Será que entendemos bem?
Isto é uma carnificina, não justificável, nos tempos que correm… Se não fossem as pedras da rua e as pernas dos carniceiros, diria que estávamos algures à entrada de uma caverna na Idade da Pedra…
(origem da foto) http://arronchesemnoticias.blogspot.pt/2010/10/arronches-calendario-venatorio-da.html
A notícia não menciona nomes, mas o referido questionário a aplicar aos caçadores, insere-se no âmbito de uma pesquisa para a realização do Doutoramento em Gestão, na Universidade de Trás-os-Montes-e-Alto-Douro e que servirá de apoio na elaboração da tese com o tema: «Emoções e motivações associadas ao Turismo Cinegético – caso das Zonas de Caça Turísticas (ZCT) da região do Alentejo.»
Pede-se que se responda com a máxima sinceridade a todas as questões. Não há respostas boas ou más, correctas ou incorrectas, o importante é que a resposta traduza a forma de sentir e de pensar de um caçador.
A pergunta que mais feriu a minha susceptibilidade foi a seguinte:
- Quais são os seus troféus preferidos?
Perdizes, Codornizes, Coelhos, Pombos, Rolas, Patos, Narcejas, Galinholas, Javali, Veado, Tordos, Lebres…
Esqueceram-se das Raposas… Na Póvoa de Varzim, os caçadores fazem batidas às Raposas…
Ao que chegámos... Ou melhor, ao que ainda NÃO CHEGÁMOS: à CIVILIZAÇÃO!
Os legisladores portugueses não reconhecem os Touros e os Cavalos como animais. E para quem faz este doutoramento, os animais aqui referidos também não são animais: são uma espécie de TAÇAS de torneios, de campeonatos, de competições.
Por onde andará a LUCIDEZ, neste meu País cheio de gente mentalmente POBRE e PRIMITIVA?
E qual é o papel das Universidades na preparação de futuros senhores “doutores”?
Serão “doutores da mula ruça”, como diria um amigo meu, já falecido.
Para quem não sabe, os dicionários esclarecem que a expressão “doutor da mula ruça” usada em registo familiar e em tom depreciativo, se aplica a «indivíduos que possuem um título ou um diploma, mas que não têm os conhecimentos de que se dizem detentores».
É o que mais temos, em cargos públicos e de responsabilidade.
Isabel A. Ferreira