(Vale a pena ler, porque é extraordinária)
Ricardo Codorníu y Stárico, Engenheiro Florestal e defensor da causa florestal (Cartagena, 1846 – Múrcia, 1923)
«Para os tauricidas que dizem que os anti-tourada não têm história
Touros ou árvores?
A pergunta pode parecer absurda, mas foi feita há pouco mais de cem anos por Ricardo Codorníu y Stárico, conhecido como o “Apóstolo da Árvore”.
Acabo de encontrar o extracto de uma conferência sua, realizada em Múrcia em 1909 e confesso-vos o meu assombro ao lê-la.
Aqueles Homens, sim, é que eram valentes e modernos e clarividentes.
(…)
“Faz já muitos anos que se falava (e não era pouco) da conveniência que seria para a cultura do povo suprimir as corridas de touros, espectáculo repugnante, em alto grau, para todo o espírito nobre, que traz com ele muitos elementos incultos e até mesmo perversão moral, por isso, é em si mesmo, e por que lhe deu a existência e sustenta, o flamenquismo (afición do flamenco) degradante.”
E pelo que substituiríeis as corridas de touros? Perguntou, admirado, o jornalista Mariano de Cavia.
“Com o "Festival da Árvore", respondeu-lhe o Engenheiro Florestal, para um jornal de Múrcia. Efectivamente, a substituição da “festa” sangrenta pela festa da árvore, representaria um assinalável triunfo da civilização.
Ricardo Codorníu indicou-nos o caminho certo.
Acabemos com as corridas de touros.
A nova festa nacional deve ser a plantação de Árvores (e em Portugal seria bem-vindo um tal festival, devido à perda enorme de milhares de árvores nos incêndios do Verão passado), o respeito pelo meio ambiente, e não o sangrento massacre de inocentes animais.
Esta mensagem chega-nos mais de um século depois, mas continua actual (o que significa pouca ou nenhuma evolução a este respeito).
Eu estou absolutamente de acordo com esta mudança.
E tu, que “festa” preferes: a das Árvores ou a dos Touros?»
Fonte:
Esta é a expressão da morte, depois de um sofrimento atroz... É a “arte” e a “cultura” gloriosas que as “mentes brilhantes” portuguesas defendem...
Um texto do Médico Veterinário português DR. VASCO REIS
«Eu tento combater a tauromaquia em todas as frentes e acho que isso vale a pena.
Sem tomar posição, porque para mim tudo isto é cruel e abjecto, lembro que, quanto ao ponto restrito "morte do touro", seja na tourada de morte ou após a tourada, num matadouro:
No matadouro o animal deve ser atordoado/paralisado por um disparo que destrói o lobo frontal do cérebro, antes de ser sangrado por golpe na veia jugular, ev.te artéria carótida, o que lhe provoca a morte pela perda de sangue.
Na arena, sem qualquer atordoamento, com o golpe (ou golpes) da espada pelo tórax dentro, o animal é rasgado, perfurado, posto a sangrar e mais ou menos asfixiado no próprio sangue, por vezes em repetidas tentativas até se acertar.
Outra diferença é que, na tourada de morte, embora com um fim de tremendo sofrimento, este acaba ali com a morte.
Na outra, à portuguesa, antes de ser libertado do sofrimento pela morte, o touro vai ter que sofrer bastante tempo na sequência dos ferimentos infligidos na lide e nas acções de confinamento e condução ao sítio do abate.
Obviamente, a "festa dos touros" só pode ser considerada uma festa para os tauromáquicos e para quem negoceie com isso.
Para os touros e cavalos não é um festejo, certamente, nem para pessoas conscientes e compassivas.»