Boicoto a RTP, por esta considerar que a tortura de animais é cultura, e colocar na sua grelha de programas a transmissão de touradas, como sendo algo de utilidade pública. Mas, desta vez, abri uma excepção, tal como abri no ano passado, devido à intervenção de Salvador Sobral, e ainda bem, pois tive um motivo para me orgulhar do meu País. E agora, estava curiosa quanto ao que a RTP tinha para oferecer ao mundo, e decidi assistir ao Festival da Eurovisão 2018.
Devo confessar que me surpreendi com tudo.
Surpreendi-me com a organização impecável e eficaz, ficando bem claro que a RTP, quando quer, faz boa figura, e apresentou um espectáculo de grande nível. As apresentadoras estiveram bem, foram simpáticas, divertidas. E Portugal foi um óptimo anfitrião.
Surpreendi-me com a diversidade dos géneros musicais, boas vozes, boas canções (à excepção de uma ou outra mais fraquinha ou barulhenta para o meu gosto), tornando esta final bastante competitiva.
Surpreendi-me com o excelente dueto entre Salvador Sobral e Caetano Veloso, ficando bem claro que na diversidade está o grande segredo da união entre Portugal e Brasil, dois povos que se querem irmãos, mas não gémeos.
Surpreendi-me com aquele abrir a porta (ideia muito bem concebida) para lugares lindíssimos, mostrando a nata portuguesa, no que respeita ao território e ofícios. E aqui, dada a filosofia da RTP, confesso, estava à espera de que a qualquer momento aparecesse uma porta a abrir ali para o lado do campo pequeno, mostrando o edifício mais emblemático de Lisboa, aquele que representa o lado medievalesco da capital portuguesa, e com o qual, Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração da RTP, tem uma parceria para manter… (disse ele aqui há tempos), porque a tortura, para ele, é cultura de utilidade pública.
A este respeito, confesso que fiquei mais descansada. Afinal, a tourada não é o tipo de “cultura” que dignifica Portugal um património cultural que enche a boca dos aficionados, e que a RTP tenha orgulho em mostrar ao mundo. É que à excepção de Portugal, Espanha e França, o povo dos restantes países, que habitualmente concorrem a este festival, não se divertem sadicamente à custa da tortura de animais sencientes e indefesos.
Surpreendi-me também com a canção que ganhou o Festival da Eurovisão de 2018, Toy, não por ser a canção de Israel (pois sou apologista de que a Arte deve unir os povos e não desuni-los, como o pretenderam alguns), até porque gostei da Netta Barzila, uma menina do nosso tempo, muito expressiva e com uma voz poderosa. A canção é que não faz o meu género. A minha preferida era a da Estónia, pela maravilhosa voz e belíssima melodia, condizentes com o espectacular jogo de luzes sobre a gigantesca saia de Elina Nechayeva.
Surpreendi-me com o nosso último lugar, o salto para o abismo do 80 para 8. Então? O que aconteceu?
Bem, chegada aqui, e depois do que a RTP nos apresentou, cheguei à conclusão de que Portugal até tem talentos, belíssimas paisagens, fabulosos monumentos, ofícios dignos do Homem, e que o maior cancro da sociedade portuguesa está localizado ali para os lados de São Bento e de Belém, onde tudo se joga, onde a classe política (salvo raras excepções) serve subservientemente os lobbies ali instalados, e mantém uma boa parte do país a um nível terceiro-mundista. Está, única e exclusivamente, nas mãos dessa classe política a elevação de Portugal a um patamar cultural, civilizacional e evolutivo mais elevado.
Temos matéria prima, mas falta vontade política de servir Portugal. Falta dignidade, falta honra, falta honestidade política, falta vergonha na cara.
Se somos pequenos territorialmente, ao menos, sejamos grandes na alma portuguesa.
Isabel A. Ferreira
No programa Voz do Cidadão, que pode ser revisto aqui:
https://www.rtp.pt/play/p3305/voz-do-cidadao
transmitido na RTP 1, no passado dia 11/11/2017, a pergunta crucial foi: «Deve a televisão pública transmitir touradas?» O actual Provedor do TelespeCtador da RTP, Jorge Wemans, respondeu: «Eu penso que não…»
Mas…
Quem mada na RTP não é o senhor Wemans; nem a esmagadora maioria dos telespectadores que para lá escrevem, indignados com a transmissão de tortura ao vivo; nem é o senhor Daniel Deusdado, director de programas; nem é o aficionado Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração… Ninguém manda… Então quem manda?
Manda o lobby tauromáquico, instalado na Assembleia da República, disse (por outras palavras obviamente), o senhor Wemans.
Só o facto de a RTP, no ano 2017 d. C., estar a discutir esta matéria, já diz do baixo nível civilizacional em que Portugal está mergulhado.
Veja-se o que a RTP transmite em directo. E a questão é a seguinte: isto é arte? Isto é cultura? Isto faz parte de alguma tradição civilizada, digna do Homem civilizado?
E a loucura é tal, que acham que não se passou nada. Nem sequer se respeitam uns aos outros. Para os aficionados, a vida dos tauricidas não vale nada.
Vi e ouvi este programa da Voz do Cidadão com a atenção de um lince. E pasmei com as declarações de alguns dos envolvidos, nomeadamente dos que querem, porque querem, fazer da tortura de seres vivos sencientes, da violência, da crueldade, da estupidez que é este costume bárbaro (nada tem a ver com tradição) , uma “coisa” cultural e artística, como se todos nós fossemos muito estúpidos.
Comecemos por Luís Capucha, que acha, porque acha, que lá por, em tempos que já lá vão, a selvajaria tauromáquica ter dado alguma audiência à RTP, as coisas continuam iguais. Não continuam iguais. O mundo evoluiu. Já há mais informação sobre esta prática selvática. A RTP só perde audiências com a transmissão desta barbárie. Luís Capucha ainda não se deu conta de que Portugal está no século XXI d. C.. Vive metido na caverna, e não vê que o mundo avançou no tempo.
Depois vem o Jorge Palma, que eu não sabia que era aficionado (e perdeu uma fã, e até já o coloquei na lista dos
Nomes de figuras públicas portuguesas que apoiam e/ou actuam em touradas
a fazer a apologia da tourada, como se a tourada fosse um concerto de música.
Este também ficou especado na Idade Média.
Os aficionados dão respostas chapa 5. Enchem a boca com palavras das quais não sabem o significado.
Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração da RTP, numa tourada, transmitida pela RTP, no campo pequeno, logo após a primeira pega (pega que lhe foi brindada) veio a público falar em património cultural, em tradição que é preciso preservar… Sabe lá o que é património cultural e tradição! Veja aqui a espécie de património cultural que é a selvajaria tauromáquica, que mata Touros e Cavalos, e mata também forcados e toureiros, ou deixa-os mutilados.
Um forcado que ficou tetraplégico, e depois foi abandonado pelos aficionados...
Nota: este vídeo foi removido do YouTube por violar os termos do YouTube, ou seja, por MOSTRAR a verdade nua e crua, da crueldade e estupidez numa tourada.
A ARTE não mata, nem mutila. E se a crueldade, a violência, o sangue derramado nas arenas é cultura, será apenas cultura troglodita, que nem os homens das cavernas cultivaram. Eles deixaram-nos a Arte Rupestre, e os tauricidas deixam-nos esta obra de arte estendida no chão:
Esta é arte final de uma tourada, ensinada aos que virão a ser os sádicos do futuro, com o aval de todas as autoridades…
Depois ficam muito ofendidos, quando lhe chamamos cobardes, carrascos, ignorantes, pois a tauromaquia não passa da arte da mais pura cobardia e estupidez.
Depois veio o Paulo Pessoa de Carvalho, da prótoiro exigir respeito e liberdade. Respeito e liberdade por e para carrascos? Por e para torturadores de seres vivos? A pretender opções? Escolhas? Como se a tortura pudesse ser melhorada? Não há nada a melhorar na tortura. Tortura é tortura. Ponto final. E carrascos não merecem respeito. E a tortura não faz parte do conceito de liberdade.
Até as crianças bem formadas sabem o que são as touradas. Este conjunto de imagens fazem parte de um trabalho elaborado por alunos do 9º ano, e que pode ser visto na íntegra neste link:
https://pt.slideshare.net/paulamorgado/touradas-contra
Espero que os aficionados de selvajaria tauromáquica tenham aprendido alguma coisa, com estas crianças.
Lá mais para o final do programa, vem novamente Luís Capucha, que dizem ser professor (se é, pobres alunos!), que disse esta coisa extraordinária:
«Os ataques à tauromaquia nunca têm a ver com os maus-tratos aos animais, mas sim com a imposição de uma ditadura cultural…».
Imposição de uma ditadura cultural? A Civilização? A Cultura Culta? São ditadura cultural?
Se isto não fosse extremamente trágico, daria para nos rirmos.
Senhor Luís Capucha o que ensina aos seus alunos?
Veja do que falamos, quando falamos da selvajaria tauromáquica:
Concluindo: a tauromaquia é uma prática macabra, cruel, violenta, medievalesca, que só mentes completamente deformadas acham que é arte e cultura.
E há mais a ter em conta:
Isto, diz quem sabe, quem viu, quem conhece os bastidores de uma tourada. Escusam de desmentir.
A tauromaquia a ser arte, é a arte da cobardia, e a ser cultura, é a cultura de trogloditas.
Tenham todos vergonha na cara, e evoluam. Dêem o salto para o século XXI depois de Cristo. Quanto à RTP, saia da caverna! Envergonham Portugal e a Humanidade com essa vossa postura medievalesca.
E para que não morram sem saber das coisas, aconselho a todos que leiam estes textos:
O moderno vocabulário da tauromaquia
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/o-moderno-vocabulario-da-tauromaquia-491355
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/22410.html
Isabel A. Ferreira
Isabel A. Ferreira
Na sequência da CARTA ABERTA A GONÇALO REIS, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA RTP a propósito das lamentáveis declarações públicas que este fez, referentes à intenção de continuar a parceria com o campo pequeno, para transmissão de touradas na estação pública de televisão, recebi do Provedor do Telespectador a seguinte mensagem:
(Nota: os erros ortográficos são da responsabilidade de quem escreveu a mensagem)
| 16:35 (há 1 hora) | |||
|
Exmo(a) Senhor(a) Encarrega-me o Senhor Provedor do Telespetador de lhe transmitir a seguinte resposta: Agradeço a sua mensagem. O Presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, exprimiu a sua opinião favorável às touradas, congratulou-se com a sua transmissão televisiva e sublinhou que a parceria Campo Pequeno-RTP “é para continuar”. Mas também referiu com clareza que a decisão de transmitir touradas é da responsabilidade do Diretor de Programas. Este já exprimiu publicamente que, pessoalmente, é contra as touradas. A intervenção do presidente da RTP não é decisiva, mas vem colocar mais pressão sobre o Diretor de Programas da RTP1 para que continue a transmitir touradas. Darei conhecimento da sua queixa a quem de direito e penso tratar esta questão em próximo programa Voz do Cidadão.
m/ cumprimentos,
Jorge Wemans
Provedor do telespetador”
Susana de Faria
Gabinete de Apoio aos Provedores
***
Eu agradeço a gentileza da resposta.
Contudo quero acrescentar o seguinte: este jogo de pingue-pongue, este empurrar a responsabilidade para o DireCtor de Programas, que já disse ser contra a transmissão de touradas, é algo que não fica bem a um administrador.
Se existe na RTP um DireCtor de Programas, em princípio, ao DireCtor de Programas deveria ser dada a liberdade de seleCcionar os programas de acordo com os interesses dos telespeCtadores, e sabemos como é esmagador o número de telespeCtadores que se indignam com a transmissão se selvajaria tauromáquica na estação pública de televisão, até porque torturar seres vivos e transmitir essa tortura em direCto não é do interesse público, nem no mais remoto e atrasado país do mundo, quanto mais num país integrado numa Europa culta.
Ora se o senhor Gonçalo Reis referiu com clareza que a decisão de transmitir touradas é da responsabilidade do DireCtor de Programas, e se o DireCtor de Programas já exprimiu publicamente que, pessoalmente, é contra as touradas, e se a intervenção do presidente da RTP não é decisiva, qual o motivo desta pressão sobre o DireCtor de Programas da RTP 1 para que continue a transmitir touradas, senão o da subserviência ao lobby tauromáquico instalado no poder?
Sabemos que o anterior Provedor do TelespeCtador, Jaime Fernandes, que era assumidamente contra as touradas, já havia recomendado à RTP a não transmissão de touradas (não é para isso que servem os provedores dos telespeCtadores?) devido ao elevado número de queixas contra a transmissão dessa selvajaria numa televisão pública, paga com os impostos dos portugueses que, maioritariamente (mas muito maioritariamente), abominam a selvática prática de torturar bovinos, para divertir sádicos, algo que nada tem a ver com cultura, nem com arte, nem com tradição, nem com coisa nenhuma que pertença à condição e aos valores humanos.
Um destes dias, estive a ouvir a Voz do Cidadão (suponho que no sábado passado, em “repescagem”, pois não vejo, nem verei a RTP, enquanto esta não evoluir), porque me chamaram a atenção para o assunto da não transmissão dos Mundiais de Atletismo de Londres, nos quais estavam a participar atletas portugueses de alto nível, e seria do interesse público transmiti-los, até porque a lei recomenda, por limitações de carácter financeiro.
Bem sei que transmitir os Mundiais de Atletismo de Londres, que interessava a todo o país, não é a mesma coisa que transmitir a selvajaria do campo pequeno, que só interessa a uma minoria, muito minorca, sádica, inculta e encruada. Não é. Mas será que transmitir touradas para essa minoria sádica, “coisa” que até baixa significativamente as audiências da RTP, dá mais lucro do que os Mundiais de Atletismo?
Senhor Provedor do TelespeCtador, fico a aguardar com bastante curiosidade, a abordagem desta questão num próximo programa Voz do Cidadão.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Esta é uma enorme cobardia do animal-humano que exibe a sua invirilidade diante do animal não-humano exaurido, no chão... Quem poderá aplaudir tal ignomínia senão sádicos e psicopatas?...
Senhor Gonçalo Reis,
Estando o senhor comprometido com a falta de excelência, não o tratarei por “Excelentíssimo Senhor”, como é da praxe, porque de “excelência” nada tem.
Tem esta Carta Aberta o objectivo de esmiuçar as suas lamentáveis e obtusas declarações públicas relativas à transmissão de selvajaria tauromáquica, ao vivo e a cores, na passada quinta-feira, dia 12 de Outubro, na RTP1, estação pública, que vive à custa dos impostos dos portugueses, e que o senhor administra segundo a vontade de um lobby que, ao que parece, serve servilmente.
Disse o senhor:
«Faço questão de ir à corrida de toiros da Casa do Pessoal da RTP no campo pequeno. Antes de estar à frente da RTP não ia a touradas, não sou aficionado e confesso que passo metade do tempo a fazer perguntas básicas para o lado sobre o que se passa na arena.»
O senhor fez questão de ir aos “toiros” porque o senhor não passa de um servo da plebe, e isso ficou bem claro. Antes de estar à frente da RTP, não ia a touradas. Agora, que está à frente da RTP, tem, não só, de ir às touradas, como de transmiti-las e dizer bem dessa aberração moral e cultural, desse cancro social, porque é pago para isso. Infelizmente, com os impostos de milhares de Portugueses, que não se revêem nessa prática medievalesca e bruta.
E disse mais:
«Mas também sei que há que valorizar o património e as tradições; que há que dar espaço à diversidade das preferências dos públicos; que há que promover o país descentralizado e os ambientes não urbanos; que devemos ter presentes as posições sucessivas da ERC e da Assembleia da República no sentido de assegurar graus de liberdade na programação e divulgação das várias manifestações da sociedade; que, como diz o Sérgio Sousa Pinto, os bilhetes das touradas são caros e os cidadãos têm o direito de as ver na TV em aberto.»
Há que valorizar que património? Que tradição? Que diversidade de preferências? Que promoção? Que ERC? Que Assembleia da República? Que assegurar graus de liberdade? Que direito de quais cidadãos? A tortura de bovinos indefesos numa arena, para divertir sádicos e exorcizar a invirilidade e os maus instintos dos envolvidos nestas práticas medievalescas e selváticas, não cabem nisso que considera ser património, tradição, liberdade, direitos. Não sei se já reparou que a Idade Média ficou lá muito para trás, e que o que era, já não é, o mundo evoluiu e apenas oito tristes países entre 193, existentes em todo o mundo, ficaram plantados na Idade das Trevas, e infelizmente Portugal é um deles. E o que sabem a ERC e a Assembleia da República de Ética, Evolução e Civilização? Absolutamente NADA.
E disse ainda mais:
«De facto, as minhas preferências pessoais são outras, mas assim como defendo que os amantes de artes plásticas merecem tê-las na RTP, também acho que cabe à RTP ser plural na programação, agindo com tolerância e cobrindo os interesses dos vários públicos.»
As suas preferências ficaram aqui bem vincadas: está-se nas tintas para a qualidade da programação da RTP, e é lamentável que ponha no mesmo saco uma prática selvática, assente na mais profunda ignorância, e artes plásticas, que é puro saber. Não tem a mínima noção do que são as artes plásticas. A pluralidade de uma programação jamais passou pela tortura de seres vivos, em directo, em estações televisivas livres. Ao transmitir touradas na RTP, o senhor está apenas a cobrir os interesses de uma minoria constituída por psicopatas e sádicos, incluindo nessa minoria aquelas duas dezenas de famílias que exploram este “negócio carniceiro” que causa repulsa ao mundo civilizado. Ser plural e tolerante não passa por dar cobertura a práticas cruéis e repulsivas, que as sociedades modernas rejeitam.
Com estas declarações, o senhor demonstrou estar tão-só a cobrir os interesses do lobby tauromáquico, que é poderoso porque os fracos obedecem-lhe cegamente, sem o mínimo sentido crítico; o senhor revelou falta de lucidez, e não ter personalidade própria, uma vez que ao dizer que a tortura é um “bom espectáculo” ou um “espectáculo familiar”, como declarou numa entrevista, é de alguém que não sabe o significado de bom e de familiar, e é manifestamente servil.
Deixar-lhe-ei aqui dez razões para não transmitir mais touradas na RTP, porque nunca é demais fornecer argumentos para chamar a atenção de pessoas como o senhor, que demonstrou não ter a mínima Cultura Crítica.
1 - Porque é desumano usar animais para entretenimento humano, especialmente quando o “espectáculo” é conseguido à custa do sofrimento cruel e desnecessário dos animais. Os Touros são seres vivos pacíficos e dóceis e não merecem o tratamento cruel que o "homem" lhes dá, para se divertir e divertir os sádicos.
2 - Porque a tourada é um costume bárbaro e cruel (não é uma tradição, porque as tradições dignificam o Homem, e a selvajaria tauromáquica coloca o "homem" abaixo da escala animal) o qual (costume) tem como objectivo provocar dor e sofrimento a um animal não-humano, para exorcizar a invirilidade dos animais-humanos que nela intervêm, e com isso encher os bolsos a uns tantos energúmenos.
3 - Porque a tourada é um “jogo” cobarde e injusto, em que os únicos intervenientes sujeitos ao perigo são os Cavalos e os Touros, e nunca os animais-humanos. A tourada não é desporto nem arte. É um confronto desleal e cobarde entre os sádicos "humanos", armados de bandarilhas e espadas e um animal senciente, indefeso, inocente e inofensivo.
4 - Porque o sofrimento dos animais não se resume à arena. Os jovens Touros e Vacas são repetidamente torturados em treinos. Durante toda a sua vida, estes animais não conhecem mais do que a dor e a agonia lancinantes.
5 - Porque no mundo da tauromaquia nenhum animal é tratado com respeito e dignidade. Os próprios Cavalos sofrem as investidas desesperadas dos Touros. Para os sádicos tauromáquicos, os animais não têm direitos nem sentimentos: significam apenas um sujo lucro.
6 - Porque horas antes da entrada na arena, os Touros são enclausurados num lugar escuro, espicaçados, drogados, espancados, os seus chifres são cortados a sangue-frio, por isso quando os soltam na arena eles correm esbaforidos, parecem “bravos”, mas estão apenas angustiados, assustados, acossados, a tentar, desesperadamente, fugir dali. Mas os Touros não têm qualquer hipótese de fuga e protecção, ficam à mercê de psicopatas, por vezes, lá reúnem as derradeiras forças, para defenderem o que lhes resta de vida, e ferem e matam os seus carrascos. Legitimamente.
7 - Porque os Touros sofrem lesões gravíssimas provocadas pelos ferros espetados no dorso. Quando são reencaminhados para os curros, os ferros são-lhes arrancados da carne com o auxílio de facas, sem qualquer tipo de anestesia, sem qualquer compaixão, como se não fossem feitos de carne e osso, como os seus carrascos.
8 - Porque depois de ser “lidado”, o animal permanece na maioria das vezes, dois a três dias em sofrimento angustiante e atroz, à espera que o matadouro mais próximo reabra para que possa finalmente ser abatido.
9 - Porque a tourada deseduca e insensibiliza o público. A tourada não é cultura, é pura crueldade e maldade e apela aos maus instintos, aos maus-tratos dos animais. Levar crianças a ver touradas seja na televisão ou na arena, contribui para a sua deformação mental, e continuidade desta actividade degradante, cruel e medievalesca.
10 - Porque os Seres verdadeiramente Humanos não alimentam a crueldade e ganância de indivíduos que vivem da tauromaquia e à custa dos nossos impostos, e que ao torturar seres inocentes, inofensivos e indefesos, envergonham Portugal e toda a Humanidade.
Para terminar, senhor Gonçalo Reis, recomendo-lhe que leia estes dois textos, para que tenha a noção daquilo que aqui pus em causa:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/22410.html
A Carta do Grande Chefe Seattle
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/15806.html
E agora despeço-me com fé e esperança no triunfo da lucidez,
Isabel A. Ferreira
Uma vez mais e, quando em todo o mundo civilizado, os povos rejeitam cada vez mais este “divertimento” de sádicos, a RTP (que mudou de administração, mas não evoluiu) vai à Póvoa de Varzim (que continua com a sua política incultural e retrógrada), na próxima sexta-feira, transmitir (com dinheiros públicos desviados da Saúde, da Educação e da Cultura) mais uma sessão de tortura de Touros.
Por isso aqui ficam as Estrelas de Ferro para a autarquia poveira, liderada por Aires Pereira, e para a RTP, administrada por Gonçalo Reis (que ganha mais do que o primeiro-ministro, para fazer esta triste figura…)
Sim, porque as pessoas cultas não sintonizam a RTP para ver LIXO TAUROMÁQUICO.
O que mudou com o muito bem pago novo presidente da RTP, Gonçalo Reis (ganha mais do que o primeiro-ministro) que deveria pugnar pela cultura e recusar-se a vergar-se de joelhos diante do lobby tauromáquico, que representa uma minoria vampiresca, em todos os sentidos?
Nada mudou. A RTP continua a promover a tortura de seres vivos para divertir “gente” que já nasceu morta, de tão velha que é…
Aqui fica a Estrela de Ferro para a RTP que, com dinheiros públicos, promove a selvajaria tauromáquica, levando aos portugueses a incultura e uma prática sangrenta e cruel, que em nada dignifica Portugal e a Humanidade Racional e Livre.
No passado dia 2 de Julho a RTP transmitiu em directo uma sessão de selvajaria tauromáquica, no antro do campo pequeno, situado na cidade de Lisboa (que se diz capital europeia, e não passa de uma capital terceiro-mundista).
Não saberá Gonçalo Reis que a tourada é uma prática violenta e cruel, ao nível dos bárbaros espectáculos, do abominável circo romano, os quais aconteceram já há tantos séculos, num tempo onde imperava a ignorância total, e que o mundo, entretanto, evoluiu?
Não saberá Gonçalo Reis que esta prática é do foro de alienados mentais, que se divertem a ver torturar um animal indefeso?
E a Casa do Pessoal da RTP será constituída por que tipo de “gente”?
Acreditará essa “gente” que torturar seres vivos indefesos numa arena é um divertimento digno de seres racionais?
E nesse dia 2 de Julho aconteceu algo muito sugestivo, naquele antro de tortura que é o campo pequeno: parece que enquanto decorria a selvajaria tauromáquica, a PSP teve conhecimento de uma ameaça de bomba no recinto.
Contudo o antro não foi evacuado, como mandam as regras da prevenção.
Porquê?
A PSP não consideraria a ameaça coisa de grande importância? Outro dia fechou-se uma ponte em Lisboa só porque havia um saquinho suspeito, num dos tabuleiros, e que veio a saber-se era um saquinho de ROUPA.
Mas no campo pequeno era uma simples ameaça de bomba. Coisa de pouca monta. Por que haveria de se considerar “isto” importante, num tempo de terrorismo global?
Se realmente a ameaça se concretizasse e fizesse ir pelos ares o campo pequeno, mais todos aqueles sádicos e psicopatas que lá se encontravam, a sociedade portuguesa ver-se-ia livre de uns tantos parasitas que sugam os dinheiros públicos desviados da Saúde, da Educação, da Cultura Culta e de outras estruturas essenciais?
É esta pergunta que fica por responder.
Senhor presidente da RTP, Gonçalo Reis, daqui lhe dirijo os meus pêsames, pela morte da esperança que os Portugueses Cultos depositavam na mudança de administração dessa estação pública de televisão.
Afinal, mudaram-se as “cabeças”, mas o “miolo” continua pobre e podre, como sempre esteve.
Mudam-se os tempos, mas as vontades continuam a ser primitivas e toscas.