Eis a carta que a Susana de Faria, do “Gabinete de Apoio aos Provedores”, da RTP, enviou aos telespeCtadores que escreveram a Jorge Wemans, que dizem ser provedor do “telespetador” (seja lá o que isto for…) a protestar pela transmissão de touradas (leia-se actividade selvática, cruel e violenta) no canal público.
Talvez se fosse Provedor do TelespeCtador (como deve ser em Bom Português, e tal como o saudoso Jaime Fernandes) o senhor Wemans teria respondido de um modo mais condizente com os direitos dos telespeCtadores que lhe pagam o salário e os salários dos que mandam na RTP, canal público de televisão que esbanja o erário público a transmitir selvajaria tauromáquica, apenas para servir o pequeno e apoucado lobby tauromáquico.
Esta foi a postura de um autêntico Provedor, Jaime Fernandes, que soube ler as mensagens dos que, em maioria, protestaram contra a transmissão da barbárie, na RTP, estação pública de televisão.
Eis a carta, escrita à moda brasileira (com excePção de telespeCtador, que os Brasileiros salvaram da mutilação, e só os portuguesinhos muito ignorantes escrevem incorreCtamente), que diz da absoluta inutilidade de um cargo, que existe não para ser porta-voz das queixas dos telespeCtadores, mas para ser o yes-man dos patrões, não podendo desautorizá-los.
Pasmemo-nos com a resposta do senhor Wemans (fiz questão de grafar a vermelho os erros ortográficos, como é da praxe escolar, porque em Portugal escreve-se à moda portuguesa):
«Exmo(a) Senhor(a)
Encarrega-me o Senhor Provedor do Telespetador de lhe transmitir a seguinte resposta à mensagem que lhe enviou:
"Agradeço a sua mensagem.
Ela é em tudo semelhante a outras que recebi com igual teor. Houve mesmo defensores da sua posição que me enviaram mais do que uma mensagem. Também tenho recebido mensagens favoráveis à transmissão de touradas pela RTP. Já no ano passado, ao tomar posição sobre esta matéria, indiquei claramente que a decisão quanto à interdição da televisão pública transmitir touradas não deve estar dependente da opinião dos seus diretores, ou do seu presidente.
De facto e como certamente saberá, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social pronunciou-se favoravelmente à transmissão de touradas. Também o Parlamento, em assunto conexo, voltou, há menos de um mês, a chumbar diploma para acabar com as touradas.
Neste contexto e para além da minha opinião pessoal não creio que a RTP deva desautorizar as instâncias que regulam a sua atividade, interditando o que estas aprovam.
m/ cumprimentos,
Jorge Wemans
Provedor do Telespetador»
***
Inacreditável! Inconcebível!
Senhor provedor do “telespetador” (o que será isto!) o senhor quando aceitou o cargo sabia ao que ia?
Missão dos Provedores
Os Provedores do Ouvinte e do TelespeCtador têm por missão:
E sabe o que o senhor Wemans fez ao dar esta resposta?
Simplesmente fez ouvidos de mercador aos protestos dos inúmeros telespeCtadores que lhe escreveram, e vergou-se à também inútil ERC, que de ÉTICA nada sabe e está nitidamente ao serviço do pequeno e apoucado lobby tauromáquico, e vergou-se igualmente ao Parlamento, que não é bom exemplo para ninguém, uma vez que a maioria dos parlamentares está-se nas tintas para o senso comum, e também está ao serviço do pequeno e apoucado lobby tauromáquico.
Tenho muitas coisas de que me envergonhar neste meu infortunado País, que não tem culpa de quem nele desmanada. E esta é mais uma.
Demita-se senhor Wemans.
Não está a cumprir a sua missão, e não merece o salário que lhe pagamos. Os pró-tourada também pagam impostos, mas são uma minoria que envergonha o país. E se vivêssemos em Democracia, o Parlamento ouviria a voz da maioria, e não obedeceria tão servilmente ao pequeno e apoucado lobby tauromáquico, que só existe para encher os bolsos a duas dezenas de parasitas da sociedade portuguesa.
Isabel A. Ferreira
No programa Voz do Cidadão, que pode ser revisto aqui:
https://www.rtp.pt/play/p3305/voz-do-cidadao
transmitido na RTP 1, no passado dia 11/11/2017, a pergunta crucial foi: «Deve a televisão pública transmitir touradas?» O actual Provedor do TelespeCtador da RTP, Jorge Wemans, respondeu: «Eu penso que não…»
Mas…
Quem mada na RTP não é o senhor Wemans; nem a esmagadora maioria dos telespectadores que para lá escrevem, indignados com a transmissão de tortura ao vivo; nem é o senhor Daniel Deusdado, director de programas; nem é o aficionado Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração… Ninguém manda… Então quem manda?
Manda o lobby tauromáquico, instalado na Assembleia da República, disse (por outras palavras obviamente), o senhor Wemans.
Só o facto de a RTP, no ano 2017 d. C., estar a discutir esta matéria, já diz do baixo nível civilizacional em que Portugal está mergulhado.
Veja-se o que a RTP transmite em directo. E a questão é a seguinte: isto é arte? Isto é cultura? Isto faz parte de alguma tradição civilizada, digna do Homem civilizado?
E a loucura é tal, que acham que não se passou nada. Nem sequer se respeitam uns aos outros. Para os aficionados, a vida dos tauricidas não vale nada.
Vi e ouvi este programa da Voz do Cidadão com a atenção de um lince. E pasmei com as declarações de alguns dos envolvidos, nomeadamente dos que querem, porque querem, fazer da tortura de seres vivos sencientes, da violência, da crueldade, da estupidez que é este costume bárbaro (nada tem a ver com tradição) , uma “coisa” cultural e artística, como se todos nós fossemos muito estúpidos.
Comecemos por Luís Capucha, que acha, porque acha, que lá por, em tempos que já lá vão, a selvajaria tauromáquica ter dado alguma audiência à RTP, as coisas continuam iguais. Não continuam iguais. O mundo evoluiu. Já há mais informação sobre esta prática selvática. A RTP só perde audiências com a transmissão desta barbárie. Luís Capucha ainda não se deu conta de que Portugal está no século XXI d. C.. Vive metido na caverna, e não vê que o mundo avançou no tempo.
Depois vem o Jorge Palma, que eu não sabia que era aficionado (e perdeu uma fã, e até já o coloquei na lista dos
Nomes de figuras públicas portuguesas que apoiam e/ou actuam em touradas
a fazer a apologia da tourada, como se a tourada fosse um concerto de música.
Este também ficou especado na Idade Média.
Os aficionados dão respostas chapa 5. Enchem a boca com palavras das quais não sabem o significado.
Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração da RTP, numa tourada, transmitida pela RTP, no campo pequeno, logo após a primeira pega (pega que lhe foi brindada) veio a público falar em património cultural, em tradição que é preciso preservar… Sabe lá o que é património cultural e tradição! Veja aqui a espécie de património cultural que é a selvajaria tauromáquica, que mata Touros e Cavalos, e mata também forcados e toureiros, ou deixa-os mutilados.
Um forcado que ficou tetraplégico, e depois foi abandonado pelos aficionados...
Nota: este vídeo foi removido do YouTube por violar os termos do YouTube, ou seja, por MOSTRAR a verdade nua e crua, da crueldade e estupidez numa tourada.
A ARTE não mata, nem mutila. E se a crueldade, a violência, o sangue derramado nas arenas é cultura, será apenas cultura troglodita, que nem os homens das cavernas cultivaram. Eles deixaram-nos a Arte Rupestre, e os tauricidas deixam-nos esta obra de arte estendida no chão:
Esta é arte final de uma tourada, ensinada aos que virão a ser os sádicos do futuro, com o aval de todas as autoridades…
Depois ficam muito ofendidos, quando lhe chamamos cobardes, carrascos, ignorantes, pois a tauromaquia não passa da arte da mais pura cobardia e estupidez.
Depois veio o Paulo Pessoa de Carvalho, da prótoiro exigir respeito e liberdade. Respeito e liberdade por e para carrascos? Por e para torturadores de seres vivos? A pretender opções? Escolhas? Como se a tortura pudesse ser melhorada? Não há nada a melhorar na tortura. Tortura é tortura. Ponto final. E carrascos não merecem respeito. E a tortura não faz parte do conceito de liberdade.
Até as crianças bem formadas sabem o que são as touradas. Este conjunto de imagens fazem parte de um trabalho elaborado por alunos do 9º ano, e que pode ser visto na íntegra neste link:
https://pt.slideshare.net/paulamorgado/touradas-contra
Espero que os aficionados de selvajaria tauromáquica tenham aprendido alguma coisa, com estas crianças.
Lá mais para o final do programa, vem novamente Luís Capucha, que dizem ser professor (se é, pobres alunos!), que disse esta coisa extraordinária:
«Os ataques à tauromaquia nunca têm a ver com os maus-tratos aos animais, mas sim com a imposição de uma ditadura cultural…».
Imposição de uma ditadura cultural? A Civilização? A Cultura Culta? São ditadura cultural?
Se isto não fosse extremamente trágico, daria para nos rirmos.
Senhor Luís Capucha o que ensina aos seus alunos?
Veja do que falamos, quando falamos da selvajaria tauromáquica:
Concluindo: a tauromaquia é uma prática macabra, cruel, violenta, medievalesca, que só mentes completamente deformadas acham que é arte e cultura.
E há mais a ter em conta:
Isto, diz quem sabe, quem viu, quem conhece os bastidores de uma tourada. Escusam de desmentir.
A tauromaquia a ser arte, é a arte da cobardia, e a ser cultura, é a cultura de trogloditas.
Tenham todos vergonha na cara, e evoluam. Dêem o salto para o século XXI depois de Cristo. Quanto à RTP, saia da caverna! Envergonham Portugal e a Humanidade com essa vossa postura medievalesca.
E para que não morram sem saber das coisas, aconselho a todos que leiam estes textos:
O moderno vocabulário da tauromaquia
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/o-moderno-vocabulario-da-tauromaquia-491355
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/22410.html
Isabel A. Ferreira
Isabel A. Ferreira
Na sequência da CARTA ABERTA A GONÇALO REIS, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA RTP a propósito das lamentáveis declarações públicas que este fez, referentes à intenção de continuar a parceria com o campo pequeno, para transmissão de touradas na estação pública de televisão, recebi do Provedor do Telespectador a seguinte mensagem:
(Nota: os erros ortográficos são da responsabilidade de quem escreveu a mensagem)
| 16:35 (há 1 hora) | |||
|
Exmo(a) Senhor(a) Encarrega-me o Senhor Provedor do Telespetador de lhe transmitir a seguinte resposta: Agradeço a sua mensagem. O Presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, exprimiu a sua opinião favorável às touradas, congratulou-se com a sua transmissão televisiva e sublinhou que a parceria Campo Pequeno-RTP “é para continuar”. Mas também referiu com clareza que a decisão de transmitir touradas é da responsabilidade do Diretor de Programas. Este já exprimiu publicamente que, pessoalmente, é contra as touradas. A intervenção do presidente da RTP não é decisiva, mas vem colocar mais pressão sobre o Diretor de Programas da RTP1 para que continue a transmitir touradas. Darei conhecimento da sua queixa a quem de direito e penso tratar esta questão em próximo programa Voz do Cidadão.
m/ cumprimentos,
Jorge Wemans
Provedor do telespetador”
Susana de Faria
Gabinete de Apoio aos Provedores
***
Eu agradeço a gentileza da resposta.
Contudo quero acrescentar o seguinte: este jogo de pingue-pongue, este empurrar a responsabilidade para o DireCtor de Programas, que já disse ser contra a transmissão de touradas, é algo que não fica bem a um administrador.
Se existe na RTP um DireCtor de Programas, em princípio, ao DireCtor de Programas deveria ser dada a liberdade de seleCcionar os programas de acordo com os interesses dos telespeCtadores, e sabemos como é esmagador o número de telespeCtadores que se indignam com a transmissão se selvajaria tauromáquica na estação pública de televisão, até porque torturar seres vivos e transmitir essa tortura em direCto não é do interesse público, nem no mais remoto e atrasado país do mundo, quanto mais num país integrado numa Europa culta.
Ora se o senhor Gonçalo Reis referiu com clareza que a decisão de transmitir touradas é da responsabilidade do DireCtor de Programas, e se o DireCtor de Programas já exprimiu publicamente que, pessoalmente, é contra as touradas, e se a intervenção do presidente da RTP não é decisiva, qual o motivo desta pressão sobre o DireCtor de Programas da RTP 1 para que continue a transmitir touradas, senão o da subserviência ao lobby tauromáquico instalado no poder?
Sabemos que o anterior Provedor do TelespeCtador, Jaime Fernandes, que era assumidamente contra as touradas, já havia recomendado à RTP a não transmissão de touradas (não é para isso que servem os provedores dos telespeCtadores?) devido ao elevado número de queixas contra a transmissão dessa selvajaria numa televisão pública, paga com os impostos dos portugueses que, maioritariamente (mas muito maioritariamente), abominam a selvática prática de torturar bovinos, para divertir sádicos, algo que nada tem a ver com cultura, nem com arte, nem com tradição, nem com coisa nenhuma que pertença à condição e aos valores humanos.
Um destes dias, estive a ouvir a Voz do Cidadão (suponho que no sábado passado, em “repescagem”, pois não vejo, nem verei a RTP, enquanto esta não evoluir), porque me chamaram a atenção para o assunto da não transmissão dos Mundiais de Atletismo de Londres, nos quais estavam a participar atletas portugueses de alto nível, e seria do interesse público transmiti-los, até porque a lei recomenda, por limitações de carácter financeiro.
Bem sei que transmitir os Mundiais de Atletismo de Londres, que interessava a todo o país, não é a mesma coisa que transmitir a selvajaria do campo pequeno, que só interessa a uma minoria, muito minorca, sádica, inculta e encruada. Não é. Mas será que transmitir touradas para essa minoria sádica, “coisa” que até baixa significativamente as audiências da RTP, dá mais lucro do que os Mundiais de Atletismo?
Senhor Provedor do TelespeCtador, fico a aguardar com bastante curiosidade, a abordagem desta questão num próximo programa Voz do Cidadão.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira