Em 23 de Fevereiro de 2012, numa carta aberta a D. Manuel Clemente, na altura, Bispo do Porto, dirigi-lhe um apelo, contando com a clemência (implícita no nome) que todos esperamos de um servidor de Deus, para a Causa da Abolição das Touradas em Portugal.
O meu apelo não foi considerado.
Hoje, repetindo as mesmas palavras da carta de 2012, até porque passados todos estes anos, nada mudou em Portugal, a este respeito, continuando-se a torturar seres vivos, para diversão de sádicos, com a bênção da Igreja Católica Portuguesa, reitero o mesmo apelo, agora que D. Manuel Clemente é Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Espero que, desta vez, me ouça e interfira, porque o tempo é outro, e é preciso evoluir, mas, principalmente, é preciso sermos clementes para com todas as criaturas de Deus: as humanas e as não-humanas.
Exmo. Sr. D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriaca de Lisboa,
Já, por várias vezes, nos encontrámos em Arouca, em Braga, no último Congresso de Cister, enfim, e pelo que tive oportunidade de observar, fiquei com a impressão de que o Senhor D. Manuel Clemente é um homem inteligente, sensível e zeloso das suas obrigações Cristãs.
Por isso atrevo-me a dirigir-lhe estas linhas, com todo o respeito.
É que sendo eu uma defensora dos Direitos dos Animais, Humanos e Não-Humanos, e estando neste momento envolvida na Causa da Abolição das Touradas em Portugal e no Mundo, não compreendo a posição da Igreja Católica Portuguesa a este respeito, sabendo, como sabemos, que «a Tauromaquia é uma modalidade que assenta em primeira linha na exploração violenta e cruel do touro, sempre, e do cavalo nos programas em que ele é utilizado como veículo do actor tauromáquico e obrigado a tornar-se “cúmplice” da lide, sofrendo ansiedade e esgotamento e arriscando ferimento e morte», segundo a opinião do Dr. Vasco Reis, Médico-Veterinário.
Sabendo, como sabemos, que «a não-violência é a lei da nossa espécie assim como a violência é a lei dos brutos. O espírito jaz dormente no bruto e ele não conhece nenhuma outra lei a não ser a da força física. A dignidade do ser humano requer obediência a outra lei – à força do Espírito!», de acordo com Mahatma Gandhi.
E ainda, sabendo, como sabemos, que «(...) se fazem reclames entusiastas de espectáculos, como as touradas de praça onde por simples prazer se martirizam animais e onde os jorros de sangue quente, os urros de raiva e de dor e os estertores de agonia só podem servir para perverter cada vez mais aqueles que se deleitam com o aparato dessa luta bruta e violenta, sem qualquer razão que a justifique», como refere Adriano Botelho (ilustre cidadão da Ilha Terceira – Açores).
Posto isto, Senhor D. Manuel Clemente, pergunto por que motivo a Igreja Católica é CÚMPLICE desta selvajaria (há muitos padres católicos aficionados), e “abençoa” os torturadores de Touros (vulgo toureiros), antes destes irem para arena massacrar um ser vivo, que tem um ADN semelhante ao humano? Um ser que sofre e sente a dor tal como nós a sentimos?
Não serão o Touro e o Cavalo também criaturas de Deus?
Jesus Cristo ensinaria ao homem a prática da violência sobre os seres vivos? Foi para isso que viria ao mundo?
Escrevo-lhe para solicitar a douta interferência do Senhor D. Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa, nesta matéria, para que a Igreja Católica Portuguesa tome uma posição pública contra esta barbárie, como é de seu DEVER, até porque se a Igreja interferir, estes massacres acabam por acabar.
Não é de um bom cristão torturar seres vivos para se divertir, mas os torturadores de Touros e Cavalos são cristãos e torturam seres vivos para ganharem dinheiro e divertirem os sádicos.
Penso que o Senhor D. Manuel Clemente, como homem sábio que é, estará de acordo comigo.
Repare-se na cara patética deste “cristão”, na imagem mais acima, que além de torturador é cobarde, e no sofrimento atroz estampado na expressão do Touro, caído no chão, exaurido, dorido, esvaziado da sua dignidade de ser vivo.
São estes ensinamentos que a Igreja pretende que se transmita às crianças?
E a Igreja Católica Portuguesa nada terá a dizer sobre isto?
Isto faz parte de um tempo primitivo e obscuro. Estamos no Século XXI, depois de Cristo. É preciso evoluir, Sr. D. Manuel Clemente.
É preciso colocar Portugal entre os países evoluídos. E a Igreja Católica, tendo a influência que tem no nosso povinho, ainda tão ignorante, tem o DEVER de esclarecer esse povo, e não ser passiva quanto a esta matéria tão cruel, que só desprestigia o Ser Humano.
O senhor D. Manuel Clemente, tal como eu, historiador, saberá que os factos históricos são importantes. A Igreja Católica ficará manchada, para a História, como CÚMPLICE desta barbárie, se não tomar uma posição firme e essencialmente cristã, assim como ficou tristemente enlameada em tantas outras ocasiões, por nada ter feito, como na vergonhosa cumplicidade com as atrocidades cometidas durante a II Guerra Mundial contra os judeus, e nas Santas Cruzadas, e na Santa Inquisição, (apenas para referir os mais conhecidos casos de omissão da Igreja Católica). E é CÚMPLICE quem sabe e nada faz.
Espero que esta minha carta possa servir para acordar a “adormecida” Igreja Católica Portuguesa para esta grave lacuna, do seu apostulado. Os púlpitos são lugares apropriados para passar a mensagem da não-violência contra todos os seres humanos e não-humanos. Não é lugar para se falar de política. É lugar para se falar no que Jesus Cristo nos deixou de mais valioso, o preceito áureo: «não faças aos outros (e nesses outros estão incluídos todos os seres não-humanos) o que não gostas que te façam a ti.» Se todos os homens cumprissem esta simples regra, o mundo seria o lugar ideal para se viver, sem leis, sem governantes, sem polícias, sem armas, sem guerras, sem todos esses horrores, que o animal humano, e apenas o animal humano, inventou.
Porque é preciso acabar de uma vez por todas com esta macabra, patética, sangrenta e sádica prática chamada TOURADA, onde dois magníficos seres vivos (Touro e Cavalo) são barbaramente torturados por psicopatas.
E a Igreja Católica Portuguesa tem o seu quinhão de culpa nisto.
Com os meus melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Fonte:
https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/87535.html
O que aqui vou denunciar é absolutamente inconcebível e inacreditável num país da Europa. Se a União Europeia sabe disto e cala-se, não tem qualquer moralidade para exigir seja o que for dos países membros, e será metida no mesmo saco dos trogloditas portugueses que mantêm, estas práticas BÁRBARAS em pleno século XXI.
Repugna-me que no meu desventurado país isto possa acontecer, com o aval do PS, do PSD, do CDS/PP e do PCP, quatro partidos que não merecem a mínima consideração, porque Portugal não é apenas impostos e salários, Portugal é essencialmente ALMA, e essa alma está a ser esmagada por trogloditas, incluindo a igreja católica portuguesa, que nada faz pelas criaturas de Deus.
Leiam o texto, da autoria do Movimento Não À Vaca das Cordas, vejam as imagens e o vídeo e PASMEM de HORROR!
(Isabel A. Ferreira)
«Durante o visionamento do vídeo referido em baixo, encontramos (por acaso) um Touro Jovem ainda preso na caixa de contenção, antes de sair para a rua e muito próximo, está uma mão que segura uma seringa com cerca de 7ml de um líquido de cor leitosa, carregada. Impõe-se a suspeita de que se trata de contenção do bovino e de material para doping do bovino!
Este forte tranquilizante utilizado para cavalos e bois serve para anestesiar o animal, entorpecem os seus sentidos, causa confusão mental, pode causar o colapso do animal, bem como acidentes e vítimas humanas e podemos perceber que durante todo o evento o animal não sabe o que se passa, está em pânico e drogado!
Uma vez que esta prática não é legal e não é permitida segundo os regulamentos da tourada à corda:
- Apelamos/exigimos que seja investigada/que seja julgada a situação, às devidas autoridades e pedimos a todos que façam denúncia devendo usar esta foto e devida referência do vídeo de onde a mesma foi retirada, para:
SEPNA Email - sepna@gnr.pt; dsepna@gnr.pt;
OMV Email - omv@omv.pt;
e à DGAV Email - dirgeral@dgav.pt
Apelamos à assinatura em massa de todos à petição contra estas festividades que maltratam e posteriormente matam estes animais muito jovens em nome de uma festa popular:
https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT89816
Estas imagens foram encontradas pelos membros do Movimento Não À Vaca das Cordas durante o visionamento de vários vídeos sobre a matéria de forma a alertar todas as pessoas do que se esconde por detrás desta “festa” e desta forma podemos observar a cumplicidade existente para práticas ilícitas e omissão por parte de quem as pratica! Todos fecham os olhos, mas nós temos os olhos bem abertos!
O ENTRETENIMENTO HUMANO NÃO SE PODE SOBREPOR À VIDA E AO BEM-ESTAR ANIMAL!
Referência, fotografia retirada do vídeo: Tourada no Cabo da Praia com toiros da Ganadaria de (MJR) 31 de Agosto de 2019. Ilha Terceira, Açores.
Vejam aqui o vídeo:
Fonte:
Ponte de Lima é uma vila portuguesa, situada no norte de Portugal, a qual ficou parada no ano de 1646. Não evoluiu absolutamente nada, civilizacionalmente, e nem dignifica a Humanidade, Portugal e a igreja católica portuguesa.
Uma vila a boicotar. Obviamente.
Como sempre, estes vídeos são retirados da circurlação, porque não convém divulgar a crueldade destas práticas medievalescas. Afinal, isto nem é arte, nem cultura, se fosse, teriam toda a honra em divulgar.
A infame prática da "vaca das cordas"
No passado dia 19 de Junho, este belo Touro, de 450 quilos, serviu de divertimento à população troglodita de Ponte de Lima e os “turistas" trogloditas de sempre, sempre os mesmos, que vão àquela localidade em excursões pagas pelas autarquias também trogloditas.
O Touro veio de uma ganadaria de Montalegre, onde viveu poucos anos - no máximo quatro - quando podia ter vivido 20 anos.
As ganadarias não são um paraíso para os Touros. Até podem estar nos campos a pastar tranquilamente, mas não livremente, porque são criados unicamente para serem entregues à tortura que os leva a uma morte lenta, para que bandos de cobardes sádicos e psicopatas possam divertir-se e sentirem-se machos à custa do sofrimento de um animal inofensivo, indefeso e inocente, numa prática cruel a que dão o nome de “festividade”, nas ruas e touradas de praça. Os desventurados Touros são traídos por quem “cuida” deles, não com afecto, mas com um interesse repugnante, assente num negócio obscuro, que envolve muito dinheiro, o que torna esta prática numa coisa ainda mais asquerosa.
O divertimento humano não se pode sobrepor à vida e ao bem-estar animal!
Neste vídeo, podemos ver a chegada do Touro, já amarrado a cordas, num visível estado de pânico, tentando, sem êxito, libertar-se dos seus carrascos. Depois foi arrastado pelas ruas de Ponte de Lima por bandos de trogloditas alcoolizados, e passou sede, sentiu medo e esteve sempre em pânico, tendo sido obrigado a dar três voltas à igreja onde o regaram com vinho, algo que nunca falta nestas práticas diabólicas.
Depois de várias horas em que os trogloditas andaram a babar-se e a mostrar toda a INVIRILIDADE que os caracteriza, foi abatido no dia seguinte, 20 de Junho, e vendido a um talho para ser comido como se de um troféu se tratasse, e não porque a população estava faminta.
Esta prática medievalesca, a que teimam em chamar “tradição”, é absolutamente fóssil e cruel e sádica e tóxica, numa época em que existem várias alternativas SAUDÁVEIS e CIVILIZADAS, para as populações destas terrinhas mais atrasadas se divertirem, sem ser à custa do sofrimento de um animal senciente.
A origem desta prática cruel remonta a 1646, véspera da “festa católica” do Corpo de Deus, algo que devia ser considerado blasfémia, por se tratar de uma acção diabólica, em que os ditos “humanos” se transformam em verdadeiros demónios, e atacam desalmadamente, cobardemente, cruelmente, um ser indefeso, amarrado a cordas, sem a mínima possibilidade de fuga, para se “divertirem” como broncos que são. Algo que provoca ASCO.
Esta prática tem origem numa lenda local que refere que a Igreja Matriz (por que é que estas práticas bárbaras estão sempre ligadas à IGREJA CATÓLICA?) da primitiva vila (que continua tão primitiva como em 1646) era um templo pagão (e continua a ser, porque cristão não é), onde se venerava uma deusa sob a forma de uma vaca. Quando o templo pagão foi transformado em igreja, pelos "cristãos", a imagem bovina da deusa foi retirada do nicho onde era venerada e, presa por cordas, foi arrastada pelas ruas da vila, até serem completadas três voltas ao templo, sendo depois arrastada pelas ruas da povoação com "aprazimento" de todos os habitantes. E a partir de então, os limianos acharam por bem manter a prática, e substituíram a IMAGEM por um animal VIVO.
Desde então, a igreja católica decide manter esta prática medievalesca (existem práticas MEDIEVAIS dignas de serem ainda realizadas sem agredir a sensibilidade dos seres humanos), ligada a um ser vivo, o Touro ou uma Vaca, amarrados a cordas e arrastados pelas ruas, por um bando de bêbados, alienados, alucinados, completamente anormais.
Estamos no ano 2019 depois de Cristo, e nada justifica dar continuidade a uma prática troglodita e cruel, porque o dinheiro que aqui está em causa, é um dinheiro SUJO, que SUJA as celebrações de um CORPO que NÃO É de Deus, mas do DIABO.
Portanto, BASTA desta NÓDOA NEGRA a SUJAR a igreja católica e a Dignidade Humana, e basta de denegrir a imagem de Portugal no mundo.
DIZ NÃO À VACA DAS CORDAS!
Isabel A. Ferreira
Assina e partilha a petição, pela dignidade dos animais:
https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT89816
É inconcebível que a igreja católica portuguesa seja cúmplice de tanta barbárie para celebrar os seus Santos!
Não é desse modo que angariam “crentes” para sustentarem as paróquias. Cada vez mais, os que nasceram católicos afastam-se da Igreja, por não se reverem nestes rituais bárbaros, medievalescos, grotescos, cruéis, violentos, nada condizentes com os ensinamentos de Jesus Cristo.
Repudio a hipocrisia dessa igreja que não segue os preceitos cristãos.
Os da Barosa chamam-lhe FESTA RELIGIOSA… em honra de São Mateus, e sacrificam garraios.
Em Seia, mata-se um galo à paulada, nas festas consagradas a Deus…
Na Ilha Terceira (Açores) praticam-se barbaridades em honra de São João
Em São João da Pesqueira sacrificam-se Touros em nome de Nossa Senhora do Monte
Em Ponte de Lima o Corpo de Deus é celebrado com a abominável “vaca das cordas”…
Bem… isto é apenas uma amostra da monstruosidade que a igreja católica portuguesa consente em nome de Santos católicos, como se os Santos católicos alguma vez aplaudissem a tortura de uma ser vivo, que também é de Deus.
O decreto de proibição das touradas mais antigo de que se tem conhecimento é a bula do Papa Pio V, “De Salute Gregis Dominici”, datada de 1 de Novembro de 1567, mas ainda em vigor, e que dizia o seguinte:
«(…) Nós, considerando que estes espectáculos que incluem touros e feras no circo ou na praça pública não têm nada a ver com a piedade e a caridade cristã, e querendo abolir estes vergonhosos e sangrentos espectáculos, não de homens, mas do demónio, e tendo em conta a salvação das almas, na medida das nossas possibilidades, com a ajuda de Deus, proibimos terminantemente por esta nossa constituição (…) a celebração destes espectáculos (…)».
Tanto quanto sabemos, esta bula só foi acatada em Itália.
Isto foi o que disse o Papa Pio V, mas não é o que a Igreja segue. E a Igreja não seguindo, cala-se, num consentimento que, de tão silencioso, nos agride, como se gritasse: DOU-VOS A LIBERDADE DE SEREM IMPIEDOSOS PARA COM OS ANIMAIS!
A tortura de Touros e Cavalos tem-se realizado sob a égide de uma igreja que não respeita minimamente os preceitos de Deus.
A ideia de que o Touro era um ser diabólico, e como tal devia ser torturado, pertence a mitos antigos, quando imperava uma ignorância da mais profunda, e queimavam-se bruxas…
Hoje sabemos que o Touro é apenas um bovino, e as bruxas não existem. Em pleno século XXI da era cristã, já não se justifica queimar bruxas e torturar Touros para exorcizar demónios, que, a existirem, estão personificados nos carrascos das criaturas de Deus.
Está mais do que na hora de enterrar esta mentalidade medievalesca e dar o salto para o século XXI da era cristã.
Isabel A. Ferreira
Sugiro a leitura deste texto onde se aborda este tema mais esmiuçadamente.
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/201627.html
Um estudo que realizei em 2012, assente numa troca de palavras com tauricidas, quando, certa vez, decidi tomar-lhes o pulso, nas páginas deles, no Facebook, não estava ainda bloqueada. Depois disto, bloquearam-me, mas o estudo ficou feito. E o resultado é o que aqui apresento.
Infelizmente está actualíssimo, o que significa que Portugal não evoluiu absolutamente nada, nesta matéria de crueldade, violência, estupidez e ignorância, que dá pelo nome de tauromaquia.
Cena do filme «Matador», de Almodovar
Por vezes deambulo pelas páginas dos tauricidas, no Facebook, para lhes “tomar o pulso”.
Quando me permitem, provoco-os, porque “a alma não tem segredo que a conduta não revele”, e é precisamente nessa revelação que podemos conferir o carácter dos tauricidas e dos aficionados.
É que é extremamente importante conhecer a mente deles, para avaliarmos da legitimidade que dizem ter para cometer o tauricídio, e aquilatarmos da permissividade e cumplicidade dos estéreis intelectos das autoridades deste nosso País.
Quase sempre sou bloqueada nessas páginas, talvez pelo modo nu e cru como digo as coisas que os outros também dizem sob uma capa dourada e bem cozinhadas. Ou apenas porque o que digo é dito por uma mulher. E os machistas torcionários odeiam que as mulheres os afrontem.
Ser bloqueada não é coisa que me incomode, nem pouco mais ou menos.
Contudo, desta vez, talvez por ser a página de um evento («Eu vou defender a festa», da "prótoiro"), e não poder bloquear-se ninguém (não sei se é possível, o facto é que não fui bloqueada), consegui ficar ali a “picá-los”, utilizando as palavras como “bandarilhas” (a palavra é a arma com que vou para as “guerras” que travo com os homens predadores do nosso Planeta, e não são só com tauricidas, e nem só com os portugueses).
E obtive resultados magníficos, precisamente os que esperava ter.
Entretanto já havia esgrimido com os torcionários limianos, devido à minha intervenção contra a “Vaca das Cordas” (um ritual também primitivo e irracional que me chocou) os quais me atulharam de matéria-prima, para este “estudo de carácter” a que me propus.
As conclusões a que cheguei resumem-se à frase que deu título a este texto, saída da boca de um forcado (mais do que uma vez) que tem o maior orgulho de o ser, como se pegar um Touro já exaurido, moribundo, mas ainda com um forte instinto de defesa, fosse a maior proeza e a suprema honra do mundo.
Descobri que «vinho, Touros e mulheres» (por esta ordem, segundo o tal forcado) é o lema dos tauricidas, forcados e aficionados, e de todos os que gostam de divertir-se à custa da tortura de Touros, seja em que modalidade for (há muitas variantes do arcaico ritual taurino), tendo sido utilizado várias vezes, por vários indivíduos.
Primeiro é-lhes servido o vinho, pois sem ele não teriam “coragem” de ir para uma arena enfrentar um Touro, ainda que já meio depauperado, pela tortura preliminar a que é sujeito, nos bastidores. O que chamam a “bravura” do Touro na arena é simplesmente o instinto de defesa comum a TODOS os animais, humanos e não-humanos. Podemos comparar o que se passa numa arena entre um Touro e um tauricida, com o que se passava nos circos romanos entre os homens e os leões esfomeados, ou entre dois gladiadores, onde o instinto de sobrevivência dos intervenientes humanos e não-humanos era o que fazia a diferença entre viver e morrer.
Já com o vinho a correr-lhes nas veias, mais do que o sangue, lá vão eles para a arena, de fatinho justo, a marcar-lhes a formas do corpo, e collants cor-de-rosinha, demonstrar toda a selvajaria de que são capazes, mascarando aquelas caras com expressões diabólicas e grosseiras (existem várias fotos que o demonstram), ao mesmo tempo que desvendam o verdadeiro sentido do que os leva ali: a busca da “virilidade” que não têm.
Depois de torturarem o Touro e o Cavalo (quando o tauricídio o requer) com requintes de malvadez, deixando os animais num estado absolutamente deplorável, em extrema agonia, o que lhes acende a chama da tal “virilidade” que buscam desesperadamente, os tauricidas deixam a arena, com ares de heróis bonifrates, a bambolearem-se, tal como aqueles “machos” dos filmes mexicanos de má qualidade.
Saem da arena, com florzinhas nas mãos, e vão para os braços das mulheres, porque só depois do vinho e de descarregarem sobre o Touro toda a imbecilidade que lhes corrói as entranhas, conseguem o que normalmente não lhes é acessível...
Pobres mulheres, aquelas que são casadas! É a única ocasião em que podem ser mulheres...
(Atenção! Isto não sou eu que digo. São elas).
As outras, bem... lá sabem...
Posto isto, consegui chegar a muitas outras conclusões, bem patentes nos comentários que se seguiram às “bandarilhadas” que lhes mandei, na tal página do Facebook, e noutras onde consegui infiltrar-me, sem que eles se dessem conta de que estavam a ser “toureados”.
Neste estudo, está incluída para cima de uma centena e meia de pessoas de ambos os sexos, ligadas ao tauricídio (portuguesas e espanholas), com quem tive oportunidade de esgrimir ao longo destes dois últimos anos.
Afinal, qual o perfil de um tauricida e dos aficionados, na sua generalidade?
Todos têm algo em comum: pouca ou nenhuma instrução. Mesmo aqueles que se dizem “licenciados”, não demonstram qualquer tipo de saber. O que sabem é resumidamente isto: «tourada é tradição, é cultura, é arte, é um símbolo nacional, tal como o Fado, a Bandeira Portuguesa ou o Hino Nacional, e que se se é português, é-se aficionado, e que a tourada não pode acabar, porque o Touro extinguir-se-á com ela, e quem não gosta, não vá; e que têm direito à liberdade...» enfim, uma lengalenga aprendida em criança e que os seguiu até à fase adulta, sem terem questionado o que quer fosse, porue lhes falta a massa crítica.
Da Cultura Culta estão a anos-luz de distância.
Não têm noção alguma do que é a civilidade, a lucidez, o bom senso, e o QI deles é do nível mais baixo.
Possuem uma “coltura” tosca, pobre em pensamentos, palavras e obras. Vivem num mundo redondinho, fechadinho, que não vai além do quintalinho ou das quintas muradas, onde passam os dias. Os horizontes não estão ao alcance deles.
A mentalidade é extremamente rude e enlatada. Cristalizada. Naquelas cabeças não entrará mais nada. Nasceram e cresceram a ouvir que «tourada é tradição, é cultura, é arte, é um símbolo, ta ta ta, ta tat ta, ta ta ta...» e vão morrer com essas ideias impingidas logo à nascença.
Não sabem que o Touro é um animal como eles, porque eles também não sabem que são animais. Pensam que são outra coisa. O quê? Não conseguiram explicar.
Sabem também que o Touro nasceu para ser linchado com “honra”, numa arena, porque, dizem eles, é disso que ele (o Touro) gosta. Uma conclusão bem patente nas expressões dolorosas que qualquer pessoa lúcida pode ver na fisionomia dos desventurados animais, no fim da lide, à excepção dos tauricidas, que nem sequer conseguem distinguir um Touro vivo de um Touro moribundo ou morto.
Não conseguem fazer um raciocínio lógico, a partir do mais simples tema.
Não sabem argumentar, nem sequer conseguem alcançar o significado de determinadas palavras.
Misturam alhos com bugalhos, e andam ali às escuras e às voltinhas, sem darem com a saída.
Não são capazes de seguir um discurso que tenha mais do que meia dúzia de vocábulos.
Justificam o injustificável, com insultos, muitos deles dos mais ordinários e violentos que existem, o que não admira, pois condizem perfeitamente com a própria “coltura” deles.
Enfim, demonstram uma incultura crassa, que diz da pobreza do sistema político português que, desde o tempo da ditadura salazarista e do pós-25 de Abril, também combato.
Não interessa aos governantes portugueses um povo culto, instruído, educado. Um povo que saiba raciocinar e que tenha massa crítica. Um povo que saiba separar o trigo do joio (é por isso que temos os governantes que temos).
Um povo culto é, naturalmente, insubmisso. O que não convém aos governantes.
Um povo submisso não lhes faz frente. É mansinho. Diz que sim a tudo. E é disso que os governantes gostam.
Por isso, o nosso sistema de ensino é a pobreza que se vê. Não se ensina para pensar, mas para dizer Ámen.
Por isso, a ignorância e o vil metal são as palavras-chave de toda esta hipocrisia que anda ao redor do tauricídio, uma “tradição” degradante, envolta em rituais primitivos, cruéis e sanguinários, que colocam Portugal entre os países menos civilizados do mundo.
Lidar com esta gente não foi fácil, mas mais difícil é fazer com que os governantes portugueses (quase todos senhores doutores e engenheiros) e a Igreja Católica portuguesa (que abençoa os tauricidas) consigam fazer um raciocínio lógico e acabem, de uma vez por todas, com algo que está alicerçado na ignorância e (pasmemo-nos!) no vinho...
Isabel A. Ferreira
…novilhos… que já não são “coisas” no Código Civil, e que no Código Divino são criaturas de Deus…
O atraso civilizacional continua a progredir em Portugal. A falta de vergonha na cara também continua a alastrar.
Enchem a boca com António Guterres na ONU e envergonham Portugal no mundo, com estes actos trogloditas.
Começamos o ano de 2017 de candeias às avessas…
Mantendo a famigerada tradição, a festa em honra de Nossa Senhora das Candeias, em Mourão (Évora) vai realizar-se com a colaboração da Paróquia, como não podia deixar de ser, e o programa inclui uma sessão de tortura de seis novilhos… ou seja, seis inocentes, inofensivos e indefesos touros/crianças… Algo muito cristão…
A época taurina em Portugal, ou seja, a época de terror para os bovinos e cavalos, abre no dia 1 de Fevereiro, em Mourão, no distrito de Évora, com a realização do (que eles chamam) festejo taurino, que reúne cobardes carrascos tauromáquicos portugueses e espanhóis, ou não fossem Portugal e Espanha dois países que vivem ainda no obscuro tempo de uma ignorância, agora optativa.
Esta sessão selvática está inserida nas tradicionais festas em honra de Nossa Senhora das Candeias, que contará com uns tantos tauricidas que torturarão seis indefesos novilhos da ganadaria de Calejo Pires, e com um grupo de cobardes forcados.
Como se isto não bastasse para insultar Nossa Senhora das Candeias, no dia 4 de Fevereiro realizar-se-á o que chamam de um festival onde actuarão matadores de touros, espanhóis e um português, e isto tudo em honra de Nossa Senhora das Candeias.
E agora repare-se no requinte de malvadez: no que diz respeito ao toureio a cavalo, as honras da “arte marialva” (isto esmiuçado significa arte da tortura de bovinos e cavalos indefesos) estará a cargo de um tal Filipe Gonçalves, cabendo as pegas aos touros/crianças da ganadaria (do que se diz veterinário) Murteira Grave aos cobardes forcados amadores, oriundos daquela terrinha onde matam touros às escondidas, nas barbas das autoridades, que todos nós sabemos qual é…
A temporada da barbárie tauromáquica, do derramamento de sangue de seres vivos sencientes e indefesos, da loucura colectiva de um pequeno grupo de alienados mentais, psicopatas e sádicos, abre todos os anos no dia 1 de Fevereiro em Mourão (uma localidade a boicotar) para celebrar a Senhora das Candeias, e encerra a 1 de Novembro com uma sessão de selvajaria no Cartaxo (distrito de Santarém), outra localidade a boicotar.
Num rasgo delirante, o presidente da associação portuguesa de empresários tauromáquicos (apet), Paulo Pessoa de Carvalho, afirmou que em 2016, a temporada taurina em Portugal decorreu "normalmente" face ao contexto económico do país, apesar de uma “pequena redução” no número de sessões de selvajaria.
Pequena redução????? Uma redução notória, é preciso dizer-se. Praças quase vazias, onde nem as moscas lá entram. E os que lá vão, são sempre os mesmos. Um grupinho que percorre as arenas de tortura do país, à custa dos impostos dos portugueses.
Ao campo pequeno, vão os “vipes” sedentos de protagonismo e de sangue, quando a RTP1 transmite a selvajaria em directo, à custa dos nossos impostos.
Dinheiros públicos esbanjados na diversão de um pequeno grupo de trogloditas para outro pequeno grupo de trogloditas, apoiada pelo governo português e pela igreja católica portuguesa, para vergonha de Portugal e da esmagadora maioria dos portugueses, que não se revê nestes “festejos” sangrentos e cruéis.
E muito menos se revêem as Nossas Senhoras que são celebradas em Portugal, com a tortura das mais inocentes criaturas de Deus.
Até quando Portugal continuará na senda desta miséria cultural, moral, social e humana?
Termino com uma prece a Nossa Senhora das Candeias:
Nossa Senhora das Candeias, não te peço que perdoes estes algozes, porque eles não merecem perdão, além de que não é a ti que eles terão de prestar contas dos seus actos infames. Peço-te apenas que ilumines as mentes diabólicas que infestam Portugal, para que, ao menos, se aproximem da senciência, da sensibilidade, da racionalidade e da inteligência que caracteriza os seres que tão barbaramente essas criaturas do mal torturam por mero prazer. É que isto não é um acto cristão. Tu bem o sabes. E se os iluminares e eles conseguirem aproximar-se da humanidade dos bovinos e dos cavalos já será meio caminho andado para a sua humanização. Amém.
Não é verdade, Senhor Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente?
Isabel A. Ferreira
«Atenção, o texto do Toino inclui palavras chocantes que podem ferir a susceptibilidade dos nossos leitores - Prótouro»
Abrirei mais uma excepção no meu Blogue, para publicar a linguagem genuína dos forcados e dos aficionados em geral, para que os leitores possam fazer uma ideia do que é este mundo imundo da tauromaquia.
Este Toino é o protótipo da classe baixa dos forcados (as frases, que não estão em itálico, são da autora do Blogue)
Por Prótouro
«O forcadito Toino, o tal que é o grande líder da luta contra os anti-taurinos, não pára de nos surpreender.
A propósito do programa “Olé” que irá ser exibido pela SIC, escreveu umas linhas no blogue gaiola das malucas com um nível de eloquência capaz de impressionar um jornalista com tarimba.
“A SIC é pra boicotar!!! Esses cabrões com esse programa, não querem promover a Festa Brava, querem é atirar para o ar um programa caralhoso que só pode é avacalhar quem gosta de toiros, ridicularizando a paixão e o ganha-pão de muitos portugueses.
Eu boicoto esta ideia de porem o Zé Castelo Branco e uns retardados da Casa dos Segredos a pegar bezerras.
O meu boicote á SIC continua enquanto não vierem pedir desculpa por mais de 10 anos a fazer merda em tudo o que tem a ver com a tauromaquia. Até notícias fabricadas já transmitiram para denegrir a imagem da festa brava.
Boicote é o que eles merecem, eu sou 100% contra este programa da pilinha, que não passa de mais um estupidificante reality show.
António Cortesão
in: http://sortesdegaiola.blogspot.pt/2013/07/comentario-de-antonio-cortesao-ao-novo.html
Agora está explicado o motivo pelo qual o petiz esteve um ano em Macau por imperativos académicos, foi para tirar um curso de pós-graduação na arte de bem enxovalhar a língua portuguesa.
Prótouro
Pelos touros em liberdade»
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Um comentário do Ricardo:
«Calma, o Toino sabe dizer “estupidificante”. Parece que afinal o ano no estrangeiro já valeu a pena.
Bem, mas assim se nem os aficionados vão ver o dito programa, então quem é que vai?
Belo fiasco que a SIC arranjou! O problema do Toino e dos forcaditos não é o facto de poderem ser ridicularizados ou não pela emissão deste programa (sejamos pragmáticos, qualquer aficionado ridiculariza-se a sim mesmo sem ajuda de ninguém).
O problema reside no retorno, ou neste caso na falta dele. Enquanto com as touradinhas os forcados lá arranjam uns trocos habilmente desviados dos fundos autárquicos (ou na pior das hipóteses, um dia de bebedeira às custas do contribuinte), nesta situação não há lucro possível!
Isso é que é incomodativo! Enfim, espero que o Toino nos continue a brindar com as suas pérolas de eloquência pois Deus sabe quanto nós precisamos de umas boas gargalhadas.»
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E são estes "eloquentes" que o governo português, a igreja católica portuguesa e os autarcas das terrinhas taurinas apoiam.
Não é uma vergonha?
Isabel A. Ferreira
SE NÃO FOSSEM CANCELADOS OS “FESTIVAIS TAUROMÁQUICOS”, OU SEJA, A TORTURA DE TOUROS E CAVALOS, DO PRÓXIMO FIM-DE-SEMANA, EM SERPA, PÓVOA DE SÃO MIGUEL E SÃO MANÇOS, ERA MAIS UMA DENÚNCIA PARA APRESENTAR AO PAPA FRANCISCO.
SE A IGREJA CATÓLICA PORTUGUESA NÃO FAZ NADA, PARA PÔR TERMO A ESTES INSULTOS A JESUS CRISTO, ALGUÉM TEM DE O FAZER.
E TODAS AS TOURADAS QUE SE REALIZAREM ESTE ANO EM NOME DE SANTOS CRISTÃOS, SERÃO TAMBÉM DENUNCIADAS AO PAPA.
E ATENÇÃO PONTE DE LIMA!
O VOSSO “DIVERTIMENTO DA VACA DAS CORDAS” PARA COMEMORAR O DIA DO CORPO DE DEUS, SEGUIRÁ COM A DENÚNCIA DO INSULTO DO CARTAZ A DESEJAR BOA PÁSCOA DA ATCT – ASSOCIAÇÃO DE TRADIÇÕES E CULTURA TAUROMÁQUICA, PARA O PAPA FRANCISCO.
ALIÁS, TUDO O QUE SE RELACIONAR COM TORTURA DE TOUROS, APOIADA PELA IGREJA CATÓLICA PORTUGUESA PARA FESTEJAR SANTOS OU SANTAS OU ALGO QUE ESTIVER LIGADO A DEUS, SERÁ DENUNCIADO AO PAPA FRANCISCO E AO «OSSERVATORE ROMANO”.
BASTA DE ESTUPIDEZ E DE INSULTOS ÀS COISAS SAGRADAS!
À atenção da Igreja Católica Portuguesa, dos governantes portugueses e de todos os que se dedicam, apoiam e aplaudem o cruel ritual satânico da tauromaquia e são inimigos dos animais e dizem-se "católicos"...
Eis um gesto franciscano do Papa Francisco, que se estenderá a toda a CRIAÇÃO DE DEUS… (se é que me faço entender…) conforme as suas próprias palavras.
Não poderia deixar que as palavras proferidas, hoje, pelo Papa Francisco, na sua homilia da missa de inauguração do seu Papado, passassem por mim e as levasse o vento.
Logo que saiu fumo branco pela chaminé da Capela Sistina, no dia 13/3/2013, interroguei-me que nome escolheria este Papa. Há Gregórios, Joões, Bentos, Justinos… e pensei: deveria ser Francisco, como Francisco de Assis, nome que nenhum Papa anteriormente escolheu, e que poderia trazer um novo alento ao mundo cristão que anda tão esfarrapado.
Então disse alto: eu gostaria que este Papa se chamasse Francisco. Um nome único. Um nome primeiro, que diria muito da postura de um homem que poderia trazer ao mundo alguma influência benéfica, e que seguisse os passos de São Francisco de Assis.
Foi este o meu desejo.
Quando ouvi que o Cardeal Bergoglio escolhera o nome de Francisco, fez-se luz dentro de mim. E sorri.
Descobri então que estou no bom caminho.
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Hoje, quando ouvi as palavras do Papa Francisco lançadas àqueles governantes e membros da Igreja Católica que estavam na Praça de São Pedro a ouvi-lo, não tive dúvidas: a mensagem estava toda lá. Não totalmente clara. Nestas coisas há que ter subtileza. Mas estava lá.
A Igreja Católica tem de se virar para a CRIAÇÃO DE DEUS: para a Humanidade, para os pobres, para os mais desprotegidos, para os mais frágeis, para o Ambiente, para a Natureza…
Para a NATUREZA…
O que está por detrás destas palavras para mim é muito claro.
O ano de 2013 será o ano do grande salto para a evolução da Humanidade.
É que Deus suporta os maus, mas não eternamente (Miguel de Cervantes), e o Papa Francisco também não.
Nem nenhum de nós suporta.
Porque acredito que nada acontece por acaso, aqui deixo uma mensagem simples, mas significativa do que acontecerá em 2013 e da qual o Papa Francisco levantou hoje a ponta do véu…
(Peço especial atenção para as imagens que acompanham as palavras, pois tudo isto esteve subentendido na homilia do Papa Francisco)
O Papa Bento XVI, a Igreja e os Direitos dos Animais
O Papa Bento XVI falou emocionadamente sobre a exploração de todos os seres vivos, em especial os animais que vivem nas quintas. Ao ser questionado, em 2002, sobre os direitos dos animais numa entrevista, o então Cardeal Joseph Ratzinger afirmou:
“Este é um assunto muito sério. De todos os pontos de vista, podemos ver que eles foram postos sob os nossos cuidados, e simplesmente não podemos fazer o que queremos com eles.
Os animais também são criaturas de Deus... Certamente, determinados tipos de usos industriais das criaturas, como quando os gansos são alimentados de tal maneira a produzir um fígado tão grande quanto possível, ou quando as galinhas vivem tão apertadas que se transformam em caricaturas de aves, esta degradação de seres viventes que as converte em coisas me parece que contradiz a relação de reciprocidade que vemos na Bíblia.
Os animais são também criaturas de Deus, e embora não tenham uma relação directa com Deus, como tem o homem, eles são criaturas da Sua vontade, criaturas que devemos respeitar como companheiros de criação». (Papa Bento XVI)
(Um aparte: há aqui a considerar, no meu enteder, o seguinte: talvez os animais não-humanos, por também serem criaturas de Deus e INOCENTES, tenham uma relação com Deus muito mais intensa do que os homens-predadores, que são uns grandes HIPÓCRITAS. Se não têm como afirmar esta apreciação, também não têm como negá-la).
Isto é o que diz o Papa, mas não é o que a Igreja segue. E a Igreja não seguindo, o Papa cala-se, num consentimento, que de tão silencioso nos agride, como se gritasse: dou-vos a liberdade de serem impiedosos para com os animais!
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A Bula do Papa Pio V, datada de 1567
A 1 de Novembro de 1567, o Papa Pio V publicou a bula “De salute gregis dominici”, ainda em vigor:
«(…) Nós, considerando que estes espectáculos que incluem touros e feras no circo ou na praça pública não têm nada a ver com a piedade e a caridade cristã, e querendo abolir estes vergonhosos e sangrentos espectáculos, não de homens, mas do demónio, e tendo em conta a salvação das almas, na medida das nossas possibilidades, com a ajuda de Deus, proibimos terminantemente por esta nossa constituição (…) a celebração destes espectáculos (…)».
Fonte: “Bullarum Diplomatum et Privilegiorum Sanctorum Romanorum Pontificum Taurinensis editio”, tomo VII, Augustae Taurinorum, 1862, pág. 630-631.
Esta “proibição” foi decretada em 1567, e ainda está em vigor.
O que faz a Igreja Católica, em 2012?
Pura e simplesmente IGNORA-A. E o Papado nada faz.
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Proibição de Touradas em honra de Deus e dos Santos
(Conc. Trid., Sessão 25, Cap. o 1, «De venerat. Sanctorum») CAP. o 8
«O espectáculo das touradas é indigno de ser visto pelos cristãos e não difere muito daquele desumano costume dos pagãos de combater contra as feras, com erro do povo ignorante. Sucede julgar-se este género de espectáculos como exibição em honra de Deus, da bem-aventurada Virgem Maria Mãe de Deus e dos santos - de tal maneira que se chega ao ponto de alguns fazerem promessas de realizarem touradas!
O Santo Concílio aconselha os Ordinários que ensinem ao Povo a si confiado, que com espectáculos desta natureza, mais se ofende a Deus do que se Lhe presta culto. Essas horas que se destinam a distrair os olhos com um vão e inútil prazer, são subtraídas ao culto devido a Deus, levando muitos fiéis a afastarem-se do sacrifício da missa que aqui e ali deixam de assistir ao ofício vespertino. Por isso ordena-se aos juízes das confrarias que não comprem toiros com as rendas e esmolas das mesmas. Se assim fizerem, além da restituição no dobro, sejam multados de acordo com a decisão dos Ordinários.
Se algumas promessas com o pretexto de oferecer touradas, foram feitas, estabelece o Santo Concílio que as declare nulas, proibindo também que outras promessas do género se façam. Proíbe-se aos clérigos, quaisquer que sejam as ordens sacras que tenham recebido, ou aos prebendados, quaisquer que sejam os benefícios que tenham obtido -sob pena de cinco cruzados de ouro, aplicáveis em benefício do meirinho, e, em parte, em obras pias, proíbe-se, repete-se, que assistam a tais espectáculos.
Aos alcaides das cidades e das vilas, exorta-os o Santo Concílio, que se abstenha de semelhantes espectáculos, a fim de que não desviem das coisas da Igreja e dos ofícios divinos as almas dos povos a cujo governo presidem.»
Fonte: "O IV Concílio Provincial Bracarense e D. Frei Bartolomeu dos Mártires" do Prof. Dr. José Cardoso. Edição APPACDM - 1994
Nesta “proibição” não foi mencionado o principal argumento: o enorme SOFRIMENTO que tais práticas cruéis provocam nessas CRIATURAS que também SÃO DE DEUS. Um pormenor que nos chocou bastante. O importante para este Santo Concílio não foram os animais. Mas o “desvio” das pessoas das coisas “divinas”.
É por estas e por outras que os “falsos” representantes de Deus na Terra serão um dia excomungados pelo próprio Deus, tão certo como à noite se seguir o dia. Disto, não tenho qualquer dúvida.
Porém, é caricato que em pleno século XXI, depois de Cristo, se continue com a realização de touradas a pretexto de festas “religiosas” ou em honra de Santos, com a cumplicidade de clérigos, alguns certamente equivocados e que em nada dignificam a imagem da Igreja Católica.
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D. Manuel Martins: um Bispo contra as Touradas, mas muito silencioso…
Cabe aqui referir a importante posição de D. Manuel Martins (Bispo Emérito de Setúbal), quando gentilmente recebeu uma delegação do MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal e lhe questionaram se gostava de touradas: «Não gosto, nunca gostei. Brincar barbaramente com um animal, como na tourada, acho que é uma agressão à Ecologia, ao equilíbrio da natureza."
Fonte: MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal
http://matportugal.blogspot.com/2010/05/papa-bento-xvi-igreja-e-os-direitos-dos.html
Sendo D. Manuel Martins, dentro da Igreja Católica portuguesa uma personagem de grande influência e prestígio, não o vimos nunca tomar uma posição pública CONTRA a TORTURA DE CRIATURAS, que também SÃO DE DEUS.
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A tortura de Touros conta com a cumplicidade da Igreja Católica, também no Perú
Este falso padre católico, Alfredo Castañeda Pro, vai direitinho para o inferno no qual ele acredita. Ele e os que com ele estão. Porque Deus não se deixa enganar, e está atento a estes impostores, que se fazem passar pelos Seus representantes na Terra...
Esta é outra preciosidade da Igreja Católica.
Mas quando é que esta moveu um dedo contra as corridas de Touros, contra o “Toro Embolado”, contra o “Toro Dardeado” ou contra o “Embalse de Toros”, nos tempos que correm?
Lima, Perú, Domingo 4 de Novembro de 2012, assim se iniciou a feira taurina do “Senhor dos Milagres”, COM A ABSOLVIÇÃO CATÓLICA.
Na foto, o capelão de Acho, Alfredo Castañeda Pro, padre jesuíta, (SÓ PODIA SER!), com o matador francês Juan Leal e o matador mexicano, já não tão menino, Michelito Lagravere, na capela da praça, antes das corridas.
Segue-se um artigo taurino do diário limiano “Expresso”:
«A Capela de Acho é a mais bela do mundo taurino… É a capela mais bonita de todas as praças de touros no mundo, refere o padre jesuíta Alfredo Castañeda Pro, “ Alfredito” para os seus ex-alunos e amigos, capelão durante 40 anos, na arena de Acho.
Com os seus azulejos sevilhanos e as suas imagens do Senhor dos Milagres, a “Virgen de la Macarena” e a Nossa Senhora de Guadalupe, a capela é pequena mas um assombro de elegância e arquitectura», diz o padre Castañeda.»
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E dizemos nós: isto não é um padre. É mais um carrasco de Touros, a juntar aos tauricidas.
Em Portugal, como no Perú, como em todos os outros países tauricidas (num total de oito), a Igreja Católica envergonha a DOUTRINA CRISTÃ.
Fonte:
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São estes pormenores que nos fazer crer que a Igreja Católica portuguesa está-se nas tintas para essa tortura, para o que diz o Papa Bento XVI, ou para a Bula do Papa Pio V, e porquê?
Porque a Igreja Católica portuguesa é uma das grandes beneficiárias da tauromaquia, uma vez que a grande maioria das praças de touros lhe pertence. UM SACRILÉGIO!
Além disso, considera que os animais não tendo alma, devem ser tratados como uns desalmados.
E o que desejamos a toda esta gente, que assim pensa, é que seja julgada e condenada como merece, quando chegar a vez de ela prestar contas ao verdadeiro SENHOR DO UNIVERSO, que fez o Céu e a Terra e todas as suas criaturas.
Isabel A. Ferreira