Uma vergonhosa união, que só fica mal à desprestigiada universidade espanhola
É que nas I Jornadas Internacionais de Tauromaquia (leia-se selvajaria tauromáquica, conforme a moderna terminologia), organizadas pela Fundação de Estudos Taurinos em colaboração com a Universidade de Sevilha, realizadas de 5 a 7 de Novembro, chegou-se a esta desiluminada e inacreditável conclusão: esta selvajaria poderia ser inscrita como Património Cultural e Imaterial da Humanidade
Eis o que os incultos tauricidas de Sevilha querem elevar a Património Cultural Imaterial da Humanidade! Só um imbecil não se apercebe da insanidade desta pretensão
Tanto quanto sabemos o património cultural imaterial (ou património cultural intangível) abrange as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito à sua ancestralidade, para as gerações futuras. São exemplos de património imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições.
Neste rol de significações não consta a selvajaria tauromáquica que segundo a declaração da UNESCO, em 1980, é «a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras, a qual traumatiza as crianças e adultos sensíveis, e agrava o estado dos neuróticos atraídos por esta prática cruel, e desnaturaliza a relação entre o Homem e o animal, afrontando a moral, a educação, a ciência e a cultura.
Como é possível a Universidade de Sevilha estar envolvida com esta turba de «psicopatas, falaciosos, sádicos, perversamente autorizados a praticarem esta infâmia torcionária sobre touros, com impacto pernicioso sobre a sociedade e o país? Com esta escória e vergonha da Humanidade» (como bem o define o médico veterinário, Dr. Vasco Reis)?
E ainda citando este mesmo médico, «miseráveis são os Estados que pactuam com isto».
Esta turba ridícula teve a petulância de basear as “conferências” e as “comunicações” destas jornadas tauricidas na relação (e atente-se neste absurdo!) da cultura do touro com a História, a Arte e a Literatura na Europa e na América.
Pomposo, não é?
Do que se esqueceram foi de especificar que essa “cultura” é a cultura saloia; a “história” é a história negra; a “arte” é a terrível e venal arte de torturar e matar animais; a “literatura” é a literatura de psicopatas; essa Europa é apenas Espanha, sul de França e Portugal, (três tristes e miseráveis Estados); e essa América é apenas o México, Colômbia, Perú, Venezuela, Equador e Costa Rica (outros seis tristes e miseráveis Estados).
A tauromaquia remonta à Idade do Bronze, época em que os homens eram primitivos e ignorantes mas não tão requintados na crueldade como são os carrascos tauricidas contemporâneos.
Mas a selvajaria tauromáquica nasceu em Espanha, no século XII, em plena Idade das Trevas, e espalhou-a por territórios que ocupou, como foi o caso de Portugal (na época filipina) e nas ex-colónias da América do Sul.
E é um costume bárbaro que causa um imensurável sofrimento aos bovinos, que são animais herbívoros e pacíficos, e insulta a inteligência do mais comum dos mortais.
Os dementes que participaram nestas jornadas trocaram impressões tão grotescas que chegaram a redigir uma declaração de princípios, evocando a origem remota da tauromaquia (leia-se um costume bárbaro perdido no tempo em que reinava a ignorância), recordando que tal “festa” (leia-se ritual macabro) deu lugar a incontáveis celebrações (leia-se práticas sanguinárias), obras de arte e cultura (leia-se manifestações insanas da cultura saloia), salientando uma importância económica (leia-se apenas para o enriquecimento de ganadeiros), turística (leia-se apenas uns tantos broncos incultos) e sócio-cultural (leia-se apenas uma pequena parte de uma sociedade não evoluída que pratica a cultura dos broncos).
Como se isto não bastasse, para dizer da demência destas criaturas, acrescentaram esta coisa delirante: o respeito que os ganadeiros, toureiros e aficionados sentem pelo touro durante a lide…
Veja-se aqui o respeito que se tem pelo bovino durante a lide
… e durante a sua criação, que decorre em condições óptimas de liberdade e em espaços preservados que constituem reservas ecológicas únicas, uma mentira descarada, facilmente demonstrável, pelo facto de torturarem o bovino desde a nascença, antes, durante e depois da lide, com requintes de malvadez.
E depois disto esperam que a UNESCO valide a candidatura desta selvajaria.
Só se a comprarem a peso de ouro, mas para isso é preciso que a UNESCO seja subornável. O que é pouco ou mesmo nada provável.
Mas deixem sonhar os loucos. É a única coisa que lhes resta!
Freguesia de Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, é uma das entidades apoiantes de uma tourada à corda a realizar no próximo dia 3 de Setembro.
Carta aberta aos autarcas de Rabo de Peixe
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Ribeira Grande
Exmo. Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe
Exmos. Senhores,
Tive conhecimento da realização de uma tourada à corda em Rabo de Peixe, a qual, segundo um cartaz publicitário, conta com o apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande e da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe.
A tauromaquia é uma prática obsoleta, um costume bárbaro, herdado de bárbaros, que se apoia numa lei bastarda, na qual os Touros e Cavalos são incompreensivelmente banidos do Reino Animal, gozando de um inexplicável regime de excepção na legislação portuguesa, dado que permite, em contradição com a restante legislação que regula o bem-estar animal, o sofrimento INÚTIL de animais sencientes.
A tauromaquia não tem lugar numa sociedade que se quer evoluída e civilizada e só subsiste ainda à custa de múltiplas formas de subsídios públicos, o que, sobretudo, em tempos de crise económica, é particularmente revoltante.
O percurso evolutivo da humanidade mostra-nos que costumes que trazem consigo sofrimento inútil devem ser abolidos, enquanto se mantêm e enaltecem costumes positivos que enobrecem e orgulham um povo. Foi assim que ficaram enterrados nas páginas mais negras da História da Humanidade costumes e actividades como os circos romanos, as execuções públicas, as fogueiras da Inquisição e a escravatura, entre outros.
Existem inúmeras formas de entretenimento saudável que poderiam e deveriam ser disponibilizados a jovens e a adultos de Rabo de Peixe, freguesia em que parte não desprezável da população, para além de carências económicas, apresenta dificuldades a nível de analfabetismo, alcoolismo, entre outros.
Rabo de Peixe e o Concelho da Ribeira Grande não podem figurar entre as localidades onde se desrespeita os animais e Vossas Excelências não devem ter o Vosso nome associado a vítimas causadas pelas touradas, algumas delas mortais como aconteceu recentemente com um homem, na ilha Graciosa.
Acreditando que V. Exas, como educadores que foram e supomos que ainda são, estarão empenhadas no desenvolvimento saudável da Vossa terra, vimos solicitar a retirada do Vosso apoio e a tomada de medidas que demovam os promotores de levar avante uma actividade que não é condizente com a evolução e o progresso de seres humanos.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
(Carta adaptada da original)
As imagens dizem tudo desta actividade de gentinha que sofre de doença do foro psiquiátrico.
E a locutora ainda tem o desplante de dizer que o "animal era feroz"... Pudera! Com uns alienados daqueles ao redor dele, ser feroz é pouco! E o morto estava mesmo a pedi-las.
O pior de tudo é que os governantes nada fazem para dar a estes indivíduos um tratamento adequado e fazê-los regressar a um estado mental saudável e normal.
Preferem-nos LOUCOS.