UMA VERGONHA!
Considerar património cultural uma actividade medieval, que mantém magníficas aves em CATIVEIRO, é no mínimo repugnante.
Só se estiverem a referir-se a um património imaterial do HOMO PARVUS.
Por alma de quem, manter seres alados em cativeiro é património imaterial da UNESCO?
A candidatura reuniu 18 países, entre eles Espanha, Portugal e França (que também admitem touradas), mais os Emirados Árabes Unidos, a Síria e a Mongólia que são um exemplo menor de "humanidade"…
E veja-se qual o município português que lançou esta candidatura: Salvaterra de Magos, uma localidade tauricida, com um atraso civilizacional de séculos.
A prática do falcoaria, que mantém em cativeiro belíssimos falcões que, sendo aves de rapina, têm o direito de viver em liberdade, mantém-se inalterada desde o século XII. Até a vestimenta dos falcoeiros é ridícula, com paralelo na dos toureiros.
Em Portugal existe um fascínio patológico pelas práticas medievais, época em que, à falta de coisa mais civilizada, se usavam animais como divertimento.
A falcoaria começou por ser utilizada na caça, como meio de garantir alimentos (até aí compreensível) mas, dizem eles, foi ganhando outros valores ao longo dos séculos e «hoje é uma prática associada à camaradagem e à partilha de valores», à custa de seres alados que não podem voar em liberdade.
Que camaradagem e valores serão estes, assentes em tão baixos sentimentos humanos?
Dizem com muito orgulho, que esta “arte da caça”, ou seja, a «arte de matar animais cobardemente», como património da UNESCO, juntou-se à Arte da Olaria Negra de Bisalhães, à do Chocalho, à Dieta Mediterrânea, ao Cante Alentejano e ao Fado, que é tudo muito parecido com a arte de matar animais ou tê-los em cativeiro.
Shame on you, UNESCO.
Isabel A. Ferreira