Portugal está cheio de autarcas que se deixam manipular como marionetas nas mãos de bárbaros primitivos e ignorantes.
Como é que isto ainda é possível, em pleno século XXI depois de Cristo, senhora Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais?
Esta é a imagem que queremos perpetuar do ser senciente e belo, que é o Bovino.
Está prevista para o dia 30 de Agosto, em Rio Maior, uma sessão de selvajaria tauromáquica, junto ao Pavilhão Multiusos.
Esta localidade (que nem merece o nome de cidade) não realiza tal barbárie, há vários anos, e foi com o habitual enorme repúdio que tomei conhecimento do regresso deste costume bárbaro, herdado de um tempo em que predominava uma ignorância perversa, que ao que parece, a “senhora” autarca de Rio Maior pretende recuperar.
Como todos sabem, excepto o executivo camarário de Rio Maior, qualquer iniciativa tauromáquica é uma ofensa ética e moral que degrada socialmente, moralmente e psicologicamente quem pratica, quem aplaude e quem apoia tal imbecilidade.
Exma. Senhora Isaura Morais, Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior,
Manifesto deste modo, a minha mais profunda indignação e o meu mais veemente repúdio, como cidadã portuguesa, que tem o dever, consignado na Constituição Portuguesa, de denunciar as impolíticas dos que foram eleitos para fazer progredir as localidades, e fazem-nas recuar séculos, enterrando-as nos charcos de águas fétidas de antanho.
É que torturar animais sencientes, inofensivos, inocentes e indefesos em nome de uma diversão tão parola quanto cruel, é uma prática eticamente condenável e repudiada por milhões de seres humanos em todo o mundo civilizado.
A imagem negativa a nível ético, moral, social e até mesmo educativo que liga Rio Maior à selvajaria tauromáquica está a ser transmitida, por várias vias, a todo esse mundo, que tem os olhos postos nos oito países terceiro-mundistas que ainda mantém este rebotalho do passado.
Por isso, senhora Isaura Morais, penso que seria o momento oportuno de reflectir bem na sua posição em relação à permissão desta barbárie em Rio Maior, uma vez que ao permitir tal “coisa” estará a dar aval à violência, à crueldade e à incultura que os rio-maiorenses não querem.
E tendo em conta que a ciência reconhece inquestionavelmente os animais mamíferos, incluindo Touros e Cavalos (pois ao contrário do que diz a lei portuguesa estes são também animais) como seres sencientes, capazes de sentir dor e prazer, tanto físicos como psicológicos, bem como sentimentos de medo, angústia, stress e ansiedade, a selvajaria tauromáquica, vulgo tourada, ofende gravemente os sentimentos e a sensibilidade, e insulta a inteligência da esmagadora maioria da população portuguesa, e contribui para a degradação moral de quem obtém prazer estético e psicológico com o sofrimento dos animais;
Tendo em conta que esta selvajaria expressa uma cultura envolvida na insensibilidade e na violência que degrada quem a pratica, aplaude e promove: vários estudos e especialistas concordam que a prática e a aceitação da violência contra os animais predispõe para a prática e a aceitação da violência contra os Homens (e em Portugal temos demasiados exemplos dessa violência gratuita sobre pessoas indefesas, crianças, velhos, mulheres…)
Tendo ainda em conta que o progressivo abandono de costumes retrógrados e opostos a um sentido humanista de cultura, como o que contribui para nos tornar melhores seres humanos, é o que caracteriza a evolução mental e civilizacional das sociedades e melhor corresponde à sensibilidade contemporânea;
Venho sugerir à senhora presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais, o cancelamento desta iniciativa selvagem (no mau sentido da palavra, porque na selva nem tudo é mau), bem como não haja mais incentivos e apoios para a continuidade destas práticas violentas e anormais contra animais sencientes, as quais tanto rebaixam todos os que nela estão envolvidos.
Com a minha mais veemente indignação,
Isabel A. Ferreira
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