Um texto da Jornalista Ana Kandsmar, com o qual me identifico inteiramente
(Isabel A. Ferreira)
por Ana Kandsmar
Os movimentos feministas pretendem acabar com a definição de género. Não querem que homens e mulheres continuem a ser chamados de homens e mulheres, passando dessa forma, a ser usado por todos o mesmo denominador comum: Humanos. Apenas. A isso acrescem todas as letras do alfabeto a começar por LGBTI.
Por mais que a ideia possa agradar às feministas de plantão, a mim arrepia-me. Insurge-me numa revolta contra quem, sendo mulher, se prejudica deliberadamente. Nunca percebi muito bem a razão de existirem os movimentos feministas. Não foi graças a eles que as mulheres conquistaram, por exemplo, o direito ao voto ou a frequência nas universidades. Tudo isto já existia antes dos primeiros movimentos feministas dos anos 60. Não confundir os movimentos sufragistas (meritórios) com esta coisa actual a que chamam de feminismo. Se houve coisa que, em pleno séc. XX afastou as mulheres das universidades por décadas, não se chama patriarcado, chama-se pobreza.
O feminismo não emancipou a mulher. Na verdade, o feminismo prejudicou a mulher ao colocá-la numa prisão de pensamento negativo ao promover um beco sem saída de promiscuidade.
O feminismo roubou às mulheres a tendência natural de colocar a família e o casamento - a parte mais significativa da sua existência e pilar de uma sociedade coesa e saudável - no centro das suas vidas. Em vez disso, o feminismo actual envergonha as mulheres e força-as a acreditar que o materialismo que advém de uma carreira profissional bem-sucedida deve ser colocado em primeiro lugar. E que para isso há que sacrificar o nosso maior bem, a maternidade. A carreira deve agora ser o centro. O foco principal. Onde é que isso nos trouxe? Famílias monoparentais às carradas? A corrida desenfreada ao aborto, famílias desestruturadas, problemáticas, arruinadas?
Existem outros, mas um dos objectivos não-declarados do feminismo é gerar nos homens sentimentos de culpa por estes considerarem algumas mulheres mais bonitas que outras. As feministas, que ocupam o lugar mais fraco no espectro da beleza feminina, (e desculpem-me as feministas que não têm culpa de serem feias, mas que na sua larga maioria o são, são.), querem redefinir o conceito de beleza de modo a que elas sejam consideradas tão desejáveis como as mulheres que são genuinamente bonitas. Então, como não conseguem elevar a sua fasquia, toca de nivelar por baixo e promover o descuido cumpre o objectivo.
Ao mesmo tempo que as mulheres (desproporcionalmente lésbicas) da elite feminista se dedicam a fazer uma lavagem cerebral à população estupidificada, elas vão sendo bem-sucedidas em enganar as mulheres de modo a que estas se tornem vítimas das tendências narcisistas que se encontram no seu ADN privilegiado.
Não, as mulheres não se sentem mulheres, as mulheres são mulheres. Não, os homens não se sentem homens, os homens são homens. Não é uma questão de sentir, é uma questão de ser. Isto é biologia. Não há aqui nada para inventar porque já está tudo inventado.
Quando as mulheres dão início ao processo de auto-destruição estético não encontram qualquer tipo de resistência. Aliás, hoje até se premeia e glorifica a fealdade e, pior, que nenhuma mulher tem culpa de ser feia, o desinteresse pelo seu corpo. A obesidade -por exemplo- deixou de ser algo a ser combatido, a bem da saúde, e passou a ser bem vista, com todo o tipo de marcas a promovê-la.
É claro que todas as mulheres merecem ser alvo do desejo e admiração dos homens. A sedução é um jogo que todas queremos jogar, mas como será isso possível deixando crescer os pêlos nas axilas, promovendo o descuido com a aparência, eliminando da vida de milhões de mulheres os cuidados básicos com o corpo, (depilação, maquilhagem, roupas que nos acentuam as curvas e nos deixam mais bonitas, o uso dos saltos altos que nos tornam mais elegantes, a lingerie que promove amplamente o tal jogo tão apetecido da sedução? Onde é que fica o nosso encanto se os cabelos curtos – à homem- o uso de indumentária tipicamente masculina, os corpos grosseiramente tatuados com imagens ainda mais grosseiras, estão cada vez mais enraizados nas nossas vidas?
Leio que em França, por exemplo, os movimentos feministas tentam normalizar o uso do hijab como forma de esconder dos homens o que, aparentemente, nos torna facilmente alvos apetecíveis para piropos e outro tipo de avanços. Desculpem? Em que medida é que esconder o cabelo ajuda as mulheres? Então, mas não andamos aqui indignadas com o que se passa com as mulheres islâmicas? Queremos mesmo isso para nós, para nos sentirmos seguras, inclusivas e modernas? Isso é o que o feminismo tem para nos oferecer? Não, obrigada. Recuso.
A ideia de igualdade amplamente difundida pelas feministas (não somos apenas corpos, mas todos os corpos são iguais), colocou-nos num nível de escravização surreal, em que se defende tudo e o seu contrário, e numa existência que em nada nos dignifica. Lutemos pela igualdade de oportunidades. Basta! É o quanto basta! Lutemos pela liberdade de escolher o que nos faz felizes sem ostracizarmos as mulheres que fazem outras escolhas que as fazem felizes.
A mulher que quer apenas ser mãe e dona de casa deve sê-lo sem culpas, pois o trabalho de educar bem os homens e mulheres do futuro é tão importante e meritório quanto o da mulher que é directora de uma importante multinacional ou ocupa cargos de topo na actividade politica.
Ser mulher é uma dádiva que, ironicamente, muitos homens parecem percebê-lo melhor do que nós.
Lembremo-nos do tempo em que nós éramos olhadas com respeito e cortejadas com verdadeiro interesse. Sim, ainda há mulheres que apreciam gestos de delicadeza por parte dos homens, e não, nem todas queremos esta inversão de papeis, em que os homens se querem parecer com as mulheres e as mulheres se querem parecer com os homens. Eu sou das que não quer.
Com mais ou menos operações de cosmética, mais ou menos maquilhagens, mais ou menos cópias de trejeitos e maneirismos, a biologia não se deixa enganar e cada um é que o que é. Tudo o resto é desordem psíquica - disforia de género - ou coisa que o valha. Tudo o resto é doença mental e o lugar dos doentes mentais é nos consultórios dos psiquiatras, nas clínicas para doentes mentais e não na rua, não nas escolas, não nas TV's, não nos jornais e não nas campanhas publicitárias.
Mulher com M grande não é feminista. É feminina.
Ana Kandsmar
Fonte:
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