Por Manuel Alte da Veiga
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«Pagão tem a nobreza antiga de uma pujante raiz de palavras:
PAK – o sólido pau que marca os limites dos campos fecundos
Ao redor dos pagos longe da corrupção das cidades.
Tem a força dos pactos e a estabilidade da paz
E a beleza da página bem lavrada em esquadria
Como os sulcos que fertilizam a terra.
Mesmo com nuvens negras, é sempre um dia bonito.
E a cruz engalanada faz sentir o cheiro a vida.
A Páscoa é sempre pagã
Porque nasce com a força da Primavera
Entre as flores que nos cativam com promessas de frutos.
Porque cheira ao Sol que brilha na chuva
E transforma a terra em páginas cultivadas
Donde nascem os grandes livros, os pensamentos
E as cidades que se firmam em pactos de paz.
É a Páscoa dos Discípulos de Emaús:
Afastavam-se de Jerusalém lembrando esperanças perdidas.
(Dói muito ver partir quem caminha connosco de braço dado…)
Mas guardavam de Jesus uma imagem luminosa
Porque o seu agir e falar apontavam para o futuro
Para o bem maior das gerações que vão crescendo
(Lembrando que a mulher em dores de parto
Exulta de alegria por ter gerado vida nova).
Confusos de tão tristes
Não conseguiam abrir as páginas da vida e das Escrituras.
Quando as souberam ler?
– Ao darem atenção a um desconhecido viajante…
Aproximou-se delicadamente
Para não ferir esse mundo de tristeza
E por saber ler a profunda alegria
Escondida entre páginas sagradas.
Mostrou-lhes que o Jesus crucificado
Não se encontra entre os mortos – vive sim
Na alegria de Deus e sempre amigo
E pronto a partilhar o pão da Paz
Com aqueles que vão sulcando a terra
Suando, mas cantando – como filhos
Do Senhor que de longe os vai guiando.»
2021.03.27.
MANUEL ALTE DA VEIGA»
Um extraordinário texto, da autoria de Marcelo Lafontana, o qual convida a uma profunda reflexão
Por Marcelo Lafontana
«O único exercício moral válido para a Igreja Católica seria tentar seguir os ensinamentos e imitar o comportamento do mesmo Cristo que adora.
Vejamos:
Jesus aceitaria a desigualdade social ou defenderia oportunidades para todos?
Jesus veria com bons olhos a distribuição da riqueza de forma igualitária?
Jesus promoveria a guerra em nome da fé?
Jesus perseguiria, torturaria, prenderia e queimaria gente em nome da religião?
Jesus acumularia tanta riqueza e ostentaria tanto luxo como o Vaticano?
Jesus daria igual oportunidades a homens e mulheres?
Jesus teria aceite um acordo com Mussolini e o fascismo para ter um Estado independente da Itália?
Jesus perseguiria ou mesmo hostilizaria homossexuais?
Jesus aprovaria ter o infame General Franco enterrado num monumento religioso construída por presos políticos?
Jesus oprimiria cientistas como Galileu Galilei ou artistas como Miguel Ângelo só por terem uma ideia diferente da sua?
Bem, a lista não teria mais fim.
Fonte:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10218354449365575&set=a.10201991215414953&type=3&theater
«O Papa Francisco lamentou hoje que algumas pessoas sintam compaixão pelos animais, mas depois mostrem indiferença perante as dificuldades de um vizinho, numa reflexão sobre o conceito de "piedade" durante uma audiência geral na Praça de São Pedro.»
Foi profundamente lamentável esta insinuação do Papa Francisco, a quem dedico um afecto especial, e por isso mesmo, fiquei magoada.
Ao ler as palavras atribuídas ao Papa Francisco, nem quis acreditar, pois parecia que estava a ouvi-las da boca de um aficionado ferrenho de tauromaquia, o qual diz exactamente a mesma coisa, quando tenta desacreditar os anti-touradas.
Mas pensem bem: qual de nós sentiria compaixão por um animal não-humano, e desprezaria um animal humano, ainda que fosse um carrasco, se este precisasse de ajuda?
Eu, sendo católica não-praticante, já o fiz. (Sou não-praticante por discordar de muitas posições da Igreja Católica).
É que sendo a piedade uma das mais preciosas faculdades da alma humana, como bem a descreveu Leon Tolstoi, o Sábio, tal como as outras faculdades da alma humana, ou nascemos com elas, ou não as aprendemos em nenhuma escola da vida.
O Papa Francisco falava perante dezenas de milhares de pessoas, numa audiência jubilar, cerimónia que se realiza num sábado por mês, e alertou que não se deve confundir a piedade com a comiseração hipócrita, que consiste apenas numa emoção superficial, que não se preocupa com o outro.
Pois não haverá ninguém mais hipócrita do que a Igreja Católica, no que respeita à prática da piedadezinha e caridadezinha, salvo raras excepções, que as há, e que merecem todo o meu respeito.
E foi então que Francisco, o Papa, fez esta pergunta insólita: «Quantas vezes vemos pessoas que cuidam de gatos e cães e depois deixam sem ajuda o vizinho que passa fome?»
Como disse, Sua Santidade Papa Francisco? Alguma vez alguém que cuida de gatos e cães deixou de dar de comer a quem tem fome, ainda que esse faminto seja um miserável predador de animais não-humanos?
Se um necessitado vizinho, aficionado de touradas, estiver a morrer de fome, por piedade, qualquer defensor de animais matar-lhe-ia a fome, com toda a certeza. Sem pensar duas vezes.
Ou estarei a medir todos os defensores de animais, pela minha medida?
E disse mais o Papa Francisco, que me desiludiu, com este seu pensamento:
«Não se pode confundir compaixão pelos animais, exagerando no interesse para com eles, enquanto se fica indiferente perante o sofrimento do próximo». Isto é exactamente o que dizem os aficionados, quando não têm argumentos para defender a tortura, e querem atacar os anti-touradas.
Quantos de nós, defensores dos animais não-humanos, já não ouvimos isto, da boca de aficionados de touradas?
E na onda de despropósitos em que vagueou, o Papa Francisco disse a quem o ouvia que, para Jesus, «sentir piedade é partilhar a tristeza, mas ao mesmo tempo agir na primeira pessoa para transformá-la em alegria».
Não, Papa Francisco. Para Cristo sentir piedade não é apenas isto. Não foi isto que retirei dos ensinamentos de Cristo.
Para Cristo, «sentir piedade é colocarmo-nos no lugar do outro, e não fazer ao outro o que não gostaríamos que nos fizessem a nós». E esse outro, para Cristo, é qualquer das criaturas de Deus, incluindo os animais não-humanos.
E se o Papa (e todos os Padres da Igreja) em vez de dizer o que disse, repetisse infinitamente este princípio máximo de todas as religiões, o mundo seria um paraíso: «Não faças aos outros, o que não gostarias que te fizessem a ti».
Foi este ensinamento que Cristo nos deixou, e ao qual a Igreja Católica faz ouvidos de mercador.
Eu, que abomino touradas e predadores de animais não-humanos, por piedade, já ajudei aficionados e predadores de animais não-humanos nas suas misérias.
Que moral teria eu, para lutar pelo que luto, se fosse tão desumana como os desumanos predadores de animais não-humanos?
Até um assassino merece um prato de comida. Ou não? Ou deixamos morrer à fome os prisioneiros, os condenados à morte pela justiça dos “homens”?
Ao condenado à morte é-lhe oferecido o maior manjar, como último pedido.
Por que haveria os defensores de animais não-humanos recusar um prato de comida a um vizinho faminto, ainda que fosse um desalmado?
Este mundo, por vezes, não me parece um mundo. Parece-me um buraco negro, onde até um representante de Deus comete os seus erros.
Por fim, o Papa Francisco apelou ao cultivo da piedade, sacudindo de cima de si próprio a indiferença que impede cada um de reconhecer o sofrimento dos outros.
Do que se esqueceu Francisco de dizer foi que nesses outros também estão incluídos os animais não-humanos, também criaturas de Deus, a que a Igreja Católica não dá o mínimo valor, nem defende, como defendia São Francisco de Assis, permitindo as maiores barbaridades, em Portugal, em Espoanha, em França e em mais cinco países sul-americanos, onde se pratica a tortura de Touros, com a bênção da Igreja Católica.
E isso não é nada, nada, mas mesmo nada cristão.
Será apenas católico, apostólico, romano?
Isabel A. Ferreira
Fonte:
Este Natal poderia ser realmente Feliz, se o Touro e o Cavalo, estes dois ANIMAIS magníficos (que em Portugal, inexplicavelmente, os legisladores não consideram animais), pudessem estar tranquilos, a pastar nos campos, ou a aquecer crianças, nas "grutas" deste mundo, sem o estigma da tortura a pesar-lhes na vida.
Não foi esse o exemplo deixado por Jesus Cristo, aquele, cujo nascimento os católicos (NÃO) celebram nesta época, esquecendo-se de que foi ao bafo de um Bovino e de um Burro, que aquele Menino foi aquecido.
Hoje torturam os Bovinos e os Cavalos, impiedosamente, para celebrarem a demência.
Que Natal? Que exemplo dá a Igreja Católica?
Que celebração?
Esta é a época do consumismo. Da hipocrisia.
Quase todos fingem uma solidariedade que durante o ano não praticam.
O que se celebra nesta época?
Não é o nascimento de Jesus.
Celebra-se a coca-cola, e tudo o que ela trouxe atrás dela.
O Menino Jesus não existe mais. É o Pai Natal quem reina.
É uma farsa que se agiganta para vender objectos.
E o espírito natalício fica submerso nessa onda desmesurada do consumo e da falsa caridade.
Milhares de pessoas no mundo passam fome e morrem de fome TODOS OS DIAS.
Mas nesta época, oferecem-lhes comida para “celebrar”.
Para celebrar o quê?
O VAZIO das almas afundadas na ganância? Na mediocridade? Na desumanização? Na ignorância?
Passada esta época, tudo regressa à ANORMALIDADE.
Isabel A. Ferreira
Dedico este vídeo aos tauricidas, que se dizem católicos, e são tão falsos como Judas Iscariotes
Vejam se aprendem alguma coisa!
Por Airton Evangelista Costa
«QUANDO O TOURO acerta em cheio o traseiro do toureiro, minha alma grita "bem feito!".
Um caso raro, porque nesse embate o homem é sempre o vencedor. O animal dispõe apenas de seus chifres e de sua força. O toureiro, de cavalo veloz, lanças afiadas, malícia e estratégia.
Depois de muitos avanços inúteis no sentido de alcançar o alvo, o touro, aos poucos, perde as forças. Dá-se início à tortura. O toureiro começa a enfiar lanças no dorso do animal. O povo se anima. O espectáculo se aproxima do ponto mais emocionante.
Velhos e jovens, mulheres e crianças ficam atentos aos detalhes. O touro está banhado de sangue, um sangue carmesim que contrasta com a sua pele escura. Vencido pelo cansaço e por uma dor inigualável, ajoelha-se diante do seu carrasco.
Não tem energia nem para um último berro, como se fora um pedido de misericórdia. A matança é sem misericórdia. O povo aplaude. Chega o momento mais emocionante. O carrasco segura com as duas mãos uma afiada lança e a crava com força nas costas do animal.
Depois, num gesto final de humilhação dá as costas para o animal, e, eufórico, recebe os aplausos e os gritos de contentamento da multidão. Agradecido e feliz pelo bom trabalho realizado, atira seu chapéu para o alto e corre para receber o seu salário.
Todos vão para casa, alegres e satisfeitos por mais um domingo de muita emoção.
Quem é mais irracional, o touro ou o homem?
O homem faz o mesmo com seu semelhante: mata pelo simples prazer de matar. O homem do nosso século é o mesmo de há dois mil anos atrás. A crucificação de marginais alegrava os corações.
O martírio de Jesus e mais dois homens foi uma festa. O povo saiu da monotonia do quotidiano. As touradas são um péssimo exemplo de como se deve torturar um animal até a morte.
Em que evoluímos?
Deus abomina essa violência contra os animais. Vejam o que Ele disse a Jonas: "E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?" (Jn 4.11).
E diz mais em Provérbios: "O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas as afeições dos ímpios são cruéis" (Pv 12.10).
"O viver em rectidão, segundo a vontade de Deus, inclui a bondade para com os animais. Eles são úteis aos seres humanos, concernente ao companheirismo, trabalho, alimentação, e nunca devemos maltratá-los, nem deles fazer uso de modo cruel (Gn 1.18; 9.3; 24.32; Dt 25.4)" (Bíblia de Estudo Pentecostal).»