Entre os sobreviventes que encontrámos no que restou de uma pequena aldeia, havia um homem grande, de olhos grandes, negros e cativantes, com um sorriso igualmente grande, apesar de tudo, onde sobressaíam uns dentes extraordinariamente brancos.
Estavam concentrados à beira de um rio, para onde nos dirigimos, com a intenção de nos refrescarmos, depois de termos visitado alguns dos inúmeros campos de refugiados que começaram a substituir as povoações, em determinadas províncias, tal era o estado miserabilista em que se encontrava aquela parte do mundo. Então, o homem grande, de sorriso grande, interpelado por Oskar, relatou que estavam ali, porque estavam.
Para onde iriam?... Os lugares, naquela parte do país, eram todos iguais: arrasados e sujos, cheios de mortos por enterrar e de moscas prontas a sugarem o pouco sangue que lhes corria nas veias.
Felizes eram os abutres que tinham o que comer, com fartura. Mas eles, homens, não se atreviam a comer os restos putrefactos dos seus parentes.
in «A Hora do Lobo» © Josefina Maller
Foto: Internet
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Um inferno chamado GAZA
Na expressão deste menino palestiniano podemos ver o reflexo da crueldade dos que, em nome do ódio, destroem a infância e a vida de milhares/milhões de crianças, sem que elas tivessem alguma vez contribuído para a insanidade das guerras.
Tudo isto é muito triste.
Esta é uma história triste que dura há séculos.
E durará outros tantos séculos, porque os oponentes são feitos da mesma matéria. Infelizmente, os séculos passaram e continuam a passar e as mentalidades nada mudaram. É preciso ir ao fundo da História para tentar chegar ao âmago deste conflito, e nenhuma das partes é isenta de grandes culpas.
Porém, quem paga a factura desta insanidade milenar são as crianças.
Porquê? Que mal fizeram elas aos insanos senhores das guerras?
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Josefina Maller
Mortos, demasiados mortos, contando com os animais não-humanos; feridos, demasiados feridos; fogos, demasiados fogos para um só dia; habitações destruídas, demasiadas habitações; zonas agrícolas, zonas florestais, zonas industriais… tudo demasiado, tudo devastado por um fogo demasiado estranho…
Falhas, demasiadas falhas, de quem não podia falhar…
E os governantes sacodem a água do capote, julgando que com os pingos que caem do capote podem apagar este fogo que devora Portugal!
Origem da imagem:
http://aurinegra.pt/periodo-critico-de-incendios-prolongado-ate-15-de-outubro/
O que está a acontecer no nosso país é demasiado grave. Ontem ouvi um comentador da SIC dizer que “temos florestas a arder, em Portugal, por interesses…».
Sabemos que sim. E o que se fez e o que está a fazer-se para esmagar esses interesses?
E o que tem a dizer a ministra da Administração Interna e o primeiro-ministro de Portugal em relação a estes interesses e a tudo o resto que está a acabar com a flora e a fauna portuguesas e a destruir vidas humanas e bens?
Braga - 15 de Outubro de 2017
(Origem da foto:)
Há muitas coisas horríveis a acontecer em Portugal, sem que se encontre responsáveis… As coisas acontecem simplesmente, porque sim?
Hoje, ouvi Jaime Marta Soares, presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros, dizer que Portugal “tem um inimigo muito forte – a Natureza”! Engana-se, senhor Jaime Marta Soares. A Natureza é que tem um inimigo muito forte e destrutivo – o homem-predador, governantes incompetentes...
Mas ouve-se dizer que todos são muito competentes… E se com todas as competências tudo falhou, o que seria se não fossem competentes?... O certo, certo, é que o FOGO é mais poderoso do que todos os “competentes” juntos, e disto os homens devem tirar as suas conclusões.
Nunca em Portugal se viveu um tal inferno, como este ano de 2017, o ano de todos os incêndios; o ano de todos os descalabros; o ano de todas as falhas; o ano de todas as irresponsabilidades; o ano de todas as incompetências, mas tudo isto já vem de longe, vem de outros governos, de outros ministros....
E não venham dizer que a culpa é apenas das alterações climáticas, deste calor extemporâneo, deste fogo que surge pela calada da noite… sem avisar…
Vieira de Leiria – 15 de Outubro de 2017
(Fonte da imagem)
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Temos de procurar os culpados não só entre o actual governo, como nos anteriores, e nos incompetentes ministros da Agricultura; na falta gritante de uma política florestal; no desleixo do povo português, no que respeita à limpeza das suas propriedades; na protecção ao lobby madeireiro; à falta de preparação dos bombeiros portugueses, que apagam fogos florestais com os mesmos meios com que apagam fogos urbanos. E tudo isto junto configura um crime para o qual não tem havido castigo. E os incendiários são detidos, para depois serem devolvidos à sociedade por juízes que não viram as suas casas a arder, e voltarem a incendiar.
Entretanto, Portugal desguarnece-se das suas florestas, e despovoa-se da sua fauna…
(Fonte da imagem)
É impossível ficar indiferente a esta descomunal incompetência. O relatório de Pedrógão Grande arrasa com a estratégia do governo de António Costa, que tem andado a brincar aos governantezinhos, e não só no que respeita a esta matéria, mas em muitas outras, facto que põe Portugal no Guinness World Records de Casos Únicos.
Marinha Grande -15 de Outubro de 2107
(Fonte da imagem)
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É urgente pôr Portugal no caminho da lucidez.
É urgente parar de brincar aos governantes, e andar por aí aos beijinhos e aos abraços e a dançar e a tirar selfies, enquanto Portugal arde num fogo literalemente dos infernos.
Isabel A. Ferreira
Os “donos” deveriam ir para a prisão. Sabemos disso.
Mas se estamos à espera que a lei funcione… nunca mais se faz justiça. Ver e resgatar é mais eficiente do que a lei.
Reparem bem no olhar de tristeza deste ser quase humano...
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Alguns dias depois de ter sido retirada do inferno...
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E deixo no ar estas questões:
Por que é que quem não gosta de animais, tem animais para os torturar deste modo?
Serão sádicos? Doidos? Monstros?
Ou tudo isto?
Deverão ser considerados como pertencentes à espécie humana?