Encontrei este texto nas minhas papeladas.
Desconheço o autor.
Mas seja quem for, escreveu uma obra-prima.
A descrição de um português mais completa que já vi.
Vale a pena ler.
É triste, mas é a mais pura verdade.
Infelizmente, desde o tempo de Bordalo Pinheiro (o autor do Zé Povinho na imagem), não houve evolução suficiente, para que essa figura ficasse fora de moda.
O sistema prima por manter o Zé Povinho intocável, e se o Bordalo pudesse vir à Terra nos dias de hoje, encontraria a mesma boçalidade. A mesma manha. A mesma pobreza mental.
Fico triste, como fiquei triste com esta descrição, que passo a transcrever.
Ser português é assim… tal e qual:
Levar arroz de frango para a praia.
Guardar as cuecas velhas para polir o carro.
Lavar o carro na rua, ao domingo.
Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).
Passar o domingo no shopping.
Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
Ter bigode.
Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.
Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.
Enfeitar as estantes da sala com os presentes do casamento.
Exigir que lhe chamem “Doutor”.
Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.
Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque “é caro”.
Já ter “ido à bruxa”.
Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.
Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.
Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.
Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).
Cometer três infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!
Ter três telemóveis.
Gastar uma fortuna no telemóvel, mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
Ir à bola, comprar “prá geral” e saltar “prá central”.
Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.
Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito “porque não quer aborrecer-se”.
Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.