Quinta-feira, 22 de Novembro de 2018

Sobre a vergonha do que se passou no programa «Prós & CONTRAS" da RTP1 no passado dia 19 Novembro

 

Um texto de Carlos Ricardo, que subscrevo na íntegra.

 

HÉLDER.jpg

É óbvio que quem assim fala não sabe do que fala, mas também é óbvio que contribui, de um modo extraordinário, para a Causa da Abolição das Touradas.

Continuem a falar assim. Os Touros agradecem, e a Humanidade também.

Origem da foto:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2395262210547348&set=a.401000183306904&type=3&theater

 

Texto de Carlos Ricardo publicado no Facebook:

 

«Quando há debates sobre touradas, aparecem sempre e apenas 2 personagens: Hélder Milheiro e o ganadeiro Joaquim Grave.


Todos sabemos que a tauromaquia tem pouca gente, mas aparecerem sempre e só aqueles 2, leva a pensar...

 

Este Hélder Milheiro (e o Grave e o Capucho também) é efectivamente execrável, mas o que se passou no programa "Prós e Contras" da passada 2ªf (19 Novº) a GRANDE CULPADA foi a Fátima Campos Ferreira que PROPOSITADAMENTE permitiu aos tauromáquicos as constantes interrupções e tentativas de humilhação aos anti-touradas que tentaram, até ao fim, um debate educado e civilizado. Esta Fátima, é useira e vezeira em atitudes idênticas, pelo menos nos dois programas dedicados à tourada que efectuou. Num deles eu estive lá...


E mais, dado tratar-se de uma matéria bastante fracturante, permitiu-se convidar para a mesa dos tauromáquicos, apenas indivíduos que vivem deste espectáculo, para além de convidar para a assistência (com possibilidade de intervenção, o que aconteceu) apenas autarcas de câmaras onde a tauromaquia está instalada e que esses mesmos autarcas apoiam e incentivam.


Por tudo isto, no que toca a touradas, considero a Fátima Campos Ferreira uma pessoa absolutamente tendenciosa, tudo levando a crer que este último programa só teve um objectivo: fazer a apologia da tourada!!!


E, já agora, PORQUE É QUE, NO FINAL DO PROGRAMA, NÃO MOSTROU OS RESULTADOS FINAIS DA VOTAÇÃO "PAXVOICE". É que parece que o NÃO ao abaixamento do IVA nas touradas, ganhou...!!

 

Carlos Ricardo»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:59

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Sábado, 8 de Novembro de 2014

«ÉTICA E TOURADAS – A TORTURA DOS TOUROS»

 

Toda a verdade perversa sobre a crueldade das touradas, num excelente artigo

 

«Tal como os autos de fé, os suplícios e as execuções públicas e outros barbarismos próprios de séculos de obscurantismo – também, a médio prazo, as touradas estão condenadas a desaparecer dos raros países onde ainda são toleradas»

 

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Esta expressão diabólica diz tudo sobre a índole perversa dos toureiros

 

Por António Maria Pereira

(Advogado)

 

«O Boletim da Ordem dos Advogados, dando largas a uma surpreendente "afición", publicou no seu último número quatro artigos sobre tauromaquia em que, com excepção do primeiro, da autoria do Prof. Silvério Rocha Cunha, que é imparcial, os três restantes, escritos por óbvios aficcionados, procuram esforçadamente justificar a festa brava. Mas o entusiasmo da Revista pelo espectáculo de touros é tal que foi ao ponto de acolher nas suas páginas um panegírico da tourada da autoria de um conhecido aficcionado cuja profissão é de médico veterinário (!).

 

O elogio da festa brava num boletim da Ordem dos Advogados parece- me totalmente deslocado e desqualifica a revista. O Boletim fez-se para debater assuntos que possam interessar os advogados mas nunca para apoiar o lobby dos touros num debate que divide a sociedade portuguesa mas que não interessa particularmente aos advogados (com excepção de alguns aspectos jurídicos que praticamente não foram abordados).

 

De qualquer modo, para que não fiquem sem resposta os principais argumentos dos aficcionados, vou tentar comentá-los nas linhas que se seguem.

 

O movimento universal de protecção dos animais corresponde *a uma exigência ética e cultural universal, *consagrada na Declaração Universal dos Direitos do Animal (1978), em numerosas convenções internacionais e em centenas de leis, incluindo leis constitucionais, dos países mais adiantados do universo.

 

Nas suas diversas formulações todos esses diplomas têm um denominador comum: o da preocupação com o *bem-estar* dos animais envolvendo antes de mais, a *condenação de todos os actos de crueldade*; mas para alem dessa preocupação, um número cada vez maior de correntes zoófilas defende o reconhecimento aos animais de autênticos *direitos subjectivos.*

 

O debate sobre esses temas, iniciado aquando do arranque da era industrial, na segunda metade do Século XIX, ampliou-se a partir da criação, após a última grande guerra, das grandes instituições europeias e mundiais (Conselho da Europa, União Europeia e UNESCO) e actualmente trava-se em várias universidades onde se ministram cursos sobre os direitos dos animais (é o caso das Universidade de Harvard, Duke e Georgetown nos Estados Unidos e Cambridge na Inglaterra). Numerosos e qualificados autores têm intervindo nesse debate, iniciado com as obras pioneiras dos já clássicos Tom Reagan e Peter Singer. Em Portugal a discussão tem decorrido sobretudo na Faculdade de Direito de Lisboa graças designadamente aos contributos dos Profs. António Menezes Cordeiro e Fernando Araújo e ainda nas Faculdades de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Coimbra. Como nota o Prof. Fernando Araújo em "A Hora dos Direitos dos Animais" a bibliografia sobre este tema compreende actualmente cerca de 600 títulos (!)

 

Não se trata, portanto, de um assunto esotérico cultivado por uns tantos iluminados vegetarianos mas sim – tal como os direitos do homem – de uma componente muito importante da cultura ocidental; a tal ponto que a obrigação para os Estados da União Europeia, de garantirem o bem-estar animal está hoje formalmente consagrado em protocolo vinculativo anexo ao Tratado de Amesterdão.

 

Não há tempo, neste artigo, que tem como tema as touradas, para entrar no debate sobre os direitos dos animais. Partamos, por isso, de uma conclusão em que todos esses autores – mesmo os que não aceitam a atribuição de direitos aos animais – convergem: a de que *são absolutamente contrários à ética os actos de crueldade gratuita para com os animais.*

 

Esta é sem dúvida uma conclusão pacífica não só para os zoófilos mas também para o homem comum em geral e até para os próprios aficcionados. Com efeito, se se perguntar a qualquer pessoa (incluindo aficcionados de touros, organizadores de combates de cães e de tiro aos pombos, etc.) se concordam que se torturem animais, é praticamente certo que responderão pela negativa. E no entanto, contraditoriamente, eles torturam ou organizam a tortura de touros, de cães e de pombos.

 

*O óbvio sofrimento dos touros*

 

É óbvio que os touros sofrem quer antes, quer durante, quer após as touradas. A deslocação do animal do seu habitat, a sua introdução num caixote minúsculo em que ele se não pode mover e onde fica 24 horas ou mais, o corte dos chifres e as agressões de que é vitima para o enfurecer; ao que se segue a perfuração do seu corpo pelas bandarilhas que são arpões que lhe dilaceram as entranhas e lhe provocam profundas e dolorosas hemorragias; e finalmente, na tourada à portuguesa, o arranque brutal dos ferros; e tudo isto já sem se referir a tortura das varas e do estoque na tourada à espanhola – representam sem quaisquer dúvidas sofrimento intenso e insuportável para um animal tão sensível que não tolera as picadas das moscas e as enxota constantemente com a cauda quando pasta em liberdade.

 

A SIC exibiu há tempos um documentário sobre o que se passa na retaguarda das touradas. Quando chegou à fase final do arranque das farpas o funcionário da praça não permitiu a filmagem por a considerar demasiado impressionante. Mas pudemos ouvir os horrendos uivos de dor que o animal emitia dos seu caixote exíguo e que eram de fazer gelar o sangue dos telespectadores.

 

Na tourada à espanhola com picadores o quadro ainda é mais cruel: o touro é perfurado ainda mais profundamente pela comprida e afiada ponta da "puya" que lhe rasga a pele, os músculos e os vasos sanguíneos, provocando-lhe intencionalmente uma dor intolerável e uma abundante hemorragia, enquanto um cavalo, de olhos vendados, é corneado pelo touro enraivecido e com frequência derrubado e ferido – e tudo isto para gáudio de uma multidão que a cada novo ferro cravado e a cada nova e mais profunda perfuração da vara, vibra com um gozo em que a componente sádica é óbvia.

 

Perante a evidência de que o touro sofre - e sofre intensamente - ao ser toureado, os aficcionados desdobram- se em atabalhoadas tentativas de justificação que não obedecem a um mínimo de razoabilidade, atingindo algumas vezes as raias do surrealismo.

 

É o que faz o Dr. Joaquim Grave no artigo publicado no Boletim ao afirmar que "só se pode pronunciar sobre os aspectos éticos da tourada quem conhece o espectáculo". Conclusão esta que, salvo o devido respeito, é completamente absurda, certo como é que *os aspectos cruéis acima referidos são óbvios para quem quer que os presencie *não sendo necessário estudar tauromaquia para chegar à conclusão de que o touro é objecto de grande sofrimento ao ser farpeado e estoqueado.

 

*Ética e tortura dos touros*

 

Afirma ainda o Dr. Joaquim Grave que "na corrida existe uma certa ética na relação homem/animal, ou, por outras palavras, e contrariamente ao que afirmam os que a não conhecem, na corrida o touro não é tratado como uma coisa, já que não se lhe pode fazer qualquer coisa indiscriminadamente".

 

Falar em ética para justificar a cruel agressão, com perfuração por ferros, a um animal abruptamente arrancado ao seu habitat é um absurdo, um "non sense". Absurdo esse que atinge os limites do surrealismo ao sustentar-se que, no domínio do tratamento cruel, haveria crueldades que a ética permite (as farpas, a puya, o estoque) e outras que a tal ética não autorizaria. Como não se exemplifica de que crueldades se trata suponho que o autor se queria referir, por exemplo, às bandarilhas de fogo ou a cravar farpas nos olhos do touro.

 

Tudo isto é absurdo. *ética exige que não se inflija qualquer sofrimento cruel ao touro, ponto final. Se esse sofrimento resulta dos ferros cravados ou de qualquer outra coisa "que não é costume executar nas touradas", é aspecto completamente irrelevante à luz da ética e insustentável em face da razão e do bom senso.*

 

Tentando de novo invocar a ética para justificar a barbárie da tourada, o Dr. Joaquim Grave mais adiante afirma que "a ética tauromáquica é pois a seguinte: respeita-se a natureza do touro, combatendo-o, pois é um animal de combate".

 

Uma vez mais estamos perante um falso argumento em que a má-fé é evidente: o touro é um animal inofensivo quando no seu habitat; mas é evidente que tem, como todos os animais, o instinto de defesa que o leva a atacar quando agredido. Ele é vítima de uma maquinação cruel de quem o retira do seu habitat, o encerra numa praça e depois o agride cravando-lhe ferros.

 

A conclusão do artigo está à altura da argumentação: "sendo o touro um ser por natureza bravo, ele realiza o seu grande bem lutando, ele realiza a sua natureza de lutador na luta e ele realiza-se plenamente a ele próprio na corrida e pela corrida".

 

Lê-se e não se acredita: o infeliz touro, que é levado à força de seu habitat e depois perfurado com farpas, com a "puya", ou estoqueado, que quando não é morto acaba a tourada com feridas profundas e pastas de sangue a escorrer pelo lombo, esse sacrificado animal seria afinal uma espécie de bombista suicida, que se realizaria plenamente pelo seu próprio sofrimento e morte em combate...

 

Estamos aqui uma vez mais no reino do absurdo. Como é óbvio, ao contrário do bombista suicida que procura alegremente a morte o pobre touro, se pudesse falar, diria com certeza que o seu único desejo era nunca sair da lezíria e continuar a pastar pacificamente.

 

*O toureiro - grande defensor dos touros??*

 

Também o Dr. João Vaz Rodrigues, num artigo com pérolas de poesia surrealista como aquela, em que "repudia a hipocrisia de quem sacrifica de bom grado a vida de uma singela flor para preencher emocionalmente um desígnio de vaidade e verbera veementemente o sangue de um animal cujo destino é exactamente o de morrer na arena, por que não? acrescentando "que bem sei que a flor não se manifesta da mesma maneira mas morre igualmente sacrificada à emoção, " remata com esta frase lapidar: quem defende o touro é o próprio toureiro e os demais que respeitam a festa. Sem este aquele sofre sérios riscos de extinção".

 

Ao longo de todo este artigo, para além da nostalgia do autor "por já não conseguir assistir à caça à baleia ou aos banhos de espuma sanguinolenta da "copejada" do atum de Tavira" (Freud poderia dar aqui um contributo importante para a explicação de tal "nostalgia") o único argumento que sobressai é o do receio da extinção da espécie taurina caso as touradas acabassem.

 

Tal como os outros, este argumento não procede, certo como é que, se necessário, se poderia facilmente criar reservas de touros, tal como existem reservas de búfalos.

 

Resta a pasmosa afirmação de que " quem defende o touro é o próprio toureiro (!!!)". Na mesma linha de argumentação pode afirmar-se que quem defende a vítima da tortura é o torcionário. Ora aqui está um bom argumento para uso dos advogados defensores dos réus que no Tribunal Internacional de Haia e noutros tribunais são acusados de crimes contra a humanidade: ao torturarem e executarem barbaramente milhares de muçulmanos na Bósnia os torcionários estavam afinal a defender as suas vítimas! Credo que absurdo!... É claro que não vale a pena discutir nestes termos de irracionalidade.

 

*Em conclusão, o certo é que nenhum dos aficcionados autores dos textos publicados no Boletim da Ordem dos Advogados - como nenhum aficcionado em qualquer parte do mundo - conseguiu ou conseguirá jamais demonstrar, de boa-fé, que os touros não sofrem ao serem lidados.* Sofrimento esse que não tem qualquer justificação a não ser o prazer sádico e emotivo de quem a ele assiste.

 

E a confirmação desse sadismo está nesta atitude: quando se propõe a um aficcionado que as farpas em vez de terem arpões de ferro tivessem ventosas, - como já aconteceu nos Estados Unidos – a sugestão é logo afastada com indignação. O que o aficcionado sobretudo quer é ver o sangue, é deliciar-se com o sofrimento do touro.

 

*As touradas ofendem por isso um princípio fundamental da ética que impende sobre qualquer pessoa que se preocupe em pautar os seus actos pelos ditames da moral e da ética.*

 

As touradas foram proibidas em Portugal por Decreto de 1836, da iniciativa do então l.º Ministro Passos Manuel, por já então, conforme se lê no Decreto, "serem consideradas um divertimento bárbaro e impróprio das nações civilizadas, que serve unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade".

 

De então para cá, e apesar do retorno das touradas, o certo é que cada vez mais se acentua a repulsa dos países civilizados por esse barbarismo medieval. Em Portugal, segundo sondagem recente, a percentagem de portugueses que não gosta de touradas é de 74,5 % contra 24,7 que ainda gosta (Vd. "Público" de 26.08.02).

 

Tal como os autos de fé, os suplícios e as execuções públicas e outros barbarismos próprios de séculos de obscurantismo – também, a médio prazo, as touradas estão condenadas a desaparecer dos raros países onde ainda são toleradas.

 

Fonte:

http://www.eco-gaia.net/forum-pt/index.php?topic=222.0

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:06

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Terça-feira, 30 de Julho de 2013

JOAQUIM GRAVE É MANDATÁRIO PARA O ENTERRO DA TAUROMAQUIA EM SANTARÉM

 

Quem não tem vergonha na cara e está a ver que o poder lhe escapa das mãos, usa destes estratagemas para angariar votos numa terrinha com um atraso civilizacional acentuado, onde ainda existe uma fatia de povo que não sabe distinguir um boi de um palácio.

 

 

Se isto não fosse GRAVE, poderia dar para rir…

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:40

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Domingo, 3 de Fevereiro de 2013

«QUEM QUER FESTA BRAVA QUE DANCE O TANGO ATÉ FICAR SEM BOFES»

 

 

 

«A tauromaquia tem um futuro inexistente»

 

O jornal “O Mirante”, publicou no dia 20 do corrente mês, um artigo intitulado: “Memórias de toiros Murteira Grave que faziam tremer as pernas a toureiros e forcados”.

 

Joaquim Grave filho, num jantar convívio no clube taurino vila-franquense, ao recordar o pai, proferiu a seguinte afirmação:

 

Hoje não há tempo para os toiros se criarem mas não concordo com os aficionados que dizem que a tauromaquia tem um passado glorioso, um presente decadente e um futuro inexistente. O segredo dos ganaderos e dos aficionados é saber acompanhar os tempos”.

 

A afirmação só vem provar que até os aficionados sabem que as touradas têm um futuro inexistente. Obviamente que ele discorda porque quando as touradas acabarem, acaba-se o negócio e os subsídios.

E como o negócio vive à conta dos aficionados, está tudo dito.

 

 

Prótouro

Pelos touros em liberdade»

 

http://protouro.wordpress.com/2013/01/22/a-tauromaquia-tem-um-futuro-inexistente/comment-page-1/#comment-969

 

***

 

O segredo dos ganadeiros, dos tauricidas e dos aficionados é viverem num país onde existe um governo que não evoluiu e uns legisladores com mente pequena e uma Igreja Católica cúmplice.

 

Os ganadeiros, os tauricidas e os aficionados se vivessem num país civilizado, já estariam há muito, mas há muito tempo a cavar batatas lá no quintal deles.

 

No entanto, para eles, o FUTURO é realmente INEXISTENTE.

 

E o passado ficará para a História como um período NEGRO, onde gente sem alma torturava Touros e Cavalos para se divertir, tal como os romanos em tempos atrasados, governados por imperadores dementes se divertiam a ver torturar gladiadores e animais não humanos. E lançavam seres humanos à fogueira. E aplaudiam, tão sádicos, como os aficionados de hoje.

 

O presente é o que é: os tauricidas estão com os pés enfiados na cova, onde se hão-de enterrar muito brevemente.

 

Muito brevemente.

 

E como diz o Lviz MB G: «Dediquem-se aos desportos radicais, já que são tão valentes; atirem-se das montanhas ou das pontes, partam tijolos com a cabeça, cuspam fogo no circo, mas deixem de ser estúpidos e boçais com os animais. Quem quer festa brava que dance o tango até ficar sem bofes. Que se lixe essa porcaria de tradição - como tantas outras

 

Eis óptimas alternativas para os tauricidas.

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:21

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Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2013

MAIS UMA PÉROLA, DESTA VEZ DE UM AFICIONADO CHAMADO JOAQUIM GRAVE, QUE SE DIZ “VETERINÁRIO”… NA TERRA DO NUNCA, TALVEZ!...

 

 

Quando li o texto, não queria acreditar!

 

O que li é de uma tão inenarrável cretinice, que não pode ter vindo de alguém que se diz “veterinário”, de alguém que frequentou uma Universidade. Não pode ser. É impossível!

 

Este sujeito enganou-se. Devia ter frequentado uma escola onde a disciplina principal foi a Estupidez, e pensou que era uma Faculdade de Medicina Veterinária.

 

Espero que não esteja ligado à Ordem dos Médicos Veterinários Portugueses, porque se está, e sendo a VERGONHA da classe, a Ordem será um órgão sem brio e prestígio.

 

É por estas e por outras como estas que a tauromaquia está a afundar-se vertiginosamente.

 

Obrigada, Joaquim Grave, pela excelente contribuição que deu com esta declaração parva, para a aceleração da Abolição das Touradas.

 

E não se esqueça: enterrá-la-emos até ao final deste ano de 2013. Por isso, lá se vai o seu sonho de ser Deus e CRIAR um Touro à medida da sua ganância e da sua ignorância.

 

Mas vamos ler o texto, que vem publicado no blog PRÓTOURO, e o qual eu subscrevo inteiramente:

 

O VETERINÁRIO QUE SE CRÊ UM DEUS

 

«O veterinário Joaquim Grave, numa entrevista dada dia 9 de Janeiro a um website tauromáquica, crê-se um deus, senão atente-se nestes desvarios:

 

"Procuro criar o toiro dos meus sonhos, não no sentido de criar, produzir, alimentar, mas sim no sentido de criar um animal novo, único, uma obra, um ser diferente que se comporte como eu quero, como eu sinto".

 

"O toiro murteira grave está em contínua evolução, é assim que entendo o meu toiro. Procuro que seja cada vez mais bravo, mais entregado, mais enclassado, mas sempre sério e sobrado de trapío. De momento, é muito sério e exige que se lhe façam as coisas bem-feitas; de uma forma geral tem trapío suficiente para as praças mais exigentes".

 

"Busco doentiamente a bravura, privilegiando a fijeza, o humilhar, a repetição com motor, a transmissão, a entrega e a duração, isto é, o animal que luta até ao fim, que morre investindo".

 

O que ele devia buscar urgentemente, era ajuda para curar a doença de que padece, a de acreditar que que pode manipular a seu belo prazer animais para encher os bolsos.

 

Prótouro

Pelos touros em liberdade»

 

http://protouro.wordpress.com/2013/01/10/o-veterinario-que-se-cre-um-deus/comment-page-1/#comment-867

 

(Leiam os comentários que vêm no link).

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:21

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Quarta-feira, 8 de Setembro de 2010

«Ética e touradas»

 

Touro massacrado.jpg

 

Um excelente artigo de António Maria Pereira que vem corroborar tudo o que tenho defendido, neste Blogue, acerca do assunto.

 

Quem um dia aqui escreveu, algures, a propósito de um texto meu a defender o TOURO, que eu era «pior que um taliban», aqui tem a minha “defesa”.

 

Por António Maria Pereira

 

«O Boletim da Ordem dos Advogados, dando largas a uma surpreendente "aficion", publicou no seu último número quatro artigos sobre tauromaquia em que, com excepção do primeiro, da autoria de Silvério Rocha Cunha, que é imparcial, os três restantes, escritos por óbvios aficionados, procuram esforçadamente justificar a festa brava. Mas o entusiasmo do Boletim pelo espectáculo de touros é tal que foi ao ponto de acolher nas suas páginas um panegírico da tourada da autoria de um conhecido aficionado cuja profissão é de médico veterinário (!).

 

O elogio da festa brava num boletim da Ordem dos Advogados parece-me totalmente deslocado e desqualifica a revista. O Boletim fez-se para debater assuntos que possam interessar os advogados mas nunca para apoiar o lobby dos touros num debate que divide a sociedade portuguesa mas que não interessa particularmente aos advogados (com excepção de alguns aspectos jurídicos que praticamente não foram abordados).

 

De qualquer modo, para que não fiquem sem resposta os principais argumentos dos aficionados, vou tentar comentá-los nas linhas que se seguem.

 

O movimento universal de protecção dos animais corresponde a uma exigência ética e cultural universal, consagrada na Declaração Universal dos Direitos do Animal (1978), em numerosas convenções internacionais e em centenas de leis, incluindo leis constitucionais, dos países mais adiantados.

 

Nas suas diversas formulações todos esses diplomas têm um denominador comum: a preocupação com o bem-estar dos animais envolvendo antes de mais, a condenação de todos os actos de crueldade; mas além dessa preocupação, um número cada vez maior de correntes zoófilas defende o reconhecimento aos animais de autênticos direitos subjectivos.

 

O debate sobre esses temas, iniciado aquando do arranque da era industrial, na segunda metade do séc. XIX, ampliou-se a partir da criação, após a última grande guerra, das grandes instituições europeias e mundiais (Conselho da Europa, União Europeia e UNESCO) e actualmente trava-se em várias universidades onde se ministram cursos sobre os direitos dos animais (é o caso das Universidade de Harvard, Duke e Georgetown nos Estados Unidos e de Cambridge, na Inglaterra). Numerosos e qualificados autores têm intervindo nesse debate, iniciado com as obras pioneiras dos já clássicos Tom Reagan e Peter Singer. Em Portugal a discussão tem decorrido sobretudo na Faculdade de Direito de Lisboa graças designadamente aos contributos de António Menezes Cordeiro e Fernando Araújo e ainda nas Faculdades de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Coimbra. Como nota Fernando Araújo em A Hora dos Direitos dos Animais, a bibliografia sobre este tema compreende actualmente cerca de 600 títulos (!).

 

Não se trata, portanto, de um assunto esotérico cultivado por uns tantos iluminados vegetarianos mas sim — tal como os direitos do homem — de uma componente muito importante da cultura ocidental; a tal ponto que a obrigação para os Estados da União Europeia, de garantirem o bem-estar animal está hoje formalmente consagrado em protocolo vinculativo anexo ao Tratado de Amesterdão.

 

Não há tempo, neste artigo, que tem como tema as touradas, para entrar no debate sobre os direitos dos animais. Partamos, por isso, de uma conclusão em que todos esses autores — mesmo os que não aceitam a atribuição de direitos aos animais — convergem: a de que são absolutamente contrários à ética os actos de crueldade gratuita para com os animais.

 

Esta é sem dúvida uma conclusão pacífica não só para os zoófilos mas também para o homem comum em geral e até para os próprios aficionados. Com efeito, se se perguntar a qualquer pessoa (incluindo aficionados de touradas, organizadores de combates de cães e de tiro aos pombos, etc.) se concordam que se torturem animais, é praticamente certo que responderão pela negativa. E no entanto, contraditoriamente, torturam ou organizam a tortura de touros, de cães e de pombos.

 

O  óbvio sofrimento dos Touros

 

É óbvio que os touros sofrem quer antes, quer durante, quer após as touradas. A deslocação do animal do seu habitat, a sua introdução num caixote minúsculo em que ele se não pode mover e onde fica 24 horas ou mais, o corte dos chifres e as agressões de que é vitima para o enfurecer; ao que se segue a perfuração do seu corpo pelas bandarilhas que são arpões que lhe dilaceram as entranhas e lhe provocam profundas e dolorosas hemorragias; e finalmente, na tourada à portuguesa, o arranque brutal dos ferros; e tudo isto já sem se referir a tortura das varas e do estoque na tourada à espanhola — representam sem quaisquer dúvidas sofrimento intenso e insuportável para um animal tão sensível que não tolera as picadas das moscas e as enxota constantemente com a cauda quando pasta em liberdade.

 

A SIC exibiu há tempos um documentário sobre o que se passa na retaguarda das touradas. Quando chegou à fase final do arranque das farpas o funcionário da praça não permitiu a filmagem por a considerar demasiado impressionante. Mas pudemos ouvir os horrendos uivos de dor que o animal emitia do seu caixote exíguo e que eram de fazer gelar o sangue dos telespectadores.

 

Na tourada à espanhola com picadores o quadro ainda é mais cruel: o touro é perfurado ainda mais profundamente pela comprida e afiada ponta da "puya" que lhe rasga a pele, os músculos e os vasos sanguíneos, provocando-lhe intencionalmente uma dor intolerável e uma abundante hemorragia, enquanto um cavalo, de olhos vendados, é corneado pelo touro enraivecido e com frequência derrubado e ferido — e tudo isto para gáudio de uma multidão que a cada novo ferro cravado e a cada nova e mais profunda perfuração da vara, vibra com um gozo em que a componente sádica é óbvia.

 

Perante a evidência de que o touro sofre — e sofre intensamente — ao ser toureado, os aficionados desdobram-se em atabalhoadas tentativas de justificação que não obedecem a um mínimo de razoabilidade, atingindo algumas vezes as raias do surrealismo.

 

É o que faz Joaquim Grave no artigo publicado no Boletim ao afirmar que "só se pode pronunciar sobre os aspectos éticos da tourada quem conhece o espectáculo". Conclusão esta que, salvo o devido respeito, é completamente absurda, certo como é que os aspectos cruéis acima referidos são óbvios para quem quer que os presencie não sendo necessário estudar tauromaquia para chegar à conclusão de que o touro é objecto de grande sofrimento ao ser farpeado e estoqueado.

 

Ética e tortura dos Touros

 

Afirma ainda Joaquim Grave que "na corrida existe uma certa ética na relação homem/animal, ou, por outras palavras, e contrariamente ao que afirmam os que a não conhecem, na corrida o touro não é tratado como uma coisa, já que não se lhe pode fazer qualquer coisa indiscriminadamente".

Falar em ética para justificar a cruel agressão, com perfuração por ferros, a um animal abruptamente arrancado ao seu habitat é um absurdo, um "nonsense". Absurdo esse que atinge os limites do surrealismo ao sustentar-se que, no domínio do tratamento cruel, haveria crueldades que a ética permite (as farpas, a puya, o estoque) e outras que a tal ética não autorizaria. Como não se exemplifica de que crueldades se trata suponho que o autor se queria referir, por exemplo, às bandarilhas de fogo ou a cravar farpas nos olhos do touro.

 

Tudo isto é absurdo. A ética exige que não se inflija qualquer sofrimento cruel ao touro, ponto final. Se esse sofrimento resulta dos ferros cravados ou de qualquer outra coisa "que não é costume executar nas touradas", é um aspecto completamente irrelevante à luz da ética e insustentável em face da razão e do bom senso.

 

Tentando de novo invocar a ética para justificar a barbárie da tourada, Joaquim Grave mais adiante afirma que "a ética touromáquica é pois a seguinte: respeita-se a natureza do touro, combatendo-o, pois é um animal de combate".

 

Uma vez mais estamos perante um falso argumento em que a má-fé é evidente: o touro é um animal inofensivo quando no seu habitat; mas é evidente que tem, como todos os animais, o instinto de defesa que o leva a atacar quando agredido. Ele é vítima de uma maquinação cruel de quem o retira do seu habitat, o encerra numa praça e depois o agride cravando-lhe ferros.

 

A conclusão do artigo está à altura da argumentação: "sendo o touro um ser por natureza bravo, ele realiza o seu grande bem lutando, ele realiza a sua natureza de lutador na luta e ele realiza-se plenamente a ele próprio na corrida e pela corrida".

 

Lê-se e não se acredita: o infeliz touro, que é levado à força de seu habitat e depois perfurado com farpas, com a "puya", ou estoqueado, que quando não é morto acaba a tourada com feridas profundas e pastas de sangue a escorrer pelo lombo, esse sacrificado animal seria afinal uma espécie de bombista suicida, que se realizaria plenamente pelo seu próprio sofrimento e morte em combate...

 

Estamos aqui uma vez mais no reino do absurdo. Como é óbvio, ao contrário do bombista suicida, que procura alegremente a morte, o pobre touro, se pudesse falar, diria com certeza que o seu único desejo era nunca sair da lezíria e continuar a pastar pacificamente.

 

O  toureiro - grande defensor dos Touros!  

 

Também o Dr. João Vaz Rodrigues, num artigo com pérolas de poesia surrealista, como aquela em que "repudia a hipocrisia de quem sacrifica de bom grado a vida de uma singela flor para preencher emocionalmente um desígnio de vaidade e verbera veementemente o sangue de um animal cujo o destino é exactamente o de morrer na arena", acrescentando "bem sei que a flor não se manifesta da mesma maneira mas morre igualmente sacrificada à emoção", remata com esta frase lapidar: "quem defende o touro é o próprio toureiro e os demais que respeitam a festa. Sem este aquele sofre sérios riscos de extinção".

 

Ao longo de todo este artigo, além da nostalgia do autor "por já não conseguir assistir à caça à baleia ou aos banhos de espuma sanguinolenta da "copejada" do atum de Tavira" (Freud poderia dar aqui um contributo importante para a explicação de tal "nostalgia") o único argumento que sobressai é o do receio da extinção da espécie taurina caso as touradas acabassem.

 

Tal como os outros, este argumento não procede, certo como é que, se necessário, se poderia facilmente criar reservas de touros, tal como existem reservas de búfalos.

 

Resta a pasmosa afirmação de que "quem defende o touro é o próprio toureiro". Na mesma linha de argumentação pode afirmar-se que quem defende a vítima da tortura é o torcionário. Ora aqui está um bom argumento para uso dos advogados defensores dos réus que no Tribunal Internacional de Haia e noutros tribunais são acusados de crimes contra a humanidade: ao torturarem e executarem barbaramente milhares de muçulmanos na Bósnia os torcionários estavam afinal a defender as suas vítimas! É claro que não vale a pena discutir nestes termos de irracionalidade.

 

Em conclusão, o certo é que nenhum dos aficionados autores dos textos publicados no Boletim da Ordem dos Advogados — como nenhum aficionado em qualquer parte do mundo — conseguiu ou conseguirá jamais demonstrar, de boa-fé, que os touros não sofrem ao serem lidados. Sofrimento esse que não tem qualquer justificação a não ser o prazer sádico e emotivo de quem a ele assiste.

E a confirmação desse sadismo está nesta atitude: quando se propõe a um aficionado que as farpas em vez de terem arpões de ferro tivessem ventosas — como já aconteceu nos Estados Unidos — a sugestão é logo afastada com indignação. O que o aficionado sobretudo quer é ver o sangue, é deliciar-se com o sofrimento do touro.

 

As touradas ofendem por isso um princípio fundamental da ética que impende sobre qualquer pessoa que se preocupe em pautar os seus actos pelos ditames da moral e da ética.

 

As touradas foram proibidas em Portugal por Decreto de 1836, da iniciativa do então primeiro-ministro Passos Manuel, por já então, conforme se lê no Decreto, "serem consideradas um divertimento bárbaro e impróprio das nações civilizadas, que serve unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade".

 

De então para cá, e apesar do retorno das touradas, o certo é que cada vez mais se acentua a repulsa dos países civilizados por esse barbarismo medieval. Em Portugal, segundo sondagem recente, a percentagem de portugueses que não gosta de touradas é de 74,5 % contra 24,7 que ainda gosta (cf. Público, 26.08.2002).

 

Tal como os autos de fé, os suplícios e as execuções públicas e outros barbarismos próprios de séculos de obscurantismo — também, a médio prazo, as touradas estão condenadas a desaparecer dos raros países onde ainda são toleradas.»

 

Fonte: http://abolicionistastauromaquiaportugal.blogspot.pt/p/etica-e-touradas.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:22

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