«A docilidade de um Touro, no seu habitat, verifica-se pela capacidade que o animal tem em aceitar o ser humano sem demonstrar comportamentos de medo ou de agressividade para com eles. Todos os anos, milhares destes belos animais são torturados nas praças de touros, em nome de uma suposta tradição cruel e desumana, que insiste em persistir no sofrimento e posterior morte destes dóceis e belos animais.»
(Cândido Coelho)
Fonte:
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Os aficionados, tauricidas, torcionários e todos os que andejam ao redor da grosseira prática da tauromaquia têm muita dificuldade em aceitar os seus próprios defeitos, limitações, desafectos, violência e invirilidade, daí projectarem nos outros toda essa carga de emoções indesejadas.
Defendem-se dessa patologia primeiramente transpondo para o Touro (o bovino dócil) uma violência que ele não tem, por natureza. O Touro que aparece na arena, é um Touro já bastante massacrado, e mais não faz do que tentar defender-se dos seus carrascos.
Além disso, projectam também nos defensores dos direitos dos animais tudo aquilo que eles são, e nós não somos.
Tudo isto está estudado, e a Psicologia diz-nos que esta projecção psicológica, esta transferência de sentimentos reprimidos é um mecanismo de defesa, que permite a essas pessoas reduzir a ansiedade, fazendo-as sentir-se libertas dos seus próprios defeitos e sentimentos pouco nobres.
Daí ouvirmos os taurinos falarem em “touro bravo” e chamarem aos defensores dos animais todos os nomes que eles não aceitam em si próprios.
Porém, todos sabemos que os Touros são bovinos mansos. Afáveis. Herbívoros. Neles, a violência existe apenas como legítima defesa, como em qualquer um de nós.
Quanto ao resto… pobres aficionados! Desconhecem quase tudo da vida. Vivem num mundinho fechado, a cheirar a suor, a urina, a bosta, a sangue, a ódio, a mofo, a álcool, a violência… e querem, porque querem, ser aceites na sociedade como “gente normal e humana”. Desde os governantes, igreja católica e empresários que apoiam esta miséria moral, aos que aplaudem e praticam tal ignomínia.
São anormais e desumanos.
Doentes mentais?
Precisarão de tratamento psiquiátrico?
Serão dignos de comiseração?
Não me parece, uma vez que recusam a informação que lhes é dada, para evoluírem.
Há quem viva rodeado de lixo. Se quisermos retirar essa pessoa da lixeira, recusa-se, porque já não consegue viver num mundo higiénico.
O mesmo acontece com os aficionados e afins. A miséria moral faz parte do ADN deles.
Isabel A. Ferreira