Terça-feira, 13 de Dezembro de 2022

«A legalização ilegítima da eutanásia»

 

Recebi via e-mail, a declaração que aqui vou destacar.

Mas antes, devo dizer que concordo absolutamente com tudo o que o MAE declara.

A sociedade humana em vez de dar passos em frente para um Humanismo mais compassivo, recua aos tempos pré-históricos, em que os valores humanos ainda eram desconhecidos. Além disso, a pena de morte já foi abolida, faz tempo.

Faço minhas todas as palavras de António Bagão Félix, Paulo Otero, Pedro Afonso e Victor Gil.

Isabel A. Ferreira

 

***

«Portugal vive hoje um dia negro da sua história com a aprovação parlamentar em votação final global da legalização da eutanásia. 


Assim que conhecido o resultado da votação, pelas 14h00, o MAE - Movimento Acção Ética reafirmou a sua posição junto da opinião pública com o envio de uma declaração aos meios de comunicação social.


O documento pode ser lido na íntegra no website do MAE: AQUI

Atentamente,
António Bagão Félix, Paulo Otero, Pedro Afonso e Victor Gil

MAE - Movimento Acção Ética
09 de Dezembro de 2022»

 

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«A LEGALIZAÇÃO ILEGÍTIMA DA EUTANÁSIA

 

Vem aí a legalização da eutanásia. Para já, em circunstâncias definidas pelo legislador; para já, não em qualquer situação, apenas por pedido.

 

Sabido que a eutanásia compromete de forma inexorável o respeito pela maior das conquistas civilizacionais, o direito à vida, e que põe em causa a centralidade da ética na vida de cada um e de todos, não será por passar a ser legal que a eutanásia e qualquer forma de eliminação física de um ser humano por outro ser humano passará a ser legítima. Mesmo que venha a ser permitida por lei, não deixará de ser iníqua, isto é, perversa e injusta.

 

Nenhum argumento a justifica; o respeito pela dignidade, a compaixão pelo sofrimento, materializam-se por outras formas.

 

Defensores da eutanásia exibem um despudorado e arrogante desprezo pelo maior de todos os valores. Ninguém é dono da vida! Não pedimos para nascer! Apenas recebemos a vida como um dom que temos que administrar. A legalização da eutanásia é apresentada como sinal de modernidade, ao dar primazia à autonomia, mas há limites à autonomia como a liberdade (é impensável decidir ser escravo!) e a vida.

 

Será negro o dia em que séculos de civilização recuam abrindo-se a um caminho em que muitos pesadelos são possíveis. Na consciência dos legisladores há-de pesar esta decisão. 

 

MAE - Movimento Acção Ética

09 de Dezembro de 2022»

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:23

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Quinta-feira, 1 de Dezembro de 2022

Três histórias que envolvem o ministro da Educação, a Associação de Professores de Português e Marcelo Rebelo de Sousa, contadas pela Professora Maria do Carmo Vieira

 

Do fingimento à mais profunda hipocrisia: três histórias recentes

 

Como se revela o fingimento, intimamente ligado à mais profunda hipocrisia e falta de respeito pelo Outro? São três as histórias que contarei a esse propósito.

 
 

Convencer, é estéril.[1]

Foi um grande avanço no meu conhecimento, quando, pela primeira vez, a pobreza se me revelou na ignomínia do trabalho mal pago.[2]

Não se liam os livros de uma ponta à outra; habitávamos entre as suas linhas.[3]

Walter Benjamin (1892, Berlim – 1940, Portbou)

 

Como se revela o fingimento, intimamente ligado à mais profunda hipocrisia e falta de respeito pelo Outro, situação a que também não é alheia a Cultura e o Saber? São três as histórias que contarei a esse propósito. A primeira tem como figura principal o Ministro da Educação, João Costa; a segunda, a Associação de Professores de Português (APP); e a terceira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Foi a Reforma de 2003, cujo espírito perdura, e na qual o professor João Costa (Associação Portuguesa de Linguística – APL) interveio arduamente, em parceria com a APP, e depois no Ministério da Educação, que ditou o descrédito relativamente às Humanidades, situação que se tem vindo a prolongar até aos nossos dias, tendo dado azo ao esvaziamento de programas e à quase destruição das disciplinas de Filosofia, de Geografia, de História e obviamente de Português. João Costa, a par de muitos outros ministros da educação, tem sido efectivamente um fervoroso adepto do colapso das referidas matérias, mas agora tenta dar uma imagem contrária. Imitando, sem brilho, António Damásio que afirmou “A matemática e as ciências não fazem cidadãos”, na Conferência da Unesco, em Lisboa, (Março 2006), João Costa referiu no seu discurso que “As grandes conquistas da humanidade não se fizeram com cálculos financeiros”, aconselhando ainda, e fingidamente condoído, a “não deixarmos o mundo nas mãos de quem para tudo faz contas e de quem para tudo desumaniza”. Ter-se-á esquecido da perseguição que instaurou aos professores alterando o Regime de Mobilidade por Doença e das consequências daí advenientes? Nesse sentido, leia-se o artigo do Professor Santana Castilho (Público, 12/10/2022) e compreender-se-á o grau de hipocrisia de políticos como João Costa, numa actuação que apregoa invariavelmente os “direitos humanos” e o “bem público”.

 

No seu surpreendente discurso de dia 14 de Novembro p.p., repleto de frases vazias ou absurdas como a que transcrevemos – “A escolha das humanidades não precisa de justificação, da mesma maneira que a escolha pela poesia, pela literatura e pela arte não precisa de justificação” – lamentamos veementemente a triste sorte do Ensino entregue a gente deste calibre. Gente que pactuou com a sugestão de se retirar a Literatura dos programas de Português, tentando elevar a Linguística a matéria única e fazendo reinar o texto funcional; que pôs de parte, como sendo desmotivantes, os autores clássicos; que feriu o estudo dos que por conveniência tiveram de permanecer, somando-se decisões desastrosas como retirar da leitura de Os Lusíadas a “Dedicatória” porque, segundo colegas do Ministério, apoiando-se em argumentação APP, “os alunos faziam imensa confusão com o facto de Luís de Camões dedicar o poema ao rei D. Sebastião, narrando o poeta um evento acontecido no reinado de D. Manuel. Obrigá-los a decorar datas era desmotivante…” ou o episódio de “O Velho do Restelo” que, felizmente, grande número de professores continua a ler e a interpretar porque imprescindível para compreender o Humanismo, o mesmo Humanismo a que se refere o Ministro da Educação. Sem dúvida que é o Senhor Ministro “quem tem medo da democracia e da liberdade” e por isso também “dos escritores, dos poetas, da palavra e da arte”, palavras que igualmente proferiu no seu discurso. Explicar-lhe-ei mais em pormenor o porquê da minha afirmação.

 

Conhece certamente o teor dos exames ou das provas de aferição de Português, para adolescentes e crianças. Todos, sem excepção, superlativamente longos, repletos de páginas, a que se juntam diferentes textos para analisar, todos igualmente extensos, alguns dos quais com recurso a cruzinhas em que, por vezes, as várias hipóteses são puras ciladas. Junte-se-lhes uma avalancha estonteante de TLEBS e ainda a produção de textos. O senhor Ministro é contra os exames e eu sou a favor, mas eu sou totalmente crítica destas aberrações que impedem os alunos de tempo para pensar, de tempo para planear e organizar um texto escrito. A literatura e qualquer outra arte exige um diálogo com o que se lê, ouve ou olha e esse diálogo não pode ser impedido sob pena de se perder o contacto com o autor. Não será assim que se entusiasmará os alunos para a leitura e para a arte em geral. Na verdade, temos de “habitar” entre as linhas de um livro ou de uma pauta ou das cores. Porque adepto da rapidez, o senhor defende desde 2003 o funcional, se bem que inesperadamente na entrega deste prémio surja com um discurso enganador, mas tão facilmente desmontável. Dou-lhe conta de que não é com o funcional que “se formam cidadãos”, nem é com o funcional que se estimula a imaginação e a criatividade, sem as quais “não haveria evolução científica e tecnológica porque não haveria curiosidade”. (ainda António Damásio).

 

A segunda história incide sobre a Associação de Professores de Português (APP) e a iniciativa de levar a uma reunião do IAVE o que considera ser a penalização dos alunos brasileiros nos exames, pelo uso da sua variante do português. Sem querer entrar nesta questão, porque seria matéria para um artigo, e desconhecendo se no Brasil aceitam que os alunos portugueses escrevam segundo a norma portuguesa, questiono a APP a propósito da defesa da aberrante “unificação ortográfica” que o acordo de 1990 traria, permitindo que as várias lusofonias espalhadas pelo mundo finalmente “se entendessem”, como se anteriormente isso não acontecesse. Afinal, a APP terá de concluir, engolindo um imenso sapo, que o acordo trouxe apenas desentendimento, penalização e caos, evidenciando simultaneamente uma imensa falta de respeito pela “diversidade das diversas lusofonias como património de uma comunidade de estados soberanos unidos por uma raiz histórica comum […].”[4]

 

Por ironia do destino, a APP, desde sempre fiel aliada do Ministério da Educação, irá reencontrar um antigo colega de trabalho, o actual Ministro da Educação, João Costa, dado necessitar certamente do seu aval para a resolução do problema dos exames e dos alunos brasileiros. Dever-se-á salientar, no entanto, que a APP abraçou desde o início a imposição do acordo ortográfico, não tendo promovido um debate sério com os seus associados, que nas palavras da direcção eram metade a favor e metade contra. Além disso, promoveu inúmeras acções de formação para difusão e “ensino” do acordo ortográfico, dentro e fora do país, quando até julgara poder ser o mesmo compreendido “em algumas horas”. Já João Costa, enquanto sócio da APL e seu Presidente, acompanhou o parecer desfavorável da direcção, solicitado, em 2005, pelo Instituto Camões, e no qual se concluía: “1. Que seja de imediato suspenso o processo em curso, até uma reavaliação, em termos de política geral, linguística, cultural e educativa, das vantagens e custos da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990. 2. Que, a manter-se o texto actual do Acordo, Portugal não ratifique o Segundo Protocolo.” Este parecer, custará a acreditar, não foi divulgado pelo Instituto Camões (IC), e só em 2008 veio a público, porque a Direcção da APL em funções “manifestou a sua concordância com este parecer e, no exercício das suas competências enviou-o à Assembleia da República, por ocasião da Audição Parlamentar de 7 de Abril de 2008.” Mas será certo que a APP encontrará em João Costa um parceiro adequado, porque enquanto linguista já esqueceu o parecer da APL e a sua missão política não admite que recue na amnésia forçada.

 

A terceira e última história incide sobre o Mundial de Futebol, encharcado em corrupção, crueldade e aviltamento dos direitos humanos, situações que a comunicação social e os países ditos democráticos, entre os quais Portugal, têm vindo veementemente a criticar e a acusar. No entanto, por um qualquer golpe de magia, e porque na verdade está na sua natureza (justificaria o “escorpião”) são os mesmos (e não quero generalizar porque haverá honrosas excepções) que se enfureceram tanto contra esta e outras injustiças afins que agora, em tom grave e paternalista, anunciaram ir deslocar-se ao Qatar para assistir aos jogos de Portugal, com o argumento de irem representar o país. É preciso dizer-lhes que quem nos representa num estádio estrangeiro é a equipa, são os nossos jogadores. Prova-o o entusiasmo com que adeptos de diferentes continentes envergam camisolas do equipamento português, ou hasteiam bandeiras portuguesas, tendo como justificação “Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo!”. Não caiamos, pois, em patranhas: quando alguma figura institucional decide assistir a um jogo, fá-lo exclusivamente por prazer, pelo gosto que tem em ver jogar futebol e torcer pela sua equipa (e lembremos o rodopio de políticos em viagens pagas ao estrangeiro para assistir a jogos de futebol ou quem foi forçado a demitir-se, desvendado o irresistível charme que atrai o futebol à política e vice-versa).

 

A acentuar o “exotismo” do país, onde certamente estes “representantes da nação” nunca iriam, está o imperdível prazer da viagem na mira das inimagináveis boas-vindas que “a representação” lhes proporcionará. Eles têm disso consciência e eles são o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro, almas provincianas em procura de destaque e de colecção de “selfies” e histórias para contar. Causam igualmente dó e alguma repulsa o teor das justificações apresentadas, colidindo estas com as de outros países que politicamente não estarão presentes neste Mundial. Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa, Augusto Santos Silva e António Costa envergonham-nos. Digamos, usando as palavras de Séneca que “não são advogados à altura…

 

Talvez o único bem deste mundial possa surgir da diversidade de povos e culturas que aí se juntam, resultando numa alegria que alguns jovens qataris entrevistados directamente testemunharam. Também os gestos que se têm vindo a manifestar, nos estádios, sejam os das equipas iraniana, inglesa ou alemã, sejam os das equipas dinamarquesa e belga que a FIFA proibiu, terão seguramente um qualquer efeito benéfico porque o Outro é, na verdade, essencial para um despertar. Neste momento, o Qatar, e usarei de novo as palavras de Walter Benjamin, é como um “bairro de proprietários” que ignora a “existência dos outros”.

 


[1] In Rua de Sentido Único e Infância em Berlim por volta de 1900, com introdução de Susan Sontag. Lisboa, Relógio D’Água, pág. 40

[2] Idem, pág. 177

[3] Idem, pág. 23

[4] António Emiliano, O Fim da Ortografia. Lisboa, Guimarães Editores,2008.

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:06

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Segunda-feira, 22 de Março de 2021

M. A. E. - Movimento Acção Ética

 

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Lisboa, 10 de Março de 2021

 

Actualmente, a sociedade vive momentos de grande insegurança e incertezas. Mais do que nunca é urgente reflectir sobre o modo como vivemos, tomamos decisões, agimos e organizamos a nossa sociedade.   

 

Diante desta constatação, António Bagão Félix (economista), Paulo Otero (jurista), Pedro Afonso (médico psiquiatra) e Victor Gil (médico cardiologista) fundaram, a 1 de Janeiro de 2021, Dia Mundial da Paz, o MAE – Movimento Acção Ética.

 

Sob a divisa “Vida, Humanismo e Ciência” e entendendo que não há remédios técnicos para males éticos, o Movimento Acção Ética (MAE) apresenta-se hoje publicamente, como iniciativa cívica que visa propor abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões éticas actuais.

 

MAE tem na sua génese a vontade e determinação de pessoas de diferentes gerações, formação académica e percurso profissional, para quem o primado da ética é inseparável da razão de ser das acções pessoais e dos códigos de conduta profissionais ou institucionais.

 

Nos propósitos fundacionais humanistas e personalistas do MAE estará sempre a necessidade de combater a indiferença cívica, o minimalismo e relativismo éticos e o défice de responsabilidade pessoal e social.

 

Entre os vários princípios enformadores que estão na base do MAE, destacam-se:

 

- O valor inviolável e inegociável da vida humana;

- O respeito integral pelos princípios da dignidade e da centralidade da pessoa;

- A consideração da dignidade como propriedade inalienável de cada um e de todos os seres humanos, sem condições ou restrições;

- O respeito pela autonomia da pessoa, que existe por si e em si, repudiando visões programadas do ser humano;

- O ideal de equidade, tratando igualmente o que é igual e diferentemente o que é desigual, na medida dessa desigualdade;

- A harmoniosa conjugação entre direitos e deveres, bem como entre liberdade e responsabilidade;

- A consagração do valor da solidariedade como um princípio ordenador da vida em sociedade, uma virtude moral e um dever social;

 

O MAE propõe, assim, a ética centrada na pessoa e na valorização da vida humana, combatendo a indiferença e o relativismo ético, desejando contribuir para uma maior consciencialização dos imperativos éticos e para uma ética do futuro que não seja uma ética para o futuro, mas para hoje.

 

O MAE é aberto à participação das pessoas de boa vontade e de livre arbítrio, por neste movimento não caberem quaisquer formas de dependência.

 

Acesso à versão completa da “Carta Programática e de Princípios do MAE”

 

Sobre os Fundadores do MAE

 

Contactos do MAE:

Site acaoetica.pt

Facebook/Messenger: @MAE.movimentocivico

E-mail info@acaoetica.pt

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:59

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Sexta-feira, 23 de Novembro de 2018

Os (poucos) que defendem as touradas nunca conseguiram alcançar a elevação dos muitos que as rejeitam

 

A propósito do IVA nas touradas, mal sabia a Ministra da Cultura que, ao dizer que as touradas não são uma questão de gosto, mas de civilização, estaria a dar uma oportunidade aos Portugueses de mostrarem isso mesmo:

que as touradas são uma questão de civilização.

Nunca, como nestas últimas semanas, borbulharam por aí textos e programas pró e contra as touradas, numa esgrima em que os contra, com os seus argumentos racionais, claramente venceram os pró que, como argumentos, apresentaram as maiores irracionalidades de que há memória.

Deixo-vos com mais um excelente texto que mostra o quanto os aficionados estão longe da Civilização.

 

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É assim, majestoso e belo, pastando pacificamente no prado, ao pôr-do-sol, que o Touro deve ser estimado…

 

O PÚLPITO DOS CHARLATÕES

 

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Texto de António Guerreiro

 

«Na passada segunda-feira vi o programa Prós e Contras, na RTP 1, e a conclusão a que cheguei, no final, é que há assuntos sobre os quais a televisão, seja pelas características e exigências actuais deste medium, seja pela profunda ignorância e filistinismo dos autores e apresentadores dos programas, presta um serviço fraudulento de desinformação, presta-se a ser o veículo de ideias que não deveriam poder ser difundidas e amplificadas num estação pública, em programas que se reclamam do estatuto de serviço público. O nível da abjecção e da total ausência de pudor é diariamente atingido naqueles programas da manhã e da tarde que supõem a existência de um público lobotomizado. Mas aqui, nos Prós e Contras, apesar da deriva demagógica do título, indiciando que há muita probabilidade de as coisas não correrem bem, supõe-se que é um programa para uma classe de espectadores bem informados, que esperam muito mais do que um serão de entretenimento.

***

Livro de recitações

 

Os movimentos a favor dos animais, ou melhor, os movimentos contra a crueldade com os animais, fazem parte da tradição humanista dos séculos XIX e XX.”
José Pacheco Pereira, PÚBLICO, 17/11/2018

 

José Pacheco Pereira escreveu uma crónica a defender o fim das touradas, intitulada Os que “amam” muito os touros e os torturam e matam. Há uma passagem dessa crónica, acima citada, que gostaria de refutar. A tradição humanista, seja ela de que século for, é precisamente a ideologia que está na base das convicções acerca dos homens, dos animais, da natureza e da técnica que servem ainda de argumento para quase tudo, inclusivamente para apoiar as touradas. O nazismo foi um humanismo (como foi dito por um filósofo que escreveu sobre o assunto). Até na globalização há um humanismo integral. Na nossa época, impôs-se em certos domínios a noção de pós-humano, mas o humanismo é muito perseverante. Não é fácil alguém declarar-se anti-humanista. Pensa-se logo que é um misantropo e não alguém que recusa a máquina antropológica que nega a verdadeira fractura do homem.

***

O último Prós e Contras era sobre as touradas, sobre as razões que levam uns a defender que elas devem ser mantidas e sobre as razões que levam outros a defender que elas deviam ser abolidas. Como sabemos, este debate está instalado entre nós com bastante virulência e já se percebeu que ele é extremamente incómodo para alguns partidos políticos e para o Governo, que quer fugir dele como o diabo da cruz. É preciso dizer que ele não deve ser desvalorizado, com aquele argumento de que há coisas muito mais importantes e esta não passa de algo inócuo. O que está aqui em jogo, a discussão de fundo, é algo fundamental que se inscreve no cerne da biopolítica contemporânea. A ideia de que está em curso ou já se consumou um animal turn, uma viragem animal, convoca-nos hoje seriamente através de uma bibliografia imensa que se tem produzido nos últimos anos sobre o assunto, vinda sobretudo dos lados da filosofia. O que descobrimos quando frequentamos esta vasta bibliografia é que a questão animal, nas suas mais variadas dimensões (morais, antropológicas, legais, etc.), incluindo a questão maior de saber se eles podem e devem ser sujeitos de direito, está presente nas grandes obras de filosofia, desde Aristóteles a Heidegger, de Derrida e Martha Nussbaum.

 

Está longe, portanto, de ser uma questão exclusiva do nosso tempo. Daí que seja chocante ouvir pessoas que são chamadas a falar sobre o assunto porque lhes é conferida, por qualquer razão, autoridade para tal, mas discorrem sobre ele com a maior das ignorâncias.

 

Neste último Prós e Contras destacou-se neste exercício de desinformação e de ignorância um aficionado chamado Luís Capucha, imbuído de filosofia das Lezírias que nem dá para comentar neste espaço. Mas vale a pena revisitar um dos seus argumentos, o de que regime nazi foi muito amigo dos animais e fez legislação que o comprova, para dizer que esse mito com origem na propaganda (“O nosso Führer ama os animais”) já foi longamente desmentido, em primeiro lugar por Victor Klemperer, o autor de LQI. A Linguagem do III Reich. E, no início dos anos 90, em França, Luc Ferry publicou um livro onde transmitia essa mensagem (e onde traduzia documentos da legislação nazi) que foi muito contestado e deu origem a uma enorme polémica. Ora, o que se passa entre nós é que alguém (na circunstância, um professor universitário de Sociologia) pode dar-se ao luxo de fazer afirmações na televisão como se fossem verdades irrefutáveis, desconhecendo ou fazendo que desconhece a contestação e a polémica que elas suscitaram. Este dispositivo retórico, propagandístico e inimigo do saber e da ciência porque é usado com fins exclusivamente ideológicos é o do discurso político, em relação ao qual já criámos muitas defesas, mas não pode ser a regra numa discussão na televisão pública, sobre um assunto sério, para o qual se convida, para o debate, “especialistas”, gente a quem se confere uma qualquer autoridade. O sociólogo, o aficionado, o propagandista e o inimigo do saber, tudo na mesma pessoa, só na televisão é que é possível. 

 

(As passagens a negrito são da responsabilidade da autora do Blogue)

Fonte:

https://www.publico.pt/2018/11/23/culturaipsilon/opiniao/pulpito-charlatoes-1851805?fbclid=IwAR216JTauFAgeduLRT37kGH2fsgDbZCw-AtmWMg6SLzThATtb6SCe102oWI

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:02

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Domingo, 8 de Janeiro de 2017

IN MEMORIAM – PROFESSOR DOUTOR DANIEL SERRÃO

 

Morreu hoje, dia 8 de Janeiro de 2017, aos 88 anos, o Dr. Daniel Serrão, um Ser Humano raro, que tive o privilégio de conhecer, e que me marcou profundamente. Com ele aprendi a dar valor à Vida, seja de quem for essa Vida, e a não temer a morte, porque a morte não é o fim…

 

Dizia Daniel Serrão que é difícil acreditar que chegamos ao fim da vida com tanto saber acumulado, para tudo acabar ali...

 

Obrigada, Dr. Daniel Serrão, por tudo o que me ensinou sobre a Vida, a Morte, a Ética e a Bioética...

 

Muito do que sou hoje, e do que hoje defendo, devo-o aos ensinamentos deste Homo Sapiens Sapiens, que é o orgulho e um exemplo maior para toda a Humanidade.

 

Até sempre... meu Mestre…

 

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                                   Fotografia: Egídio Santos

 

Tive o privilégio de conhecer pessoalmente o Dr. Daniel Serrão, um Homem fascinante, pela sua postura humanista, pelo seu raro saber, pela sua extraordinária lucidez e sensibilidade, pela sua capacidade de cativar uma plateia com a humildade que caracteriza os grandes sábios. Não foi por mero acaso que o Papa Francisco o convidou para seu conselheiro e para integrar a Academia Pontifícia para a Vida.

 

A primeira vez que o vi e ouvi, foi na cerimónia de entrega do Prémio Especial Europeu de Jornalismo/91, que me foi atribuído pelo Conselho de Prevenção de Tabagismo, com o apoio do Programa Europa Contra o Cancro, pelo contributo prestado à luta antitabágica em Portugal, destinada às crianças, no Cantinho do Nicolau, no Jornal O Comércio do Porto, em que ele proferiu uma palestra sobre este tema, extremamente lúcida, profunda e tão perturbante que, se eu fosse fumadora, deixá-lo-ia de o ser naquele mesmo dia, com toda a certeza.

 

De tal modo fiquei fascinada pelo seu saber que nunca mais o perdi de vista, seguindo-o onde quer que ele apresentasse uma palestra. Era como se frequentasse um Curso Superior de cada vez que o ouvia…

 

Mas a que mais me marcou, foi a que proferiu em 1992, na Póvoa de Varzim, convidado pelo Rotary Clube daquela cidade, onde apresentou uma palestra subordinada ao tema «Implicações da Moderna Bioética para a Deontologia Profissional Médica».

 

Transcreverei aqui parte do texto que escrevi na altura, para um jornal poveiro sobre esta palestra, que constituiu uma viragem no meu entendimento da Vida, de todas as Vidas, que passei a defender como se fosse a minha própria Vida.

 

 INTERVENÇÃO DO HOMEM SOBRE A NATUREZA

 

O Professor Daniel Serrão começou por salientar que a Bioética é uma noção que se espalhou pelo mundo, chegando rapidamente a Portugal, constituindo uma preocupação mais do âmbito da sociedade civil do que dos governantes.

 

Quais as suas origens?

 

As investigações da segunda metade do nosso século tornaram possível a capacidade de intervenção dos cientistas nos sistemas biológicos (plantas e animais).

 

Esta possibilidade fez nascer uma primeira nova ciência – a ECOLOGIA – que apareceu quando o homem começou a preocupar-se com a sua intervenção sobre a Natureza (na produção em série de batata, trigo, leite, entre outras).

 

Começou-se então a considerar que esta intervenção poderia ser prejudicial, e os problemas da natureza inquietam o homem quando o seu equilíbrio é comprometido.

 

Todo o processo da vida resultou do mecanismo da adaptação. Os seres sobrevivem se se adaptam ao meio ambiente, e perecem quando essa adaptação falha. Daí nem sempre ser producente pretender manter vivos seres que não podem viver (é esta por vezes a falha das posições ecologistas).

 

No entanto, o que levou ao avanço da Bioética foi o facto de se começar a aplicar as técnicas de intervenção no próprio homem (e temos os exemplos do bebé proveta e o da transplantação de tecidos). Tal situação originou problemas de natureza ética.

 

Ora a Ética, segundo o Professor Dr. Daniel Serrão, é uma categoria do pensamento (tal como a lógica), que leva a avaliar as situações segundo valores. E os valores não são absolutamente bons nem absolutamente maus, daí que a sua utilização não seja igual, e tomar decisões segundo valores estabelecidos pode provocar complexos casos de consciência.

 

Como não somos um, mas milhões de seres, os valores éticos devem ser definidos pela maioria das pessoas, o que constitui, à partida, um imperativo ético.

 

De acordo com o Dr. Daniel Serrão, as sociedades mudam, bem como mudam as pessoas, e essas mudanças vão do universo ético ao universo do Direito transformando-o em norma jurídica. Na Bioética a norma religiosa não tem cabimento, pois ela vai buscar o seu fundamento fora do homem, e quando a norma religiosa se transforma em norma jurídica, temos aqui uma perversão profunda (tal como o é o fundamentalismo islâmico).

 

Para o Dr. Daniel Serrão, a morte do homem pelo homem não se justifica. Então como modificar essa perversão de valores? Pela reconversão através do sistema educativo.

 

PENSAR EM TERMOS DOS VALORES DA HUMANIDADE

 

Um terceiro ponto focado pelo Dr. Daniel Serrão e que levou ao desenvolvimento da Bioética foi o de que as tecnologias avançadas no campo da Ciência Biológica estão hoje à disposição dos próprios médicos, e isso começa a assustar as pessoas.

 

Os médicos (incluindo os veterinários) têm nas mãos o poder de transformar os sistemas biológicos do homem (e também de todos outros animais) daí ser necessário que os profissionais tenham regras fixas de deontologia e possam ser responsabilizados pelas suas intervenções nesse campo.

 

O conjunto dos três pontos já referidos criou a Bioética que nasceu em 1970, o que conduz à necessidade de uma nova disciplina que aprofunde o conhecimento da Biologia e faça pensar estes problemas sob uma perspectiva de reflexão ético-cultural.

 

NOVO HUMANISMO BASEADO NA SOLIDARIEDADE

 

A Bioética, ainda de acordo com o Dr. Daniel Serrão, não tem fundamento jurídico, nem religioso. Onde se poderá encontrar então o seu fundamento?

 

Em primeiro lugar, o homem é um animal cuja evolução nos trouxe desde os antropóides (de há 600 mil anos atrás) até aos nossos dias, sendo que a inteligência reflexiva existente nos homens os distingue de todos os outros animais, igualmente inteligentes.

 

A Ética nasce então, quando reconhecemos que os outros são exactamente iguais a nós.

 

O Novo Humanismo deverá ser o da Solidariedade Humana, condição única que poderá levar à sobrevivência da Humanidade. Por conseguinte, o primeiro princípio da Bioética é o do respeito pela própria estrutura biológica de cada ser vivo.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:04

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Terça-feira, 14 de Julho de 2015

AO CUIDADO DO PROFESSOR CAVACO SILVA

 

A propósito da vergonhosa condecoração dos forcados de Santarém, que a única acção cívica que praticaram na vida foi massacrar touros já moribundos, recebi este elucidativo comentário, no meu mural do Facebook (acompanhado da foto aqui reproduzida) e que diz perfeitamente da “espécie” de indivíduos que vão ser agraciados com a Medalha de Mérito, pelo Presidente da República Portuguesa.

 

Ver o Link:

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/forcados-de-santarem-agraciados-com-a-559270

 


Eis o comentário: 

 

      • João Pereira querias ser tu agraciada com esses textos d merda que escreves?? vai-te mas é enterrar num monte de merda

 

Gosto · Responder · 9 h

 

***

Não ficará tudo dito acerca da miséria moral, cultural e social do mundo tauromáquico?

 

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João Pereira 

 

Senhor Professor Cavaco Silva, este é o protótipo dos indivíduos que Vossa Excelência vai condecorar.

E este tipo de CIVISMO que a República Portuguesa pretende premiar?

 

Vossa Excelência ainda não se apercebeu de que o mundo da tauromaquia é um mundo de violência e crueldade cometida contra seres vivos, única e simplesmente para encher os bolsos, com  dinheiros públicos, a uma minoria inculta?

 

Vossa Excelência ainda não se apercebeu de que o mundo da tauromaquia é o mundo da falta de Cultura, de Educação e de Humanismo?

 

Na realidade tudo isto é bastante chocante, e envergonha Portugal.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:03

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Sexta-feira, 10 de Abril de 2015

OS CTT CORREIOS DE PORTUGAL NÃO ESTÃO DISPONÍVEIS PARA EVOLUIR

 

E CONTINUAM A CONSIDERAR A SELVAJARIA TAUROMÁQUICA COMO UMA QUESTÃO DE “OPINIÕES, VONTADES, GOSTOS E COSTUMES” DOS CLIENTES

 

E eu nem quero acreditar!

 

É que poderiam, pelo menos, reconhecer que a tortura de seres vivos nada tem a ver com “opiniões, vontades, gostos ou costumes”, mas tão-só com uma descomunal falta de ética.

 

ctt_1_1 ESQUERDA.NET2.jpg

 Os CTT Correios de Portugal caíram do cavalo

(A imagem é da esquerda.net)

 

Na sequência do texto referente a este link

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/ctt-confunde-concertos-de-musica-e-525711

 

onde prestei esclarecimentos a dois leitores, e do qual dei conhecimento aos CTT, estes enviaram-me a seguinte inacreditável mensagem (ah! e a propósito, o meu nome não é Isabel Ferreira, mas sim Isabel A. Ferreira)

 

Exma. Senhora

 

Isabel Ferreira,

 

Gostaríamos, desde já, de agradecer o seu contacto, que mereceu a nossa melhor atenção.

 

Informamos que, os CTT Correios de Portugal, são uma empresa nacional e com extrema proximidade ás populações.

 

O respeito pela vontade dos nossos clientes, gostos e costumes têm de ser nosso apanágio.

 

É desta forma, que respeitamos a sua opinião e a de outros.

 

Do mesmo modo colocamos ao dispor, da vontade dos nossos clientes, as ofertas que alguns possam valorizar, sem no nosso caso, nos sentirmos no direito dos adjetivar. 

 

Lembramos que, para qualquer informação ou esclarecimentos mais detalhados, poderá consultar o nosso site www.ctt.pt ou ligar para a Linha CTT, disponível dias úteis e sábados das 8h às 22h, através do 707 26 26 26.

 

Com os melhores cumprimentos,

Carla Santos

 

CTT.png

 

A esta mensagem só tenho a dizer o seguinte:

 

O que os senhores administradores dos CTT Correios de Portugal entendem por “vosso apanágio” é simplesmente o apoio de olhos vendados a um costume bárbaro, que mais de 80% da população portuguesa rejeita, e milhões de pessoas por todo o mundo repudiam e combatem.

 

Esse “vosso apanágio” é a valorização da crueldade e da violência contra um ser vivo inocente, inofensivo e indefeso, encurralado numa arena para ser cobardemente torturado por psicopatas, para que um bando de alienados aplauda o sofrimento atroz infligido a esse animal, quem tem um ADN semelhante ao meu, que também sou um animal, e por isso sei dar valor à VIDA e ao SOFRIMENTO de um ser senciente.

 

Esse “vosso apanágio” é fruto de um desconhecimento total do que biologicamente é um Touro e um Cavalo.

 

E para que não cristalizem a ideia de que “vender bilhetes para a selvajaria tauromáquica» é do foro das «opiniões, vontades, gostos e costumes de clientes», fiquem a saber que esta selvajaria nada tem a ver com opiniões, vontades, gostos ou costumes, mas tão-só com Ética, Civilidade, Civilização, Evolução, Cultura Culta, Humanismo, Empatia, Misericórdia, Compaixão, Dignidade… enfim, com todos os valores que enobrecem os verdadeiros Seres Humanos.

 

E não sou eu que o digo. São os homens sábios que, felizmente, sempre existiram no mundo.

 

O que faz falta em Portugal é o culto da Leitura das obras desses Homens Sábios.

 

Mas o que fazer, num país onde o Ensino e a Educação deixam tanto a desejar?

 

Senhores administradores dos CTT Correios de Portugal, o que pedimos é muito simples: não confundam um espectáculo como este:

 

 

com uma prática bárbara como esta:

 

Por favor, façam esse favor a vós próprios.

 

Aos CTT não basta pretenderem ser respeitáveis, devem PARECER respeitáveis.

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 12:10

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Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013

UMA LEI IRRACIONAL NÃO TORNA A TOURADA LEGAL, POR ISSO A TAUROMAQUIA FOI OFICIOSAMENTE ABOLIDA EM 2013

Sabiam desta?

Pois é. Oficialmente, a tauromaquia e todas as suas macabras variantes ainda são “legais”, contudo, oficiosamente a tortura de bovinos chegou ao fim.

E tudo o que se passar daqui em diante, no que respeita á tauromaquia, será ilegal e crime à luz da racionalidade.

 

 

«É verdade que o facto de as touradas serem legais as torna legais. Mas se considerarmos que as leis não são perfeitas, e que, como disse Burke, "não existe pior forma de ditadura que uma lei mal feita", nem esse argumento lhes vale.


A tortura não pode ser legal, mesmo que esteja legalizada. E quem se diverte com o sofrimento alheio, por muito sustentado que esteja pela lei, nunca encontrará suporte nos ditames do humanismo.» (Luís Martins)


E não haverá maioria parlamentar que possa legalmente sustentar algo que perante a Constituição da República Portuguesa é ILEGAL e é CRIME.


publicado por Isabel A. Ferreira às 16:44

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Segunda-feira, 13 de Maio de 2013

«DE NOVO A BARBÁRIE»

 

«Viana fez o que na Póvoa (de Varzim) se desprezou»

 

Um excelente texto, já com barbas, e no entanto actualíssimo. O que demonstra que os governantes são uns empecilhos à evolução 

 

 

 

A covardia de quem se diz “estudante do ensino superior”. Pfffffff!

 

 

«1. Tenho a convicção de que o humanismo nada tem a ver com uma visão antropocêntrica da vida que, não raramente, degenera no desrespeito pela Natureza e pelos outros seres vivos. Neste contexto ideológico entendo que o uso de animais em espectáculos e eventos públicos de carácter meramente lúdico, para gáudio de multidões eufóricas, resulta num acto gratuito e abusivo que em nada contribui para a dignificação da pessoa. A violência exercida sobre os animais é uma atitude retrógrada por fingir ignorar-lhes a possibilidade da dor, não se coibindo de a provocar por puro divertimento.

 

2. Na tarde de 17 de Março de 2008, dando cumprimento a essa convicção pessoal e ao compromisso político assumido no programa eleitoral de que fui rosto, defendi em reunião do Executivo Municipal uma “Moção a Favor da Declaração Municipal Oficial e Simbólica da Póvoa de Varzim como Cidade Anti-Touradas”.

 

Nos dois dias que antecederam esta acção recebi cerca de duas centenas de manifestações de apoio, de diversas localidades de Portugal e do Estrangeiro, de muitas organizações de defesa dos animais, de algumas cidades Anti-Touradas e de um número incontável de pessoas em nome pessoal.

 

O objectivo não era apenas acabar com as actividades taurinas, mas também transformar o edifício numa Praça do Engenho e da Arte, integrando um centro de interpretação ambiental, clubes de investigação (Matemática, Física e Química, Energias Alternativas…), espaços de produção de artes plásticas, oficinas de artes do espectáculo e de criação literária (dando continuidade às Correntes de Escrita), a realização de espectáculos e eventos ao ar livre, uma loja de Comércio Justo para promoção de Artigos da Terra (valorizando os produtos hortícolas locais e promovendo uma feira semanal de produtos de agricultura biológica) e um restaurante vegetariano. Num protocolo a estabelecer com a rede escolar local, a sua gestão poderia vir a ser desempenhada por jovens universitários com apoio técnico do Município.

 

A Praça de Touros fora adquirida pelo Município há mais de vinte anos. Era então membro da Assembleia Municipal e votei a favor dessa aquisição. Aparentemente, na Póvoa, seria fácil dar o passo seguinte: acabar com touradas, garraiadas e afins.

 

3. Na tarde de 17 de Março, a Póvoa de Varzim poderia ter sido pioneira em Portugal de uma atitude ética na defesa dos animais, poderia ter sido a primeira cidade Anti-Tourada de Portugal, seguindo o exemplo de cidades francesas e das quarenta e duas de Espanha, entre as quais Barcelona.

 

Todavia, numa atitude incompreensível, a maioria no poder decidiu manter a Póvoa como palco de violência gratuita sobre animais utilizados abusivamente para mero divertimento de insensíveis espectadores.

 

Dos que se negaram a compreender os sinais dos tempos esperava-se que, no mínimo, tivessem a honestidade intelectual para fazer a análise da proposta, considerando as respectivas vantagens e inconvenientes e que tivessem abertura para a debater. Em vez disso, a Moção foi rejeitada sem que tenham sido apresentados quaisquer argumentos substantivos para tal.

4. A tacanhez de tal postura diz bem do estado de civilização. Indiferente à força dos argumentos e fechados sobre os seus preconceitos, esta gente recusa compreender o Presente e atrasa o Futuro.

 

No país vizinho, tido por berço da tradição tauromáquica, sondagens realizadas em 2006 indicavam que 72% dos espanhóis declaram não ter qualquer interesse nas touradas. Em Portugal, estudos de opinião realizados em 2007 indicavam que 50,5% dos portugueses declaram querer que as touradas sejam proibidas por lei em todo o país, e que 52,4% pretendem que as cidades e vilas em que residem sejam declaradas Cidades e Vilas Anti-Touradas pelos respectivos Municípios, através da implementação de compromissos municipais de proibição da realização de touradas nos concelhos que administram. Esta posição é ainda mais expressiva na região do Grande Porto, onde 73,6% dos habitantes declaram querer que as touradas sejam proibidas por lei em todo o país, e 77,8% pretendem ver as cidades e vilas em que residem a declararem-se Cidades e Vilas Anti-Touradas.

 

5. Há algum tempo atrás, com epicentro em Viana do Castelo, a esperança voltou a ter cor. Quase um ano depois da iniciativa que cá foi rejeitada, a Câmara da Princesa do Lima comprou a praça de touros local e decidiu acabar com as touradas. Pouco depois declarou-se publicamente Cidade Anti-Touradas.

 

Segundo foi noticiado, o Município de Viana foi inundado por manifestações de regozijo e de parabéns vindos de todo o mundo. O presidente Defensor de Moura disse que nunca tinha sido tão felicitado por uma decisão e contou que, depois de alguma contestação inicial por parte de aficionados, o fim das touradas em Viana do Castelo se afigurou, afinal, como uma das medidas "mais populares" que havia tomado desde que lidera o executivo local.

 

Defensor de Moura considera que "no século XXI é uma atrocidade continuar a sacrificar animais em público daquela maneira".

 

A Praça de Touros de Viana será transformada num Museu de Ciência Viva, de forma a aproveitar a proximidade ao Parque Urbano, onde funciona o

Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental.

 

6. Depois de Viana do Castelo, também Braga, Sintra e Cascais se assumiram em defesa dos direitos dos animais, passando a proibir espectáculos de tourada e afins.

 

Os jovens da Comissão de Estudantes da Universidade do Porto deveriam estar na linha da frente da defesa dos animais. Mas, pelo contrário, voltaram este ano a repetir o pedido de apoio e a organizar uma festa que não dignifica essa parte da elite pensante do país.

 

Hoje, domingo, na Póvoa volta a acontecer uma garraiada integrada na Queima das Fitas e subsidiada com o erário municipal. Por unanimidade, o Executivo voltou a usar de forma insensível e arbitrária os bens comuns para promover a barbárie!

 

Não sei o que vai passar-se hoje, mas na garraiada de 2007 um animal assustado, obrigado a estar onde não queria, foi sujeito de forma hostil a fazer o que outros lhe impunham e morreu precisamente às mãos de estudantes de Ciências de Saúde; aprendizes sem alma, que um dia nos tratarão o físico, mas que vão treinando o desprezo pela dor alheia por puro divertimento.

 

Nesse dia, a falta de vergonha percorreu as bancadas, indiferente ao frémito da dor e ao sangue que jorrou na arena, num regresso à escuridão da barbárie.

 

7. Fica a certeza de que é tudo uma questão de tempo!

 

A luta pela defesa dos Direitos dos Animais, consagrada pela Organização das Nações Unidas (ver a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela Unesco, em Bruxelas, no dia 27 de Janeiro de 1978), e protagonizada por inúmeras associações e incontáveis pessoas, há-de conseguir resultados positivos e definitivos, designadamente acabando com as touradas e eventos similares.

 

É tempo de um novo desiderato! A História, cada vez mais liberta de uma visão antropocêntrica, corre a favor da ideia de que partilhamos a Terra com outros seres vivos que urge respeitar.

 

Acredito que se juntarão boas vontades para uma caminhada de vanguarda, em que seja adoptada uma nova atitude assente nos valores da ecologia profunda.

 

Mais cedo ou mais tarde a Póvoa de Varzim será também uma cidade que respeita os animais.

 

Desse modo cumprir-se-á o Homem.»

 

(Artigo de opinião publicado no jornal "O Comércio da Póvoa", edição de 2009.05.21)

 

Fonte:http://www.ca-70.blogspot.pt/2009/05/de-novo-barbarie.html

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:48

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Terça-feira, 5 de Fevereiro de 2013

JOSÉ RIBEIRO E CASTRO NO SEU PIOR

O MARIALVISMO CHEIRA A MOFO, MAS AINDA EXISTE, E PIOR DO QUE EXISTIR, DEAMBULA PELA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

 

 

José Ribeiro e Castro

 

Li e pasmei.

 

José Ribeiro e Castro um “deputado” da Nação (CDS/PP) escreveu um texto que esmaga a dignidade dos Portugueses.

 

Como é possível um cidadão que se diz advogado (o que implica ter frequentado uma Universidade), escrever coisas tão primitivas, tão básicas, tão ao nível dos aficionados que não tiveram a oportunidade de se instruírem?

 

Como é possível????

 

***

 

Por José Ribeiro e Castro

 

"Eu compreendo perfeitamente que haja quem não goste de corridas de touros. Respeito isso.
 
Não compreendo, nem aceito a mobilização para as proibir. Compreendo que não se entenda o que se passa numa corrida e que não se consiga ver, nem perceber a beleza que atrai os aficionados. Mas já não compreendo que se insulte o que não se entende.»

 

***

 

(VEJA-SE AQUI A "BELEZA" QUE ATRAI OS AFICIONADOS)

 

 

 

 

(SENHOR “DEPUTADO”, NA VERDADE, ISTO NADA TEM A VER COM “ESTUDOS SUPERIORES”. TEM A VER COM SENSIBILIDADE E BOM SENSO, ALGO QUE NÃO SE APRENDE EM LADO NENHUM. OU SE TEM OU NÃO SE TEM.

 

POR ISSO, O SENHOR “DEPUTADO” NÃO SABE QUE A TOURADA NÃO É UMA QUESTÃO DE “GOSTO”.

 

A TOURADA É UMA QUESTÃO DE ÉTICA E DE HUMANISMO, MAS TAMBÉM UMA QUESTÃO POLÍTICA E DE INTERESSES ECONÓMICOS MUITO DUVIDOSOS E OBSCUROS

 

POR ISSO, O SENHOR “DEPUTADO” NÃO COMPREENDE QUE SE LUTE PELA ABOLIÇÃO DESTA ABERRAÇÃO. COMO PODERIA COMPREENDER?

 

O QUE INTERESSA, NESTE JOGO TÉTRICO, NÃO É O SER (VIVO) É O TER (NO BOLSO).

 

***

 

«Quem não gosta de touradas pode, ao menos, ter o mínimo de objectividade e de respeito pelas outras pessoas, para ver e reconhecer que aqueles que gostam e estão a assistir não são "bárbaros", nem "selvagens", nem "sádicos".»

 

(SENHOR “DEPUTADO” TODOS AQUELES QUE GOSTAM DE ASSISTIR E APLAUDIR A TORTURA DE SERES VIVOS, SÃO PSICOPATAS, SÁDICOS, BÁRBAROS E MAUS SELVAGENS (PORQUE HÁ OS BONS SELVAGENS, QUE NÃO MALTRATAM ANIMAIS NÃO HUMANOS.

 

TUDO ISTO ESTÁ COMPROVADO CIENTIFICAMENTE. O SENHOR “DEPUTADO” DEMONSTRA SER UMA PESSOA QUE NÃO LÊ. ALIÁS NENHUM AFICIONADO LÊ O QUE NÃO LHE INTERESSA LER, O QUE É MUITO LAMENTÁVEL).

 

***

«Mas apenas pessoas que gostam de touradas, que gostam do bailado a galope do cavalo e cavaleiro, que gostam das sortes e suas surpresas, que gostam da bravura e raça do toiro, que gostam da coragem e garbo dos forcados, que gostam do bailado à beira do absoluto risco do toureio a pé, que gostam da cor, da música, do cheiro, da emoção, da incerteza, do ambiente, da festa.»

 

***

 

(VEJA-SE AQUI O BAILADO A GALOPE, DO CAVALO E DO CAVALEIRO (…) A BRAVURA E RAÇA DO TOURO QUE NÃO TEM COMO FUGIR DA TORTURA, A “CORAGEM”, OU MAIS JUSTAMENTE, A «GRANDE COVARDIA” DOS FORCADOS; VEJAM O “BAILADO” DO TORCIONÁRIO; E COMO É BELA A MÚSICA, E BOM O CHEIRO (A URINA, A BOSTA, A SUOR, A ÁLCOOL); VEJAM A EMOÇÃO, A INCERTEZA, O AMBIENTE MACABRO E BOÇAL DA FESTA DO SANGUE E DA TORTURA.

 

 

 

 

É DISTO QUE GOSTAM OS AFICIONADOS? E NÃO SÃO SÁDICOS?...  O QUE SERÃO ENTÃO? SANTINHOS?

 

ONDE FICA O SOFRIMENTO DO ANIMAL? NÃO INTERESSA? POIS! OS CARNICEIROS NÃO SE INTERESSAM PELO SOFRIMENTO DOS ANIMAIS QUE TORTURAM POR PRAZER).  

 

 ***

 

 

«A mobilização para a proibição das touradas radica na ideia de que é legítimo impor uma ditadura do gosto ou uma tirania da sensibilidade oficial. Não é. 
 
Aqueles que se auto-defendem afirmando tradições a que pertencem e que continuam protegem e afirmam alguns dos bens mais preciosos de qualquer civilização e sociedade: Liberdade e Cultura.»
 

***

 

(DITADURA IMPÕEM OS DEPUTADOS QUE NÃO EVOLUÍRAM. PARARAM NA IDADE MÉDIA E AGEM COMO “SENHORES FEUDAIS”.

 

“TIRANIA DA SENSIBILIDADE”? COMO OUSA FALAR EM SENSIBILIDADE, SE APLAUDE A TORTURA?  

 

COMO OUSA FALAR EM “CIVILIZAÇÃO” SE PROMOVE A BARBÁRIE?

 

COMO OUSA FALAR EM “LIBERDADE E CULTURA” SE É ADEPTO DA OPRESSÃO DE SERES VIVOS E É CÚMPLICE DA INCULTURA?

 

O SEU “DISCURSO” FAZ-ME LEMBRAR OS DOS “SENHORES DE ESCRAVOS”, QUANDO SE LUTAVA PELA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA.

 

A ESCRAVATURA TAMBÉM NÃO ERA UMA QUESTÃO DE “GOSTO”: ERA UMA QUESTÃO DE ÉTICA E DE HUMANISMO, MAS TAMBÉM UMA QUESTÃO POLÍTICA E DE INTERESSES ECONÓMICOS DUVIDOSOS E OBSCUROS).

 

***

 

«A "gente dos toiros" pertence ao mundo rural. E é justamente no mundo rural (ou no mar) que a relação entre homem e animal é mais pura e genuína, mais próxima e mais amiga, mais natural e mais livre.»
 

***

 

(GRANDE AMIZADE VAI POR AÍ, ENTRE O “HOMEM” E O ANIMAL, QUANDO SE TORTURA UM SER VIVO PARA DIVERSÃO ATÉ O DEIXAR À BEIRA DA MORTE, DEPOIS DE UM SOFRIMENTO LONGO E ATERRADOR. QUANTA INSENSATEZ, SENHOR “DEPUTADO”! TEM AO MENOS A NOÇÃO DO DISPARATE QUE PROFERIU?)

 

***

 

«O modo como as comunidades humanas se relacionam com os animais não é uniforme em todo o mundo e varia com latitudes e longitudes. Varia também com os animais. Isso faz parte da própria cultura dos povos, que são diferentes: os povos e as culturas.


 

 

É um absurdo querer impor um padrão único. E é um abuso confundir e equiparar o sofrimento humano com "sofrimento animal". Isso levar-nos-ia a extremos caricatos - quanto à pesca, à gastronomia, à criação animal para alimentação, àquilo que fazemos a espécies animais que, na nossa cultura, degradamos, como répteis ou insectos.»
 

***


(NÓS NÃO ESTAMOS NA POLINÉSIA. NÓS ESTAMOS NA EUROPA. NÃO VIVEMOS NA SELVA. PRETENDEMOS SER UM PAÍS CIVILIZADO. MAS DEPUTADOS COMO O SENHOR NÃO O PERMITEM.

COMO É POSSÍVEL DEMONSTRAR TANTA IGNORÂNCIA EM RELAÇÃO AOS ANIMAIS?

 

NÃO SABE O QUE É UM ANIMAL?

 

NUNCA ESTUDOU BIOLOGIA?  

 

 ***

 

«As corridas de toiros marcam a relação homem/toiro no modo próprio das culturas que as criaram e desenvolveram. O direito e a liberdade de as realizar e continuar merecem ser afirmados. São actos de Liberdade e de Cultura.»

 

***

 

O QUE SÃO “ACTOS DE LIBERDADE E DE CULTURA”?   A TORTURA E O SOFRIMENTO DE SERES VIVOS? NÃO ENVERGONHE O POVO PORTUGUÊS COM A SUA FALTA DE CULTURA E DE SENSIBILIDADE, SENHOR “DEPUTADO”!

 

***

 

«Dois comentários adicionais apenas.

 

(1) Quando associo as corridas de toiros a mundo rural, estou totalmente consciente de que há muita gente urbana que as aprecia e segue.

 

(2) O erro básico de muitos dos ataques contra as touradas é assumir que correspondem a "o ser humano poder retirar prazer do sofrimento de um animal". As touradas não têm nada a ver com isso. São outra coisa.

 

Nem é isso que toureiros, cavaleiros e forcados fazem, nem é isso que o público aficionado está a ver. Compreendendo embora quem não gosta, a verdade é que olhar assim as touradas é o mesmo que olhar o futebol apenas pelas sarrafadas, caneladas, rasteiras e cotoveladas que acontecem. Chega a haver pernas partidas e lesões gravíssimas. Mas o futebol não é isso.»
 
 

 ***

 

(AS TOURADAS NÃO TÊM NADA A VER COM O SOFRIMENTO DOS ANIMAIS? NÃO? AS TOURADAS SÃO “OUTRA COISA”? QUE COISA?

 

NÃO É ISSO QUE OS TORCIONÁRIOS, CAVALEIROS E FORCADOS FAZEM? NEM É ISSO QUE O PÚBLICO AFICIONADO ESTÁ A VER? 
 
ENTÃO O QUE É, SENHOR “DEPUTADO”?

 

O QUE É QUE OS AFICIONADOS VÊEM AQUI?

 

 

 

(VÊEM O BAILADO DO «LAGO DOS CISNES»? E O LÍQUIDO VERMELHO QUE ESCORRE DOS TOUROS E DOS CAVALOS É SUMO DE TOMATE?

E POR FAVOR, NÃO FAÇA COMPARAÇÕES COM O FUTEBOL. NO FUTEBOL TODOS OS INTERVENIENTES ESTÃO LÁ POR VONTADE PRÓPRIA. NA TOURADA, OS TOUROS VÃO PARA A ARENA À FORÇA DA TORTURA A QUE SÃO SUBMETIDOS ANTES. E NEM SEQUER LHES DÃO A HIPÓTESE DE FUGIR. 


TENHA VERGONHA E DEMITA-SE.


O SENHOR NÃO SERVE PARA SER DEPUTADO DA NAÇÃO PORTUGUESA!

 

Fonte:

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=154438257984204&id=127437908871

 

(Para memória futura: este texto foi enviado a José Ribeiro e Castro)

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:59

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Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

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