Quinta-feira, 18 de Setembro de 2014

Carta Aberta a uma professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aficionada de selvajaria tauromáquica

 

Abster-me-ei de mencionar, por extenso, o nome da visada, não porque lhe deva alguma consideração, mas por respeito aos seus alunos, que se forem verdadeiros estudantes universitários, ao saberem que a professora catedrática aplaude a tortura de seres vivos, para se divertir, talvez queiram transferir-se para outra Universidade (era o que eu faria) além de terem uma enoooooorme decepção.

 

A M.A.S. nasceu no Barreiro, mas diz que viveu na Moita desde os cinco dias de idade, e a Moita é a sua terra. Não estaria tudo dito, sendo a Moita, uma localidade com um atraso civilizacional considerável?

 

É professora catedrática, na Universidade de Lisboa, e dedica-se a estudos de História e Crítica Literária.

 

Obviamente que viver na Moita não dá estatuto intelectual a ninguém. Nem significa evolução. Nenhuma. Muito pelo contrário.

 

Professora catedrática. Aficionada de tortura de seres vivos indefesos para se divertir.

 

Disseram-me, mas à primeira, não quis acreditar, até terem me enviado uns comentários que escreveu na página do Facebook do seu amigo E. S., que já foi governante

 

Não, não quis acreditar! Mas lá estava a cara e o nome e as palavras de uma vulgaríssima aficionada, a comentar o cartaz da selvajaria na Moita:

 

«Grande cartel! Prometedores ganaderos de lindos toiros! Mesmo que chova a potes, vou lá estar. E. C. S. dá-me boleia?»

 

Como pode alguém que tenha alma, ver “lindos touros” a ser torturados cobardemente, barbaramente e depois aplaudir?

 

Entretanto, uma senhora escreveu «Não gosto».

 

E logo a vulgaríssima professora catedrática respondeu:

 

«Tem todo o direito de não gostar, querida M. A. A.- tenho pena, mas cada qual é dono do seu gosto! (…)»

 

Cada qual é dono do seu gosto? Ou será dono da sua deformação mental?

 

Isto é inconcebível, vindo de uma professora catedrática, até porque a selvajaria tauromáquica NÃO é uma questão de gosto, mas uma questão de Ética, de Civilização, de Evolução.

 

Contudo, no melhor pano sempre caiu a pior nódoa. Isto, eu sei.

 

E, pelo sim ou pelo não, senhora doutora M.A.S., pois não sei se a sua avidez pela tortura de seres vivos será falta de informação, da sua parte, vou deixar-lhe aqui o que a UNESCO referiu sobre a selvajaria tauromáquica, que a professora catedrática tanto gosta:

 

«A Tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura» UNESCO, 1980

 

Não, a professora catedrática não pode ser aficionada! Mas é.

 

Passaram-me um trote! Pensei ao início. O que terá para ensinar aos seus alunos?

 

Bem, os neuróticos andam por aí disfarçados de “gente bem”...

 

Lá terá de ser: ficará perpetuada no Livro Negro da Tauromaquia que ando a escrever para os vindouros saberem quem foram os protagonistas (os que praticam, aplaudem, promovem e aceitam calados) algo tão macabro quanto isto:

 


O vídeo ficou indisponível, porque os tauricidas não gostam que se veja a barbárie, a crueldade da sua actividade. Mas garanto a todos que este vídeio continha imagens tenebrosas, que apenas gente com deformação mental pode aplaudir.

 

É esta a "cultura" que a senhora doutora M.A.S. aplaude?

Já agora, deixo-lhe aqui um link onde pode ler toda a informação sobre a psicopatia tauromáquica.

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/tauromaquia-doenca-do-foro-673168

 

Note que, na era da informação, ser ignorante é uma opção.

 

Nunca imaginei que M. A. S., professora catedrática, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e crítica literária, pudesse aplaudir a tortura de um ser vivo para sua diversão.

 

Isto só para dizer que o facto de se frequentar uma universidade não dá estatuto intelectual a ninguém, nem bom carácter, nem sentimentos humanos. 

 

Ou se nasce humano, ou não se nasce humano. Lamento dizer que esta foi uma das grandes decepções da minha vida.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:26

link do post | Comentar | Ver comentários (4) | Adicionar aos favoritos

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
14
15
16
17
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

Carta Aberta a uma profe...

Arquivos

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Direitos

© Todos os direitos reservados Os textos publicados neste blogue têm © A autora agradece a todos os que os divulgarem que indiquem, por favor, a fonte e os links dos mesmos. Obrigada.
RSS

AO90

Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

Comentários

Este Blogue aceita comentários de todas as pessoas, e os comentários serão publicados desde que seja claro que a pessoa que comentou interpretou correctamente o conteúdo da publicação. 1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias. Serão eliminados os comentários que contenham linguagem ordinária e insultos, ou de conteúdo racista e xenófobo. Em resumo: comente com educação, atendendo ao conteúdo da publicação, para que o seu comentário seja mantido.

Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt