Aqui fica eternizado o cartaz que fez mossa aos caçadores?) pois se não lhes tivesse feito mossa, por que haveriam de o retirar? Não é verdade?
Fonte:
Inês de Sousa Real deputada do PAN, na Assembleia República, na sua página do Facebook queixou-se e muito bem, que apesar de vivermos num Estado de Direito (viveremos?) 47 anos depois daquele primeiro 25 de Abril, alguém [que se imagina quem seja] decidiu cortar e tirar a tela do PAN, que estava colocada em plena Rotunda do Marquês de Pombal, condicionando um dos mais basilares direitos que temos: o da liberdade de expressão, refere a deputada.
Inês de Sousa Real salientou ainda que, na falta de argumentos válidos, que sustentem esta actividade anacrónica e a chacina que aconteceu na Herdade da Torre Bela (e em tantas outras), praticam-se actos inaceitáveis, como o de furtar uma tela de um partido político no exercício da sua liberdade democrática.
«Mas não nos vão silenciar! Continuaremos sempre na senda da defesa das causas que formam o nosso ideário! A queixa-crime segue agora para as entidades competentes e agradecemos que nos façam chegar qualquer informação que alguém possa ter sobre o caso» refere ainda Inês de Sousa Real.
É que, infelizmente, apesar de estarmos no ano 2021 d.C.:
Da caça, dos caçadores
Anda por aí uma argumentação altamente falaciosa, para justificar a caça, nomeadamente, ao JAVALI, dizendo-se que é para controlar a sua população, que eles acham que é excessiva.
A caça traduz-se na exteriorização do instinto mais primário que existe no animal humano: o instinto de matar por prazer.
Não é necessária a intervenção do animal humano para a conservação das espécies. A própria NATUREZA encarrega-se disso muito sabiamente.
Os animais na Natureza não precisam de ser CAÇADOS para diminuírem a sua população, porque na Natureza os animais SABEM como resolver esse problema, sem terem de ser ASSASSINADOS.
A caça faz parte de um lobby, que mexe com muito dinheiro, à conta do assassinato de animais indefesos. É um lobby poderoso, aliás, como todos os lobbies ligados ao negócio da MORTE e EXPLORAÇÃO de animais não-humanos. O lobby da caça, bem como todos os outros lobbies exterminadores, estão protegidos no Parlamento.
Contudo, os caçadores não passam de um bando de trogloditas com instintos primitivos, “gente” que não evoluiu e não sabe estar no Século XXI d. C.
Deixo-vos com algumas citações brilhantes:
- «Ceder aos instintos mais primários, deixar que o ser primitivo se sobreponha ao ser humano que há em nós, é sinal de pouca inteligência». (...) Sejamos humanos, deixemos os animais em paz» (Carlos Galvão)
- «Os caçadores nem desejam o bem-estar animal nem procuram o equilíbrio da biodiversidade. O único desejo que têm em mente é o bem-estar do seu ego e o equilíbrio da sua arma».(Pedro Neves)
- «Os caçadores podem ser muitos, mas aqueles que abominam a caça são mais ainda. E são mais novos. Muitos ainda não votam. Quando votarem terão morrido um número maior de defensores da caça.» (Miguel Esteves Cardoso)
- A caça é um instinto primitivo que, nos dias de hoje, se denomina biocídio. (Li algures)
Isabel A. Ferreira
O atentado ao Charlie Hebdo, perpetrado por abomináveis terroristas, no dia 7 de Janeiro de 2015, em Paris, não foi um atentado apenas contra os jornalistas que trabalhavam naquele jornal satírico.
Foi um atentado contra toda a Humanidade civilizada e livre.
O mundo não mais será o mesmo depois desta tentativa de calar as vozes de uma consciência colectiva.
Não podemos permitir que obscurantistas e ignorantes desprovidos de qualquer sentido humano calem as nossas vozes, aterrorizando-nos com armas de fogo.
As vozes de dez jornalistas calaram-se para sempre, mas milhares de outras vozes gritarão pelo mundo inteiro JE SUIS CHARLIE, e a liberdade de expressão não perecerá.
Quem não tem capacidade intelectual de se rir das suas próprias fraquezas, utiliza a força bruta que os agrilhoa às pesadas algemas da ignorância, para fazer valer ideias retrógradas e irracionais.
E aqueles que ainda não perderam a sua lucidez não podem permitir que a irracionalidade se sobreponha à razão.
JE SUIS CHARLIE será o nosso grito de uma guerra pacífica.
TODOS SOMOS CHARLIE neste momento.
Que estes jornalistas não tenham morrido em vão.
Eles morreram para manter a liberdade de expressão viva.
Saibamos honrar o extremo sacrifício destes heróis da palavra, por um mundo livre do estigma da tirania religiosa, da escravatura política e do encarceramento do pensamento.
JE SUIS CHARLIE.
Hoje e sempre.
De Tiago Pedro Toste Vieira, Secretário do Gabinete de Apoio ao Presidente e Vereadores da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, recebi a seguinte mensagem:
«Exm.ª Senhora,
Relativamente à Vossa comunicação sobre o assunto em referência, encarrega-me o Senhor Vereador Guido Teles de vos informar que a Autarquia de Angra do Heroísmo recebeu vários protestos escritos devido ao apoio que decidiu conceder para a realização do evento mencionado em epígrafe neste concelho.
Enquanto instituição pública que representa a vontade maioritária dos angrenses, esta edilidade, ciente do enraizamento profundo da tauromaquia nos seus munícipes, considerou que esta manifestação cultural popular devia ser encarada como uma atividade de interesse municipal.
Na verdade, quem conhece verdadeiramente a realidade deste município, não pode deixar de reconhecer a importância económica, turística e cultural que esta tradição tem para a grande maioria da sua população.
Nestes termos, independentemente do respeito pelo julgamento individual que possa recair sobre a tauromaquia, a Autarquia de Angra do Heroísmo não pode deixar de sublinhar que a liberdade de expressão constitucionalmente prevista é recíproca.
Cumprimentos,
Tiago Toste Vieira»
***
O que tenho a dizer ao senhor Tiago T. Vieira é o seguinte:
Exmo. Senhor Tiago Toste Vieira
Recebi de V. Exa. uma mensagem/resposta a um texto que enviei à autarquia de Angra do Heroísmo, numa tentativa de apresentar a realidade que vai pelo mundo fora, muito arredada dessa Ilha fechada em si mesma, e que desconhece que os conceitos de cultura mudaram, e de que houve evolução de mentalidades.
Diz o Senhor Tiago:
«Relativamente à Vossa comunicação sobre o assunto em referência, encarrega-me o Senhor Vereador Guido Teles de vos informar que a Autarquia de Angra do Heroísmo recebeu vários protestos escritos devido ao apoio que decidiu conceder para a realização do evento mencionado em epígrafe neste concelho.»
- Pois se a autarquia de Angra do Heroísmo recebeu vários protestos escritos, devido ao apoio que decidiu conceder para a realização do “evento” mencionado em epígrafe, significa que algo está errado nessa autarquia.
Ninguém enviaria e-mails de protestos, se em vez dos dinheiros públicos terem sido esbanjados num “III Fórum de Cultura Taurina”, tivessem sido gastos num «III Fórum sobre Angra do Heroísmo» onde fosse abordada, por exemplo, a importância histórica da capital da Ilha Terceira, considerada Património Mundial pela UNESCO.
«Esta ilha portuária e antigo forte do século XVI foram de importância estratégica para mercadores e comerciantes portugueses e espanhóis, ao longo dos séculos, que usavam o porto abrigado da ilha como ponto de paragem entre África, Europa e as Índias Ocidentais e Américas»
Algo que talvez 90 % dos habitantes da Ilha não saibam, mas ficariam a saber se os autarcas tivessem um sentido de oportunidade apurado.
E diz mais o Senhor Tiago:
«Enquanto instituição pública que representa a vontade maioritária dos angrenses, esta edilidade, ciente do enraizamento profundo da tauromaquia nos seus munícipes, considerou que esta manifestação cultural popular devia ser encarada como uma atividade de interesse municipal.»
- Pois enquanto instituição pública a autarquia angrense, deveria dar o exemplo e proporcionar ao povo inculto a oportunidade de sair desse marasmo e evoluir, oferecendo-lhes, não algo que já não faz mais sentido (a não ser para os poucos que enchem os bolsos com a tortura de bovinos), mas proporcionando-lhes eventos culturais, concertos, teatro, cinema, sessões de poesia, lançamentos de livros, enfim, algo que tirasse esse povo do meio das ruas, cobertas da bosta dos bovinos em pânico, e das tascas onde se embebedam até cair.
Isto não faz parte de cultura alguma e o que diz sobre “enraizamento profundo da tauromaquia” significa tão-somente o “esticar da corda de algo tido como um costume bárbaro, introduzido na ilha pelos também bárbaros espanhóis. Uma actividade que apenas afugenta os turistas cultos. E o turismo não vive só de belas paisagens.
E o Senhor Tiago continua:
«Na verdade, quem conhece verdadeiramente a realidade deste município, não pode deixar de reconhecer a importância económica, turística e cultural que esta tradição tem para a grande maioria da sua população.»
- Pois estão muito enganados, ou fazem-se. Porque quem conhece verdadeiramente a realidade desse município sabe que é um dos mais atrasados de Portugal, no que respeita à educação, ao ensino à cultura, à assistência social, e o que diz sobre a “importância económica turística e cultural” é uma grande falácia, pois só apenas uns poucos lucram com a tortura de bovinos, os turistas estrangeiros nem sequer aí colocam os pés, ou se colocam vão ao engano e não regressam, e culturalmente Angra é de uma pobreza franciscana, e os outros (o que diz ser a maioria da população) divertem-se bacocamente, sendo a chacota do mundo evoluído, por nem sequer saberem o que é a verdadeira “cultura”.
E termina o senhor Tiago:
«Nestes termos, independentemente do respeito pelo julgamento individual que possa recair sobre a tauromaquia, a Autarquia de Angra do Heroísmo não pode deixar de sublinhar que a liberdade de expressão constitucionalmente prevista é recíproca.»
Cumprimentos,
Tiago Toste Vieira»
- Pois muito se engana a autarquia de Angra do Heroísmo se coloca nestes termos a realização de um fórum onde se trata de tortura de bovinos, como se se abordasse a história gloriosa da Ilha Terceira e do papel relevante que ela já teve, mas não tem mais, nas relações com o mundo exterior.
Angra do Heroísmo, ao “elevar” a tourada à corda ao nível de “cultura”, reduziu-se à insignificância de uma terreola que tem um divertimento bacoco como expoente máximo, e que não tem nada a ver com “liberdade de expressão”, porque a tourada à corda não é uma questão de julgamentos individuais, mas de actos bárbaros, condenáveis aos olhos do mundo evoluído.
E se não querem continuar a ser alvo de protestos, permitam que a evolução entre na Ilha.
Saiam das cavernas. Entrem na Luz. Deixem os bovinos em paz.