreira
Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=10159616153416694&set=a.10151120550511694
Mas a ignorância é a mãe da estupidez. Sempre foi, em tudo.
Quem, ontem, vandalizou a estátua do Padre António Vieira, erguida no Largo Trindade Coelho (Bairro Alto - Lisboa), além de vândalo(s) é (são) ignorante(s) ao mais alto grau.
É no que dá os governos menosprezarem o ESTUDO DA HISTÓRIA, que querem apagar, por motivos dos mais estúpidos, até porque a Humanidade tem uma História, e goste-se ou não das barbaridades que se cometeram, em nome dos homens ou em nome dos deuses, elas existiram, e têm de ser recordadas para que as gerações futuras não as repitam, se bem que haja quem não consiga aprender o mínimo dos mínimos.
E uma coisa é erguer-se estátuas a indivíduos que na sua época foram “heróis”, outra coisa é perpetuar a memória dos actos que esses "heróis" cometeram contra a Humanidade, e isso faz-se através do estudo da História, sem a apagar e não a lendo à luz dos valores do século XXI d. C. Num futuro muito longínquo, isto é, se houver futuro, talvez os "heróis" do nosso tempo também sejam desconsiderados e anulados pelos crimes cometidos contra os seres humanos, contra os seres não-humanos e contra o Planeta.
Não foi o caso do Padre António Vieira, que ergueu a sua voz contra os colonos europeus, e dedicou a sua vida aos escravos, aos negros e aos indígenas brasileiros.
E a National Geographic, num texto escrito em Bom Português, dá-nos uma pequena lição de História, acerca do padre António Vieira, que qualquer um, que esteja interessado, pode aprofundar com a ajuda de uma Enciclopédia.
Espero que os nossos governantes tenham aprendido alguma coisa, com este triste episódio, e tratem de incluir, no currículo escolar, o estudo da História, e não apenas pedaços da História, que mais convêm a quem não tem uma visão global da Humanidade e do seu percurso, para que possamos ter um futuro livre de um vírus chamado estupidez, que anda a atacar países como os EUA e o Reino Unido e, ao que parece, Portugal também.
«Padre António Vieira, defensor dos Índios»
A descoberta do Brasil provocou o choque entre duas culturas em diferentes estados de evolução. Entre conquistadores e conquistados, a voz do padre António Vieira ergueu-se contra os abusos dos colonos europeus.
Nasceu em Lisboa em 1608 e viajou muito novo com a família para São Salvador da Bahia.
Com 15 anos, iniciou o noviciado na Companhia de Jesus e, aos 26, foi ordenado sacerdote. Na hora de fazer os votos, Vieira terá acrescentado um quarto voto especial: o de dedicar a sua vida aos escravos, negros e índios do Brasil.
Com a Restauração, viajou para Lisboa e permaneceu na Europa durante os 11 anos seguintes. Tornou-se Pregador de Sua Majestade, confidente e amigo pessoal de Dom João IV, e os seus sermões cedo causaram sensação na capital. Em Novembro de 1652, o padre António Vieira trocou a vida cortesã da Europa pelas paragens remotas da selva amazónica, onde viu a oportunidade de realizar a sua verdadeira vocação num território que via os escravos, os índios e os negros como a sua principal riqueza.
Nove anos depois, o conflito com os colonos atingiu um ponto insustentável. Vieira foi expulso com os jesuítas do Maranhão e embarcado à força para Lisboa. Os índios perdiam um dos seus mais fervorosos defensores.»
Fonte:
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«Repondo alguns factos históricos:
Sinceramente, até desconfio que quem vandalizou a estátua do Padre António Vieira, em Lisboa, foram os neonazis do "Bosta!" para incendiar os ânimos (uma técnica típica neonazi...); mas, seja como for, é importante repor aqui os factos históricos.
António Vieira foi um pensador muito avançado para o seu tempo. Não era um colonialista, até foi expulso do Brasil por se opor aos colonos, ao modo como escravizavam e oprimiam os ameríndios e os africanos, e pregou e escreveu copiosamente contra a escravatura. Foi também perseguido pela Inquisição por ter uma visão de síntese espiritual inclusiva e multicultural que se opunha ao anti-semitismo e anti-islamismo do 'santo ofício' português.
Em suma, se há uma figura histórica portuguesa que em absoluto não merece o rótulo de colonialista e esclavagista é precisamente o Padre Vieira.
É preciso afirmar aqui que, se fosse vivo, António Vieira, homem vertical e corajoso, estaria pregando e escrevendo contra o fascismo, o nacionalismo, o racismo e o monoculturalismo do extremismo ideológico.
Portanto, os neofascistas nacionalistas que tenham o pudor de não instrumentalizar essa figura que se situa nos antípodas da sua miserável visão fanática monocultura racista.
E os activistas anti-racistas que aprendam História, e canalizem a sua energia para o futuro, apreendendo as lições da História que nos diz que quem gosta de apagar, decapitar e vandalizar vestígios do passado são precisamente os fascistas... Não é através do niilismo destruidor que algo de evoluído e benéfico poderá ser construído. Os fins não justificam os meios; os meios devem já em si prefigurar os fins que desejam.
Ainda umas palavras sobre o derrube e decapitação de estátuas em vários países na esteira de 'protestos' ‘anti-racistas’.
O passado não pode, ou deve, ser apagado, seus aspectos negativos devem ser ultrapassados aqui e agora dentro do Espírito humano, criativamente e construtivamente sublimados e transmutados, apreendendo as suas lições, e evoluindo através delas.
A História é o longo percurso de aprendizagem da espécie humana, percurso feito de muitos erros e horrores, mas um caminho que também possibilitou que paulatinamente ideias luminosas como os direitos humanos, a democracia, o multiculturalismo, o universalismo, o anti-racismo, a inclusão, pudessem expandir-se e enraizar-se. Não deitemos fora o bebé com a água suja do banho!
Viva o exemplo espiritualista luminoso do Padre António Vieira! Abaixo todos os extremismos! Todos os fascismos (que existem em ambos os extremos ideológicos)!
Paz e Unidade!
Miguel Santos»
Fonte:
Quando tenho de homenagear um Mestre, assassinado por defender ideais, ideias e sonhos, fico sem palavras.
Martin Luther King Jr., um dos meus grandes Mestres, um dos meus grandes ídolos, um dos meus grandes guias, foi assassinado, faz hoje precisamente 50 anos, porque era um Homem livre e tinha um sonho…
E o sonho de King é também e ainda o meu sonho, o sonho de muitos milhares de pessoas...
Em 04 de Abril de 1968, James Earl Ray, um supremacista branco, sem ideias, nem ideais, nem sonhos, entendeu que o pacifismo de Luther King representava um perigo para a Humanidade e decidiu matá-lo.
O que James Earl Ray não sabia é que quando se mata um Homem que tem um Sonho, mata-se apenas o Homem, mas não o Sonho, que se agiganta e perdura… enquanto houver à face da Terra outros Homens que sonham o mesmo Sonho…
Terão de matar-nos a todos, para matarem o sonho...
«A função da educação é ensinar o povo a pensar intensamente e a pensar criticamente. Inteligência mais carácter é o objectivo da verdadeira educação»
50 anos são passados sobre aquele fim de tarde.
O Sonho de Luther King, o de união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro, ainda não se concretizou plenamente.
As sementes ficaram e muita coisa mudou, no entanto, no vai e vem de presidentes, uns mais, outros menos aptos e idóneos, a luta por essa harmonia ainda continua, agora mais comprometida com um presidente racista, mas jamais o sonho de King morrerá…
Porque:
«As nossas vidas começam a terminar no dia em que nos calamos sobre as coisas que mais importam»
E nós não nos calaremos sobre as coisas que mais importam.
Nós continuaremos a gritar os sonhos de Martin Luther King Jr. até que eles sejam realizados...
Prometemos-te isto, Mestre...
Isabel A. Ferreira
“Os animais existem pelas suas próprias razões. Eles não foram feitos para os humanos, assim como as mulheres não foram feitas para os homens e os negros não foram feitos para os brancos.”
(Alice Walker)
Fonte:
Hoje, no telejornal da SIC, a propósito da notícia sobre o polícia norte-americano que puxou os cabelos a uma jovem negra, a jornalista disse: aviso que as imagens são agressivas.
E as outras imagens, das outras violências, que correm nos ecrãs da televisão não serão agressivas também?
Violência contra negros
Violência contra crianças
Violência contra cristãos
Violência contra cavalos
Violência nos matadouros
Violência nas touradas
Violência em rituais religiosos
Violência contra animais
Violência contra focas bebés
Violência contra baleias
Violência na escola
Violência doméstica
Violência da guerra
Violência do holocausto nazi
QUE SE PASSA COM ESTE MUNDO?