Isto vem a propósito das propostas apresentadas pelo PAN, chumbadas na Assembleia Municipal de Lisboa e condenadas pela citada plataforma que, efectivamente, não defende os animais não-humanos, mas tão-só interesses obscuros de quem usa e abusa deles para actividades lucrativas, dela fazendo parte, por exemplo, a Federação Portuguesa de Caça e a Federação Portuguesa de Tauromaquia.
Será preciso dizer mais alguma coisa?
Num artigo publicado no passado dia 21 de Junho, no blogue da plataforma Sociedade e Animais, António Paula Soares, presidente dessa plataforma, escreveu esta barbaridade: «Definitivamente, não são estas as políticas que a esmagadora maioria dos Portugueses pretende para a sua relação com os animais na sociedade Portuguesa».
Como disse, senhor António Paula Soares?
Que monstruosa MENTIRA! Então não sabemos que a maioria dos políticos que os portugueses elegem, depois de eleitos, deixam de representar as políticas que interessam à sociedade Portuguesa, para representarem unicamente os interesses dos lobbies instalados nas Assembleias Municipais e na Assembleia da República?
Então não sabemos disto?
As propostas do PAN representam EVOLUÇÃO.
Mas os "políticos" que as chumbam preferem ficar onde sempre estiveram especados: num tempo pertencente à pré-história, recusando-se definitivamente a evoluír.
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O PAN, representando a evolução, e a implantação de um discurso novo numa Assembleia cheia de gente que já nasceu velha e se recusa a evoluir, apresentou à Assembleia Municipal da Câmara Municipal de Lisboa um Regulamento Municipal do Animal com propostas evolucionistas, revolucionárias e futuristas que, os retrógrados representantes das federações que usam, abusam, maltratam, torturam e assassinam animais sencientes, apenas com o intuito de se divertirem e encherem os bolsos à custa do sofrimento deles, consideram “radicais” e “fundamentalistas”, porque estes termos não rimam nada com evolução, que é algo que absolutamente desconhecem.
Vejamos algumas das medidas, que o PAN propôs em nome da evolução e do futuro:
- Proibição de uso de animais domésticos por mendigos
- Proibir a criação de animais para fins de caça ou pesca
- Proibir a apresentação de animais com idade inferior a 1 ano em exposições (por exemplo, cães, gatos e cavalos)
- Proibir o uso de aves de rapina para fins de controlo de segurança no aeroporto ou, por exemplo, a utilização da águia do Benfica no Estádio da Luz
- Proibir a criação de qualquer animal de raça em Lisboa
- Proibir técnicas de inseminação artificial em Lisboa
- Todos os estabelecimentos privados que não queiram a presença de animais nas suas instalações, terão que colocar dísticos para o efeito, ou procederem à colocação de cercas para impedirem a entrada de animais errantes
- Proibir o uso de coches e atrelagens em Lisboa
- Proibir o uso de jaulas para cães e gatos (por exemplo: jaulas para exposições de beleza ou jaulas de transporte)
- Controlo de populações de pombos apenas pode ser feito através de pombais contraceptivos (proibindo a sua captura e abate)
- Proíbem “números com animais”, ou seja, as actividades nas quais um ou mais animais exibam comportamentos que resultem do seu manuseamento e treino (exemplo: qualquer espectáculo com cavalos ou cães, golfinhos no jardim zoológico, etc.)
- Obriga a autorização camarária para actividade de criação de animais, com ou sem fins lucrativos
- Obriga a que os animais de criação vendidos ou doados sejam esterilizados
- Colocam várias restrições para a realização de espectáculos tauromáquicos em Lisboa
Estas foram algumas das propostas que o PAN submeteu à Assembleia Municipal de Lisboa, e que a maioria dos deputados chumbou, simplesmente porque estas medidas vão contra os interesses dos lobbies que exploram os animais, e que estão representados em todas as assembleias, pelo nosso País fora.
Para que se conste, a votação fez-se do seguinte modo:
Votos a favor: PAN, PEV e uma deputada do PS; abstenção: BE e votos contra: CDS, MPT, PSD, PS, PNPN, INS e PCP.
Esta votação é muito esclarecedora.
Sabemos que o CDS, o MPT, o PSD, o PS, o PNPN, o INS e o PCP pugnam por políticas da direita e normalmente fazem o frete aos lobbies dos carrascos dos animais.
O Bloco de Esquerda, na Câmara de Lisboa, estranhamente, tende para se unir à direita, nestas matérias. A abstenção aqui equivale a um não.
Posto isto, e analisada a questão, o presidente da plataforma «Sociedade e Animais», António Paula Soares, escreveu esta coisa espantosa:
«Em democracia, quando a larga maioria dos deputados eleitos pelos cidadãos, transmite por duas vezes, num curto espaço de tempo, a um recente partido político a sua reprovação perante tentativas de imposição de uma ideologia radical à maioria da população, é expectável que esse mesmo partido perceba de uma vez por todas que quem representa os Portugueses, e neste caso os Lisboetas, não compactua com este tipo de política. Definitivamente, não são estas as políticas que a esmagadora maioria dos Portugueses pretende para a sua relação com os animais na sociedade Portuguesa.»
Pois, isto até poderia acontecer, SE os deputados eleitos pelos cidadãos, depois de eleitos, cumprissem o dever de defender os interesses dos cidadãos que os elegeram.
Mas não é isto que acontece. Os portugueses são enganados pelas promessas mentirosas dos candidatos a esses cargos.
Esses deputados não evoluem, nem deixam evoluir, e colocam-se sempre ao lado dos lobbies de quem são paus-mandados.
As medidas preconizadas pelo PAN são futuristas.
E o que esses deputados que as chumbam defendem é a permanência de Portugal num tempo antigo, mofoso, primitivo, atrasado, para que uns poucos trogloditas continuem a encher os bolsos à custa do sofrimento de seres sencientes.
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Pedro Ribeiro de Castro escreveu algo bastante interessante a este respeito:
«Os valores morais da sociedade contemporânea estão decididamente trocados. Quem quer promover o bem-estar dos animais e se manifesta contra a sua exploração, qualquer ela que seja, é intitulado de radical e fundamentalista.
Pelo contrário, quem explora animais, com o intuito de obter deles vantagens patrimoniais, de entretenimento, de simples gozo, ou outras de simples futilidade autodenominam-se de seus defensores, querendo fazer crer o seu amor por eles.
Sucede é que este sentimento é interesseiro e pressupõe, na sua maioria dos casos, contrapartidas financeiras para esses grupos. O amor e a compaixão não conhece contrapartidas, é um sentimento desinteressado, pelo que se houver resquícios de uma tentativa de auto-satisfação oportunista já não é amor, mas antes um comportamento tendencialmente interesseiro sem qualquer preocupação ética. E não se pense que este tipo de apropriação ilegítima dos animais fica circunscrita somente a este círculo.
Obviamente que não. Estes grupos são, comummente, constituídos por pessoas que agem de igual forma com o seu semelhante, explorando-o, sempre com o intuito de satisfazer o seu conforto e daí retirar vantagens pessoais. Este "pisoteio" social, infelizmente, é cada vez mais vulgar. O egoísmo humano não tem limites. Tudo que não nos diz respeito pessoalmente é ignorado. Tornamo-nos cada vez mais indiferentes ao sofrimento alheio. Achamo-nos no centro do mundo, exigindo obediência a todas as outras espécies animais. De cariz antropocêntrico esta mentalidade em nada mudou, mantendo-se ainda na época renascentista.
Para terminar, aconselho-vos a ir consultar a lista das associações que integram esta plataforma da sociedade animal. Todas elas organizações, que de uma maneira ou outra, encontram na exploração animal o seu "status quo".»
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Para poupar tempo aos leitores, aqui deixo as associações que fazem parte desta plataforma que se atreve a criticar quem é pela evolução, e pela DEFESA dos animais não-humanos.
ALCAC | Associação Lusa dos Criadores das Aves de Capoeira; ANPC | Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade; APF | Associação Portuguesa de Falcoaria; APMCM | Associação Portuguesa de Matilhas de Caça Maior; APSL | Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano; CAP | Confederação dos Agricultores de Portugal; CMN | Clube Monteiros do Norte; CNCP | Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses; CPC | Clube Português de Canicultura; CPF | Clube Português de Felinicultura; CPM | Clube Português de Monteiros; FPC | Federação Portuguesa de Columbofilia; FPPD | Federação Portuguesa de Pesca Desportiva; FPT | Federação Portuguesa de Tauromaquia; APCRS | Associação Portuguesa de Criadores de Raças Selectas; FENCAÇA | Federação Portuguesa de Caça; APCORIF | Associação Portuguesa dos Criadores de Ovinos da Raça Ile-de-France; APCCA | Associação Portuguesa de Criadores de Cavalos Árabes; FONP | Federação Ornitológica Nacional Portuguesa.
Enquanto “gente” desta estiver infiltrada nas assembleias, Portugal não evoluirá.
Força, PAN, porque as mentalidades estão a mudar.
Congratulo-me bastante com esta notícia.
Já posso dizer que vejo uma luz ao fundo do túnel.
Já era tempo de Lisboa se transformar numa cidade moderna, civilizada, e deixar aqueles laivos medievais que ainda a caracterizam.
O PAN está no bom caminho.
Agora o próximo passo terá de ser a abolição da selvajaria tauromáquica, para que Lisboa fique completamente limpa.
(Foto: Henry Romero/Reuters)
Recomendação contra o licenciamento de circos com animais foi levada à Assembleia Municipal de Lisboa pelo PAN. Proibição depende da aprovação da câmara municipal.
Lisboa pode vir a juntar-se ao Funchal na lista de cidades portuguesas que proíbem o licenciamento e a instalação de circos com animais. A decisão está pendente da aprovação da Câmara, uma vez que a Assembleia Municipal já debateu e aprovou a recomendação, apresentada pelo Grupo Municipal do PAN (Pessoas, Animais, Natureza)
“Circo sim, crueldade não — proibição de espectáculos circenses com animais” é o nome da recomendação, debatida e aprovada esta terça-feira, 25 de Novembro, com votos contra do CDS, do MPT, de um deputado do PSD e de outro independente. Três deputados abstiveram-se. Miguel Santos, do PAN, foi o responsável pela apresentação da recomendação.
A nova provedora dos animais de Lisboa, Inês Sousa Real, tomou posse esta quarta-feira, 26 de Novembro, e assegurou defender “todos os animais” e “não só “o cão e o gato”, escreve a agência Lusa. Inês Sousa Real garantiu ainda que vai incluir na sua agenda de trabalho os animais utilizados em “espectáculos circenses, touradas, exposições e venda”.
«O ser humano, hoje em dia, já não se regozija com o sofrimento dos animais. E os laços sociais que se foram estabelecendo impõem hoje um outro tratamento», justificou, também à Lusa.
O PAN salientou, na recomendação que escreveu, o facto as crianças serem “presença assídua nos circos”, em nada beneficiando “do ponto de vista pedagógico”. «Nenhum número do circo que envolve animais constitui uma recriação dos comportamentos que os mesmos teriam se estivessem no seu habitat, muito pelo contrário», lê-se.
Já no início de Novembro, o Funchal proibiu a instalação de espectáculos com animais na cidade, numa decisão inédita na altura. A proposta também foi apresentada pelo PAN e aprovada pelo Presidente da Câmara madeirense, Paulo Cafôfo.
(Fonte)
http://p3.publico.pt/node/14765?fb_action_ids=958352160845543&fb_action_types=og.comments