Ontem, dia 13 de Maio de 2017, foi um dia que ficará para a História de Portugal. Um dia que, no futuro, será recordado com verbos conjugados no pretérito perfeito, e celebrará apenas aquele que, nesse dia, elevou a Humanidade (o Papa Francisco), e aqueles que levaram aos píncaros o nome de Portugal (Salvador e Luísa Sobral), em Português.
Nesse futuro, os que, nesse dia, na ala das autoridades, fingiram representar Portugal, já terão sido esquecidos há muito.
Origem da imagem: https://twitter.com/fatimapilgrims
O 13 de Maio
Da fé do povo, não falarei. A fé é algo sagrado para quem a tem. Faz parte do foro íntimo de cada um. E as coisas sagradas devem ser respeitadas. E as do foro íntimo não dizem respeito a ninguém, senão aos próprios.
Destacarei apenas a mensagem que o Papa Francisco deixou aos milhares de peregrinos e aos “poderosos”, em apenas duas frases.
Aos peregrinos e à Igreja:
O Papa questionou-os sobre por qual Maria peregrinavam: a Mãe (…) ou a santinha a quem se recorre para obter favores a baixo preço?
Cada um saberá ao que foi e ao que promove em Fátima, e fará o seu acto de contrição.
Aos “poderosos”:
O Papa disse algo no seu discurso, que passou despercebido, talvez por não interessar a ninguém. Poderia ter sido mais explícito, mas, por vezes, por uma questão de circunstância, nas entrelinhas diz-se as coisas mais importantes, para quem as souber interpretar. E o Papa disse mais ou menos isto: não se deve humilhar os pequenos, para mostrar que são grandes.
Que pequenos são estes? Serão todos aqueles que sendo frágeis, excluídos e abandonados, deserdados e infelizes ficam à mercê da mão que agride, não podendo defender-se. E ninguém é verdadeiramente grande quando agride (seja de que modo for) o pequeno (seja de que espécie for). E a isto chama-se cobardia, não grandeza.
Espero que os governantes portugueses, que tiveram oportunidade de ouvir os recados de Francisco (que foi buscar o nome a Francisco de Assis) tivessem assimilado a mensagem que o Papa lhes deixou nas entrelinhas.
Enfim, esperemos que a semente, que Francisco lançou em Portugal, germine e se transforme numa frondosa e frutífera árvore.
De outro modo, a vinda do Papa Francisco ao Santuário de Fátima terá sido completamente em vão.
O Festival da Eurovisão da Canção
Salvador Sobral: vencedor do Festival da Eurovisão da Canção de 2017
Origem da foto: Internet
https://www.youtube.com/watch?v=z5VUti3kVIo
O 13 de Maio de 2017 ficará também marcado para sempre com a “vitória da música”.
A vitória da verdadeira arte, da simplicidade. Da autenticidade. E tudo isto em Português.
O mundo está farto do artificialismo. Do ruído musical. Da música de plástico. Do espectáculo sem conteúdo.
A dupla Luísa e Salvador Sobral conseguiu o que mais ninguém em 48 participações conseguiu.
Desta vez, Portugal venceu e convenceu o mundo.
A fórmula foi simples: simplicidade.
Não foi preciso “inglesar” a língua, nem banalizar a música, nem espalhafatar a interpretação para que se tornasse mais festivaleira a participação de Portugal.
Os irmãos Sobral deram uma lição ao mundo, e principalmente a Portugal.
Eles são os verdadeiros representantes da Cultura em Português.
A propósito, Marcelo Rebelo de Sousa declarou: «Quando somos muito bons, somos os melhores dos melhores. Muitos parabéns ao Salvador Sobral». Sim, somos. Mas para isso temos de ser genuínos. Quando somos muito bons Portugueses, somos os melhores dos melhores, não precisamos de imitar ninguém, não precisamos de nos subjugar a ninguém. Cantámos e encantámos exclusivamente em Português.
Salvador Sobral representou Portugal, algo que Marcelo não representa, por não defender a língua em que Salvador se expressou.
António Costa, por seu turno, declarou: «Fez-se história em português hoje na Eurovisão. Parabéns Salvador! Parabéns Portugal!» Sim, ontem, na Eurovisão, fez-se História em Português, algo que António Costa nunca fará, por ter vendido a Língua Portuguesa ao estrangeiro.
Portugal está de parabéns. Mas não António Costa.
Os Portugueses, em Portugal e no mundo, têm orgulho dos irmãos Sobral, por estes não se terem deixado ir na onda do modismo linguístico. A nossa Língua é cantável, sendo bem pronunciada e cantada. Salvador provou que não é preciso cantar em Inglês para se ganhar um Festival da Canção.
Parabéns, Salvador e Luísa, por não terem renegado a vossa Língua. Mais do que os governantes portugueses, vós sois os verdadeiros representantes da Identidade Portuguesa no mundo: com uma bela melodia, a mais bela melodia que já se compôs para os Festivais da Canção (em Portugal), cantada sobre um belíssimo poema escrito numa das mais belas e ricas línguas indo-europeias.
O Festival da Eurovisão pretendeu celebrar a diversidade. Falhou na celebração da diversidade linguística, uma vez que a esmagadora maioria dos países cantou em Inglês. Lamentável.
A diversidade é bem-vinda. É saudável. É recomendável. É natural.
Espero que esta vitória dos irmãos Sobral sirva para a tomada de consciência dos nossos governantes para algo primordial: Portugal é um país europeu. Portugal tem uma Língua – a Portuguesa. Não queiram destruir o que temos de mais precioso e belo para nos representar e identificar como um país soberano.
Os que fingiram representar Portugal
Marcelo Rebelo de Sousa (PR) católico, e António Costa (PM) ateu, unidos em Fátima…
Foto: Tiago Miranda
Porque os cargos assim os obrigaram, o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que se diz católico, e António Costa, que é ateu, com a mesma cara que foram ao Santuário de Fátima, vão também a uma arena assistir à tortura e à sangria de Touros, seres vivos sencientes e animais como nós.
Desconheço se o Papa Francisco, que já se pronunciou sobre a condição animal, e adoptando o nome de Francisco de Assis, adoptou igualmente a postura do Santo perante a Criação de Deus, tem conhecimento deste detalhe. Saberá com toda a certeza que Portugal é um país onde ainda se vive um atraso civilizacional, no que respeita à adopção de práticas medievalescas e anti-essência cristã.
Na sua mensagem, o Papa Francisco fez uma exortação à necessidade de os católicos serem misericordiosos.
Sabemos que ser misericordioso passa por ser-se compassivo para com a Vida humana, mas também para com todas as outras vidas que fazem parte da Criação de Deus. A Vida é um elo cósmico, ligado por muitos elos, todos necessários à Harmonia Cósmica que rege o Universo.
Ora, estes senhores, incluindo o clero católico que, em Fátima, escondeu a face da iniquidade, pois como sabemos, festejam os santos e santas da igreja católica com práticas cruéis, sanguinárias e violentas, desrespeitando a Bula, ainda vigente, do Papa Pio V, prostraram-se diante do Papa Francisco com um manto dos “santinhos” que não são.
Em Fátima, no que respeita aos “representantes” de Portugal a todos os níveis (PR, AR e Governo) primou-se por uma hipocrisia descomunal.
Todos fingiram uma “santidade” que na verdade não têm. E todos fingiram que estavam ali a representar Portugal.
Mas no dia 13 de Maio de 2017 quem na verdade representou Portugal no mundo foi Salvador e Luísa Sobral, em Português.
Tudo o resto foi um vergonhoso faz-de-conta.
Isabel A. Ferreira