Origem da imagem: Internet
Eu sou um animal humano com uma forte ligação ao “κόσμος”, kósmos (do grego antigo), em Português, Cosmos, tal como todos os animais não-humanos, e tal como estes, também tenho um instinto de sobrevivência bastante apurado. E é por ele que me regulo.
Não sigo as leis dos homens, e não preciso delas para nada. Sigo a Lei Natural, tal como os animais não-humanos, que não elaboram regras, mas SEGUEM regras. Daí o sucesso deles no seio da Natureza. Daí o meu sucesso num mundo dominado por homens.
Eu sou apenas MAIS um animal que vive neste Planeta.
Daí que siga o MEU instinto de sobrevivência, tal como todos os outros animais não-humanos, e isso basta-me, para saber como agir diante de perigos iminentes, diante da Vida, diante de todos os outros seres vivos.
Até posso ouvir o que dizem estes e aqueles. Mas na hora de decidir, quem decide sou eu.
É deste modo que estou neste Planeta, um lugar onde escolhi passar uma temporada da minha existência como ser cósmico, infelizmente, um lugar dominado por mentecaptos, da pior espécie – a espécie Homo Horribilis.
Daí que entenda o lamento dos animais humanos e não-humanos; o gemido das florestas, das árvores, das flores, da vegetação; o pranto das águas, dos rios, dos mares, das fontes; a fúria dos ventos, do fogo… e de todos seja uma das vozes que gritam!
Isabel A. Ferreira
Eu sou um animal, mas não sou superior a nenhum outro animal, quer humano ou não-humano. Sou feita da mesma poeira cósmica de que são feitos todos os outros animais. O meu ADN contém os mesmos elementos do ADN de todos outros animais. Tenho as mesmas necessidades físicas de todos os outros animais. Quando morrer transformar-me-ei em pó, como todos os outros animais.
Sou iluminada pelo mesmo Sol e pela mesma Lua.
Comunico-me com todos os animais humanos e não-humanos do mesmo modo: falando. Sei falar, sei ler e escrever, sei raciocinar, mas sou incapaz de me orientar na selva, construir um ninho, um formigueiro, uma colmeia, voar... sobreviver no fundo do mar...
Diante das forças da Natureza, vulcões, fogo, tremores de terra, tempestades, tsunamis, a minha condição de ser humano iguala-me à de um lagarto: ambos seremos destruídos num ápice, e apodreceremos do mesmo modo. E no final, o que restar de mim não se diferenciará de nenhum outro animal. E a minha racionalidade não me livrará do mesmo destino do lagarto.
Mas, contudo, faço uma excepção: sou superior apenas à besta humana.
Isabel A. Ferreira
CELEBREMOS ESTA PRIMAVERA…
… sobre o que restou do Verão passado, quando um fogo desesperado queimou Vida, queimou Árvores, queimou Ninhos e milhares de Passarinhos…
A Natureza ficou, então, mais pobre, mas mais pobre ainda ficou o Homem pobre de espírito, que não cuida das suas florestas, nem da sua fauna…
Celebremos esta Primavera sobre as cinzas que ficaram do Verão passado, quando a Natureza se revoltou contra o artificialismo dos Homens, cegos pela ganância de ter mais e mais… sem medir as consequências dos seus desastrosos actos…
Celebremos esta Primavera que chega amedrontada com o futuro que se vislumbra ainda tão incerto…
Onde estão as Árvores? Onde estão os Ninhos? Como podem regressar os Passarinhos?
Já não se ouvem chilreios, nem o rumorejar da folhagem, quando o sopro de um Vento, ainda sonolento, desperta nas madrugadas…
Celebremos esta Primavera como um réquiem para a Vida que deixou de ser, porque o ter se mostrou mais premente e esmagou a essência e a magia contidas nos segredos mais profundos e nos silenciosos gemidos das nossas Florestas…
Isabel A. Ferreira
(Isto porque não existe prisão perpétua)
Eu, um cidadão Português cansado de assistir ano após ano á destruição do nosso património florestal, principalmente devido a mão criminosa, venho apelar á voz do povo Português para que possa ser alterada a pena penal máxima dos 8 anos para os 25 anos de prisão para quem atear fogo às nossas florestas. Basta de ter mão leve para os criminosos que por prazer ou interesses económicos, destroem o nosso património, põem vidas humanas (e também não humanas, fauna e flora) em risco, e nos fazem gastar milhares de euros nos combates aos incêndios. Devido a isso não chega apenas estarmos sentados no nosso sofá a ver as notícias de mais um incêndio, nós cidadãos temos o poder de mudar as coisas matando o mal pela raiz.
ASSINEN A PETIÇÃO, POR FAVOR
Hoje, dia 09 de Agosto de 2016, pelas 7h30m, hora a que me levantei, fui à varanda das traseiras do meu prédio e pude olhar o Sol, “olhos nos olhos”.
Um Sol vermelho. Filtrado pelos fumos dos incêndios que lavram, há uns dias, ao redor da cidade.
Um dia escurecido, logo pela manhã.
E se não fosse a tragédia por detrás deste Sol, diria que era imensamente belo.
O Fogo. Um elemento da Natureza que o homem, um ser liliputiano, nunca dominou, não domina, nem nunca dominará. E nem por isso aprendeu que ele, homem pequeno, não é a medida de todas as coisas.
A Natureza encarrega-se de lhe enviar os sinais mais evidentes, nas tempestades, nos fogos, nas erupções dos vulcões, nos furacões, nos tsunamis, nas doidas ventanias, como que gritando eu sou mais forte do que tu, por isso reduz-te à tua insignificância, mas, ainda assim, o homem pequeno considera-se o dono do mundo. Um ser superior a todos os outros seres.
E no entanto, a minhoca poderá escapar à fúria do Fogo, escavando fundo na terra. As plantas renascerão depois do Fogo. O homem pequeno não.
O Fogo destrói-lhe a casa, os bens, os animais domésticos, as florestas. Morrem bombeiros. Morrem pessoas. Morrem animais selvagens. Mas ainda assim, o homem pequeno não se verga à evidência de que o Fogo é mais poderoso do que ele.
E não só o Fogo, mas também a Água e o Vento e a própria Terra.
E nestas demonstrações do infinito poder da Natureza, que sempre existiram desde o início dos tempos, o homem primitivo, muito mais humilde e sábio do que o homem do terceiro milénio da era cristã, curvava-se diante destas forças, que ele sabia serem muito mais poderosas do que ele. Mas o dito homem moderno ainda não sabe.
Em Portugal não se faz prevenção. Os governantes obrigam o povo a pagar impostos, dos quais uma boa fatia é para aplicar mal e sordidamente em coisas inúteis, supérfluas, do foro da imoralidade.
A maioria dos fogos é provocada por mãos criminosas.
Os criminosos raramente são apanhados. Mas aos que são apanhados, aplicam-lhe umas peninhas de passarinho e depois libertam-nos. E eles reincidem.
E depois há o interesse dos madeireiros e de outros interesseiros. Sempre o interesse de alguém a comandar a desgraça dos outros. Sejam esses outros humanos ou não humanos.
Não gosto do Verão, não pelo Verão em si, mas pelo que o homem pequeno da era moderna faz dele: um verdadeiro inferno para os animais de todas as espécies, humanas e não humanas.
No Verão, em Portugal, somos agredidos desalmadamente pela brutalidade do homem pequeno.
As cidades, povoações, vilas e aldeias, civilizacionalmente atrasadas, agridem a sensibilidade dos seres sencientes, humanos e não humanos, com a violência das atitudes tomadas pelos seus governantes, ou pela sua inércia.
Em Portugal, excepto para aqueles que se estão nas tintas para o que se passa ao lado, o Verão é, na verdade, a época dos horrores.
E nem o Sol, belo e vermelho como uma maçã, ameniza a dor de sentir a tragédia que é ter homens pequenos por governantes.
Isabel A. Ferreira
ACTIVISTA ESCREVE A TSUKAMOTO
FAÇO MINHAS AS PALAVRAS DESTA ACTIVISTA
«Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal de Nisa
É com alguma tristeza e frustração que, depois de ter visto Nisa celebrar o dia da criança, com uma tourada, ensinando crianças a banalizarem a violência e o desrespeito pelo outro. Sei agora que o concelho está prestes a reclamar como seu património cultural, a humilhação, o sofrimento, a crueldade, a insensibilidade e a ausência de espírito critico. Chame-lhe o que quiser, sob que argumento quiser, é esta uma das heranças que o seu executivo deixará no seu município: a salvaguarda da tauromaquia, uma prática bem popular durante a idade média.
Entristece-me também ver que, como mulher e eleita por uma força de esquerda, não parece ter qualquer vontade em incutir nos seus munícipes qualquer sentido de respeito e fomento à própria dignidade humana, ao compactuar com a violência gratuita.
Não lhe vou pedir que, como fizeram outras câmaras municipais - mais à direita que a sua, imagine só, erradique a violência do quotidiano dos seus concidadãos, pois bem sei que, apesar de ter conseguido um lugar na política, faltar-lhe-á o espírito livre e revolucionário que lhe daria a coragem para tal ato, contrariando as linhas mestras do seu partido.
Deixo apenas registada a minha vergonha alheia, pois esperava que, como mulher e de esquerda, pudesse primar pela diferença, pela (r)evolução, pela coragem de romper com tradições machistas, patriarcais e que usam o dinheiro dos contribuintes, de todos nós (dinheiros públicos) para entregar a meia dúzia!
Cassilda Pascoal»
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