Balanço mortal das touradas à corda realizadas em 2024
Durante o presente ano de 2024, três pessoas morreram nas touradas à corda realizadas na ilha Terceira. Os falecidos foram um homem de 58 anos, morto no dia 1 de Junho, em Angra, um homem de 52 anos, morto no dia 29 de Junho, em Porto Martins, e um homem de 62 anos, morto no dia 3 de Agosto, em São Bartolomeu dos Regatos. No entanto, poderá ter havido mais alguma morte que não tenha sido publicamente noticiada, algo que é bastante habitual, sendo também desconhecido o número de feridos graves, os quais poderão talvez ter originado algum outro falecimento.
A trágica morte de uma ou várias pessoas é infelizmente algo habitual, todos os anos, como consequência das touradas à corda realizadas na ilha Terceira. No passado ano, por exemplo, foi conhecida a morte de outra pessoa, um emigrante, numa tourada realizada durante as festas Sanjoaninas, em Angra do Heroísmo. E no balanço dos anos anteriores há quase sempre que lamentar igualmente uma ou várias mortes.
Para além dos falecidos, o número de pessoas que sofrem ferimentos graves durante as touradas à corda é também consideravelmente elevado. Segundo os dados de um recente estudo realizado no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, uma em cada dez touradas à corda acaba com um ferido grave. Destes feridos, quase todos eles, nove em cada dez, são pessoas que assistem como público às touradas. E um em cada cinco, de forma bastante significativa, são turistas que se encontram de visita na ilha.
Segundo o referido estudo, durante os anos 2018 e 2019 chegou ao serviço de urgências do hospital um total de 56 feridos graves. Entre eles, cinco pessoas com ferimentos traumáticos muito graves e uma com forte risco de morte. Como consequência disto, uma pessoa teve de ser transferida para outro hospital, seis precisaram de intervenção cirúrgica urgente em bloco operatório e três foram internadas na unidade de cuidados intensivos.
Mas a violência das touradas não afecta unicamente as pessoas. Também afecta, muito gravemente, os animais que são forçados a participar como vítimas nesta retrógrada tradição. O número de touros feridos e mortos é, todos os anos, muito elevado. Sem existirem estatísticas sobre este assunto, pode citar-se o exemplo duma tourada à corda realizada no dia 18 de Agosto do passado ano na Agualva, onde morreram quatro dos touros utilizados, um deles na própria tourada e três sacrificados posteriormente devido aos graves ferimentos sofridos. E nesta mesma freguesia, já no presente ano, outro touro morreu também em idênticas circunstâncias.
Perante esta contínua e incessante tragédia, podemos fazer a seguinte pergunta: é aceitável, em pleno século XXI, a existência de uma festa na qual morrem ou podem morrer as pessoas que participam nela? É divertido assistir às lesões, aos ferimentos graves ou à morte de pessoas?
Para além disso, pode considerar-se como uma festa acossar e maltratar reiteradamente animais com a única finalidade de divertir-se? Este ano, em Angra do Heroísmo, e não é a primeira vez que isto acontece, os participantes chegaram ao extremo de obrigar a ingerir álcool a um dos touros utilizados numa tourada.
Afinal, será que não existe mesmo outro tipo de festas, livres de toda a violência, onde ninguém tenha de lamentar a morte de um familiar e onde nenhum animal tenha de ser acossado, maltratado ou morto? Ou alguém acha que as pessoas mortas e feridas, sempre que não sejam parte da própria família, fazem necessariamente parte da diversão duma festa?
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Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/
14/11/2024
Vi hoje na televisão, um Touro, numa tourada à corda, defender-se dos seus carrascos, marrando a torto e a direito, nas ruas da troglodita ilha Terceira, nos Açores.
Pois o Touro fez muito bem, só foi pena não ter feito mais estragos, pois poderiam servir para alertar os responsáveis para estas actividades bárbaras, para a urgência de se acabar com este vergonhoso cartão de visita de uma ilha que ainda não saiu da Idade das Trevas.
Nesta imagem, o Touro, depois de sair de um cubículo escuro de um camião, onde teria ficado várias horas, quando saiu para a luz do dia, não se apercebendo onde estava, começou a correr atrás do vermelho e, desnorteado, escorregou.
Este vídeo, que não reproduzo, no meu Blogue, para não o conspurcar com imagens absolutamente deploráveis, indignas aos olhos dos seres humanos, e não fazer publicidade a uma tal aberração, está bem patente a ESTUPIDEZ deste divertimento bronco, que apenas os broncos praticam, aplaudem e apoiam.
Já era tempo de a ilha Terceira sair da Idade Média e o seu povo divertir-se civilizadamente, porém, enquanto houver trogloditas no Poder, será esta a miséria moral, cultural e social que correrá mundo, para que todos saibam que em Portugal existe uma ilha onde o Sol ainda não brilhou.
Estou sempre a favor dos Touros.
Isabel A. Ferreira
Na sequência das notícias ontem aqui difundidas, sobre a morte de Touros numa corrida à corda, na Ilha Terceira (Agualva- Açores), deixo-vos aqui a história, e um link para o Noticiário da RTP-Açores, chamando a atenção para a incrível peça jornalística, onde fica evidente a manipulação/distorção dos factos (por parte do jornalista), e pela inacreditável falta de vergonha cívica, jurídica e ética, acrescentada ao descaramento político-administrativo inaudito por parte da Vereadora da autarquia da cidade da Praia da Vitória (a cujo concelho pertence a freguesia da Agualva, local da ocorrência referida)!
Veja-se o que se considera normal e conforme a legalidade: servirem-se de três seres vivos sencientes, para satisfazerem sádicos instintos primitivos. E o mais incrível é que o Governo Regional dos Açores e o Governo do Continente estão cheios de gente sem um pingo de visão civilizacional e desprovidos do mais nobre sentimento humano – a empatia – que se candidatam para garantirem que o costume bárbaro continue a encher os bolsos dos ganadeiros, e o povo continue eternamente bronco...
Dois partidos políticos – o PAN e o BE – têm lutado para que a EVOLUÇÃO penetre em território português, mas em vão, porque não é nada fácil semear o que quer que seja em cérebros mirrados. Mas lá virá o dia da em que os cavernícolas, de tão isolados e marginalizados, cederão ao apelo da Evolução.
A vergonhosa reportagem pode ser vista neste link (ao minuto 5.15)
https://www.rtp.pt/play/p56/telejornal-acores
Será isto uma imagem de CULTURA, consignada na Constituição da República Portuguesa? Se é, temos a CR mais atrasada do mundo.
De acordo com uma informação que me foi enviada via e-mail, o deputado do PAN/Açores Pedro Neves, denunciou aos órgãos de polícia criminal uma suspeita de maus-tratos a Touros numa tourada à corda na Agualva, na Terceira, a que se seguiu a morte dos animais. O partido político Pessoas Animais Natureza pretende entregar na Assembleia Legislativa um requerimento em que pede explicações sobre o sucedido, ao Governo dos Açores, tal como fez o Bloco de Esquerda Regional.
Depois de diversas denúncias que lhe chegaram, o PAN/Açores teve conhecimento, que no passado dia 17 de Agosto foi realizada uma tourada à corda com touros puros na freguesia da Agualva, concelho da Praia da Vitória, na qual os animais ficaram gravemente feridos, acabando por falecer na sequência das lesões causadas".
Pedro Neves salienta que «os padrões de bem-estar animal são transversais a todos os animais e a actividade tauromáquica colide com esses padrões, são incompatíveis».
O deputado refere ainda que «o que aconteceu na Agualva, lamentavelmente, não é caso isolado", sendo que a gravidade da situação foi tal que nem os promotores do evento conseguiram abafar os gritos de revolta da população».
O BE/Açores também questionou o executivo regional sobre o assunto, num requerimento enviado ao parlamento do arquipélago, destacando também que a situação «gerou indignação por parte de várias pessoas e de movimentos da causa animal que alegam que os animais morreram por ferimentos causados durante a tourada». Refere-se que «estas situações não podem, de forma alguma, ser consideradas normais, pois em causa está o bem-estar destes animais».
Os dois deputados regionais bloquistas questionam quais as medidas que tomadas pelas autoridades presentes no local e que diligências serão tomadas pelo Governo Regional de modo a evitar uma repetição.
No requerimento, «o Bloco considera fundamental que as ocorrências em touradas à corda sejam reportadas de forma transparente e, por isso, quer saber quantos touros perderam a vida por ferimentos ou por outra situação relacionada com a tourada à corda desde 2018 nos Açores».
O PAN/Açores tem pendente para apreciação e votação na Assembleia Legislativa uma proposta que visa acabar com as actividades tauromáquicas nos Açores.
Esta seria uma medida inteligente, progressista, evolucionista, limpando a ilha Terceira do lixo tauromáquico que ali ainda existe e tem sido difícil de extirpar.
Segundo informação que me chegou, em 20 de Julho, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) manifestou a sua oposição à proposta legislativa, argumentando que as touradas são espectáculos culturais previstos na Constituição, mas acontece que a TORTURA DE TOUROS não é um espectáculo, mas um costume bárbaro dos tempos filipinos, e muito menos culturais, uma vez que a CULTURA não é sinónimo de TORTURA, logo querer as touradas consignadas na Constituição é uma violação da Constituição. E quem não consegue ver esta realidade é cego mental.
E preciosamente o contrário do que a secretária regional da Educação e Assuntos Culturais, Sofia Ribeiro, ouvida na Comissão de Assuntos Sociais do Parlamento açoriano disse, ao considerar a proposta para eliminação da tortura de Touros como uma violação de um direito constitucional [que NÃO existe]. Diz a senhora que «a cultura não pode definir-se por decreto. A Constituição Portuguesa define a liberdade de acesso à cultura, e como tal, o nosso parecer é contrário ao projecto que aqui nos é apresentado".
Minha senhora, torturar touros NÃO está consignada na CRP, e, se estivesse, era evidente que tínhamos uma constituição medievalista, com séculos de atraso, e que não serve as sociedades civilizadas e modernas.
Em pleno século XXI depois de Cristo já era altura de os terceirenses retrógrados (porque os há civilizados) darem um salto para a modernidade, e aceitarem os projectos que lhes são apresentados para limpar a ilha do tal lixo tauromáquico.
Mas iinda há mais este delírio: o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Sustentável, António Ventura, igualmente ouvido pelos deputados, disse que as touradas têm cada vez mais aficionados na região, sobretudo na ilha Terceira, onde a tradição está mais enraizada, com grande impacto na economia regional. Terão?
Então só podemos chegar a uma conclusão: a ilha Terceira em vez de EVOLUIR, está cada vez mais a retroceder, e é uma ilha que envergonha o Arquipélago dos Açores, Portugal e o mundo dos Homens Civilizados.
Fonte/base deste texto:
Mudaram as cores políticas, mas não, as políticas, e tudo continuará como dantes…
Este é Ricardo Tavares, o padre que em 2017 acabou com as touradas nas Festas do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Fenais da Luz, e agora, em 2020, como Director Regional da “cultura” (?) está à disposição da selvajaria tauromáquica.
(Origem da imagem: Internet)
Mal o novo governo dos Açores se instalou, instalou-se também a polémica: para novo Director Regional da Cultura, que preside a Comissão Regional de tauromaquia, órgão consultivo em matérias de tauromaquia nos Açores, foi nomeado o Padre Ricardo Tavares, que em 2017 acabou com sete anos de Touradas, em nome de Deus, nas Festas do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, porque considerava que a «tauromaquia era uma prática sádica, anticivilizacional e que queima verbas».
A notícia pode ser recordada aqui:
Acabam-se sete anos de Touradas em nome de Deus
Logo que esta nomeação saiu, os tauricidas puseram-se em pé de guerra e fizeram uma petição pública com o objectivo de demover o Governo Regional de nomear o Padre Ricardo Tavares por ser um assumido anti-touradas.
Porém, quando o Padre Ricardo Tavares teve conhecimento da petição, temendo, talvez, perder o “tacho”, apressou-se a ter esta espantosa atitude, numa carta dirigida a um tal Sr. Filipe, suponho que seja o autor da petição:
“Como já lhe referi, a minha opinião é pessoal e não passa disso. A partir do momento que sou nomeado Director Regional da Cultura, meto de lado as minhas opiniões e trabalho ao serviço das tradições culturais da Região, qualquer que ela seja.
Pode esperar de mim respeito e apoio efectivo a todas as manifestações da Ilha Terceira, até porque a tauromaquia contribui em boa medida para a economia da Ilha.
Se tem amor e respeito pela verdade, não deve esconder esta minha visão.
Com os melhores cumprimentos,
Ricardo Tavares”
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Será que temos aqui alguém que deixou de ser padre para ser pau-mandado?
Acabam-se sete anos de touradas em nome de Deus, e agora, como bom pau-mandado, põe-se ao serviço da selvajaria tauromáquica, em nome de qual “senhor”?
Já não se fazem Padres como antigamente, que serviam um só SENHOR.
Quais tradições é que o novo Director Regional da “cultura” (?) quer manter: a de se bater nas mulheres, a de se possuir escravos, ou a de se queimar pessoas nas fogueiras da inquisição?
Que se saiba as touradas não são uma tradição, em parte alguma do Universo. São, isso sim, uma prática bárbara, herdada dos bárbaros espanhóis que andaram pelos Açores.
É lamentável que assim seja, uma vez que as localidades açorianas que ainda praticam esta selvajaria do tempo dos bárbaros, continuarão a travar a evolução do Arquipélago dos Açores!
Dhuaahhhhh!!! estamos no século XXI d. C.!!!!
EVOLUAM, em nome da HUMANIDADE!
Isabel A. Ferreira
Em 23 de Fevereiro de 2012, numa carta aberta a D. Manuel Clemente, na altura, Bispo do Porto, dirigi-lhe um apelo, contando com a clemência (implícita no nome) que todos esperamos de um servidor de Deus, para a Causa da Abolição das Touradas em Portugal.
O meu apelo não foi considerado.
Hoje, repetindo as mesmas palavras da carta de 2012, até porque passados todos estes anos, nada mudou em Portugal, a este respeito, continuando-se a torturar seres vivos, para diversão de sádicos, com a bênção da Igreja Católica Portuguesa, reitero o mesmo apelo, agora que D. Manuel Clemente é Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Espero que, desta vez, me ouça e interfira, porque o tempo é outro, e é preciso evoluir, mas, principalmente, é preciso sermos clementes para com todas as criaturas de Deus: as humanas e as não-humanas.
Exmo. Sr. D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriaca de Lisboa,
Já, por várias vezes, nos encontrámos em Arouca, em Braga, no último Congresso de Cister, enfim, e pelo que tive oportunidade de observar, fiquei com a impressão de que o Senhor D. Manuel Clemente é um homem inteligente, sensível e zeloso das suas obrigações Cristãs.
Por isso atrevo-me a dirigir-lhe estas linhas, com todo o respeito.
É que sendo eu uma defensora dos Direitos dos Animais, Humanos e Não-Humanos, e estando neste momento envolvida na Causa da Abolição das Touradas em Portugal e no Mundo, não compreendo a posição da Igreja Católica Portuguesa a este respeito, sabendo, como sabemos, que «a Tauromaquia é uma modalidade que assenta em primeira linha na exploração violenta e cruel do touro, sempre, e do cavalo nos programas em que ele é utilizado como veículo do actor tauromáquico e obrigado a tornar-se “cúmplice” da lide, sofrendo ansiedade e esgotamento e arriscando ferimento e morte», segundo a opinião do Dr. Vasco Reis, Médico-Veterinário.
Sabendo, como sabemos, que «a não-violência é a lei da nossa espécie assim como a violência é a lei dos brutos. O espírito jaz dormente no bruto e ele não conhece nenhuma outra lei a não ser a da força física. A dignidade do ser humano requer obediência a outra lei – à força do Espírito!», de acordo com Mahatma Gandhi.
E ainda, sabendo, como sabemos, que «(...) se fazem reclames entusiastas de espectáculos, como as touradas de praça onde por simples prazer se martirizam animais e onde os jorros de sangue quente, os urros de raiva e de dor e os estertores de agonia só podem servir para perverter cada vez mais aqueles que se deleitam com o aparato dessa luta bruta e violenta, sem qualquer razão que a justifique», como refere Adriano Botelho (ilustre cidadão da Ilha Terceira – Açores).
Posto isto, Senhor D. Manuel Clemente, pergunto por que motivo a Igreja Católica é CÚMPLICE desta selvajaria (há muitos padres católicos aficionados), e “abençoa” os torturadores de Touros (vulgo toureiros), antes destes irem para arena massacrar um ser vivo, que tem um ADN semelhante ao humano? Um ser que sofre e sente a dor tal como nós a sentimos?
Não serão o Touro e o Cavalo também criaturas de Deus?
Jesus Cristo ensinaria ao homem a prática da violência sobre os seres vivos? Foi para isso que viria ao mundo?
Escrevo-lhe para solicitar a douta interferência do Senhor D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa, nesta matéria, para que a Igreja Católica Portuguesa tome uma posição pública contra esta barbárie, como é de seu DEVER, até porque se a Igreja interferir, estes massacres acabam por acabar.
Não é de um bom cristão torturar seres vivos para se divertir, mas os torturadores de Touros e Cavalos são cristãos e torturam seres vivos para ganharem dinheiro e divertirem os sádicos.
Penso que o Senhor D. Manuel Clemente, como homem sábio que é, estará de acordo comigo.
Repare-se na cara patética deste “cristão”, na imagem mais acima, que além de torturador é cobarde, e no sofrimento atroz estampado na expressão do Touro, caído no chão, exaurido, dorido, esvaziado da sua dignidade de ser vivo.
São estes ensinamentos que a Igreja pretende que se transmita às crianças?
E a Igreja Católica Portuguesa nada terá a dizer sobre isto?
Isto faz parte de um tempo primitivo e obscuro. Estamos no Século XXI, depois de Cristo. É preciso evoluir, Sr. D. Manuel Clemente.
É preciso colocar Portugal entre os países evoluídos. E a Igreja Católica, tendo a influência que tem no nosso povinho, ainda tão ignorante, tem o DEVER de esclarecer esse povo, e não ser passiva quanto a esta matéria tão cruel, que só desprestigia o Ser Humano.
O senhor D. Manuel Clemente, tal como eu, historiador, saberá que os factos históricos são importantes. A Igreja Católica ficará manchada, para a História, como CÚMPLICE desta barbárie, se não tomar uma posição firme e essencialmente cristã, assim como ficou tristemente enlameada em tantas outras ocasiões, por nada ter feito, como na vergonhosa cumplicidade com as atrocidades cometidas durante a II Guerra Mundial contra os judeus, e nas Santas Cruzadas, e na Santa Inquisição, (apenas para referir os mais conhecidos casos de omissão da Igreja Católica). E é CÚMPLICE quem sabe e nada faz.
Espero que esta minha carta possa servir para acordar a “adormecida” Igreja Católica Portuguesa para esta grave lacuna, do seu apostulado. Os púlpitos são lugares apropriados para passar a mensagem da não-violência contra todos os seres humanos e não-humanos. Não é lugar para se falar de política. É lugar para se falar no que Jesus Cristo nos deixou de mais valioso, o preceito áureo: «não faças aos outros (e nesses outros estão incluídos todos os seres não-humanos) o que não gostas que te façam a ti.» Se todos os homens cumprissem esta simples regra, o mundo seria o lugar ideal para se viver, sem leis, sem governantes, sem polícias, sem armas, sem guerras, sem todos esses horrores, que o animal humano, e apenas o animal humano, inventou.
Porque é preciso acabar de uma vez por todas com esta macabra, patética, sangrenta e sádica prática chamada TOURADA, onde dois magníficos seres vivos (Touro e Cavalo) são barbaramente torturados por psicopatas.
E a Igreja Católica Portuguesa tem o seu quinhão de culpa nisto.
Com os meus melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Fonte:
https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/87535.html
«Na Tourada à Corda o sofrimento psicológico do animal é forte», salienta o Dr. Vasco Reis, Médico Veterinário, que dá a cara pela Causa Animal.
O que hoje publico é um texto escrito por quem sabe.
Porém, poderia ser também um texto escrito por quem sente, porque existem coisas que, basta um olhar, para nos ferir o coração e a alma, o que é um indicador da existência de empatia, o sentimento maior que faz do homem um ser humano, e que na questão animal (como em tudo na vida) faz toda a diferença entre os seres humanos, e os seres desumanos desprovidos de alma e de empatia, o que os leva a divertirem-se com o sofrimento de um ser vivo.
Bem-haja, Dr. Vasco Reis!
NOBLESSE OBLIGE
Texto do Dr. Vasco Reis (Médico Veterinário)
«Tenho muito gosto em estar aqui na defesa de animais não humanos e humanos (pessoas) deste país, Portugal.
Sou Vasco Reis, médico veterinário aposentado, conhecedor da tourada à portuguesa e da tourada à corda. Fui médico veterinário municipal no Concelho da Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, de 1986 a 1989, terra onde existem bastantes aficionados e se organizam muitas touradas à corda. Fui, então, incumbido pelo município da PV de examinar, avaliar e fazer acompanhamento e intervenção (nomeadamente, a retirada de bandarilhas/arpões) nos touros que eram ali toureados à portuguesa. É inegável que os touros lidados à portuguesa sofrem imenso psicológica e fisicamente antes, durante e após a Tourada. O sofrimento só termina quando são sofridamente abatidos.
E, acompanhei, também, algumas touradas à corda.
Na Tourada à Corda o sofrimento psicológico do animal é forte:
1º - Desde que é retirado do campo onde se encontrava acompanhado;
2º- Acrescido da corda que lhe é imposta ao pescoço e que os pastores seguram para o travar e dirigir;
3º- Pela provocação e alarido da multidão.
O Sofrimento físico é constante:
1º - Pelo esforço/esgotamento das correrias por percursos muito variados e até acidentados;
2º- Pelo elevado risco de lesões que pode sofrer no percurso por onde corre, salta, tomba, embate, pelo forte e agressivo esticão da corda - Tudo pode acontecer e muito tem acontecido - queda, entorse, fractura, acidente cardiovascular, desmaio, afogamento, quando levado para a praia e mar, etc.
Os riscos de segurança e de vida são muitos para as pessoas que teimam em assistir a este tipo de “entretenimento” uma vez que podem ser atingidas pelo animal, ou pela corda, ou pela multidão em fuga, ou por derrube das estruturas, etc.
As crianças estão expostas à violência e ao perigo eminente.
Tudo pode acontecer ali e atingir gravemente alguém tornando-o inválido ou até provocar a morte, por temeridade, por excesso de álcool, por azar, por esforço exagerado, por pânico, etc.
Além dos terceirenses, também muitos turistas arriscam a vida ao assistir a estas “festividades”.
Os touros depois da corrida podem voltar para o campo e ali permanecerem e podem constituir um perigo para pessoas que por lá passem, inclusive turistas incautos em passeio.
A propósito da uma tourada à corda mostrada em vídeo: Uma fotografia retirada do vídeo - “Tourada no Cabo da Praia com toiros da Ganadaria de (MJR) 31 de Agosto de 2019. Ilha Terceira, Açores”, mostra um touro ainda preso na caixa de contenção e muito próximo vê-se uma mão que segura uma seringa carregada com cerca de 7ml de um líquido de cor leitosa. Isto deu azo a suspeita de doping e a denúncia de suspeita de que se tratou de contenção do bovino e de material para injecção do bovino!
O caso foi revelado no Facebook e provocou reacções lastimáveis de pessoas com conhecimentos limitados e errados e afirmações irresponsáveis. Tais "Aprendizes de feiticeiro" afirmam que se trataria de medicação (antibiótico) para devolver o "bem-estar" ao animal. Já aqui está implícito o reconhecimento de que a corrida provoca tais danos na saúde psicológica e física do animal, que justificam ou exigem medicação. E esta pode ter efeitos secundários.
Nota - Constata-se a progressiva resistência de agentes patogénicos a antibióticos.
Isto é consequência do abuso da aplicação de antibióticos sem indicação correcta e por parte de muita gente sem autorização e sem preparação para isso. Provavelmente, nunca ficará esclarecido se, neste caso, se pode falar de responsabilidade de um profissional médico-veterinário. É muito improvável, pois estes técnicos da saúde animal não ousam meter-se nestas andanças.
Apesar da violência e crueldade exercida sobre animais nas diversas actividades tauromáquicas, há ainda quem considere que, pelo menos algumas, merecem ser reconhecidas património cultural de países e, até, da humanidade, por exemplo, a Tourada à Corda!
É claro que esta meta é civilizacionalmente inatingível. No entanto, abundam neste país pessoas de mentalidade retrógrada e praticam-se hábitos e tradições onde impera a violência exercida sobre animais. Há, pois, muito que educar, legislar e fiscalizar contra a liberdade de se abusar dos seres sencientes e conscientes, que são os animais.
Antes sim se apreciasse mais e se devesse o mesmo empenho em apresentar e divulgar a deliciosa música dos Açores, essa sim riqueza cultural superior e prestigiante!
Muitos são os aficionados em organismos detentores de poder económico, político e legislativo que ainda permitem a sobrevivência destas actividades. Assim, praticamente, se podem "preparar" touros e cavalos para as "festividades", sem qualquer controle de doping.
Hipocritamente, as poucas leis/regulamentos existentes, "pretendem promover o BEM-ESTAR animal nos eventos". Como se isso pudesse ser possível sob tanta violência!!!
Apesar, de muita "medicação" ser feita às escondidas, sempre se vão encontrando pistas do uso de Rompum, antibióticos, vários tranquilizantes, analgésicos, etc., nos locais onde as "festividades" tiveram lugar.
Insisto no facto e lastimo que a tourada à corda signifique sofrimento psicológico e físico para os bovinos envolvidos e que seja um evento de violência psicológica e física para quem assista, com risco de ferimentos graves, incapacitantes e até mortais e a par e passo sendo ainda causador de despesas públicas e privadas, que são perfeitamente evitáveis!
Que nódoa perigosa e desprestigiante para a Ilha Terceira.
Esta ilha e região são dotadas de paisagens maravilhosas, natureza luxuriante, clima algo instável, mas sempre temperado, de tanta beleza musical e de dança tradicional. Quanta riqueza e que atractivos para serem oferecidos a um turismo pacífico, sem a lastimável tourada à corda. Pessoalmente e por tudo isto, que é tão positivo, e ainda por muitas pessoas que conheci, guardo sempre saudades da Ilha Terceira e dos Açores! Queiram apreciar esta bela música tradicional “Olhos Pretos”, muito popular no arquipélago, cantada e gravada num serão que teve lugar na Praia da Vitória, Ilha Terceira. Isto sim, é uma verdadeira festa de alegria e comunhão entre as pessoas!
Basta reproduzir o link: https://youtu.be/l8my33yKwyY
Vasco Reis
19.09.2019
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Menção: agradecemos ao Dr. Médico Veterinário Vasco Reis que cedeu este texto ao Movimento Não À Vaca das Cordas, o qual muito louvamos.
Pedimos que este texto seja partilhado por todos nós e que chegue a muitas pessoas que desconhecem esta realidade da Tourada à Corda em Portugal.
O teu apoio é muito importante, se és contra, assina a petição:
https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT89816
Fonte:
Garraiada organizada pelo PSD da ilha Terceira
"Venha divertir-se" com a violência contra animais e pessoas, "com muita comida, bebida e animação".
Sempre a confundir barbárie com tradição.
Apontem, para não se esquecerem: PSD, um partido fora do baralho político, nas próximas eleições legislativas.
Um cartaz vergonhoso, para o PSD, um partido político que vive na Idade Média e trava a evolução, por isso, a Terceira é uma ilha rodeada de barbárie por todos os lados, e afundada num descomunal atraso civilizacional
Fonte:
Quem protege estas crianças, dos adultos predadores?
O que faz o Estado Português para as proteger?
Continuamos na cauda da Europa na defesa das nossas crianças.
Texto Via PAN Açores
"O desespero da actividade tauromáquica nos Açores, mais propriamente na ilha Terceira.
Estás a perder espectadores e queres doutrinar a população desde tenra idade para não extinguir o espectáculo?
Basta então dar o nome de "A tradicional Tourada Infantil!
Sanjoaninas 2019", encher com crianças de um ATL e dizer que é totalmente Inclusivo.
Relembramos que em 2014, o Comité dos Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas recomendou ao Estado Português que adoptasse algumas medidas, legislativas e administrativas com vista a limitar e a proibir a participação de crianças em touradas e a limitar e a proibir a visualização, por parte destas, desses espectáculos.
O PAN, por sua vez, fez uma proposta que visava o afastamento dos menores de idade dos espectáculos tauromáquicos em Portugal. Foi chumbado pelo PCP / PSD / CDS/ PS.
Continuamos na cauda da Europa na defesa das nossas crianças."
ACM Terceira
Fonte:
Porque estamos em plena época da aberração tauromáquica, aqui vos deixo mais um excelente contributo do Dr. Vasco Reis, único Médico-Veterinário português que dá a cara pela causa da Abolição das Touradas.
Este texto é baseado na Ciência Médico-Veterinária, na Etologia (disciplina da Zoologia que estuda o comportamento animal) e na experiência profissional e desportiva do autor, escrito por ocasião do II Fórum da Cultura Taurina nos Açores, e que trago à liça por considerá-lo crucial para o esclarecimento daqueles que ainda têm dúvidas quanto ao que é esta “coisa” a que chamam de “tauro (touro) maquia (lucro, dinheiro)”, e que não passa, literalmente, de lucro à custa da tortura de Touros.
Um triste “espectáculo” de baixo nível cultural e artístico, onde Touros e Cavalos sofrem para gozo de um escasso número de sádicos, também de baixo nível intelectual e moral. Valeu a pena? Vieram mais ricos espiritualmente? Encheram a alma com imagens de rara beleza…?
«A verdadeira realidade da tauromaquia»
Por Vasco Reis - Médico Veterinário
O activista Dr. Vasco Reis, na sua luta pela extinção de uma prática que não dignifica a Humanidade.
«Está anunciado o II Fórum da Cultura Taurina com especialistas de 9 países que se reúnem durante 3 dias na Ilha Terceira, a campeã da “afición” no Arquipélago.
Os efeitos do fórum serão evidentes, visto que a tauromaquia é uma modalidade que assenta em primeira linha na exploração violenta e cruel do touro, sempre, e do cavalo nos programas em que ele é utilizado como veículo do actor tauromáquico e obrigado a tornar-se “cúmplice” da lide, sofrendo ansiedade e esgotamento e arriscando ferimento e morte.
O fórum está a ser considerado como um momento de reflexão, de prestígio para os Açores, de promoção da atractibilidade da Região e como reforço do turismo.
Considero que, quanto à influência sobre o turismo, as vertentes serão duas e opostas:
Poderá atrair aficionados, gente que sob a designação de arte, aprecia a violência e as fases impressionantes do massacre do touro e as arrancadas e as fintas do cavalo dominado pelo cavaleiro. Poderá também atrair gente tornada curiosa pela publicidade enganosa da organização.
Por outro lado, irá afastar turistas conscientes e compassivos, que vão preferir outros destinos, onde tal espectáculo de massacre não seja permitido.
Quanto à influência sobre o prestígio dos Açores, só pode ser muito negativa, porque publicita o facto de que a Região Autónoma, parte de Portugal (que também é atingido), pertence ao retrógrado grupo dos únicos 9 países do Planeta, onde touros e cavalos são massacrados legalmente.
Falta referir-me ao momento de reflexão, que bem necessário é e para o qual eu pretendo contribuir com muito empenho, argumentando resumidamente com o que a Ciência Médico-Veterinária, a Etologia e a minha experiência profissional e desportiva me ensinaram.
A ciência, fundamentada na investigação anatómica, fisiológica e neurológica dos animais usados na tauromaquia, confirma o que o senso comum revela: touros e cavalos sofrem antes, durante e depois dos espectáculos tauromáquicos.
O touro é o elemento sempre massacrado da tauromaquia, desde intensa e prolongada ansiedade a partir do momento em que é retirado do campo, seguindo-se repetidos e dolorosos ferimentos, esgotamento anímico e físico e quase sempre a morte em longa agonia.
O cavalo, dominado e violentado pelo cavaleiro tauromáquico é o elemento obrigado a arriscar tudo e a sofrer perante o touro, desde ansiedade, ferimento físico até a morte.
Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga para poderem sobreviver. Sem essas capacidades não poderiam subsistir.
Portanto, medo e dor são essenciais e condição de sobrevivência.
É testemunho da maior ignorância ou intenção de ludíbrio, o afirmar-se que algum animal em qualquer situação possa não sentir medo e dor, se for ameaçado ou ferido.
A ciência revela que anatomia, fisiologia e neurologia do touro, do cavalo e do homem são extremamente semelhantes. Os ADN são quase coincidentes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto e o ferimento.
O especismo é uma atitude que, arrogantemente, coloca o Homem numa posição de superioridade, que lhe permite dispor sobre os animais, como quiser.
A compaixão selectiva visa tratar bem certas espécies (em geral cães e gatos) e menos bem, outras, quase consideradas como objectos.
Os animais não humanos são considerados menos inteligentes do que os seres humanos. Podem estar mais ou menos próximos e mais ou menos familiarizados connosco, mas eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto e à dor.
É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.
"A compaixão universal é o fundamento da ética" - um pensamento superior do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.
A tauromaquia está eivada de especismo sobre o touro e sobre o cavalo.
O homem faz espectáculo e demonstração da sua "superioridade" provocando, fintando, ferindo com panóplia de ferros que cortam, cravam, atravessam, couro, músculos, tendões, órgãos vitais, esgotam, por vezes acabam por matar o touro, em suma lhe provocam enorme e prolongado sofrimento para gáudio de uma assistência que se diverte com o sofrimento, a agonia e a morte de um animal.
Isto é comparável aos espectáculos de circo romano, há muito considerado espectáculo bárbaro, onde escravos e cristãos eram obrigados a lutar e a matarem-se uns aos outros ou eram atirados aos leões para serem devorados.
O cavalo é dominado com ferros castigando as gengivas bucais e a língua e esporas mais ou menos agressivas, até cortantes, no ventre.
Esta montada é posta em risco de mais ferimento e de morte, pelo cavaleiro tauromáquico, que o utiliza como veículo para combater e vencer o touro.
O sofrimento do cavalo soma-se aqui ao do touro.
Na tauromaquia, touro e cavalo são excluídos de qualquer compaixão, antes pelo contrário, estão completamente submetidos à violência e ao sofrimento.
E o espectáculo é ainda legal em Portugal e mais oito países, publicitado e mostrado na comunicação social, aclamado, fonte de negócio, de prosa e de poesia. Que tristeza.
Tauromaquia é a “arte” de dominar e massacrar touros e cavalos e organizar com isso espectáculos para recreação de aficionados ou de simples curiosos.
Mas nesta “arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.
São muitas as pessoas conscientes e compassivas, que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram anti educativa, fonte de enorme vergonha e atentatória da reputação internacional de Portugal, obstáculo dissuasor do turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem! Porque fazem sofrer os animais os chamados “artistas”? Dar-lhes-á isso algum gozo?
Será isso admirável, corajoso, heróico?
Com certeza que existem boas e inócuas alternativas para os aficionados, para os trabalhadores tauromáquicos, para os "artistas", para os campos e para os touros e cavalos.
Os campos podem ser utilizados de outro modo.
A raça pode ser mantida sem a cruel tauromaquia.
Os trabalhadores, campinos e ganadeiros podem continuar o seu trabalho.
Os forcados, cujo papel só surge depois do touro ter sido massacrado e esgotado previamente, podem dedicar-se a actividades ou desportos leais e entre iguais, onde valentia, luta corpo a corpo são fulcrais, como o boxe, a luta livre e outros e que exigem espírito de equipa, como o rugby por exemplo, considerado desporto de cavalheiros.
Aconselho, pela sua mensagem, alguns vídeos extremamente informativos, muito influentes no processo que teve lugar no Parlamento da Catalunha de que resultou a votação que levou à proibição de corridas de touros naquela região autónoma espanhola, facto que está tendo enorme repercussão mundial.
Fundamentado no acima exposto, anseio pela proibição das corridas de touros em Portugal e no mundo. Não quero nem posso admitir que qualquer região ou nação seja vergonhosamente conhecida no seu trato aos animais como sendo uma região ou nação bárbara, retrógrada e cruel.
Na certeza de que V. Exas. tomarão em consideração esta minha mensagem assino-me
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário desde 1967,
Actualmente aposentado em Aljezur.
Permitam-me o seguinte curto extracto do meu currículo, o qual ilustra alguma da minha experiência prática que dita muitas das minhas opiniões:
Trabalhei 7 anos na Suíça, 10 anos na Alemanha, 3 anos nos Açores (na Praia da Vitória, Ilha Terceira, onde existe afición e onde tive de intervir obrigatoriamente no acompanhamento dos touros nas touradas na minha qualidade de médico veterinário municipal) e 21 anos em Portugal Continental.
Trabalhei sempre, entre outras espécies, com bovinos e cavalos.
Fui cavaleiro de concurso hípico completo e detentor de dois cavalos polivalentes.
Conheço bem os cavalos, a sua personalidade e as suas aptidões.
Fui entusiástico jogador de rugby durante três anos.
Vasco Reis»
Nota: escusado será dizer que este saber do Dr. Vasco Reis, entrou por um ouvido e saiu pelo outro, dos que têm o poder de acabar com esta prática bárbara. E isto acontece porque em cérebros mirrados se não entra nem um grão de poeira, como poderá entrar a Sabedoria? (I.A.F.)