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A exibição pública de Salgado foi uma escolha da sua defesa
«Aquilo que me pareceu mais insuportável não foi ver Ricardo Salgado a andar, mas o seu advogado Francisco Proença de Carvalho a falar», diz João Miguel Tavares (JMT).
Precisamente.
Concordo plenamente com tudo o que o JMT escreveu, porque foi exactamente isso que senti ao ver a reportagem do circo montado à porta do tribunal, para impressionar a opinião pública, e a triste figura do advogado a tentar fazer de Ricardo Salgado (RS) uma vítima desgraçadinha, menosprezada pela justiça, quando as verdadeiras vítimas foram os espoliados por ele, das poupanças de uma vida. Foram milhões de Euros roubados ao povo e ao Estado.
Além de o texto de JMT ser obrigatório ler, os comentários também devem ser igualmente lidos, porque ali há de tudo, até este onde se fala de um fato...
Ricardo Salgado parecia um indigente, à porta do tribunal? Parecia.
E Jorge Silva talvez quisesse fazer uma referência ao facto de RS não levar vestido um fato e gravata, algo que qualquer cidadão, por mais pobrezinho que seja, leva, quando tem de apresentar-se diante de um juiz, ainda que tenha de o pedir emprestado a um amigo, ou usar, para tal, os fatos que estão reservados aos indigentes, nas cadeias.
Mas RS, que vive numa mansão, ali para os lados de Cascais, na Quinta da Marinha, coitadinho, não tinha um fato e uma gravata para se apresentar em tribunal, com uma aparência condizente com a mansão onde vive, e o castelo na Suíça onde passa férias.
Tal facto não passou despercebido ao comentador António Aguiar:
A velhice e a doença de Alzheimer nunca foram impedimentos para que uma pessoa abastada como RS é, se apresentasse adequadamente em tribunal.
O circo foi muito mal montado, e só ficou mal à família e ao advogado, e só acreditou na encenação quem é muito distraído.
Parabéns, João Miguel Tavares!
Isabel A. Ferreira
Muito bom, João Miguel Tavares. Não esperava outro discurso vindo de quem vem. Portugal precisa de mais gente como o Miguel, que esteja atenta e não tenha medo de falar, para que os governantes ouçam e saibam e apreendam que nem todos, no país, andam a dormir.
Os discursos que João Miguel Tavares proferiu nas celebrações do Dia 10 de Junho não agradaram às hostes políticas.
Porém, nos tempos que correm, onde a Partidocracia domina, e a Democracia é uma falácia, o João disse umas boas verdades, que incomodaram os que nada fizeram e os que nada continuam a fazer para cumprir a Revolução de Abril.
Não podemos, nem devemos regressar ao passado, ao antes do 25 de Abril. Obviamente. Não devemos.
Mas também não podemos, nem devemos viver eternamente neste caos, que actualmente está instalado em Portugal. Não há uma Cultura Política. A política não é exercida com ética, com dignidade, com verdade.
Precisamos de um vislumbre de FUTURO, e não o temos.
O João limitou-se a AGITAR as águas, demasiado estagnadas.
De vez em quando é preciso OUSAR. E ele OUSOU.
Por isso, merece o meu aplauso.
Isabel A. Ferreira