Considerando que eles não podem prever qual será o seu destino;
Considerando que estão incapacitados de falar a linguagem dos humanos e interpor as suas denúncias;
Considerando o seu absoluto desamparo físico, legal e social;
E considerando que a estas alturas da história e da ciência já ninguém pode alegar inexistência ou ignorância para o seu sofrimento, só nos resta pensar que no maltrato de animais, seja qual for a sua forma ou justificação, a crueldade e a cobardia da nossa espécie alcançam os seus mais altos expoentes. (Julio Ortega)
Fonte:
Um bovino pacífico, barbaramente torturado, enfrenta, com dignidade, a crueldade da besta humana
Por Julio Ortega
"Quando respeitares os animais, eu deixarei de imiscuir-me no que fazes.
Até lá, TERÁS DE ME ENFRENTAR. NÃO O DUVIDES.
Se te causo incómodo, na verdade, essa é uma das minhas pretensões: ENTORPECER O MAIS POSSÍVEL A TUA REPUGNANTE FORMA DE ENTRETENIMENTO.
Porque entre a tua diversão e o meu repúdio, não te esqueças que há um ser vivo ao qual não lhe disseste como me dizes a mim: “se não gostas de morrer na praça não fiques aí, vai-te”.
Ele não pode escolher, não é verdade?
Pois, ENQUANTO O TOURO NÃO TEM A OPORTUNIDADE DE FAZÊ-LO, TU TÃO POUCO GOZARÁS DA LIBERDADE DE MATÁ-LO SEM QUE EU, E MILHÕES COMO EU, TRATAREMOS DE EVITÁ-LO."
Considerando que eles não podem prever qual será o seu destino;
Considerando que estão incapacitados de falar a linguagem dos humanos e interpor as suas denúncias;
Considerando o seu absoluto desamparo físico, legal e social;
E considerando que a estas alturas da história e da ciência já ninguém pode alegar inexistência ou ignorância para o seu sofrimento, só nos resta pensar que no maltrato de animais, seja qual for a sua forma ou justificação, a crueldade e a cobardia da nossa espécie alcançam os seus mais altos expoentes. (Julio Ortega)
Fonte:
(Assino por baixo)
Se o da esquerda fosse humano o da direita nem sequer estaria ali, a fazer-se de "valente", diante de um ser mais morto do que vivo, e que ele sabe que não fará mal a uma mosca. Grande covarde!
«Se o da direita fosse o touro, o da esquerda estaria só, porque o animal não humano, em vez de estar ali a fazer figura de idiota, estaria em outro lugar vivendo e deixando viver.
Esta imagem dá-nos a certeza de qual deles é realmente o inteligente e o pacífico, e qual o “gilipollas” * e o violento.
Esta fotografia demonstra que muitas vezes a justiça está de férias, porque se estivesse presente, o da direita não estaria tão torto, mas cego para sempre. Dos olhos e dos pulmões.
Não sou adepto da pena de morte. Mas que pena tenho de alguns não estarem mortos.»
Julio Ortega
* O termo “gilipollas” integra o vasto vocabulário calão castelhano, e não existe nenhuma palavra portuguesa que lhe corresponda na sua tradução imediata, no entanto quando um espanhol quer insultar alguém, utiliza a palavra “gilipollas” e de uma assentada só, está a “mimosear” o outro com os seguintes adjectivos: parvo, idiota, imbecil, estúpido, palerma, anormal, cabrão, filho da mãe, e tantos outros do mesmo género…
Por Julio Ortega (*)
O homem que aplaude isto e paga para vê-lo é um psicopata, ainda que não esteja diagnosticado.
Aquele que o faz e leva dinheiro por isso é um criminoso, apesar de a sua conduta não estar tipificada como um delito.
O artista que o enaltece é um desequilibrado por muito virtuoso que seja o seu ofício.
O governo que o apoia é fascista, por muito que tenha sido eleito nas urnas.
E aquele que o repudia mas cala e consente é um cobarde.
Esta é provavelmente a postura mais difícil de justificar e a pior das hemorragias. A que mais dói e mata.»
(*) Julio Ortega (Casma, 1942) é um escritor e crítico literário peruano
Fonte: