© Isabel A. Ferreira
Sem o mínimo saudosismo, obviamente (OBVIAMENTE), mas com uma vénia ao visionário, que previu um futuro que, afinal, estava ali tão perto, trago a campo as palavras que Marcello Caetano proferiu, logo após o 25 de Abril.
Apenas para que se reflicta, sem preconceito.
Chamava-se “Bula”, a Chaimite (carro blindado) que no dia 25 de Abril de 1974 transportou Marcello Caetano do Largo do Carmo (Lisboa) até ao posto de Comando do Movimento das Forças Armadas (Pontinha). Sem resistência. Pelas janelinhas da chaimite, Marcello Caetano viu um outro Portugal a nascer.
Não me interessa agora o político Marcello Caetano.
Interessa-me o homem que viu o futuro de Portugal, a partir daquele dia em que, sem resistência, deixou de ser o Presidente do Conselho do Estado Novo, e passou a ser visionário.
É óbvio que não concordo com tudo o que ele disse. A azul está o que se encaixa na actualidade portuguesa. A negrito, o que era o delírio do Estado Novo.
Disse ele:
"Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa."
"Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie, que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República." (*)
(Quanta verdade aqui vai neste último parágrafo!)
«É ridículo continuar a falar de independência nacional.», sim, é ridículo. Actualmente Portugal verga-se indecorosamente aos interesses dos estrangeiros, e até já nem Língua temos. Os donos disto tudo são os Brasileiros e os Chineses. A pobreza ainda existe. A emigração, se não é em massa, é elevada e qualificada.
Resta-nos o Sol, o Turismo e o servilismo aos interesses estrangeiros. Dizem os estrangeiros que encontram muita qualidade de vida em Portugal. Mas vão perguntar aos Portugueses que sobrevivem por aí, longe do brilho do Turismo, o que pensam disto. Para os estrangeiros, tudo. Para os Portugueses, pouco, muito pouco, ou mesmo nada.
O último parágrafo que começa “veremos alçados” está genial. Como Marcello Caetano acertou na mouche.
A política actual está a ser feita sem ÉTICA, sem HONRA, sem HONESTIDADE.
Quem aguardou o 25 de Abril com grande esperança, numa mudança radical na construção de Portugal, está tremendamente desiludido.
É URGENTE um novo 25 de Abril , desta vez, a sério.
(*) Ressalve-se aqui as raras e honrosas excepções)
Isabel A. Ferreira
A frase do cartaz é inspirada numa ideia de Capistrano de Abreu, um dos primeiros grandes historiadores do Brasil (1853-1927)
Em tempos idos, os Homens tinham Honra, a Palavra deles era Lei, e claro havia uma dama, que dava pelo nome de Vergonha na Cara, que era companheira inseparável desses Homens.
Mas isto aconteceu em tempos idos…
Hoje, em pleno ano de 2015 da era cristã, os Homens são apenas “omens”, a Honra foi esmagada pela Desonra que se impôs de um modo irracional, a palavra dos “omens” deixou até de ser palavra, e a lei é a que mais lhes convém, e a dama que dava pelo nome de Vergonha na Cara emigrou para parte incerta, deixando esses “omens” completamente desavergonhados.
O pior, é que eles nem sequer se dão conta disso. Continuam a agir e a discursar os despropósitos de sempre, achando que todos os portugueses são idiotas.
Muitos serão, certamente. Aqueles que desejam um lugar ao sol, custe o que custar, e gravitam ao redor de partidos políticos que já deram prova de uma colossal incompetência governativa, que fez cair no lodo o nome de Portugal.
Vivemos numa autêntica choldraboldra.
E ao que parece iremos continuar a fingir que Portugal é um país importante, integrado numa Europa decadente, que depende dos humore€ de uns poucos podero€o€ que, subrepticiamente, estão a ocupar os lugares-chave da economia do país colocado, literalmente, à venda, incluindo a sua própria Língua Materna.
E os cegos mentais que gravitam ao redor desses partidos políticos, não têm capacidade nem sabedoria para compreender que o blá-blá-blá dos candidatos às próximas eleições já está putrefacto de tão velho e carcomido.
Nada mudará em Portugal, enquanto a dama que dá pelo nome de Vergonha na Cara não regressar ao País, e repor a Honra, a Hombridade, a Honestidade, a Palavra e a Arte de Bem Fazer Política, que não sabemos por onde andarão…
Se vivêssemos numa Democracia a sério, quem mandava no governo era o povo. Acontece que vivemos numa ditadura fantasiada de democracia, e quem manda no povo é uma minoria inculta, prepotente e obsoleta.
Abram os olhos e as mentes, Portugueses!
Sabemos que não existem alternativas poderosas, mas temos o dever de dizer NÃO a esta mixórdia política em que se transformou a governação de Portugal.
Isabel A. Ferreira
Reparem bem neste cartaz:
Este cartaz, além de um mau gosto descomunal, é um INSULTO aos carteiros portugueses.
Então? De collantzinhos cor-de-rosa e sapatinhos com lacinhos?
Estamos mal. Já não haverá HOMENS em Portugal, para entregar a correspondência?
REPAREM AGORA NO CARTAZ QUE SE SEGUE:
A Praça de Toiros Palha Blanco pertence à SANTA CASA DA MISERICÓRDIA
Uma vez a mais a IGREJA CATÓLICA envolvida em tortura e no seu PIOR (e não é apenas esta)
Mas o cartaz tem mais:
Diz que é uma grandiosa e ANTIQUÍSSIMA garraiada.
Pois! Antiquíssima. Ainda não se deram conta que os séculos avançaram… e estamos no século XXI DEPOIS de Cristo.
O COLÉGIO MILITAR, não é aquele colégio que devia FORMAR HOMENS, assim, com H maiúsculo, de HUMANO (compassivo), de HOMBRIDADE (dignidade), de HONESTIDADE (íntegro), de HONRA (distinto), qualidades que devem ter os cidadãos civilizados e evoluídos?
Mas este colégio não forma HOMENS. Este colégio forma BRONCOS.
E por fim, ainda se metem a engraçadinhos com o “a cavá-lo” e os “(en)forcados”.
Meus meninos, cavem uma cova e enterrem nela a vossa ignorância.
Quanto aos enforcados… bem que mereciam…
São os GRANDES COBARDES deste ritual cobarde.
Isabel A. Ferreira