«Por favor leiam o texto abaixo, após a minha singela introdução, de Mestre Agostinho da Silva! É este o paradigma que temos colectivamente de ultrapassar, o paradigma materialista, produtivista, economicista, antropocêntrico, anti-espiritualista, que vê o mundo e a Natureza apenas como mero armazém de recursos e 'matérias primas' é este o paradigma do capitalismo, e é também este o paradigma de Domínio dos fascismos, e dos que em nome de um (pseudo) 'socialismo' criaram regimes totalitários 'fascizantes' também predadores da Natureza (URSS, RPChina, Coreia do Norte, e outros afins. Ultrapassar o paradigma de Domínio, é, portanto, ultrapassar o capitalismo sim; mas também não se deixar seduzir por ideologias autoritárias e totalitárias que partilham com o capitalismo a mesmíssima epistemologia e estratégia de Domínio material e Poder sobre a Natureza e a essência espiritual do Ser Humano!»
Miguel Santos
Fonte da imagem: petição para assinar:
“É evidente que a nossa economia actual é a mesma, quer do lado capitalista, quer do lado a que se chama socialista ou comunista. (...) É uma economia do trabalho, da produção, do consumo, é uma economia de uma obrigação e que com a consciência leve toma conta da terra, como se a terra lhe pertencesse, toma conta das plantas, dos animais e dos homens no fim de tudo. São organizações, de um lado e do outro, que tomam conta de tudo o que está vivo e não só – o homem, por exemplo, vai demolir montanhas para tirar o ouro ou a prata, dominando o mundo num império brutal sobre as coisas; é extraordinário o que o homem faz com os animais – toda a gente quer pôr coisas internacionais para os direitos humanos, e os direitos dos bichos? Um dia vão ter... porque o que é isso de dominar cavalos ou cães e todas essas histórias!? Vão ter problemas complicados com isso, não é? Então eu gostaria que toda a gente começasse por ter a ideia de que ela própria é alguma coisa realmente imperial, autocrática e dominadora (...)”
~ Agostinho da Silva (*) (com Henryk Siewierski), Vida Conversável, Sintra, Zéfiro, 2020, pp.14-15.
(*) Agostinho da Silva: filósofo, poeta, ensaísta, professor, filólogo e pedagogo português. O seu pensamento combina elementos de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, afirmando a Liberdade como a mais importante qualidade do ser humano.
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