Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2020

Neste Natal: SIC, RTP e CMTV estiveram ao serviço dos maus-tratos aos animais dos circos

 

Foi muito triste. E disse muito da desumanidade de quem promove estes “espectáculos” onde usam e abusam de animais, que sofrem uma vida inteira, para que uns poucos se divirtam e outros poucos encham bolsos.

 

A SIC promoveu os maus-tratos no circo Monte Carlo, que ainda não evoluiu.

 

A RTP e a CMTV promoveram o circo Cardinali, que se recusa a evoluir.

 

E pensar que em Portugal já existem circos, cujo o único animal, que nele participa, é o humano, como deve ser, praticando as verdadeiras Artes Circenses!  

 

E pensar que estes verdadeiros Circos não mereceram parangonas nas televisões portuguesas,  que, Neste Natal, estiveram ao serviço dos maus-tratos a animais, da mediocridade e da pobreza cultural!

 

Deixo-vos com um texto intitulado «O circo não é divertimento para todos», onde são abordados todos os maus-tratos que os animais sofrem, desumanamente, para, por uns minutos, se apresentarem a um público que não faz a mínima ideia desse sofrimento, se fizesse, deixaria o circo vazio. 

 

E pensar que tinham, por exemplo, os maravilhosos Circolando e Cirque du Solei para exibir!

 

Isabel A. Ferreira

 

20.20-Circolando-Estelle-Valente_Teatro-São-Luiz-

Circolando – Circo português sem animais

 

O circo não é divertimento para todos

 

Para os menos atentos o circo transparece uma imagem de animação onde os animais executam truques com satisfação e sem qualquer desconforto aparente. Na realidade, os animais nos circos são torturados, abusados e mantidos prisioneiros para quase toda vida em nome do entretenimento.


Cães, elefantes, ursos, camelos, cobras, macacos, araras, papagaios, focas, cavalos, girafas, lamas, cabras, zebras, bovinos, póneis, tigres, pumas e leões, são as espécies animais que mais facilmente se podem encontrar em circos de todo o mundo. Estas mesmas espécies são maltratadas e mantidas famintas, em estado de desnutrição contínua. Passam a vida aprisionados em espaços minúsculos, privados da sua liberdade e expostos a uma sobrevivência rotineira, dolorosa e stressante. Muitos deles já tiveram uma família e um habitat, e foram tirados violentamente às mães, que para isso tiveram de ser mortas. Outros foram comprados a jardins zoológicos e a outros circos.


O estudo do comportamento das diferentes espécies demonstrou que todos os animais sofrem em cativeiro. Para além da fome os animais sentem frio, calor, alegria, tristeza, dor, aborrecimento, repulsa, e sofrem de stress (e muitos peritos afirmam que os mais evoluídos têm memória). Todo o aborrecimento pelo qual os animais passam é a causa principal da perda das suas capacidades naturais. Animais que, no meio selvagem, correriam dezenas de quilómetros por dia, são forçados a passar quase todas as horas dos seus dias em jaulas exíguas, muitas vezes superlotadas, nas quais mal se podem movimentar. A ansiedade e o stress resultantes das pobres condições de bem-estar em que são mantidos e da violência dos treinos a que são submetidos fazem com que fiquem com distúrbios comportamentais (tornam-se apáticos e neuróticos). Repetem permanentemente movimentos estereotipados, auto mutilam-se e, por vezes, até ocorre canibalismo.


No seu meio selvagem, e de acordo com as suas características fisiológicas e psicológicas, os ursos usados nos circos nunca andariam de bicicleta, os babuínos nunca montariam póneis, os tigres e leões nunca passariam por entre arcos em chamas e os elefantes nunca se manteriam apenas em duas patas.


Os circos nada oferecem de pedagógico: crianças são ensinadas a olhar para os animais como objectos de exibição, que se expõem, se exploram e dos quais se abusa. As crianças podem aprender mais sobre os animais e o seu comportamento natural em documentários sobre a vida selvagem.


Apresentam-se de seguida algumas espécies animais e os abusos dos quais são vítimas:

 

Elefantes:

elefante_amarrado.jpg

- Antes de chegarem ao Circo, passam por meses de tortura. São amarrados sentados, numa jaula onde não se podem mexer, para que o peso comprima os órgãos internos e cause dor.

- Levam surras diárias, ficam sobre os seus próprios excrementos, até que o seu “espírito seja quebrado” e passem a obedecer.


- Os elefantes são animais que vivem em grupos com papéis sociais definidos. São extremamente inteligentes. Ficam de luto pelos seus mortos e são capazes de reconhecer um familiar, mesmo tendo sido separados deles quando filhotes.
- Sofrem de problemas nas patas por falta de exercício, pois na natureza os elefantes andam dezenas de quilómetros diariamente.


- No Circo os elefantes permanecem acorrentados o tempo inteiro. Mexer constantemente a cabeça é uma das características da depressão causada pelo cativeiro. [Sou testemunha disto mesmo no circo Cardinali, metia dó vê-los a baloiçarem-se, acorrentados a uma pequena jaula].



"Como fazer para conseguir a atenção de um elefante de cinco toneladas? Surre-o. Eis como".


Saul Kitchener, director do San Francisco Zoological Gardens

 

Leões, Tigres e outros Felinos:

 

tigre_jaula.jpg

- De acordo com Henry Ringling North, no seu livro "The Circus Kings", os grandes felinos são acorrentados a pedestais e são enroladas cordas nas suas gargantas, para que tenham a sensação de estarem a sufocar.


- São dominados pelo fogo e pelo chicote, golpeados com barras de ferro e queimados na testa, pelo menos, uma vez na vida, para que não se esqueçam da dor.



- Muitos têm suas garras arrancadas e as presas extraídas ou serradas.



- Passam a maior parte de suas vidas dentro de pequenas jaulas.


Alguns circos alimentam os felinos com cães e gatos abandonados.

 

Ursos:

 

urso_bicicleta.jpg

- Têm o nariz partido durante o “treino”


- As suas patas são queimadas, para os forçar a ficar sobre duas patas


- São obrigados a pisar chapas de metal incandescente ao som de uma determinada música


- Durante o “espectáculo” os ursos ouvem a mesma música usada durante “o treino” e começam a movimentar-se, dando a impressão de estarem a dançar


- Muitos têm as garras e presas arrancadas. Já foi constatado um urso com 1/3 da sua língua cortada


- Ursos cativos apresentam comportamento atípico, como andar de um lado para o outro


- Alguns ursos auto mutilam-se, batendo com a cabeça nas grades da jaula e mordendo as próprias patas

 

Macacos:

 

macaco_jaula.jpg

 

- Apresentam o mesmo comportamento das crianças que sofrem abusos


- Até 98% do DNA dos chimpanzés é igual ao do humano


- São agredidos de modo a obedecer e obedecem apenas por medo
- Roer unhas e automutilação são comportamentos frequentemente encontrados em macacos cativos


- Os dentes são retirados para que os animais possam ser fotografados junto às crianças

 

Cavalos, camelos, bois, cabras, póneis, burros e lamas:

 

cavalo_magro.jpg

 

- São açoitados e impedidos de fazer caminhadas


- Não são alimentados devidamente


- São agredidos para aprender

 

Todos os animais de circo:

 

- Não têm férias nem assistência veterinária adequada


- São obrigados a suportar mudanças climáticas bruscas, viajar milhares de quilómetros sem descanso, etc..


- Estão sujeitos aos clássicos instrumentos de “treino”: choques eléctricos, chicotadas, privação de água e comida.


- Encontram-se sem as mínimas condições de higiene, sujeitos a diversas doenças

 

Como ajudar?

 

Há várias coisas que podes fazer para reduzir o sofrimento dos animais. Pode ser algo tão simples como escrever uma carta ou fazer um telefonema num esforço para alterar o modo como estas instituições tratam os animais.

 

O que acontece aos animais se saírem do circo?

 

O local adequado para os programas de conservação devem ser as regiões a que os animais pertencem naturalmente, e não a milhares de quilómetros de distância, longe da selva, da floresta, do deserto, das montanhas, dos oceanos, num ambiente e clima completamente diferentes. Os animais resgatados dos circos são geralmente reinseridos nos seus habitats e em parques protegidos (ou santuários), que reúnem as mesmas condições.

 

É possível um circo existir sem animais?

 

Cirque du Soleil.jpg

Cirque du Soleil (imagem: Internet)

 

Perfeitamente! O circo “Cirque du Soleil”, que foi fundado em 1984 por Guy Laliberté, tem um misto de números de circo e entretenimento de rua. Ao longo das duas últimas décadas o Cirque du Soleil transformou-se num império de divertimento e deu a esta arte um novo sopro de vida, uma vez que defende um circo sem animais, “Não estamos bem certos se o lugar de um elefante ou de um tigre é ficar enjaulado metade da vida ou apresentar-se ao Mundo fazendo acrobacias.” Este circo tem actualmente 2400 empregados e 500 artistas de mais de 40 países. Cerca de 600 mil pessoas assistem às suas peripécias Mundo afora. O circo está muito mais saudável do que antes, porque as pessoas precisam de sonhar e ter esperança, e é disso que falamos!”.

 

[Lamentavelmente este maravilhoso circo abriu falância neste malfadado ano de 2020]

Fonte:

https://www.centrovegetariano.org/Article-274-O-circo-n-o---divertimento-para-todos.html

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:17

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