Vamos lá a ver: em que idade se alcança a maioridade?
«Em Portugal, os quadros jurídicos relativamente às problemáticas da delinquência e da criminalidade determinam como patamar mínimo para a imputabilidade penal os 16 anos de idade, dois anos abaixo da maioridade civil que se alcança aos 18 anos. Isto quer dizer que o “menor” do ponto de vista da lei civil não significa o mesmo que o “menor” do ponto de vista da lei penal»
in http://barometro.com.pt/archives/751
Origem da imagem: http://pelostourosvivos.blogspot.pt/2013/02/blog-post.html
Nesta imagem vemos um forcado a sair do campo pequeno, e que ficou tetraplégico, com a aprovação do governo português, da RTP e dos marialvas que foram aplaudir a cobardia da cena. Tinha 26 anos de idade. Estava na flor da idade.
Se tivesse 16 anos de idade, estaria ainda mais na flor da idade. E tudo pode acontecer neste jogo selvático, em que um forcado agride um touro moribundo, e este, com toda a legitimidade e seguindo um instinto que todos os animais, quer sejam humanos ou não humanos, têm, reunindo as derradeiras forças de um verdadeiro herói, defende-se da investida do algoz que o tortura cobardemente. Barbaramente.
***
Ora segundo pudemos ver, há dois tipos de “menores”: o menor sob o ponto de vista da lei civil, que vai até aos 18 anos, e o menor sob o ponto de vista da lei penal que vai até aos 16 anos.
Portanto, se um adolescente cometer um crime (seja qual for) antes dos 16 anos, não é responsável pelos seus actos criminosos.
Se os cometer dos 16 anos em diante pode ser criminalmente responsabilizado.
Agora entende-se por que os deputados da assembleia da república aprovaram a “figura” de forcadinhos imberbes, com apenas 16 anos de idade. Nem barba na cara ainda têm, mas já podem torturar um bovino, “profissionalmente”, com crueldade, cobardia e violência, cometendo um biocídio, ao abrigo da lei.
Isto, na realidade, é muito construtivo. É bastante saudável para o corpo e para a mente de adolescentes, que já vivem rodeados de violência por todos os lados.
Isto fará parte do DEVER dos governantes?
Talvez! Dos governantes que, vendidos ao lobby tauromáquico, hipnotizados por algo que sabemos, agem mecanicamente, como meros robots, e não como homens e mulheres responsáveis e conscientes do seu dever cívico.
Quanta vergonha eu sinto destes robots!
***
Esta notícia correu em vários jornais, e é verdadeira, uma vez que foi aprovado na assembleia da república com os votos contra do PEV (a minoria das minorias que se mantém coerente com os seus princípios) com os votos a favor do PS, CDS/PP e PSD, e a abstenção do Bloco de Esquerda (que desiludiu) e do PCP (que nem é carne nem peixe nestas matérias, pois detém a maioria dos municípios adeptos da selvajaria tauromáquica) que miúdos com 16 anos podem ser forcados.
Regulamentar uma coisa destas é francamente indigno de gente civilizada. De qualquer modo, o que deveria ter estado em cima da mesa era a ABOLIÇÃO da selvajaria tauromáquica, e não MAIS UMA REGULAMENTAÇÃOZINHA que não vem acrescentar dignidade a esta já tão abjecta ignomínia.
Que as touradas tenham de obedecer a regras de CÓDIGO DE TRABALHO implica que a TORTURA SEJA CONSIDERADA UM TRABALHO.
Isto é inaceitável.
E uma assembleia de deputados que aprove ou se abstenha em tal matéria é o mesmo que COMPACTUAR com algo absolutamente absurdo e insólito.
Os deputados deviam RECUSAR-SE a sequer discutir tal aberração, quanto mais a aprovar seja o que for em relação a esta praga.
Isto tudo é uma vergonhosa balbúrdia, que não dignifica a actividade política dos "deputados " da nação. Muito pelo contrário. Só os descredibiliza e desqualifica.
E nenhum partido está isento de grandes culpas.
Nunca vi nenhum partido propor a ABOLIÇÃO desta barbárie.
Andar sempre a remendar o que já está demasiado roto, é chover no molhado.
E o que se passou na assembleia dos deputados, desta vez, foi mais do mesmo ou ainda pior: agora sim, temos forcados "profissionais" com 16 anos, ou seja, menores de idade, se bem que imputáveis. Considerou-se "trabalho", a tortura de seres vivos para diversão; mais um remendo que prolonga a continuidade desta obscenidade, e o sofrimento inútil de milhares de bovinos, e de quem se sente impotente para travar esta VERGONHA NACIONAL.
Os pequenos partidos, sozinhos, não conseguem nada. É certo.
O PEV votou contra. Pelo menos manteve-se coerente. É contra tudo o que diz respeito a esta "coisa" que envergonha até as pedras da calçada portuguesa.
Mas é preciso fazer mais. Muito mais.
É preciso colocar em cima da mesa a ABOLIÇÃO.
E isso ainda não se fez. Porquê?
Por que anda a fazer-se que se faz, remendando o fato imundo, esfarrapado e fétido da selvajaria tauromáquica?
O que será necessário para propor a abolição desta miséria moral, cultural e social?