Ao cuidado de todos os que estão envolvidos no sistema de (des)ensino português, incluindo pais e encarregados de educação.
A imagem que aqui reproduzo (tive o cuidado de esconder o nome do Agrupamento, por motivos óbvios) chegou-me via-email, destinada a uma querida aluna, a meu cargo, nestas férias de Páscoa.
4º ano de escolaridade.
Fotocopiei a mensagem, e dei-a a ler à aluna. Só lhe pedi para ler alto o que a professora escreveu. E aguardei o resultado, esperando que a criança (de 10 anos) tivesse a mesma reacção que eu (porque as crianças não são as estúpidas que os governantes querem que sejam), quando me vi diante deste documento timbrado, do Governo de Portugal, Ministério da Educação e Ciência.
Marquei a vermelho os trechos com os quais a aluna esbarrou e me questionou, com os olhos esbugalhados (e não estou a inventar), e reproduzo fielmente as falas da menina (em sublinhado) que se seguiram.
Primeira linha: o trabalho de féria é importe. Hã? Não é assim, pois não?
Não, não é. Então como será?
Imediatamente a menina disse: o trabalho de férias é importante.
Muito bem.
Mas a professora não sabe escrever?
Saberá, mas está baralhada. Continua.
Segunda linha: agradeço que percam um pouco do vosso de tempo. O quê? Do vosso DE tempo? É do vosso tempo, não é?
Exactamente.
Mas o que é isto? A professora não sabe escrever?
Estaria distraída.
Sim, sim, ela é muito distraída. Às vezes ela escreve mal no quadro e temos de a corrigir.
Isso acontece. Vá, continua a ler.
E fomos parar à sexta sugestão onde se fala de treinar os algoritmos e (…) a subtração (que a aluna leu subtrâção, e muito bem).
E mais adiante os números fraccionários (frácionárius), inclusive a (…) subtracção (que a aluna leu subtráção, e muito bem)…
O quê? É subtracção ou subtração?
Não havia como enganar a criança. Jamais o faria.
Expliquei: subtracção (subtráção) é grafia portuguesa, é Português. Subtração (subtrâção) é grafia brasileira, é Brasileiro.
Mas nós somos portugueses!
Pois somos.
Então porque querem que se escreva à brasileira? Isto só me baralha!
Como responder a esta pergunta? Com a verdade, evidentemente. Às perguntas das crianças sempre devemos responder com a verdade, para que elas possam desenvolver o espírito crítico que falta aos governantes, a muitos pais e encarregados de educação, e aos próprios professores, que se entregam a esta missão desonrosa de enganar as crianças.
E a verdade é que os governantes portugueses, desde Cavaco Silva a Marcelo Rebelo de Sousa, todos eles, primeiros-ministros, ministros e deputados da ex-Nação Portuguesa, e professores e jornalistas servilistas e todos os outros marias-vão-com-as-outras, dotados de coluna vertebral cartilaginosa, trocaram a Língua Portuguesa pela Língua Brasileira, pelos motivos mais vis: mania de grandeza e dinheiro.
A aluna bem sabe o que é a Língua Brasileira, porque tem uma colega brasileira na turma, que fala diferente e diz coisas diferentes das nossas. Não fala Português.
Não fala.
Esta “carta aos alunos” escrita atabalhoadamente (sem revisão) em mixordês (mistura de português com brasileiro) é inadmissível.
Não será a única.
Os maiores exemplos da mixórdia ortográfica vêm de cima, da presidência da República, do gabinete do primeiro-ministro, dos restantes ministros, de todos os grupos parlamentares. Dos próprios professores que, nas páginas do Facebook, escrevem as maiores barbaridades, incluindo palavrões.
Os manuais escolares são uma autêntica mina de disparates, desde as águias com grandes dentes, às invasões francesas para prender Dom João VI, e cheios de desenhos e desenhinhos, como se as crianças fossem muito estúpidas, não dando qualquer oportunidade à imaginação.
O que pretendem os governantes com este tipo de ensino idiota? Formarem os analfabetos funcionais do futuro, para que sejam tão submissos como os analfabetos funcionais da actualidade?
E há mais: é proibido dar más notas ou chumbar os alunos, para mostrar ao mundo que o sucesso escolar em Portugal existe. Quando isto não passa de uma grande aldrabice!
Alunos que escrevem gatafunhos, que ninguém entende, têm MUITO BOM a Português, ou melhor, a Brasileiro. Intolerável.
É inadmissível o que está a passar-se em Portugal no que respeita à Educação, ao Ensino, à Cultura.
DEMITA-SE senhor ministro da Educação e Ciência. Permitir uma tal balbúrdia no Ensino é um postura terceiro-mundista.
E os pais e encarregados de educação deviam tomar uma atitude drástica e EXIGIR um ensino de qualidade para os seus filhos, como está consignado na Constituição da República Portuguesa.
Com esta “carta” fiquei tão escandalizada e indignada quanto a aluna, que apesar dos seus dez anos, tem algo que falta aos actuais governantes: inteligência para ver as coisas tal como elas estão, ou seja, MAL. Muito MAL.
Isabel A. Ferreira
Em Portugal mandam as crianças para escolas de toureio para aprenderem a torturar bovinos bebés, e serem bons aficionados.
Tudo isto com o aval do Ministério da Educação e Ciência, e a coberto de leis que não consideram os Bovinos e os Cavalos como pertencentes ao Reino Animal.
Comparar a Suécia com Portugal em termos de educação é a mesma coisa que comparar um Ferrari com um Fiat 500.
Na Suécia, o Direito dos Animais é matéria escolar das crianças.
Em Portugal, nem os Direitos das Crianças são tidos em conta, quanto mais os Direitos dos Animais serem matéria de estudo!
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«A Djurskyddet, uma organização sueca de proteção dos direitos dos animais, lançou uma espécie de “manual escolar” com um conjunto de 10 exercícios básicos para as crianças praticarem a capacidade de empatia com as outras pessoas, mas, sobretudo, com os animais.
Estes exercícios, os Mini-REDE, inserem-se num movimento mais amplo, o REDE – Respekt, Empati, Djur, Etik (Respeito, Empatia, Animais, Ética), e destinam-se a crianças que frequentam o ensino primário mas também aos mais jovens, que se encontram ainda em idade pré-escolar.
«Trabalhar com respeito, empatia, animais e ética para crianças devia ser uma prioridade e é do interesse público», defende a secretária-geral da Djurskyddet, Åsa Norderstedt, citada pela Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA).
«O modo como tratamos os animais é definido desde que somos crianças e é por isso que é importante começar tão cedo, ainda no jardim de infância», aponta a responsável, que salienta que «evidências científicas provam que existe uma ligação entre a forma como tratamos os animais e como tratamos as pessoas e que as crianças que são violentas para com os animais muitas vezes desenvolvem o senso de violência contra humanos».
O projeto Mini-REDE, financiado pelo Estado Sueco, tem despertado enorme interesse por parte dos professores e educadores de infância do país, que cada vez mais têm procurado estes materiais, disponibilizados gratuitamente.
«Estamos surpreendidos com o interesse que tem sido demonstrado e que começou a sentir-se ainda antes de o material ter sido lançado, o que comprova que este tipo de informação é realmente necessário», confessou, de acordo com mesma fonte, Sarah Lund, que tem a seu cargo a gestão da iniciativa.
Além dos exercícios, disponíveis para download online, o site da organização dá ainda aos mais novos uma série de outros recursos para os educar para os Direitos dos Animais, nomeadamente informações acerca do desenvolvimento da empatia, efeitos da relação entre animais e humanos, entre outros temas.
As crianças com idade entre 1 e 12 anos podem ainda participar no REDE Club, um grupo lançado no início do ano que convida os mais pequenos a contribuir com trabalhos artísticos como desenhos e a partilhar com o mundo as fotografias dos seus animais.»
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Em Portugal, fazem-se concursos de desenho para as crianças manifestarem os seus dotes artísticos em relação ao que vêem na tortura de bovinos.
Que abismo cultural entre estes dois países!
(Adaptado à realidade portuguesa)
Fonte:
http://mundos-animais.com/2013/07/03/suecia-ensina-respeito-pelos-animais-as-criancas-e-no-brasil/
Crianças toureiro feridas em espectáculos tauromáquicos.
Fonte da imagem: http://pelostourosvivos.blogspot.pt/2013/10/tauromaquia-arte-de-torturar-bovinos-ou.html
No passado dia 16 de Janeiro enviei ao Senhor Ministro da Educação e Ciência, Dr. Nuno Crato o seguinte e-mail:
Assunto:
NA GOLEGÃ AS AUTORIDADES MUNICIPAIS AO PRETENDEREM REACTIVAR A ESCOLA DE TOUREIO SERIAM ACUSADAS POR CORRUPÇÃO MORAL DE MENORES SE ESTIVÉSSEMOS NA COLÔMBIA…
Mensagem:
Exmo. Senhor Ministro, diga-me que isto não está a acontecer…
Com os meus cumprimentos,
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/na-golega-as-autoridades-municipais-ao-375591
Isabel A. Ferreira
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O senhor Ministro Nuno Crato enviou então esta minha mensagem para outro lado:
De: Gab Ministro da Educação e Ciência
Enviada: quinta-feira, 16 de Janeiro de 2014 17:14
Para: Gab Sec Est Ensino Básico e Secundário
Assunto: FW: NA GOLEGÃ AS AUTORIDADES MUNICIPAIS AO PRETENDEREM REACTIVAR A ESCOLA DE TOUREIO SERIAM ACUSADAS POR CORRUPÇÃO MORAL DE MENORES SE ESTIVÉSSEMOS NA COLÔMBIA…
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O que faz o Gab Sec Est Ensino Básico e Secundário?
Faz isto:
Gab Sec Est Ensino Básico e Secundário
17 de jan
para director-geral, mim
Exmo. Senhor Director Geral,
Junto remeto a mensagem de email infra, encarregando-me o Sr. Chefe do Gabinete de solicitar que promova, por favor, a análise do seu conteúdo e dirija resposta à interessada.
Muito obrigada pelo seu cuidado,
O Secretariado
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Conforme podemos deduzir, o e-mail infra é o meu, e a interessada sou eu.
Isto passou-se a 17 de Janeiro de 2014. Portanto, precisamente há um mês.
Ainda continuo à espera da resposta.
Não sei se um mês é muito ou pouco tempo para analisar algo que nem sequer teria razão de existir se vivêssemos num País em que um Ministério da Educação se preocupasse realmente com a educação dos menores de 18 anos.
Uma “escola” de toureio, ou seja, uma “escola” onde se promove junto desses menores a violência e a tortura gratuitas sobre seres vivos, ainda bebés, não será propriamente algo que diga respeito à Educação, mas à incultura, logo não haveria muito o que pensar: estas escolas não deviam sequer existir, quanto mais serem reactivadas.
Penso que a resposta ainda virá.
E claro, só poderá ser a do encerramento dos 12 antros de violência e tortura existentes no País que atiram crianças e adolescentes, menores de 18 anos (idade limite da menoridade), para a prática da violência e tortura, o que contraria a obrigação do Estado Português em proteger esses menores de idade.
Neste processo é importantíssimo sublinhar a negligência visível dos progenitores, que dão o seu consentimento para que os filhos frequentem esses antros, com o intuito de perpetuarem algo que já bateu no fundo e é rejeitado pelo mundo civilizado.
Por muito menos, já vi Senhores Juízes a retirarem os filhos aos pais.
Que espécie de protecção o Estado Português dá a estes menores?
Senhor Ministro da Educação e da Ciência, Dr. Nuno Crato, continuo a aguardar uma resposta racional para algo que se mostra altamente prejudicial ao pleno desenvolvimento mental e físico das nossas crianças, menores de 18 anos.
Sou uma cidadã portuguesa, pago os meus impostos, não devo nada ao Estado (o Estado é que me deve a mim), não sou de ficar a ver passar o vento sem entrar na tempestade, vivo os problemas do meu País com grande intensidade e, sobretudo, sou defensora acérrima dos Direitos das Crianças, dos Direitos dos Homens, dos Direitos dos Animais e dos Direitos da Natureza.
Por isso, sinto-me lesada na minha cidadania, ao ver que os governantes do meu País não cumprem as leis, não cumprem os decretos, não cumprem as convenções, e exigem-me que seja uma cidadã exemplar?
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Para mais notícias sobre escolas de toureio em Portugal abram, por favor, este link:
http://www.iwab.org/portpor.html