Ontem chamaram-me a atenção para uma reportagem da TVI no Jornal da Noite, em que apresentava a brutalidade nua e crua dos touros de morte em Barrancos, como se estivessem a falar de ópera...
Não quis acreditar e fui investigar…
Em nome da “tradição” a estupidez mantém-se numa terra que vive mergulhada num medievalismo tremebundo… Repare-se na expressão do desventurado Touro… entre os aplausos de alienados mentais….
Era verdade. Quase no final do telejornal, a TVI mostrou em toda a sua crueza moral, cultural e social uma das mais repugnantes e estúpidas práticas que conspurcam a sociedade portuguesa.
E como foi aterrador ver e ouvir aquela gente rude, inculta, encruada, primitiva, num lugar que mais parecia um adro medieval, onde os brutos se divertiam boçalmente.
Anda-se a vender por aí um Portugal para inglês ver, esquecendo-se o outro lado, o lado negro, hediondo e feroz de um Portugal selvático.
Aquelas imagens que a TVI teve a indignidade de transmitir, mostraram ao país o profundo atraso civilizacional, moral e cultural em que o governo português teima em manter uma população que acredita piamente que aquela selvajaria (avalizada por Jorge Sampaio) é uma “tradição” digna de ser preservada. Dão sangue ao povo, para o manter apaziguado, como nos tempos do Circo Romano. Viu-se crianças a brincar às touradas, imagens que me chocaram profundamente, porque aquelas crianças estão condenadas a ser imbecis o resto da vida, se ninguém fizer nada por elas urgentemente.
Ainda se a TVI aproveitasse a filmagem para condenar a brutalidade, a crueldade, a violência e o crime lesa-infância que ali está a ser cometido!!!!
Mas não! Ao que se viu, a TVI transmitiu “aquilo” com o mesmo fervor com que transmitiu as cerimónias da ida do Papa Francisco a Fátima.
Como é possível que uma estação de televisão desça a um nível tão baixo?
Não se contentou em transmitir uma tourada no antro do campo pequeno, a tourada à corda na Terceira e a “festa” do barrete verde em Alcochete. Ainda teve de ir a Barrancos exaltar o inexaltável. Fazer a apologia da selvajaria tauromáquica numa época em que “isto” está a ser repudiado em todo o mundo civilizado.
Quanto retrocesso, TV I(NCOERENTE).
Isabel A. Ferreira
De um amigo, recebi, hoje, a seguinte mensagem:
«Ontem, 4ª feira, no "Frente a Frente" da SIC Notícias (Jornal da Noite - às 21h30), a "deputada da Cultura" Gabriela Canavilhas, apresentou uma novidade: o PS vai entregar no Parlamento uma proposta (que é da autoria da ex-ministra da Cultura) para possibilitar aos contribuintes fazerem a doação de uma percentagem do IRS (0,5%) para a Cultura, não tendo adiantado pormenores».
Ora tendo em conta que Gabriela Canavilhas, apesar de todos os seus “pergaminhos”, é aficionada da selvajaria tauromáquica, e que o secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro de Portugal, António Costa, também é um aficionado de touradas, é necessário saber de que CULTURA se trata, uma vez que estes dois socialistas colocam a tauromaquia no mesmo patamar da Cultura Culta, ou seja, coloca essa selvajaria ao nível das Artes Plásticas, da Música, do Cinema, da Literatura, da Poesia, da Arquitectura e do Bailado, não tendo capacidade de discernir entre uma coisa e outra.
Além de que cerca de 40 municípios portugueses, entre os 308 que existem em Portugal, portanto, uma minoria de localidades onde a evolução ficou à porta, CULTIVAM com os nossos impostos, e sem nos pedirem licença, a tal “cultura selvática” entre outras pimbalhadas.
Se por um acaso, no futuro, esta ideia de doar 0,5% do IRS para a “cultura” for aprovada, é necessário que a deputada Gabriela Canavilhas e o Partido Socialista fiquem cientes de que terão de colocar em cima da mesa das “negociações” a ABOLIÇÃO DA TAUROMAQUIA, e isto antes de apresentarem o referido projecto, pois não vá o diabo tecê-las, e de boas intenções está o inferno cheio.
Portanto, aqui deixo a pergunta:
De que “cultura” está a deputada socialista Gabriela Canavilhas a falar?
E também o recado:
O Partido Socialista se não muda o rumo da política de direita que tem vindo a pôr em prática, apoiando, entre outras coisas antigas, “diversões” marialvistas, oriundas de tempos remotos, onde imperava a crassa ignorância, e se não segue os padrões da modernidade e da evolução das mentalidades, bem pode começar a envergar as vestes rasgadas e sujas da pobreza de espírito, que caracteriza os outros partidos da direita, e preparar-se para uma derrota.
É que, nos tempos que correm, o partido que tiver a dignidade cívica de propor a abolição da lei que permite torturar seres vivos para qualquer tipo de DIVERSÃO IRRACIONAL, terá o respeito e a apoio de 86% do eleitorado que abomina estas práticas selvagens e primitivas, num Portugal que se quer MODERNO e CIVILIZADO.