… depois de ter invadido PACIFICAMENTE aquela arena de tortura, onde um jornal carniceiro promovia uma sessão de selvajaria tauromáquica, e no dia em que o governo de Portugal aprova que as crianças podem assistir e participar nestas sessões de selvajaria tauromáquica, extensível também aos seres humanos.
Mas no campo pequeno não há lugar para delicadezas. No campo pequeno só há lugar para tortura, crueldade, violência e muita pancadaria, porque estes sãos os únicos (des) valores que os tauricidas conhecem.
Então Peter Janssen, um verdadeiro HERÓI, levou patadas, bofetadas e foi mordido, sem que ninguém o socorresse. Mas foi este pacifista, barbaramente espancado, que saiu do campo pequeno algemado, tendo passado a noite no hospital, a fazer exames, incluindo uma TAC, tal era o estado grave em que se encontrava.
Lamentável, esta atitude dos trogloditas.
Louvável a acção deste HERÓI. Porque Peter Janssen é um verdadeiro HERÓI, que caiu nas garras dos COBARDES talibãs da tauromaquia.
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Testemunho de Lisboa Anti-tauromaquia
«Peter Janssen, um activista de nacionalidade holandesa, invadiu a noite passada a arena da catedral de tortura de Lisboa, no Campo Pequeno, para passar PACIFICAMENTE uma mensagem à tauromaquia.
(…)
Peter saltou para a arena exibindo no peito a mensagem "Basta de Tortura" e nas costas "Respect for Animals". Não o agrediram à frente do público mas assim que as portas se fecharam, no túnel, deram-lhe murros, pontapés no corpo e cabeça, morderam-no, ameaçaram-no de morte, ofenderam a sua mãe (…) teceram comentários xenófobos "Vai para a tua terra ó 'cámone!' e "Vai para a tua terra ó palhaço!", entre muitas outras verbalizações ao nível a que já nos habituaram. Até a polícia conseguir chegar junto dele foi sempre a descarregar a violência natural de tauricidas (…).
É nisto que querem transformar as crianças e ainda são apoiados pelos nossos governantes.
(No final do protesto habitual junto à praça de touros do Campo Pequeno, ainda cá fora a conversar com amigos, ouvimos gritos e assobios que soavam dentro da praça e passados alguns minutos testemunhámos a saída do Peter seguido de dezenas de aficionados que o agrediam, ofendiam e ameaçavam "Deixem-no aqui connosco!" diziam à polícia. Aproximámo-nos para ver o que se passava e já protegido pela polícia, acabámos por conhecer pessoalmente alguém a quem só podemos chamar herói.)
Talvez a intervenção do Peter nos inspire a todos, já que os vários tipos de activismo cá praticados, dos menos aos mais políticos, não estão a ser eficazes.»
Esclarecimentos de Rui Silva (um activista bem informado)
«1 - A PSP nem sequer se preocupou em identificar os agressores deste activista, e é importante que se saiba que quando a PSP chegou ao local da agressão os agressores estavam todos aos murros, aos pontapé e a morder o activista à dentada. Portanto, se estivessem de facto preocupados em cumprir o seu dever teriam imediatamente identificado os agressores.
2 - O activista nunca foi libertado, como se diz numa notícia ("O activista de 31 anos foi de seguida libertado, sob notificação, e acompanhado pelas autoridades ao Hospital de Santa Maria(...)"]. Assim que a PSP chegou ao local onde estava a ser agredido, a PSP teve o cuidado de imediatamente agarrar, prender e algemar o activista, que estava a ser vítima de brutais agressões que o levaram a perder a consciência a certa altura, tendo-se no entanto "esquecido" de identificar os agressores.
3 - Depois de preso e algemado o activista foi levado para a esquadra da PSP para interrogatório e dado o grave estado em que se encontrava foi levado pela PSP para o Hospital de Santa Maria onde fez uma TAC, diversos Raios X e recebeu tratamento em relação aos graves ferimentos e contusões que apresentava.
4 - Portanto também não é verdadeira a afirmação da PSP de que "(...) Janssen apresentava “pequenas escoriações e hematomas” fruto das agressões."
5- Pior ainda, o activista, vitima duma brutal agressão, foi tratado como um autêntico criminoso, tendo passado a noite numa cela da PSP e foi levado pela manhã para o Campus de Justiça para ser submetido a interrogatório perante o Juiz.
No Campus de Justiça foi nomeado um advogado oficioso e um tradutor de holandês para o activista.»
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Estas são as (des)autoridades que temos.