Para os autarcas locais, os Touros não são animais…
Este é o cartaz que conspurca as ruas de uma “cidade” que, enquanto tiver activa a arena de tortura, e por mais que tente tapar o sol com peneiras, mais ou menos douradas, não conseguirá entrar para o rol dos municípios evoluídos.
O lema da terra «é bom viver aqui» é atirado ao chão pela triste realidade que todos os anos se repete: seres vivos são barbaramente torturados para encher os bolsos a energúmenos, e divertir os poucos sádicos poveiros e excursionistas, que chegam à Póvoa em camionetas, cujo transporte é pago com dinheiros públicos, pelas autarquias tauricidas. Sempre os mesmos, sedentos do sangue de animais indefesos.
Não, não é bom viver aqui, numa “cidade” a cheirar ao mofo. É triste, muito triste. E vergonhoso também.
A existência de touradas numa determinada localidade só demonstra que essa localidade vive mergulhada em tempos medievalescos, que mágica nenhuma poderá transformar em modernidade.
Uma vez mais os autarcas poveiros demonstram a sua verdadeira face: a face do obscurantismo, da incultura, da subserviência, da falta de coragem para se libertarem deste jugo medieval.
Aires Pereira, presidente do município poveiro, num golpe pouco credível, declarou (salvo erro, no ano passado) a cidade da Póvoa de Varzim como “amiga dos animais”.
Todos os que conhecem a realidade poveira, no que diz respeito aos maus-tratos a animais (em circos, batidas à raposa, tiro aos pombos, corridas de galgos, touradas) riram-se desta tentativa de enganar o povo. Foram poucos os que caíram no logro.
O inferno está cheio de boas intenções. Não basta dizer “somos amigos”. É preciso demonstrá-lo.
Acreditaremos nessa “amizade” quando do município forem banidas todas estas práticas violentas, cruéis e inimigas dos animais não humanos, mas também dos animais humanos. Porque nós, que somos humanos, sensíveis e compassivos, sofremos ao ver animais como nós a sofrer atrozmente, para que um bando de sádicos e psicopatas possam dar azo aos seus maus instintos.
Quanto à RTP, organizadora desta selvajaria, só temos a dizer que está a afundar-se. É desprezível o modo como esbanja o dinheiro que somos obrigados a pagar à força de ficarmos sem electricidade dentro das nossas casas, se n os recusarmos a pagar as malditas taxas.
Repugnante, é a palavra mais adequada para adjectivar o que vai acontecer na Póvoa de Varzim, no próximo dia 21 de Julho.
Evoluam, senhores autarcas, porque só assim poderão colocar a Póvoa de Varzim num patamar mais elevado da civilização.
Isabel A. Ferreira
Apesar das muitas tentativas que, ao longo destes dias, se têm encetado, para evitar que os Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim caiam na ARMADILHA que os empresários tauricidas lhes montaram, para “branquear” o dinheiro sujo da TORTURA DE TOUROS E CAVALOS, que irá realizar-se no próximo dia 18 de Agosto, na arena de morte daquela cidade, a Direcção desta Corporação não vai abdicar da “ajuda” nem que essa ajuda seja uma ninharia.
A nossa tentativa de aconselhar a Direcção a mudar de ideias foi infrutífera.
O argumento foi que a tourada é LEGAL, logo, sendo legal, por que não aceitar a ajuda? Tudo o que vier para os Bombeiros é bem-vindo.
Contrapusemos que nem sempre a legalidade anda a par da moralidade, e é imoral os Soldados, que se dizem da PAZ, aceitarem uma ajuda proveniente da tortura de seres vivos, o que não condiz nada com a “nobre missão” que é a de “salvar vidas”. No juramento que fazem (não sei se fazem) não estará especificada qual o género de “vida” que devem salvar.
Porém, ficará implícito que VIDA é um conjunto de fenómenos comuns aos animais (humanos e não humanos) e vegetais que contribuem para o seu desenvolvimento e conservação, constituindo o seu modo de actividade desde o nascimento até à morte.
Ora os Bombeiros, na sua grandiosa missão, devem defender vidas humanas, vidas não humanas e vidas vegetais (o caso dos incêndios nas florestas). Porque VIDA é isto. Não é TORTURA.
Contudo, a Direcção dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim decidiu DESPREZAR a MISSÃO a que estão sujeitos os seus SOLDADOS DA PAZ, e teimosamente, simplesmente porque a tourada é LEGAL, aceitar este presente envenenado, arrastando na lama o BOM-NOME (que agora ficará MANCHADO) desta Corporação.
Ainda tentámos apelar para a MORAL, para a ÉTICA, dizendo que um RITUAL SANGUINÁRIO não dignifica o ser humano, mas nada demoveu a Direcção dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim, que conta com o apoio de José Macedo Vieira, presidente do município poveiro, nesta empreitada sanguinária.
Posto isto, a “mui nobre” Associação de Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim irá SUJAR o seu nome, em nome de uma ninharia.
Lamentamos pelos “voluntários” (com certeza muitos deles nem concordarão), que se escreva uma PÁGINA NEGRA na História desta Associação.
Em nome de quê?
Da legalidade da tourada, foi o argumento principal.
A Moral, a Ética, a VIDA, que dizem defender, não contou para nada.
Saberá a Direcção dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim, que uma tourada não passa da TORTURA de SERES VIVOS, que vão sangrar e sofrer horrores para divertir sádicos, e para que a Corporação receba uma esmolinha?
Isso será digno de SOLDADOS DA PAZ?
Com certeza que não.
Muito menos será de directores que não se vergam à MORAL, mas sim à CARNIFICINA, à TORTURA, à CRUELDADE.
Mais uma VERGONHA a juntar a muitas outras, no município da Póvoa de Varzim, onde cada vez mais não é bom viver.
Isabel A. Ferreira