Esta é uma realidade anormal, felizmente abrangendo poucas crianças, em Portugal. Mas as poucas que abrangem fazem com que uns poucos mundos se despedacem contra o rochedo da ignomínia.
A estas crianças roubaram a infância. E elas nunca terão a oportunidade de dizer como as crianças normais: eu quero ser barbeiro, ou bombeiro, ou padeiro, ou engenheiro, ou atleta, ou aviador, ou médico, ou agricultor, tudo profissões dignas de um adulto que se desenvolveu dentro dos parâmetros saudáveis de um ser humano.
E pensar que estes “sonhos” de meninos, que querem transformar em monstros, são acalentados por progenitores irresponsáveis e por governantes incompetentes!
Jovens alunos da Escola de Toureio da Moita em tourada na praia, com (cobardes) “garrochistas”
Aposento da Moita: uma pega à beira-rio...
Fotos D.R., @João Ribeiro Telles, @João Moura Jr. e aficionadosdamoita.blogspot.com
O que vemos nestas imagens aconteceu no dia 7 de Março de 2015 (portanto há pouco tempo) em pleno areal da Praia do Rosário, na Moita do Ribatejo, um lugarejo onde ainda não chegou a civilização.
Sim, no areal de uma praia pública, que o SEPNA e a autoridade marítima consideram um local muito adequado para se protagonizar uma animadíssima "tourada", com montadores de cavalos, toureiros a pé, forcados e garrochistas.
Garrochistas não são mais do que uns cobardes montados em cavalos, agarrados a umas lanças compridas com pontas aguçadas a que chamam “garrochas”, para “picar” os indefesos bovinos, todos muito novinhos, porque ali há crianças, menores de idade, a aprenderem estas práticas bárbaras e cruéis, a aprenderem a ser monstros como os adultos.
Esta funçanata de broncos foi organizada pelo clube taurino da Moita, que é a “coisa” mais “coltural” lá da terra.
E é este tipo de “divertimento” que os mui ilustres autarcas da Moita têm para oferecer às indefesas crianças, a quem não dão oportunidade de evoluir.
E depois não querem que se diga que fazer “isto” a uma criança é um crime, ou seja, é cometer uma transgressão ao direito delas a uma vida mentalmente sã e íntegra.
Fonte:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2015/03/inedito-figuras-em-tourada-na-praia-do.html
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Agora leia-se com atenção este ESPANTOSO texto, publicado na revista VISÃO.
(Os negritos e os itálicos são da lavra da autora deste Blogue, e a correcção do texto em AO90 é automática.)
Meninos que sonham ser toureiros
O Parlamento aprovou uma lei - já contestada na ONU - que prevê o acesso à profissão de artista tauromáquico aos 16 anos. Mas começa-se bem mais cedo. Há miúdos que ainda nem sabem ler e já dominam as bandarilhas.
Gonçalo Alves tem nove anos e frequenta a Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita desde os seis. Ao final do dia, três vezes por semana, só tem olhos para o capote. O seu sonho? "Quero ser veterinário e matador de touros", declara, convicto. A sua afición surgiu por influência do progenitor, que é toureiro a cavalo. "A minha mãe só me deixou vir para aqui porque já estava habituada ao meu pai", diz, de forma rápida mas tímida. Com o seu corpo franzino, já enfrentou bezerros, e jura que não teve medo.
O treino é feito ao som de música sevilhana, que toca bem alto num rádio portátil antigo. "Mestre! Está bem se fizer assim?", ouve-se, vezes sem conta, durante as quase três horas em que os 30 alunos da Moita praticam os passos de capote, de muleta na mão, ou correndo atrás da tourinha, uma espécie de bicicleta com uns cornos na ponta e um fardo de palha, ou assento almofadado, onde se espetam as bandarilhas.
O mestre destes aspirantes a toureiros é Luís Vital Procuna, matador de touros há uma década. Também a sua paixão pelo toureio a pé começou bem cedo, quando tinha sete anos. "Sempre gostei deste mundo, cresci aqui, em frente à praça de touros". Foi na arena da Moita que toureou a primeira bezerra. Matou o primeiro touro em Barrancos, aos 11 anos.
A participação de menores em touradas sempre foi polémico, mas o assunto voltou à ribalta após a aprovação, em Março, na Assembleia da República, de uma nova lei que estabelece o regime de acesso e exercício da actividade de artista tauromáquico, permitindo a profissionalização aos 16 anos.
A participação de amadores na festa brava é, contudo, possível a crianças de idade inferior, desde que a sua participação seja comunicada à Comissão de Protecção de Menores (embora não seja necessária a sua autorização). Além disso, a frequência de escolas de toureio permanece sem idade mínima definida para o acesso, sendo usual haver iniciados a partir dos seis anos.
O Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas, que já havia dedicado um relatório a Portugal no ano passado, insurge-se contra a legislação aprovada, considerando que a participação de menores em touradas "constitui uma violação de Direitos Humanos". Até mesmo a assistência do espetáculo tauromáquico deveria, no entender do organismo da ONU, ser apenas para maiores de 18 anos - a nova lei estabelece os 12 anos como idade mínima.
"O comité está preocupado com o bem-estar físico e mental das crianças envolvidas em treino para touradas" e "exorta o Estado português a empreender medidas de sensibilização e consciencialização sobre a violência física e mental associada às touradas e o seu impacto nas crianças". Também o grupo de Direitos das Crianças da Amnistia Internacional pede que "sejam tomadas as devidas diligências para anulação ou rectificação" do diploma agora aprovado.
A Federação Portuguesa de Tauromaquia (Prótoiro) considera infundadas as recomendações das Nações Unidas, acusando esta organização de ter cedido ao lóbi antitouradas: "Querem retirar-nos a liberdade de escolher o modo como devemos viver e educar os nossos filhos."
Medo sempre presente
Os treinos dos meninos que sonham ser toureiros prosseguem na praça da Moita, indiferentes a esta discussão. Entre eles, destaca-se uma figura feminina, com um casaco do Benfica vestido. Paula Santos tem 15 anos, frequenta o 8.º ano e é a única rapariga inscrita. Diz que sempre foi aficionada e que tudo começou "com uma brincadeira". Mas gostou tanto que ficou. Agora ambiciona ser uma "figura" do toureio, ou seja, conquistar fama e reconhecimento no meio tauromáquico.
A seu lado, João Gomes, com a mesma idade, conta que foi o pai quem o incentivou a ir experimentar um treino. Já toureou um novilho e diz que a sensação "não dá para explicar". Sonha tourear em Espanha e quer ser matador. Quando não está na escola ou nos treinos, está mergulhado em vídeos de toureiros, "para aprender mais".
Luís Procuna dedica-se totalmente a formar estes alunos, uma vez que está afastado das arenas por lhe ter sido diagnosticada paramiloidose, uma doença degenerativa que afecta o sistema nervoso. O professor de toureio é tratado com carinho e respeito pelos alunos. A maioria tem dificuldades económicas e, por isso, a escola não cobra mensalidade aos alunos (as despesas são suportadas pela Sociedade Moitense de Tauromaquia, com os apoios da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal da Moita). Os fatos necessários para se apresentarem em corridas são oferecidos pelo mestre e por outros toureiros.
Além disso, a maioria tem problemas de comportamento na escola. Na praça, nada disso se nota. E o "mestre" acredita que não lhes ensina apenas a arte do toureio, mas também a serem melhores pessoas e a focarem-se em percorrer um caminho, a alcançarem um objetivo. Concede que estas crianças correm riscos ao escolherem esta profissão. O medo está sempre presente, garante, independentemente da idade. "Enfrentar um touro de 500 ou 600 quilos é enfrentar dois cornos que nos podem tirar a vida."
Fonte: http://visao.sapo.pt/meninos-que-sonham-ser-toureiros=f815886
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Isto acontece em Portugal.
Isto é uma forma perversa de maus tratos psicológicos a crianças.
Aqui, algumas crianças não têm o direito de serem crianças.
Aqui, algumas crianças vivem o “sonho” dos outros, de gente que ficou parada num passado obscuro e assente na ignorância.
Aqui, algumas crianças já nasceram velhas e permanecerão eternamente velhas se o governo português e as suas instituições de protecção aos indefesos meninos continuarem a comportar-se como seus algozes.
Isabel A. Ferreira
Fiquei perplexa. Como é possível?
Que retrocesso é este? Para onde caminha Portugal?
Os governantes estão a dar PASSOS para trás em direcção a um abismo profundíssimo.
Legitimar a violência, a tortura e a morte por diversão não será inconstitucional?
É bem verdade que existem leis, mas também existem contra-leis para beneficiar o lobby tauromáquico e o seu aliado lobby gay (ATENÇÃO! isto nada tem a ver com preconceito). Tem a ver simplesmente com uma aversão aos lobbies que lançam o seu lixo na sociedade. Neste caso são estes dois os mais dominantes.
Portugal está a regredir a PASSOS largos.
Mas para um povo ignorante, governantes ignorantes.
Assim é em Monsaraz, vila MEDIEVAL. Pois se nunca saiu dessa época! A vilória parou num tempo primitivo.
É a cultura da morte a dar lugar aos apelos da Vida, em pleno século XXI DEPOIS de Cristo, quando se esperava uma evolução.
Que semelhança existe entre os bárbaros do Médio Oriente e os bárbaros portugueses? O CULTO DA MORTE SANGRENTA, não interessa sobre que animal é praticado. É MORTE. É bárbaro. É cruel. É a IGNORÂNCIA NO SEU ESTADO MAIS PURO.
Uns, matam em nome de Alá, em Monsaraz mata-se em nome de Nosso Senhor Jesus dos Passos.
ÁMEN.
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Esta é triste realidade portuguesa.
Li algures um destes dias que o bullying em Portugal está acima da média internacional.
Não admira. Pois tem de estar.
Em Portugal existem LEIS (pasmemo-nos!) e AUTORIDADES que promovem a violência, a crueldade, a morte, a imbecilidade, a estupidez e práticas macabras…
O obscurantismo está instalado no meu País, que já conheceu tempos mais iluminados.
É este exemplo que dão às crianças, aos adolescentes, aos jovens que crescem nesta podridão imoral, os quais acham (pois nem sequer lhes dão o direito de pensar) que a VIOLÊNCIA é uma coisa legítima, social, moderna... Até porque a LEI também permite que crianças ASSISTAM a toda esta violência gratuita sobre animais INDEFESOS.
Torturar e matar é bué fixe!
Os extremistas islâmicos também pensam exactamente assim...
O presidente do município de Monsaraz, um pobre coitado, não tem culpa que autoridades acima dele sejam mais culpadas do que ele, deste medievalismo inculto e bárbaro, que EMBRUTECE a população.
IGAC? Tribunais? Estado Português? Mas o que é tudo isto?
Em Monsaraz não era autorizado matar os touros torturados em público, mas eles eram assassinados debaixo de um toldo e das barbas das autoridades que sempre se fizeram de CEGUINHAS a esta ilegalidade.
José Calixto, presidente do município de Monsaraz (que ficará no Livro Negro da Tauromaquia, juntamente com o Inspector-geral da IGAC, Luís de Melo e Brito da Silveira Botelho, como os maus da fita), “justifica” esta brutalidade com “decisões” de um tribunal… Pois… um tribunal!
Diz ele, referindo-se ao que se passou em anos anteriores, que era “um pouco abusivo” designar como ilegal o assassinato do touro em Monsaraz (vilória que faz da MORTE uma festa) argumentando que "os tribunais já tinham proferido sentença sobre o caso”, mais precisamente, os tribunais já tinham autorizado o assassinato de seres vivos, diante de um povo que já de si sofre de uma pobreza moral, social e cultural acentuadíssima, mas pior do que isso, diante das crianças de Monsaraz, a quem é transmitida a banalidade da morte, da violência, da estupidez em estado puro.
E João Calixto tem ainda o desplante de dizer esta atrocidade: «É o reconhecimento por parte da IGAC que a razão assiste ao povo de Monsaraz, destacando que esta decisão vai "afastar os adjectivos de ilegalidade da morte do touro em Monsaraz».
Bonito! Reconhecimento! Razão… E é esta cultura da morte, é esta cultura inculta que o Estado Português, representado nesta IGAC promove.
E designam ao acto de assassinar seres vivos indefesos para divertimento como “tradição” que se realiza desde 1877.
Como se MATAR e TRADIÇÃO coubessem no mesmo saco!
É que além de destrutivo, em tudo isto há uma dose desmedida de PURA IGNORÂNCIA.
Os promotores desta carnificina querem um regime de excepção para Monsaraz como existe para os broncos de Barrancos.
MATAR, MATAR, MATAR… é a palavra de ordem…
Será que no meu País não existe uma AUTORIDADE, uma só que seja, com um CÉREBRO A FUNCIONAR A 100%?
Recuso-me a acreditar numa coisa destas!
Se para a morte há excepções, exigimos uma excepção para a vida, em Viana do Castelo!
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Comentário no seguinte link:
http://www.sol.pt/noticia/114932
«Simplesmente surreal...
Sou obrigado a dar a razão aos opositores dos touros de morte nas largadas ou vacadas ou chamem-lhe lá o que quiserem.
O que aconteceu nesta vacada em Monsaraz em que o pobre animal, um touro debilitado dos quartos traseiros, que mais parecia um javali quando sai do lameiro entrou no recinto sedento de morte e de sangue por um grupo de indivíduos sem escrúpulos e fartos de cerveja que se intitula GFAM (Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz) foi arrepiante.
Estes indivíduos que pertencem a um grupo que faz parte da Cultura Tradicional Portuguesa que deviam promover o espectáculo comportam-se como autênticos BÁRBAROS sedentos de sangue.
A Cultura de um Povo, neste caso a cultura do povo de Monsaraz que remonta à Época Medieval está mais viva e mais bárbara do que nunca, agora o animal além de ser amarrado é sufocado, pontapeado torturado só falta ser comido vivo por este grupo em delírio. É PÁ POUPEM-ME ISTO É VERGONHOSO.
Vão-se todos catar.
O Senhor dos Passos que perdoe estes bárbaros , porque eles não sabem o que fazem. Àmen. (Já Lá Não Vai)»
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Quem também não vai lá mais sou eu…
Isabel A. Ferreira
Isto é um delito.
E isto é arte.
Agora respondam-nos:
Os governantes de Portugal, França, Espanha, México, Colômbia, Peru, Venezuela e Equador serão pessoas normais? Ou sofrerão de alguma patologia mental, para considerar a arte um delito, e matar touros para diversão uma arte?
Isabel A. Ferreira
Esta notícia triste e maquiavélica mereceu um tempo de antena na RTP1 (que não se dá, por exemplo, a um lançamento de livro de um autor menos conhecido, ou à obra de FERNANDO CARDOSO, um autor que escreve para crianças) no programa «Portugal em Directo», apresentado por Dina Aguiar.
Há pouco fui a casa de umas pessoas levar uma encomenda e elas estavam a ver este programa.
E eu vi também.
E estarreci-me. O QUÊ?????
Fiquei perplexa com o que ouvi da boca dos pequenos pretendentes a tauricidas. Miúdos. Até uma menina. E disseram que gostavam daquilo, ou seja, de aprender a MATAR. Têm habilidade.
O indivíduo que os ensina esta IMBECILIDADE, disse que não podem deixar morrer a “tradição” de MORTE.
Nem todos, um dia, serão matadores. Disse o indivíduo.
Pois não. Porque a tauromaquia tem os dias contados.
SERÁ ENTERRADA NO ANO de 2013.
Mas a semente da violência permanecerá dentro destes desventurados miúdos que tiveram o AZAR de ter uns pais ignorantes e de viverem num país governado por ignorantes.
O que serão estes miúdos num futuro próximo?
Vão ser aqueles que cometerão violência doméstica, porque já não terão Touros para matar.
Vão ser aqueles que poderão ser assassinos de seres humanos, porque já não terão Touros para matar.
E o que fazem as autoridades de PROTECÇÃO A MENORES?
NADA.
Como NADA ainda fizeram com os outros candidatos a tauricidas da ESCOLA DE ALTER DO CHÃO.
Com a diferença de que os da Moita praticam esta violência numa arena, com touros a fingir, para a televisão (longe das câmaras serão tourinhos vivos).
E os de Alter do Chão, tem AULAS DE VIOLÊNCIA numa ESCOLA PÚBLICA.
Isto é um ATENTADO À EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS. Um atentado ao BOM SENSO.
QUEM SERÃO OS RESPONSÁVEIS?
Primeiro os PAIS.
Segundo as AUTORIDADES.
Terceiro o POVO PORTUGUÊS que se cala perante este descalabro.
Quarto a RTP1 que APOIA a VIOLÊNCIA ENSINADA A CRIANÇAS.
Tudo com a mais absoluta IMPUNIDADE.
Que FUTURO querem para Portugal?
ISTO É ABOMINÁVEL.
E MAIS ABOMINÁVEIS, AINDA ,SÃO OS QUE APOIAM ESTA VIOLÊNCIA GRATUITA E SÁDICA.
UM NOJO DE SERVIÇO PÚBLICO QUE A RTP1 PROMOVE.
FIQUEI INDIGNADA. SIM.
E DESTE MODO AQUI DEIXO O MEU REPÚDIO E A MINHA VERGONHA POR TER DE VIVER NUM PAÍS COM GENTINHA TÃO TACANHA E IRRESPONSÁVEL COMO ESTA.