Évora, 28 de Maio de 2012
A Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Évora esclarece que se demarca da publicidade de patrocínio à Garraiada académica, a realizar dia 02 de Junho.
A Associação Académica da Universidade de Évora contratualizou o apoio sanitário da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Évora para a Queima das Fitas 2012 – ou seja, para que, qualquer pessoa envolvida, em todas as actividades, tenha um socorro rápido e eficiente.
Naturalmente que a Cruz Vermelha Portuguesa não patrocina a Garraiada, porque pautamos a intervenção pelos nossos princípios fundamentais.
O princípio da Neutralidade obriga-nos a abster na tomada de parte em hostilidades ou em controvérsias de ordem política, racial, filosófica ou religiosa, pois só assim é possível de conservar a confiança de todos.
É este princípio que nos move nas intervenções da Cruz Vermelha em cenários de guerra ou conflito.
A nossa intervenção é apenas orientada para o socorro de quem necessita, não havendo da parte desta Organização Não Governamental uma tomada de posição perante o tipo de evento.
RESPOSTA AO COMUNICADO
Exma. Senhora Susana Gouveia (responsável pela Cruz Vermelha Portuguesa (Delegação de Évora):
Entendemos perfeitamente a vossa posição de apoio a quem necessita.
Mas neste caso não estão num cenário nem de guerra, nem de conflito.
Estão num cenário de TORTURA DE SERES VIVOS PARA DIVERTIMENTO, e a CRUZ VERMELHA deveria ser a primeira a desencorajar eventos deste género, tomando a posição de não colaboração em actos de tal covardia.
NEUTRALIDADE é para cenários de guerra ou de conflito, e não para um cenário de TORTURA para divertimento.
Além disso o nome da vossa Organização está ligado aos apoios/patrocinadores da GARRAIADA. Quer concordem ou não. Está aqui.
http://queima.aaue.pt/queima12/?p=268
E também já há antecedentes não muito abonatórios:
Ao aceitar dar apoio à Queima das Fitas da Universidade de Évora, aceitaram implicitamente apoiar a Garraiada que, na verdade, não está de acordo com os princípios de uma instituição humanitária.
E foi este facto que nos CHOCOU.
Isabel A. Ferreira