Os leitores deste Blogue devem recordar-se da proposta que fiz, no passado dia 20 de Março aqui com o seguinte conteúdo:
- O que proponho é que se estiverem de acordo com o texto/apelo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, conforme a imagem, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões, para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt e quando tivermos um número considerado razoavelmente suficiente de subscritores encaminhá-lo-emos para o site da Presidência da República. Podem dar outras sugestões para o texto, ou para a acção, porém, o fundamental é que façamos alguma coisa, se quisermos salvar a Língua Portuguesa. Ela está a correr perigo de morte, mas ainda vamos a tempo de a salvar. É só querer e agir.
Venho dar-vos conta do que, entretanto, se passou.
1 - Algumas pessoas enviaram sugestões, com as quais concordei e, por isso, reformulei o Apelo, que deixo aqui à vossa consideração.
2 – Agradeço que me enviem as vossas observações acerca da reformulação do texto: se concordam, se discordam, ou mais sugestões, pois o objectivo é fazer algo que dê certo.
3 - Temos, neste momento, 47 subscritores. O que, convenhamos, entre tantos os que se dizem ser contra a destruição da Língua Portuguesa, é uma ninharia, contudo, desta lista, constam apenas os que verdadeiramente contam.
4 – Daí que renove a proposta para os que ainda não subscreveram, que se estiverem de acordo com o texto/apelo reformulado, que mais abaixo transcrevo, dirigido a Marcelo Rebelo de Sousa, o subscrevam, enviando os vossos nomes e profissões, para o e-mail do Blogue isabelferreira@net.sapo.pt
5 - Por fim, se alguém, que tenha mais conhecimentos jurídicos e diplomáticos do que eu, quiser substituir-me nesta iniciativa, fico muito agradecida. E se alguém quiser desistir da subscrição, não levarei a mal, se bem que quem perderá é a Língua Portuguesa.
Isabel A. Ferreira
***
Nova versão do Apelo a enviar a Marcelo Rebelo de Sousa, da autoria de um jurista, para apreciação e subscrição.
Dirigimo-nos a Vossa Excelência apelando à Sua intervenção no sentido da defesa da Língua Portuguesa, tal como esta nos surge definida no n.º 3, do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa.
Permita-nos, Vossa Excelência, o exercício do nosso dever cívico e obrigação de invocarmos a Lei Fundamental, designadamente no que tange aos deveres e obrigações que dela decorrem para todos os agentes do Estado, e, em especial para o Presidente da República, enquanto primeiro e máximo representante do Estado. Estado a quem cabe, nos termos da alínea f) do artigo 9.º também da Constituição da República Portuguesa “[a]ssegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da Língua Portuguesa”.
Bem sabemos, Excelência, que, nos últimos anos, em concreto desde que o Estado impôs aos portugueses a aplicação de uma grafia que consideramos inconstitucional, tais deveres não têm sido cumpridos.
Esta não é uma questão de somenos importância. É um imperativo de cidadania. É um dever que nos é imposto pela Constituição da República Portuguesa. Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico -- a Língua Portuguesa -- da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados.
Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa.
Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História.
Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.
Apelamos-lhe, Senhor Presidente da República, que proporcione às nossas crianças a possibilidade de escreverem na sua Língua Materna - naquela em que escreveram Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, José Saramago e tantos, tantos outros -, ao invés de numa grafia desestruturada, incoerente e desenraizada das restantes Línguas europeias, que também estão a aprender (Inglês, Castelhano, Francês).
Apelamos a Vossa Excelência, ao Presidente da República Portuguesa, mas, também, ao académico e cidadão Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que recuse deixar às gerações futuras, como legado para a posteridade, a renúncia da nossa Língua, da nossa Cultura, da nossa História, de quase nove séculos.
Apelamos, em suma, a Vossa Excelência, que seja reconhecido e revertido o gravíssimo erro cometido e por via do qual o Estado Português adoptou o Acordo Ortográfico, anulando-o, e restituindo a Portugal e aos Portugueses a sua Língua.
Com os nossos melhores cumprimentos,
(Nome dos subscritores)
24 de Fevereiro de 2022.
Rússia invade a Ucrânia: dia NEGRO para a Ucrânia, para a Humanidade, em pleno século XXI DEPOIS de Cristo.
Pelos Mortos da Ucrânia, civis e militares!
Pelo Povo da Ucrânia, que resiste e sofre!
Pelos Deslocados da Ucrânia, que sobrevivem, por esse mundo fora!
Pela Ucrânia!
Slava Ukraini!
***
Sempre houve gente pequena que sonhou ser GRANDE, mas NÃO pelos motivos mais nobres. Muitos foram aqueles que, ao longo da História da Humanidade, invadiram povos pacíficos, massacraram-nos barbaramente, para aumentarem os seus territórios e reinarem sobre eles, sem olharem a meios. Queriam, podiam, mandavam e, simplesmente, invadiam. Era essa a política. E isso bastava para destruir vidas e arrasar cidades, civilizações, deixando atrás deles um rasto de insanidade, de ódio, de crueldade, de torturas, de violações, de raptos, de assassinatos, de destruição, de sofrimento atroz.
Anexavam territórios para criar grandes impérios, passando, COBARDEMENTE, por cima dos cadáveres de crianças inocentes, de jovens que tinham sonhos, de mulheres-mães, de velhos fragilizados, de gente pacífica, desarmada, apanhada, de surpresa, na quietude dos seus lares.
Tais acontecimentos passavam-se nos tempos bárbaros, em que a VIDA tinha o valor de um excremento, para os todo-poderosos COBARDES que sonhavam ser GRANDES, e o máximo que conseguiram foi ficar para a História como GRANDES TIRANOS COBARDES.
Chegados ao século XXI depois de Cristo, ainda com a memória recente de duas Grandes Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945) na Europa, onde a crueldade da besta humana foi comparável à crueldade das bestas humanas de épocas bárbaras arcaicas, em que as mentalidades ainda se encontravam a um nível bastante primitivo, foi com grande estupefacção que o mundo se deu conta de que, nos tempos que correm, continuam a existir criaturas que nada aprenderam com a cruel COBARDIA dos protagonistas de outras guerras, e repetem, quase a modos de papel químico, os seus métodos cruéis de invasores, sem o menor pejo, sem o menor respeito pelos valores compassivos, entretanto, adquiridos pelos Seres Humanos.
De modo que foi com a maior perplexidade que, no dia 24 de Fevereiro de 2022, a Humanidade viu a Ucrânia, país livre e soberano, que estava a construir a sua Democracia com Volodymyr Zelensky, um HOMEM com mente arejada, do século XXI d. C., ser INVADIDA por tropas russas, a mando de uma criatura com pretensões de vir a ser o novo Czar de Todas as Rússias, e o que tem conseguido, até ao momento, é de uma pequenez inquietante, bem patente nas imagens que ilustram este texto, e o repúdio do mundo, tendo apenas outros tiranos como aliados.
A mim não me interessa fazer uma resenha histórico-político-militar desta guerra insana. A mim, interessa-me olhar para ela com os meus olhos de VER e SENTIR, esta guerra tão estúpida como todas as outras guerras, que ceifaram milhões e milhões de vidas por motivos dos mais fúteis.
É bem verdade que, como em todas as guerras que a Humanidade já viveu, há sempre alguém a LUCRAR com a tragédia humana, com a morte, com a destruição, com o sofrimento alheio. Como isto é possível, nos tempos que correm? É possível, porque a raça dos gananciosos predadores da Humanidade ainda não foi extinta. A Humanidade põe os pés na Lua, procura água em Marte, mas parte dela ainda NÃO consegue usar os neurónios para PENSAR, de modo que se mantém num estádio evolutivo cotado abaixo de zero.
Hoje, assinala-se um ano de TERROR para o Povo Ucraniano, mas também um ano de RESISTÊNCIA ao invasor. E o mundo livre e civilizado assiste, com repugnância, a tanta crueldade, a tanta destruição, pela mera vontade de uma mente insana, acolitada por bonifrates acéfalos.
Nós, que estamos longe do teatro da guerra, não vivenciamos esse TERROR, mas as imagens que nos chegam, dão-nos uma ideia do que, em pleno século XXI DEPOIS de Cristo, uma criatura do tempo das trevas, ainda é capaz de semear num mundo que já deu um passo em frente a caminho de sociedades em que o espírito da liberdade, da fraternidade, da igualdade e do pacifismo está, aos poucos, a criar raízes na mente humana. O caminho que falta, para se atingir a plena essência virtuosa do Ser Humano, é ainda um logo caminho, mas muito já foi percorrido.
Parece que vivemos no dealbar da existência humana na Terra, em que as mentes estavam tolhidas pelas trevas que cobriam o estreito universo dos Homens.
Hoje, é dia para pensa, e CONSTRUIR a PAZ.
Isabel A. Ferreira
Fonte destas fotos e de outrsa mais:
A propósito do título desta publicação, recebi do Zé Onofre o seguinte comentário:
Zé Onofre comentou o post Portugal, actualmente, existe apenas no que fomos capazes de dar ao Mundo, e na lembrança dos Povos aos quais deixámos um Novo Mundo às 17:55, 09/03/2021 :
Quando falamos do passado, temos que o ver à luz do seu tempo. É um principio que todos devemos ter em consideração quando o analisamos. Porém não podemos glorificar uns feitos e esquecer outros. É verdade que desbravamos a Costa de África, o que é um feito para celebrar. Contudo se celebramos essa gloriosa façanha, não podemos esquecer que daí resultou o maior tráfico de seres humanos. Calma. Sei que o pensamento da época não condenava esse tráfico. Mas se hoje nos orgulhamos dos feitos dos portugueses pelos oceanos do Mundo, também devemos concordar que, se aos olhares daquele tempo a compra e venda de escravos não era criticável, hoje, sem diabolizar os esclavagistas, devemos reconhecer que essa é uma nódoa caída na aventura das viagens atlânticas e por outros oceanos. Assim como o Vaticano tem pedido perdão, por aquilo que ao tempo era a razoável, também não nos ficaria mal, antes pelo contrário, pedir perdão pelo mal que fizemos, pensando que naqueles tempos não o era, mas que se mostrou nefasto Alexandre Herculano, no romance o Bobo, cuja acção se situa nos primeiros tempos de Portugal, descreve uma tourada, e não critica o facto de se realizarem touradas, Mas no final da descrição salta para o seu séc. XIX, e diz assim: «Tal era aforma primitiva e singela de um espectáculo de eras bárbaras, que a civilização, desenvolvendo-se alguns séculos, ainda não pôde desterrar da Península.» Assim nós neste tempo, passados 600 anos da Saga pelos mares, começada em Ceuta em 1415, não podemos olhar para ela com saudosismos, mas que são factos que não se repetirão. Foram, mas já não são. Olhemos com respeito para o passado o que não quer dizer que diabolizemos quem, de acordo com os novos tempos, pôs fim a um império que apodrecia. E se os povos que nós colonizamos olham para nós com uma censura não devemos estranhar. Os Castelhanos foram corridos de Portugal em 1640, e ainda sentimos mágoa deles. Zé Onofre PS. Se, antes de aprovar este comentário, que sinceramente tentei manter dentro do civismo e boa educação, me quer conhecer melhor procure no Blog "Das Eras" o que tenho vindo a escrever.
Respondi, o seguinte, ao Zé Onofre:
A quem deverão os Romanos hodiernos pedir perdão?
Fonte da imagem: https://pt.slideshare.net/JooNachtigall/escravido-na-roma-antiga (Sugiro que cliquem neste link).
Caro Zé Onofre, vou esmiuçar o seu comentário, porque, parece-me, mistura alhos com bugalhos, e olha para a História com olhos apenas de olhar.
1 – O passado deve ser visto à luz do passado. Com todos os seus defeitos e virtudes. Ponto. O Império Português não foi pior nem melhor do que todos os outros Impérios. Foi simplesmente um império igual a todos os impérios, com as suas grandezas e também com as suas baixezas, de acordo com o pensar da época.
2 – É NORMAL glorificar os grandes feitos.
3 – NÃO é normal esquecer as baixezas cometidas. E os seres pensantes não as esquecem. Obviamente.
4 – É verdade que desbravamos a Costa de África, o que é um feito para celebrar. E celebramos não só esta como todas as outras façanhas maiores.
5 – Não, ninguém esquece a nódoa negra que foi o tráfico de africanos, que os próprios africanos traficavam, roubando-os às tribos rivais, e depois vendendo-os aos brancos, que pela costa africana iam passando. NÃO SÓ portugueses, mas também Ingleses, Franceses, Holandeses, Castelhanos. Nunca esquecer isto.
Tal tráfico era NORMAL, naquela época, até porque era tido como certo que os pretos não tinham alma, os escravos não tinham alma, as mulheres brancas e as crianças brancas também não tinham alma, e tudo isto era NORMAL naquela época.
Não esquecer também que AINDA HOJE, século XXI d. C. o tráfico de seres humanos está ACTIVO, passa por Portugal, e quem se importa? É que os mortos (todos os mortos do passado) não falam, mas os VIVOS podem falar e muito… Também não esquecer isto.
6 – A escravatura SEMPRE existiu, desde que o Homo é Homo Sapiens. E o pior é que ainda existe escravatura. A escravatura SEMPRE foi condenável, e foi condenada por todos os seres empáticos, de todas as épocas históricas da Humanidade. É só ESTUDAR a História da Escravatura, para sabermos que os Portugueses traficaram escravos, foram maus, mas não foram os mais bárbaros, dentre os muitos povos que traficaram escravos de todas as “raças” e cores: branca, amarela, preta, vermelha…
7 – A escravatura é, de facto, UMA das muitas nódoas negras de TODOS os impérios que existiram em TODAS as épocas.
8 – Ninguém, com um neurónio a funcionar, olha para as nódoas negras do PASSADO com saudosismo. Ninguém. Com saudosismo poderemos olhar para o que já fomos, e já não somos. Já fomos um povo ousado, que deu novos mundos ao mundo, e fez avançar a Humanidade, levando SABER aos lugares mais remotos do mundo. E é isto que devemos celebrar. E é isto que esses povos AINDA celebram, apesar de todos os pesares.
9 – Ninguém, com um neurónio a funcionar, esquece o lado negro das Descobertas portuguesas. Temos de olhar para esse lado negro e aceitá-lo tal como ele existiu, por ser preceito da época, e não tal como desejaríamos que ele tivesse existido. O passado negro deveria ter ficado no passado, mas não ficou. Deveríamos ter aprendido com o que fizemos de mau, para não o repetir. É essa a função de ACEITAR o passado tal qual ele foi, com as suas coisas boas e com as suas coisas más. E o que é que se anda a fazer? Pretende-se APAGAR esse passado, como se ele nunca tivesse existido. E tal atitude só diz da mediocridade, da mesquinhez e da ignorância dos que querem pedir PERDÃO por algo que existiu, porque fazia parte dos valores daquela época, mas está se a cair nos mesmos erros desse passado.
10 – Os homens de hoje deveriam pedir perdão às mulheres, porque houve tempos em que as consideravam criaturas sem alma? A mim, não me faz mínima diferença, porque SEI que tenho alma. Podemos pedir perdão aos MORTOS, porque só a eles o perdão é devido. É falacioso e demagógico andar a pedir perdão aos vivos, quando foram os que já morreram as principais vítimas desse passado ignominioso.
11 – Temos de olhar para o passado com olhos de VER, e com SABER. Ninguém diaboliza ninguém. Isso é ver a questão com preconceito. Os povos que nós colonizámos, se nos olham com censura, caem no mesmo erro. Fomos NÓS, os do século XXI d. C. que os colonizámos? NÃO fomos.
Essa de dizer que «os Castelhanos foram corridos de Portugal em 1640, e AINDA sentimos mágoa deles» é de uma tristeza infinita... QUEM é que AINDA sente mágoa de QUEM? De Filipe VI? De Pedro Sánchez? Do General Franco? Do actual povo espanhol, que nada teve a ver com a arremetida Filipina dos séculos XVI/XVII?
Portugal existe, graças a muitos homens e mulheres que, com grande coragem, muitos sacrifícios e um enorme AMOR à PÁTRIA (algo que os actuais governantes e gente quejanda NÃO TÊM, porque andam a servir os interesses dos estrangeiros, que lhes dão mais “vantagens”), mantiveram intacta a chama da nossa IDENTIDADE de Povo Livre. Já fomos grandes.
Hoje, não passamos de um pequeno País, que anda a arrastar-se por aí, sem brio, sempre na cauda do mundo, com um punhado de gente dentro a tentar destruir a sua Cultura, a sua História, a sua Língua, a sua Identidade, a sua Liberdade, adquirida num 25 de Abril que ainda não se cumpriu completamente, porque vivemos numa ditadura disfarçada de “democracia”.
A História segue o seu rumo de acordo com as ATITUDES dos seus protagonistas. O “pedaço” da História que Portugal está a viver, actualmente, será julgado pelo FUTURO, e, pelo que a História da Humanidade nos diz, NENHUM dos actuais protagonistas será poupado ao mau juízo que os vindouros deles farão.
Destrua-se a ponte, que já foi “Salazar” e hoje é “25 de Abril”. Aquela não foi uma obra do ditador? Atirem-se abaixo os palácios de São Bento e de Belém, e todos os monumentos construídos com o ouro que vinha do Brasil-colónia (e não do Brasil pós-1822). Não nos lembra a monarquia, tão odiada pelos republicanos?
Seja-se racional, pelo menos uma vez na vida, para não se cair no ridículo e ficar para a História como a geração mais inculta de toda a nossa História.
***
Zé Onofre, fui ao seu Blogue. O que escreve combina com este comentário que me enviou. Tem toda a liberdade de olhar para a História com esses seus olhos de OLHAR. Mas a História deve ser olhada com olhos de VER.
Como deve ter reparado, também eu tentei responder-lhe com civismo e boa educação. Obrigada.
Isabel A. Ferreira
Brasões florais da Praça do Império em Belém © Álvaro Isidoro/Global Imagens
A Câmara Municipal de Lisboa quer destruir os brasões da Praça do Império, argumentando que há falta de dinheiro, de jardineiros e de não existir nada para recuperar, e mais blá blá blá... E diz isto como se todos os Portugueses fossem muito parvos!
A este propósito tem corrido muita tinta: os que vêem a História com olhos de ver são contra estes actos predatórios; os que olham para a História, como algo escrito a lápis, que se pode riscar e rabiscar conforme a ignorância de cada um, são a favor de destruir tudo o que não é conforme a ideologia política que defendem.
E eu, como sou incapaz de ver passar o vento sem entrar na tempestade, ocorre-me dizer o seguinte:
1º - Renegar o passado é da ignorância.
2º - Olhar para o passado à luz dos valores do século XXI d.C. é também da ignorância.
3º - Se desatássemos a destruir tudo o que celebra o passado, o mundo ficaria CARECA.
4º - Se querem apagar o passado assente em ideologias políticas, comecem por destruir as estátuas erguidas ao maior assassino da História da Humanidade, ultrapassando Hitler: Estaline.
5º - Depois falem do Império Português: que teve as suas coisas más e as suas coisas boas, como todos os impérios: basta recordar o Império Romano e o Império Muçulmano, aos quais Portugal e o mundo devem quase tudo.
6º - Aproveite-se as coisas boas e aprenda-se com os erros cometidos, para que não sejam cometidos novamente.
7º - Porque esta pretensão de destruir a memória de um passado que EXISTIU, e não pode ser apagado apenas porque um punhado de extremistas o querem, é um acto de uma ditadura esquerdista que estão a tentar impor-nos.
8º - E isto é inaceitável: ditaduras? nem de esquerda, nem de direita. Ditaduras, em Portugal, NUNCA MAIS!
9º - E a cegueira e a ignorância, quiçá, a estupidez, são de tal ordem que acham que apagando os símbolos do passado, apagam a História.
10º - No entanto, do imperialismo português jamais se livrarão. Porque ele existiu, e é para ESTUDAR, assim como estudamos o tempo de má memória do Tarrafal, dos campos de concentração nazistas e o dos gulags da Sibéria: três ideologias (fascista, nazista e comunista) todas farinha do mesmo saco, e que vão para o diabo, que as carregue a todas.
Já BASTA de tanta estultícia!
Como tantos estultos foram parar a cargos governativos é um grande mistério. E o mais grave é que nas próximas eleições autárquicas (e legislativas) corremos o risco de termos mais do mesmo, mas para muito pior.
Não se ponham a pau, e muito brevemente andaremos todos a marchar: ou de punho erguido ou de mão estendida, em todos os Terreiros do Paço do nosso pequeno e pobre País! E ambas as marchas serão um regresso ao passado que tanto se quer ver destruído!
Isabel A. Ferreira
O texto, mais abaixo reproduzido, foi-me enviado, via e-mail por Pedro Belo.
O vídeo, está no Facebook.
Ambos reflectem um mesmo problema, em tempos diferentes.
Pandemias sempre as houve, no decurso da História da Humanidade, o problema está na irracionalidade do homem, que não lhe permite aprender com os erros cometidos noutras épocas.
A História da Humanidade está cheia destas histórias, mas o homem, que se diz racional, nada aprende com elas. E os episódios repetem-se ad nauseam, desde os tempos mais remotos.
Querem o exemplo maior? Uma inconcebível II Grande Guerra Mundial (1 de Setembro de 1939 - 2 de Setembro de 1945), depois de uma inimaginável I Grande Guerra Mundial, (28 de Julho de 1914 - 11 de Novembro de 1918), apenas num espaço de 21 anos. Vinte e um anos!
E, pelo que vemos, o homem continuará a não aprender nada com a Covid-19. E teremos mais do mesmo, para pior, num futuro que podemos antever próximo porque vivemos num tempo, em que já nos resta pouco tempo para reverter os estragos que o homem, que se diz racional, provocou na casa comum a todas as espécies: o Planeta Terra.
Isabel A. Ferreira
A “pneumónica” matou 50 milhões de pessoas no Mundo. Na imagem de cima, voluntárias australianas em Brisbane. Em baixo, máscaras mais coloridas, tentam evitar a propagação da Covid-19, que já matou cerca de 1,5 milhões de pessoas em todo o Mundo.
***
«Um salmo de David diz: «Nas margens dos rios da Babilónia, Aí nos sentámos, Aí chorámos, Ao recordarmos Sião.»
Hoje em pandemia, as pessoas dizem: «Estávamos tão bem nas nossas vidas e agora cai-nos isto em cima!!»
Surpresa ou Distracção?
Esta Pandemia tão grave esteve muito tempo em gestação. Os epidemiologistas há muito que advertem para o surgimento inevitável deuma pandemia e os ambientalistas tinham-nos dito que, quanto mais a actividade humana perturbar o equilíbrio dos sistemas naturais, mais provável será o surgimento de novos agentes patogénicos: cortar florestas ou penetrar em ecossistemas não perturbados anteriormente, por exemplo, muitas vezes para expandir terras agrícolas, expulsa patogénicos que estavam retidos no meio selvagem.
A perda de biodiversidade e de habitats espalha doenças entre os animais selvagens. Entretanto, a intensificação da criação de gado e a caça e comércio crescentes de animais selvagens estão a misturar animais como nunca antes, enquanto a agricultura industrial, significando animais mantidos em condições de sobrelotação e de stress, tem baixado as respostas imunitárias.
Um grupo de cientistas, escrevendo na revista The Lancet, em 2015, concluiu que as alterações profundas nos sistemas naturais da Terra constituíam uma crescente ameaça à saúde humana, nomeadamente, o surgimento de novas doenças, a par com as alterações climáticas, como uma dessas ameaças.
Antes já tinha havido outras 'surpresas' nos últimos dez anos: a SARS e a MERS.
Portanto, os poucos que estavam atentos sabiam que isto estava para vir e que, de facto, somos nós que o provocamos, fazendo-o recair sobre nós mesmos.
Os ''distraídos'' agora apanhados nesta pandemia pensam que, apesar das indicações claras quanto aos limites ecológicos, podíamos continuar a desfrutar dos frutos do progresso tecnológico e da riqueza sempre crescente, sem que houvesse consequências.
Pensam que, com estímulos económicos bem dirigidos e uma busca concertada por uma vacina, iríamos ultrapassar este problema passageiro e que a vida iria recomeçar mais ou menos como era antes. Bem, isso ainda poderá acontecer, mas talvez não aconteça. E, tal como aqueles que choravam nas margens dos regatos da Babilónia, se não acontecer, não conseguimos, realmente, começar a imaginar o que isso irá, de facto, significar.
Então, como é que vivemos nestes tempos, no meio da crise, onde ainda não temos a perspectiva da sua magnitude, da sua duração ou do seu impacto derradeiro?
Todos vivemos com um sentido elevado de provisoriedade, o que alguém, recentemente, me descrevia como a exaustão da incerteza.
Como é que será o mundo depois disto? Que tipo de recuperação é possível, incluindo para o mundo natural? O que é que podemos esperar e ter expectativa para já?
A crise Espiritual da humanidade agrava tudo isto, pois todos estavam apegados - obcecados- presos nas manhas do consumismo/ilusões/fantasias mundanas e nem havia tempo sequer para parar e pensar que somos criados e não nos criámos a nós mesmos... que somos filhos de Alguém .... que temos de estar agradecidos e atentos à nossa Luz interior que nos liga ao Espirito Criativo do Universo e nos equilibra e prepara para receber sejam boas ou más notícias - acontecimentos.
É urgente parar para equilibrar, sem estarmos ansiosos a preocupar-nos, a queixar-nos dentro da nossa cabeça, mas em vez disso, a criar espaço, cada dia ou cada semana, para prestar atenção ao que estamos a sentir, ao que é duro, àquilo de que sentimos falta e ao modo como isso nos está a afectar.
Nessa paragem sentir que sim, é verdade, fomos surpreendidos, apetece-nos chorar esta situação, tudo bem, choremos e sintamos isso por dentro.
Isso abre um espaço dentro de nós, ao nosso redor, abre um espaço para a meditação, para deixarmos ir os nossos pensamentos, as nossas ansiedades, para nos entregarmos a nós mesmos à quietude e ao silêncio, estando simplesmente presentes e disponíveis.»
Extraordinário texto do cronista e escritor Walter Ramalhete, publicado no jornal online Figueira na Hora.
Nunca li nada tão extraordinariamente real.
Uma descrição perfeita, magnífica, sobre a verdade obscena das touradas.
Uma leitura absolutamente obrigatória para os que odeiam, mas também para os que amam as touradas…
Este texto é um monumento à ridícula prática tauromáquica.
Isabel A. Ferreira
… consciente do efeito visual - projecta, premeditadamente, as pudendas partes, artificialmente avolumadas e parcimoniosamente espartilhadas, na direcção de algumas sobreexcitadas damas, com as entre coxas entumecidas por inconfessáveis devaneios, acirrados pelo cheiro a sangue…
Texto de Walter Ramalhete
«Horrorizado, li, que quando um touro mata um toureiro, toda a manada donde proveio é, também, sacrificada. A ser verdade…
Que hedionda vingança!
Que hedionda cobardia!
Estes…, estes,…estes, … - entre tantas palavras que me ocorrem, não consigo encontrar nenhuma, suficiente, para os qualificar -… estas malvadas criaturas, sabem muito bem aquilo que fazem. Com este procedimento, eliminariam um “apuramento”, suprimiriam uma selecção genética, que “A tempo “, poderia redundar na consolidação duma estirpe de animais mais apta, mais ferozmente defensiva que, com maior frequência, passaria a reclamar o seu sangue, com sangue igualmente derramado nas arenas, pelos seus cobardes torturadores. Na verdade, deixar correr naturalmente o curso evolutivo genético, poderia redundar na “troca por troca” ; “ olho por olho, dente por dente”; “ sangue por sangue”; “ moeda por moeda”, como é da mais elementar justiça de Talião!
Mas não!
Por falta de coragem e astuta cobardia, retiram-no da sua casa. Retiram-no dos amplos prados verdejantes, que percorre com mansidão e garboso porte, onde, a sua imponente silhueta é recortada pelo sol, que dele, projecta uma sombra altiva e intimidatória.
Ao invés!
Encerram-no num curro claustrofóbico, depois de horas de viagem, sob calor, fome, sede e, frequentemente, já num estado febril. Por fim, lançam-no numa arena, cercada por barreiras e camarotes apinhados de gentalha, de bêbados, marialvas, coristas e “galifões de crista” que vociferam brados e olés. Lançam-no num espaço confinado e com uma forma geométrica que lhe é totalmente desconhecida.
Fica cercado, envolvido por guizos, chocas, cornetas, cornetins, capotes, mantilhas pretas e uma algazarra intimidante. Por detrás daquela multidão ululante, - e daquele triste “espectáculo”, rebordado por pasodobles vomitados por estridentes cornetas e fanhosos cornetins -, um “machito” espartilhado por roupas reluzentes e coloridas que realçam músculos e volumes ilusórios, falsa e artificialmente aumentados e evidenciados por gestos, passos e compassos duma lúgubre “dança”, escudado por solícitos e atentos peões de brega, bandarilheiros, forcados, cavaleiros e outros tantos patéticos e sinistros actores menores, dá início a um trágico ritual de morte.
Ritual que abre com um cavaleiro que, munido duma lança convenientemente comprida, a espeta no dorso do animal, picando-o vezes sucessivas, por forma a causar-lhe dor e sofrimento desnorteantes. Já diminuído e desnorteado, é ainda mais fatigado por sucessivas verónicas, enfunadas por estirados rodopios em bicos dos pés do “toureador”, rodopios que lhe retesam o corpo, como que acometido por um torpor orgástico, enquanto que – consciente do efeito visual - projecta, premeditadamente, as pudendas partes, artificialmente avolumadas e parcimoniosamente espartilhadas, na direcção de algumas sobreexcitadas damas, com as entre coxas entumecidas por inconfessáveis devaneios, acirrados pelo cheiro a sangue.
Damas que, mais tarde, se submeterão, furiosamente, às estocadas dos usados, mas não ousados marialvas. Já mais lesto, febril, e a sentir-se a desfalecer, é impiedosamente bandarilhado. Não apenas uma vez, nem duas, nem três, mas, enquanto mostrar uma réstia de vitalidade e arremesso. Entretanto, este massacre é acompanhado com gáudio, brados, olés, pasodobles, palmas, e outros vociferantes sons exteriorizados numa histeria colectiva.
Finalmente, arfante, por vezes, já a expelir sangue pela boca, humilhado através de sucessivos passes de muleta, passes que antecedem a morte – morte que, por vezes finta o touro e colhe o energúmeno toureiro - avança, enfraquecido, com o discernimento reduzido, com os reflexos embutidos por tanta dor.
Avança com coragem, com nobreza, com uma dignidade inaudita. Vai. Vai sobre as suas próprias patas, – de uma forma exemplarmente digna –, vai colher a morte libertadora e consoladora que põe termo a tanta crueldade, sofrimento e humilhação.
Desta forma, o tido por irracional - mortalmente estocado com arte de assassino - curva lentamente os quartos dianteiros e superioriza-se à verdadeira besta, ao seu algoz, ao patético “dançarino”.
A turba vociferante, saciada de inocente sangue, entra em êxtase! Atinge-se o clímax da estupidez e da selvajaria. Termina o atroz e vil espectáculo. O cadáver do malogrado “herói” é preso a correntes e é arrastado para fora da arena, ficando, por surda testemunha, um enorme rasto de inocente sangue.
Em contrapartida, o marreco mental, o vilão, entre vivas, olés e pasodobles é ovacionado e levado em ombros por uma turba ululante que grasna patéticos e quejandos sons, ritmadamente acompanhados pela esganiçada fanfarra. Até que, - um dia que espero muito próximo - esta “prática” primária, gratuitamente violenta e absurda, esta nódoa vergonhosa na história da humanidade, seja definitivamente erradicada pela sua incontornável evolução.
Assim como foi com a hedionda escravatura, assim será com a não menos hedionda tauromaquia!»
Fonte: http://www.figueiranahora.com/opiniao/gosto-de-touros-odeio-touradas-e-abomino-toureiros-
Li a frase que serve de título a esta publicação, num comentário de Victor da Cal, no Blogue Prótouro, no texto «A “prótoiro” Precisa de Dinheiro», que pode ser consultado neste link:
https://protouro.wordpress.com/2019/02/23/a-protoiro-precisa-de-dinheiro-%f0%9f%98%82/
onde também se lê que «Pelo andar da carruagem é caso para dizer que a “prótoiro” vai acabar com a tauromaquia mais depressa que nós, os abolicionistas!»
Grande verdade!
Pois não só a tauromaquia está condenada ao caixote do lixo da História, como todos aqueles que a apoiaram, a praticaram e a aplaudiram publicamente.
Cada nome constará nos anais do lado errado da História da Humanidade, como tantos outros nomes de má memória, que hoje recordamos com infinita REPULSA.
Porque o que se vê nesta imagem é coisa de MONSTROS!
Extraordinário texto de Walter Ramalhete, publicado no jornal online Figueira na Hora.
Nunca li nada tão extraordinariamente real.
Uma descrição perfeita, magnífica, sobre a verdade obscena das touradas.
Uma leitura absolutamente obrigatória para os que odeiam, mas também para os que amam as touradas…
… consciente do efeito visual - projecta, premeditadamente, as pudendas partes, artificialmente avolumadas e parcimoniosamente espartilhadas, na direcção de algumas sobreexcitadas damas, com as entre coxas entumecidas por inconfessáveis devaneios, acirrados pelo cheiro a sangue…
Texto de Walter Ramalhete
«Horrorizado, li, que quando um touro mata um toureiro, toda a manada donde proveio é, também, sacrificada. A ser verdade…
Que hedionda vingança!
Que hedionda cobardia!
Estes…, estes,…estes, … - entre tantas palavras que me ocorrem, não consigo encontrar nenhuma, suficiente, para os qualificar -… estas malvadas criaturas, sabem muito bem aquilo que fazem. Com este procedimento, eliminariam um “apuramento”, suprimiriam uma selecção genética, que “A tempo “, poderia redundar na consolidação duma estirpe de animais mais apta, mais ferozmente defensiva que, com maior frequência, passaria a reclamar o seu sangue, com sangue igualmente derramado nas arenas, pelos seus cobardes torturadores. Na verdade, deixar correr naturalmente o curso evolutivo genético, poderia redundar na “troca por troca” ; “ olho por olho, dente por dente”; “ sangue por sangue”; “ moeda por moeda”, como é da mais elementar justiça de Talião!
Mas não!
Por falta de coragem e astuta cobardia, retiram-no da sua casa. Retiram-no dos amplos prados verdejantes, que percorre com mansidão e garboso porte, onde, a sua imponente silhueta é recortada pelo sol, que dele, projecta uma sombra altiva e intimidatória.
Ao invés!
Encerram-no num curro claustrofóbico, depois de horas de viagem, sob calor, fome, sede e, frequentemente, já num estado febril. Por fim, lançam-no numa arena, cercada por barreiras e camarotes apinhados de gentalha, de bêbados, marialvas, coristas e “galifões de crista” que vociferam brados e olés. Lançam-no num espaço confinado e com uma forma geométrica que lhe é totalmente desconhecida.
Fica cercado, envolvido por guizos, chocas, cornetas, cornetins, capotes, mantilhas pretas e uma algazarra intimidante. Por detrás daquela multidão ululante, - e daquele triste “espectáculo”, rebordado por pasodobles vomitados por estridentes cornetas e fanhosos cornetins -, um “machito” espartilhado por roupas reluzentes e coloridas que realçam músculos e volumes ilusórios, falsa e artificialmente aumentados e evidenciados por gestos, passos e compassos duma lúgubre “dança”, escudado por solícitos e atentos peões de brega, bandarilheiros, forcados, cavaleiros e outros tantos patéticos e sinistros actores menores, dá início a um trágico ritual de morte.
Ritual que abre com um cavaleiro que, munido duma lança convenientemente comprida, a espeta no dorso do animal, picando-o vezes sucessivas, por forma a causar-lhe dor e sofrimento desnorteantes. Já diminuído e desnorteado, é ainda mais fatigado por sucessivas verónicas, enfunadas por estirados rodopios em bicos dos pés do “toureador”, rodopios que lhe retesam o corpo, como que acometido por um torpor orgástico, enquanto que – consciente do efeito visual - projecta, premeditadamente, as pudendas partes, artificialmente avolumadas e parcimoniosamente espartilhadas, na direcção de algumas sobreexcitadas damas, com as entre coxas entumecidas por inconfessáveis devaneios, acirrados pelo cheiro a sangue.
Damas que, mais tarde, se submeterão, furiosamente, às estocadas dos usados, mas não ousados marialvas. Já mais lesto, febril, e a sentir-se a desfalecer, é impiedosamente bandarilhado. Não apenas uma vez, nem duas, nem três, mas, enquanto mostrar uma réstia de vitalidade e arremesso. Entretanto, este massacre é acompanhado com gáudio, brados, olés, pasodobles, palmas, e outros vociferantes sons exteriorizados numa histeria colectiva.
Finalmente, arfante, por vezes, já a expelir sangue pela boca, humilhado através de sucessivos passes de muleta, passes que antecedem a morte – morte que, por vezes finta o touro e colhe o energúmeno toureiro - avança, enfraquecido, com o discernimento reduzido, com os reflexos embutidos por tanta dor.
Avança com coragem, com nobreza, com uma dignidade inaudita. Vai. Vai sobre as suas próprias patas, – de uma forma exemplarmente digna –, vai colher a morte libertadora e consoladora que põe termo a tanta crueldade, sofrimento e humilhação.
Desta forma, o tido por irracional - mortalmente estocado com arte de assassino - curva lentamente os quartos dianteiros e superioriza-se à verdadeira besta, ao seu algoz, ao patético “dançarino”.
A turba vociferante, saciada de inocente sangue, entra em êxtase! Atinge-se o clímax da estupidez e da selvajaria. Termina o atroz e vil espectáculo. O cadáver do malogrado “herói” é preso a correntes e é arrastado para fora da arena, ficando, por surda testemunha, um enorme rasto de inocente sangue.
Em contrapartida, o marreco mental, o vilão, entre vivas, olés e pasodobles é ovacionado e levado em ombros por uma turba ululante que grasna patéticos e quejandos sons, ritmadamente acompanhados pela esganiçada fanfarra. Até que, - um dia que espero muito próximo - esta “prática” primária, gratuitamente violenta e absurda, esta nódoa vergonhosa na história da humanidade, seja definitivamente erradicada pela sua incontornável evolução.
Assim como foi com a hedionda escravatura, assim será com a não menos hedionda tauromaquia!»
Fonte:
http://www.figueiranahora.com/opiniao/gosto-de-touros-odeio-touradas-e-abomino-toureiros-
… no passado domingo, na véspera de um indivíduo morrer em nome de um costume bárbaro, para celebrar a Nossa Senhora da Boa Viagem, que as autoridades da Moita teimam em manter, morra quem morrer…
E que final de dia fantástico tivemos ontem na Moita! #Portugalemfesta — com João Baião e Rita Ferro Rodrigues.
Fonte da imagem:
… eu, que tenho o privilégio de ter alternativas ao lixo televisivo,que algumas estações de TV portuguesas têm para oferecer a um povo já de si tão inculto, revia o filme que uma semana antes havia gravado no Canal TvCine2, “Mahatma Gandhi” (1982), do realizador Richard Attenborough, com a extraordinária interpretação de Ben Kingsley, que mereceu o Óscar de Melhor Actor, pelo seu papel de Gandhi.
Uma GRANDE ALMA (Mahatma). Um SER HUMANO único. Um grande exemplo de Vida.
Um excelente filme, de Richard Attenborough, obrigatório ver por todos os que pretendem ascender a ser um Ser Humano completo.
Excelentes interpretações.
Muito pode fazer pelo mundo a excelência da arte cinematográfica ao serviço da Humanidade.
Bem-haja Richard Attenborough, que partiu deste mundo a 24 de Agosto de 2014, mas deixou-nos uma obra civilizada, que enriquece o saber humano.
***
O filme acaba com o lançamento das cinzas de Gandhi às águas do Mar… enquanto se ouve a sua voz a ecoar uma poderosa mensagem, a que todos os dias me agarro, com muita esperança, porque a História da Humanidade sempre se escreveu assim:
«Quando desespero, lembro-me que ao longo da História, o caminho da verdade e do amor venceu sempre. Tem havido tiranos e assassinos que, por algum tempo, podem parecer invencíveis, mas no final, são sempre derrubados.
Pensem nisso. Sempre. Todos os dias…».
Símbolo da liberdade e uma extraordinária consciência moral, Mahatma Gandhi é o meu maior Mestre, o guia que me mostra o caminho a seguir para alcançar os meus ideais…
Estava mais gente na arena do que nas bancadas.
Os fiascos sucedem-se uns atrás dos outros. O ano dee 2012 foi o ano dos FIASCOS. O verdadeiro início do fim desta barbárie.
Desta vez, literalmente, esta foi a DERRADEIRA actuação de tauricidas naquela arena de Évora.
Estamos a trabalhar para o FUNERAL DAS TOURADAS em 2013.
Nada de flores, nada de aplausos, nada de música. Apenas algo que encerrará uma página negra e sangrenta da História da Humanidade.
Quem, em sua sã consciência, nos dias que correm, se atreve a deslocar a uma arena para ver torturar seres vivos?
Já não se usa. É coisa apenas de sádicos. De marginais da moral. De gentinha de baixo nível intelectual.
Apenas os familiares dos tauricidas vão ver como os seus são “eficazes” na crueldade. E isso é de gente sem carácter. Sem nível. De gente que não evoluiu.
Hoje, já não é “chique” ir à “festa brava”.
Pelo contrário: só sujam a imagem, o nome e vêm de lá a cheirar mal.
O ano de 2012, que está quase a terminar, foi o ano do início da decadência desta prática ignóbil, que apenas uns poucos ainda mantém, por mera IGNORÂNCIA.
O ano de 2013 será o ano da QUEDA FINAL.
Preparem-se todos para irem ao funeral dos tauricidas, pois antes que esse ano acabe, já todos estarão “mortos” para a tauromaquia.
Fonte: http://www.touroeouro.com/index.php/page/event/77