Quinta-feira, 3 de Abril de 2025
Desde que essa criatura foi posta no Poder, por obra e graça da ala mais alienada dos norte-americanos (como foi isso possível?) que andava a urdir um texto para dizer da minha enorme revolta, por pressentir que o mundo iria retroceder séculos, com Donald J. Trump, dotado de um cérebro do tamanho de um feijão, a desmandar nesse mundo. E o pior é que ele não enganou ninguém. Disse ao que ia, enquanto o Ocidente dormia... E não conseguia encontrar as palavras certas que pudessem dizer da minha revolta e repulsa. Fiquei completamente bloqueada.
Porém, ao ler, no Facebook, o texto escrito por Miguel Sousa Tavares (com quem discordo, em absoluto, quando se trata dos seus hobbies predilectos, a caça e as touradas, que eu combato aguerridamente) disse cá para mim: era isto mesmo o que eu queria dizer, e não consegui, mas o Miguel conseguiu. Porque aqui há dois Miguéis, e eu sei discernir entre um e outro. Eu também não sou perfeita.
Por isso, decidi transcrever o texto «Um só homem”, fazendo minhas as rigorosas e singulares palavras do Miguel (porém, nem todas) no dia em que, desvairadamente, a criatura iniciou uma guerra comercial global, e nós, que já não estávamos bem, com alguns energúmenos no Poder a matar milhares de pessoas inocentes, em várias partes do mundo, em nome da estupidez, ficámos pior, o mundo ensombreceu, e a criatura começou a cavar a fossa onde os EUA se há-de afundar, se ainda houver justiça no mundo.
Isabel A. Ferreira

«Um só homem”
por Miguel Sousa Tavares
«No dia 20 de Janeiro, depois de ter assistido à tomada de posse de Donald J. Trump como Presidente dos Estados Unidos, prometi a mim mesmo que não iria seguir obcecadamente cada passo da sua administração nem me deixaria deprimir pelo que aí vinha. A vida tem motivos muito mais interessantes do que acompanhar o desvario político, mental e humano do homem mais poderoso do mundo. Sim, Trump é Presidente dos Estados Unidos e os Estados Unidos detêm a maior capacidade militar e nuclear do mundo. Quer isto dizer que, em querendo, podem dar ordens ao mundo inteiro e ditar o destino de todos. Mas o meu, não.
Enganei-me: o meu também. Não consegui manter a minha promessa pela simples razão de que tudo o que está a acontecer na América ultrapassou em pior a minha imaginação, e como eu vivo neste tempo e neste mundo em que está um bandido à solta na Casa Branca e um grupo de marginais a acolitá-lo, não é possível, como cantava o Adriano Correia de Oliveira, viver serenamente. Não é possível, por mais que se queira — até como forma de resistência —, abstrair das malfeitorias diárias do Presidente dos Estados Unidos.
Se a agenda foi cumprida, o Conselheiro de Segurança Nacional de Trump, Mike Waltz, acompanhado de altas patentes militares, está esta sexta-feira na Gronelândia para avaliar in loco as potencialidades militares de um território a que Trump disse que, por razões de segurança, ia deitar a mão, “de uma maneira ou de outra”, comprado ou invadido. Na comitiva vai também a “vice-primeira dama”, a mulher do idiota J. D. Vance, e um filho, viajando em missão turística para ela mostrar à criancinha a conquista que o pai e o seu amigo Presidente vão fazer para os Estados Unidos. A Gronelândia, recorde-se, pertence à Dinamarca e a Dinamarca pertence à NATO, a organização militar de defesa comum liderada pelos Estados Unidos. Isto parece inacreditável, mas somos forçados a acreditar depois de termos visto, apenas nos primeiros 60 dias de governo, Trump reivindicar, além da Gronelândia, o canal do Panamá, a Faixa de Gaza, as riquezas minerais e as centrais nucleares ucranianas, e mesmo o Canadá, a quem convidou a tornar-se o 51º estado da União!
Por falar em NATO, ficámos também a saber que Trump não garante que os Estados Unidos respeitem o artigo 5º do Tratado, o “um por todos, todos por um”, que é o fundamento da organização. Mas como poderia garanti-lo se ele próprio fala abertamente em tomar posse de territórios, ou mesmo de países, seus aliados na NATO? A sua regra é simples: se é do seu interesse, da sua segurança ou do seu aprovisionamento estratégico, os Estados Unidos têm o direito de fazerem o que quiserem. Ao mesmo tempo que ele, Trump, ordena aos aliados europeus que desatem a gastar fortunas em armamento comprado aos Estados Unidos e delicia-se a receber, em audiências de vassalagem, os grandes da Europa, Keir Starmer e Macron, ou o seu pau-mandado Mark Rutte, secretário-geral da NATO, que lhe foi dizer que as suas ordens serão obedecidas e que a organização atlântica está pronta a marchar “under your comand, Sir”.
Entretanto, ameaça os palestinianos com o “inferno”, como se fosse novidade para eles, e bombardeia os hutis no Iémen para se substituir ao “parasitismo europeu”, como lhe chamou Pete Hegseth, um atrasado mental vindo da Fox News directamente para chefiar o Pentágono. A devoção de Trump por Israel é tanta, o seu desejo de tudo dar ao seu amigo Netanyahu é tamanho, que a polícia de emigração está a expulsar do país estudantes que participaram em manifestações contra o massacre em Gaza, mesmo que sejam residentes legais nos Estados Unidos, e a impedir de entrar no país quem se manifestou pela Palestina: agora, para entrar nos Estados Unidos é preciso nunca ter posto em causa as acções de Israel e sair é arriscar não poder voltar a entrar. Uma após outra, as principais universidades do país vêem o governo federal cortar-lhes os fundos sempre que alguém, no governo de Trump se lembra de ter lá visto manifestações pró-Palestina: Harvard ainda resiste, Columbia já ajoelhou, pronta a alinhar com o desejo de Trump de “banir esta insanidade antiamericana de uma vez por todas”. De caminho — coisa verdadeiramente inédita — encarregou a ministra da Educação de extinguir o respectivo Ministério, declarando que “agora é que vamos ter educação a sério!”. O pretexto é a invocada “esquerdização” do ensino e das universidades, das suas políticas de integração agora proibidas ou o desperdício de dinheiros públicos em aprendizagens inúteis ou antipatrióticas. Mas, na verdade, esta fúria contra o saber que está a paralisar a investigação nas universidades e a aterrorizar todos fundamenta-se numa coisa que é própria da ignorância arrogante de Donald Trump: o ódio à inteligência e ao conhecimento, que, para ele como para os seus apoiantes do MAGA, representa apenas a justa revolta do povo contra as elites intelectuais e académicas. O programa de Trump não é o de aproveitar e tirar partido do melhor dos Estados Unidos — a excelência de um ensino universitário que deu ao país dezenas de Prémios Nobel e o colocou na vanguarda do conhecimento científico e tecnológico. O seu programa e o seu génio político é ter sabido interpretar a nova luta de classes, que não é entre quem tem e quem não tem, como imaginou Marx, mas entre quem sabe e quem odeia os que sabem.
Mas, bem entendido, a grande ameaça de Trump à democracia americana e ao Estado de Direito na América e no mundo é o seu profundo desprezo por princípios que temos como universais nas nações civilizadas. Trump comporta-se como um Nero reencarnado, cego de vaidade e embriagado com o desfrute de um poder sem limites. O exemplo extremo disto foi a deportação para a Guatemala, e para uma prisão tida como a mais desumana do mundo, de uma centena de imigrantes venezuelanos que alguém decretou subitamente serem membros de um grupo de criminosos. Sem julgamento, sem instrução e sem defesa, foram expulsos dos Estados Unidos e enfiados numa prisão guatemalteca, sem prazo definido de detenção. Assim, o Presidente americano, sem qualquer interferência da Justiça, arroga-se o poder de acusar, julgar, condenar, decretar e executar a sentença, mesmo em país alheio: juiz de instrução, juiz de julgamento e juiz de execução de penas. E quando um juiz verdadeiro quer saber porque não foi obedecida a sua ordem de suspender a expulsão dos venezuelanos, Trump ameaça afastar esse e todos os juízes federais que contrariem judicialmente os seus desejos, e começou a perseguir, com as suas já célebres notas executivas, até as sociedades de advogados que representaram ou onde trabalhou alguém que o tenha investigado no passado. Trata-se daquilo a que agora chamam o “brokenism”, a política de partir tudo, mesmo a Constituição dos Estados Unidos e os direitos e garantias individuais, em nome da revolução conhecida como Projecto 25 — a tomada de poder por um homem e uma facção ao seu serviço no mais poderoso país do planeta. E, sobre tudo isto, alia a um desejo de vingança sobre quem não lhe reconheceu a vitória eleitoral em 2020, uma crueldade assustadora. O Presidente que se dispõe a fazer propaganda a favor do homem mais rico do mundo, transformando a Casa Branca num stand de automóveis Tesla, é o mesmo que da noite para o dia extinguiu a USAID, mandando para o desemprego todos os seus funcionários e condenando milhões de pessoas à fome, à doença e à miséria, em África e na Ásia pobre, e que corta todas as verbas para a investigação de vacinas para doenças como a malária.
Como é que chegámos aqui? Como é que a “land of the free”, uma nação de referência do mundo democrático, num instante se está a transformar num fascismo unipessoal? Como é que chegámos aqui? Chegámos pelo voto popular, pela escolha da maioria dos americanos. Porque hoje já não é necessário derrubar as democracias por golpe militar: derrubam-se nas urnas por voto popular manipulado e planeado por golpistas silenciosos nas redes sociais.»
Miguel Sousa Tavares, in Jornal Expresso, 27/03/2025
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10237432238331143&set=a.10207599050640096
Ilustração Hugo Pinto
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Segunda-feira, 3 de Julho de 2023
Uma carta dirigida ao Dr. Luís Marques Mendes, comentador da SIC, que me foi enviada via e-mail, por um português residente no Canadá, há vários anos. Uma visão de alguém que, longe de Portugal, tem uma percepção racional do que aqui se passa, a percepção de alguém que saiu de Portugal, mas não quer voltar, porque Portugal não lhe oferece o que se espera do próprio país, um país que praticamente expulsa os seus, a sua mão-de-obra qualificada, e recebe os de fora, concedendo-lhes, de mão-beijada, o que não concede aos de dentro.
Subscrevo esta Carta.
Isabel A. Ferreira

«Prezado Dr. Marques Mendes,
Não é que discorde do que disse no seu comentário de ontem (que ouvi até ao fim, antes de começar a escrever...).
Mas gostava de lhe dar a minha visão do assunto, comparando o Portugal que conhecia com o Canadá que conheço.
Portugal desceu da Galiza, e não indo atrás até aos Visigodos e "Mouros", passou há muitos anos a ter uma população homogénea, com relativamente pouca diferenciação.
O Canadá tinha população original, povos chamados Micmac, Algonquin, Huron, Mohawk, Cree, Inuit, etc...
Contudo, vieram imigrantes que os dominaram, tentaram apagá-los (retirando crianças às famílias, instalando-as em 'escolas' residenciais, proibindo-as de falar as suas próprias línguas, e fazendo coisas abusivas do género que recentemente foi assunto em Portugal).
O actual Papa veio há pouco tempo ao Canadá, andou por aí, pediu desculpa, mas não foi tão longe como os nativos esperavam, e quando no avião de volta a Roma lhe perguntaram porque não tinha usado a palavra 'genocídio', ele disse que não lhe tinha ocorrido!!... Ha!...
Os povos nativos (chamados aqui "Primeiras Nações") ainda existem, em poucos números, marginalizados, alguns em 'reservas'. Fazem-lhes o favor de não pagar impostos federais (aqui no sul do Ontário, passei uma vez num local que sabia ser "pertença" deles, e vi um posto de gasolina com preços fantasticamente baixos... Mas não me venderam, porque eu não tinha nem cara nem cartão que me identificasse como tendo esse direito...).
Onde eu quero chegar, é que em contraste com Portugal, o Canadá é um país de imigrantes.
Primeiro franceses, depois britânicos que tomaram a primazia, e chamaram a esta colónia "Domínio do Canadá" (nome que ainda era oficial quando eu cheguei).
Era tão "dominado", que ainda havia, por lei, o costume de tocar o 'God save the Queen' no fim de sessões de cinema (o que fazia os espectadores fugirem assim que as legendas finais começavam a aparecer).
Aliás, o Canadá nos anos 60 não tinha bandeira própria nem sequer hino!
O PM do dia era contra...
Mesmo a propósito, foi agora no dia 1 o Dia do Canadá (que antes era chamado em inglês Dominion Day).
Então por favor veja estes dois artigos do Toronto Star (jornal que apoia os partidos Liberais, i.e., tanto o federal como o do Ontário - aqui há partidos federais, e cada província e território também tem os seus).
Têm a ver com imigração e diversidade.
https://www.thestar.com/news/canada/2023/07/01/canadas-population-is-now-at-40-million-here-are-10-charts-to-show-how-immigration-drove-our-growth.html
Neste, não perca os comentários...
https://www.thestar.com/opinion/contributors/2023/07/02/the-toronto-we-want-we-can-all-win-when-immigrant-women-lead.html
E neste, repare nos números, especialmente na população imigrante em Toronto.
Então com a eleição de Olívia Chow na semana passada (com 37% dos votos, porque nos sistemas não-democráticos britânicos não há segunda volta), temos uma Presidente da Câmara apoiada pelo partido de cujo o seu falecido marido era líder, mas que não fala inglês correcto, e tem pronúncia esquisita.
Ana Bailão, em segundo lugar, veio de Portugal com 15 anos... Era apoiada por este jornal.
Imagine um estrangeiro/a a candidatar-se a Presidente da Câmara e a ganhar...
Ora tanta e tão variada imigração faz com que o país se torne amorfo.
O Quebeque era bem afrancesado e a parte onde vivo era feita quase exclusivamente de anglo-saxónicos.
Depois vieram ucranianos, que se dirigiram às pradarias do Manitoba.
Depois italianos, portugueses só na década de 50, e depois então é que se escancaram as portas, mais recentemente com migrantes ilegais que apesar de estarem nos EUA, vêm pedir "refúgio" no Canadá.
Isto impede que exista uma consciência "nacional" no país, ainda mais prejudicada por o Chefe de Estado ser o rei de Inglaterra!
Em Portugal, ainda não se chegou a este ponto.
Mas o Benformoso já não é o que era...
Nem o Martim Moniz, tomado por uma multidão festejando o Eid na semana passada. Para onde foi a procissão da Senhora da Saúde?...
E no interior, também. Perto de Viseu, uma igreja é dispensada a ucranianos regularmente.
Em entrevistas de rua, é confrangedor o número de brasileiros a quem é emprestado o microfone.
800.000 estrangeiros num país tão pequeno são demais!
E dentro destes números, 31% de brasileiros ainda é pior.
Portugal levou africanos para o Brasil.
Estes, com a pronúncia das línguas deles, por ser bastante sonora, afectaram o Português que se falava nesse tempo (não sei, mas podia ainda ser parecido com o Galego).
Agora, a quantidade enorme de brasileiros, com a sua qualidade igualmente sonora (uma característica dominante) também têm grande influência na língua.
Quando o PM, falando por nós todos, diz que gostaríamos de falar com o sotaque deles, e quando o PR se põe a imitar a fala brasileira (deixando Chico Buarque espantado), e quando a SIC tem um (ocasional) repórter brasileiro em Portugal, e a TVI/CNN usa um brasileiro para falar de futebol (como se se tivessem esgotado portugueses com esse talento), o futuro da língua verdadeiramente portuguesa não é brilhante.
Isto para não falar no desastre que é o Acordo de 1990 (não usado no Brasil!) e nos erros que já se ouvem há tempo no Português falado (até já escutei o PR a dizer que "se resolva rápido", em vez de rapidamente).
Imigrantes do sul da Ásia não afectam a Língua Portuguesa, e até a aprendem.
Africanos dos PALOP têm uma certa pronúncia, mas nem chega a ofender, pois falam Português.
A Ksenia Ashrafullina (8 anos de Portugal) é como eu, tem jeito para línguas, e fala um português excelente, por vezes mesmo com a naturalidade duma portuguesa.
Tem a cidadania portuguesa, e assim devia ser chamada, e não ainda 'russa', como referida, entre outros, até pelo PR, o que é uma desfeita.
Não lhe serviu de muito adquirir a cidadania, e esse tipo de imigração, que não considera como "novos portugueses" os imigrantes, não lhes deve agradar.
Contudo, brasileiros acham que falam português, e não aprendem a falar o português local, como uma senhora que num hospital disse que tinha um "corrimento marron", e ficou toda ofendida, dizendo-se "discriminada", porque a enfermeira não sabia que eles usam essa palavra em vez de "castanho".
E brasileiros não entendem completamente o Português, como é minha experiência, e foi demonstrado quando Lula não entendeu uma pergunta que lhe foi feita e repetida por uma jornalista bem perto dele!
Houve quem dissesse que ele não queria responder, mas acredito que ele não compreendeu mesmo o Português!
Eu viajei muito no Brasil, desde Manaus, nordeste, sertão, até Foz do Iguaçu, e senti essa falta de sintonização e desconhecimento do português padrão.
O visto "para procurar emprego", criado pelo governo, é um convite à imigração ilegal e à permanência fora dos limites.
Isto é o governo a dizer “venham e fiquem”, porque precisamos de gente, seja quem for.
Ainda estou à espera dos escândalos que essa JMJ vai produzir, culpa dum governo que se confunde com religiosos.
Pelo que vejo de longe, Lisboa está a ficar descaracterizada, e não me admirava se daqui a umas dezenas de anos, deitassem abaixo a Alfama e a minha Mouraria e pusessem arranha céus...
Cuidado com imigração a mais!
Eu preferia Portugal pobrezinho, mas ainda português.
"Enquanto houver Santo António, Lisboa não morre mais."
Pois, mas o teclado Google quer que escreva Antônio, à brasileira...
[Tive que interromper a escrita, e quase perdi o fio à meada, para ver "Os Batanetes", na TVI Internacional, como que o Monty Python à portuguesa antiga...]
Calorosos cumprimentos,
C. Coimbra»
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Sexta-feira, 7 de Outubro de 2022
(Recebido via e-mail)
Uma excelente Lição de História, passada e actual, que devia ser ministrada nos Cursos Superiores das Universidades Portuguesas, e televisionada, mas não é permitido, e não é, porque políticos mal-intencionados baniram do Currículo Escolar o estudo da História, da Cultura e da Língua Portuguesas.
Trata-se de um texto lido, no Castelo de S. Jorge, pelo Oficial Piloto Aviador (na reforma), João José Brandão Ferreira, a propósito do dia 5 de Outubro de 1143 (Tratado de Zamora), como marco da independência de Portugal.
Isabel A. Ferreira

Fonte da imagem: http://castelodesaojorge.pt/site/pt/planear-a-visita/
«Comemorando a independência de Portugal no dia 5 de Outubro de 1143»
Castelo de S. Jorge, Lisboa, 5 de Outubro de 2022
Bom dia a todos!
Começo por citar Fernando Pessoa, sobre Afonso Henriques, no seu poema “Mensagem”:
“Pai, foste Cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!”
Não é, sem uma ponta de emoção que aqui me encontro, dentro destas vetustas muralhas, ao lado da estátua da figura maior do país que somos - pois sem ele não existiríamos como povo autónomo e diferenciado - para falar da independência de Portugal, que teve no “nosso pai fundador” o seu maior esteio e na conquista de Lisboa, um dos principais actos da sua consolidação.
Comemoramos hoje, a nossa independência, na data do Tratado de Zamora ocorrido no já distante dia 5 de Outubro de 1143, em que Afonso Henriques obteve o reconhecimento “de jure” de Afonso VII, de Leão, libertando-o de qualquer vínculo de suserania de que aquele já gozava “de facto”, reconhecendo implicitamente que o território do Condado Portucalense e suas populações eram agora soberanas debaixo do ceptro de quem já se intitulava “Rex Portucalensis” - Rei dos Portugueses. Neste encontro de Zamora, esteve presente o enviado do Papa - que era, ao tempo, a fonte do Direito Internacional para a Cristandade, Cardeal Guido de Vico, que intrigou, mas não se opôs.
Outras datas existem, em que a independência de Portugal pode e deve ser evocada – dado não haver uma data oficial, estabelecida para o efeito, o que não deixa de ser uma peculiaridade nacional (lembro que o dia 10 de Junho é o dia da morte do militar e poeta, Luís de Camões, comemorando-se o Dia de Portugal, mas não especificamente a sua independência) - como é o dia 25 de Julho de 1139, data da Batalha de Ourique, em que se estima que Afonso Henriques foi alçado por Rei (até então apenas usava o título de infante ou príncipe) pela sua hoste, à moda visigoda; ou a data de 23 de Maio de 1179, em que o Papa Alexandre III fez publicar a Bula “Manifestis Probatum”, onde finalmente, reconheceu a independência do Reino de Portugal, livre de qualquer vassalagem a não ser ao Papa e o título de Rei a Afonso Henriques. Finalmente também é de considerar a data do combate de S. Mamede, em 24 de Junho de 1128, que marca a separação “de facto”, mas não “de jure”, do Reino de Leão. A razão sendo a de que, só se reconhece algo que já existe...
*****
Dirão alguns que não faz sentido evocar Zamora, pois já se comemora um outro 5 de Outubro, o de 1910, dia em que no dizer irónico e sarcástico, do jornalista Eduardo Schwalbach, “ao cabo de longos e porfiados esforços, os monárquicos acabaram de implantar a República em Portugal”.
Pois entre uma data e outra, a do Tratado de Zamora deve preferir, sem qualquer sombra de dúvida e a categoria de feriado - a haver - deveria mudar de título.
De facto, a data de 1143 é uma data nacional, aquela em que D. Afonso Henriques trouxe Portugal ao mundo, que traduz um bem maior - a independência - enquanto o ocorrido em 1910, tem a ver com regime político, com partidos, com ideologia. É uma data que divide, não une. Não é nacional.
Para além disso foi uma data aziaga e desgraçada, fundada num crime de regicídio e num golpe de estado revolucionário, que nada justificava. Para além disso foi um regime que nunca foi referendado, a não ser indirectamente, e muitos anos depois, aquando do plebiscito efectuado para aprovar a Constituição de 1933.
O 5 de Outubro teve consequências absolutamente nefastas, podendo os 16 anos da I República, serem considerados como um dos períodos mais anarquizados e malfadados, de toda a nossa História. Apesar de haver entre os defensores da República muitos vultos cheios das melhores intenções e acreditarem que daí adviriam dias melhores para o “Esplendor de Portugal”.
Ora o que interessa no final, em qualquer golpe de estado, ou revolução, são os resultados, muito mais que as intenções. Pois como diz sabiamente o nosso povo, “de boas intenções está o inferno cheio”…
Por isso, o 5 de Outubro de 1910, não deve ser esquecido e deve ser evocado no seu devido enquadramento, em benefício da memória colectiva; mas nunca ser comemorado como coisa boa para o país, muito menos ser distinguido com um feriado – que, aliás, há muito ninguém liga ou comemora.
Já passou suficiente tempo para melhor se discernirem as coisas, mas não há maneira de aprendermos.
*****
A independência - que, no fundo, representa a nossa Liberdade e se funda na nossa vontade - tem duas componentes principais: a individualidade e a identidade.
No caso português, uma não sobreviverá sem a outra. E aplica-se a um povo e a um território que possui uma organização política há muito conhecida como “Estado”.
Não passou muito tempo para que, população, território, elites, religião, língua, costumes, e o constante batalhar para se preservar, tenha caldeado os habitantes numa matriz cultural forte e coesa, num destino comum. Daí nasceu a Nação Portuguesa, que se estima estar já bem consolidada ao tempo do Rei, Senhor D. Dinis. A construção do “estado” moderno desenvolveu-se com o preclaro Rei, Senhor D. João, o segundo deste nome, e assim se formou o Estado-Nação mais bem conseguido em todo o orbe.
Valores morais, religiosos e culturais, a aspiração a uma vivência debaixo de objectivos comuns a todos; o sofrimento e as alegrias passadas em conjunto, fez a Nação ultrapassar-se a si própria e transmutar-se num patamar superior: a Pátria Portuguesa.
Estes são os valores mais inestimáveis que temos e são valores que nos transcendem. Por isso nunca nos devemos deixar cair num estádio já descrito pelo grande Guerra Junqueiro, dizia ele: “Da mera comunhão de estômagos não resulta uma Pátria, resulta uma Pia”…
Lembro que o Estado-Nação é a fórmula política mais bem conseguida até hoje em termos de Ciência Política, e a que melhor defende os interesses nacionais. E se alguma dúvida houvesse, bastaria reflectir no que se está a passar actualmente na Ucrânia, em que este país luta desesperadamente para ter um estado dentro de uma Nação e o que isso representa para o moral das suas tropas, população e direcção política. Em contraponto ao que se passa do outro lado...
Tudo isto com países europeus à sua volta a desdenhar da sua condição de Estado-Nação (alguns precários), numa amálgama indisciplinada, debatendo-se numa União Europeia onde o “politicamente correcto” pretende caminhar para o federalismo, o que, a efectivar-se, representaria o desaparecimento de Portugal.
A talhe de foice, não quero deixar de dizer, que o fim da obrigatoriedade do serviço militar, em tempo de paz, deve ser considerado um “crime de lesa-pátria” …
*****
De tudo o que disse decorre um corolário inevitável e absoluto, o de se concluir que a defesa da nossa identidade e individualidade, isto é, a defesa da nossa independência soberana, representa o “Objectivo Nacional Permanente Histórico, principal, de todos os tempos e por isso fundamental.
E tal não pode, nem deve ser posto em causa por qualquer regime, sistema político, governo, ideologia, doutrina ou religião.
Por isso, aquilo que se passar a nível dos órgãos de soberania; demais órgãos do Estado (com Instituição Militar e Diplomacia, à cabeça); autarquias; instituições nacionais e população em geral, deve ter sempre este princípio em mente, sob pena de um infractor dever ser posto a ferros, ou expulso do país!
O conceito de Independência é algo exclusivo, não é inclusivo; com a independência não se brinca, com a Independência não se joga. A Independência exige sacrifícios.
Para preservar a nossa independência e soberania, devemos saber antecipar e identificar as “ameaças” que, em cada momento, podem impender sobre o país, logo, sobre nós.
Ora, hoje em dia acastelaram-se sobre a nossa individualidade e identidade, como Nação - um termo aparentemente abolido do nosso léxico político e social - um conjunto assustador de vulnerabilidades e ameaças, tanto de âmbito interno como externo, sobre cujas origens e causas não vou dissertar. Mas entendo que devo apontar as principais que o discurso feito, até agora, carreia e faz adivinhar.
A primeira das quais é justamente o facto de a população andar “anestesiada” não se apercebendo dos perigos que corre, pois nada no discurso político sobressai sobre essas ameaças como tal (antes pelo contrário), o que é corroborado pela passividade bovina da generalidade da comunicação social (quando não as escamoteia) e das instituições nacionais, “que aos costumes dizem nada”.
Segue-se o suicídio colectivo, uma verdadeira eutanásia de proporções gigantescas em que estamos postos. Este “suicídio” tem duas vertentes principais: uma vertente demográfica e outra política e cultural. Os seus meandros são complexos, variados, já duram há muito tempo e os seus efeitos são multiplicadores e cumulativos.
Damos alguns exemplos: a demografia é fortemente negativa, incapaz de renovar as gerações e já o é por cerca de 40 anos. A população está em declínio acentuado e muito envelhecida.
O problema tem sido camuflado pelo nascimento, de cada vez maior número de filhos de estrangeiros, naturalizados ou não, e por causa da bandalheira da atribuição da nacionalidade. Só na última década foi atribuída, anualmente, a cerca de 80.000 “cidadãos do mundo”, que entram por aqui adentro como cão por vinha vindimada.
A lei da nacionalidade é irracional, facilitista e desagregadora do todo nacional, além de ser facilmente corrompida como os recentes casos da malfadada “lei dos Sefarditas” tão bem ilustra.
Não é o único caso.
Mas aos negros das antigas províncias ultramarinas, que já possuíam a nacionalidade portuguesa (pois todos eram portugueses), e até àqueles que tinham combatido nas fileiras das Forças Armadas Portuguesas, essa nacionalidade foi-lhes negada até hoje. Uma atitude infamante e que nos infama! Mas para “Mamadus e Abranovitches”, não há qualquer peia…
Os vistos “gold” representam, por seu lado, a prostituição da nacionalidade ... A imigração, ou seja, os que vêm para cá, está imparável, parece uma torneira aberta e avariada. Idem para a migração, refugiados, etc.; trabalho ilegal, descontrolo do “Espaço Schengen”, exploração de trabalhadores e campo aberto para a actuação de máfias internacionais, é o que se queira. Tudo agravado pelo inenarrável Pacto de Marraquexe, assinado em 2018, pelo governo português sem que o assunto tenha sido conhecido ou discutido, no nosso país. Um erro assaz deplorável.
E se aquando das chamadas “descolonizações”, o objectivo principal nada tinha a ver com “autodeterminação dos povos”, mas sim com substituição de soberanias, o Pacto de Marraquexe (e outras acções) nada tem de filantropo ou humanitário, mas visam a substituição de populações, o esbatimento das fronteiras e o fim das nações.
Por sua vez, a emigração, ou seja, os nacionais que de cá saem, também não pára de aumentar, vai nos 100 mil por ano, e dos mais qualificados. E agora já não há as desculpas esfarrapadas da “Ditadura”; do “Fascismo” ou da “guerra dita colonial”, para o justificar...
Por outro lado, há um número cada vez maior de europeus (agora também dos EUA e do Brasil) que vêm para cá viver da sua reforma. Uns por causa do sol, da comida e do bom acolhimento; outros para fugirem aos impostos dos seus países e ainda outros, em percentagem crescente, porque não estão para viver nos seus países rodeados de gente que lhes é estranha em termos de raça, cultura, religião e que não se querem integrar nas sociedades locais, causando insegurança crescente.
O Algarve, por exemplo, já tem mais residentes estrangeiros do que indígenas. Não estou a falar de turistas que são outra realidade e que também já são demasiados. Ou seja, parece difícil e muito problemático caberem cá todos...
A insanidade é total!
A prosseguirmos nesta senda, iremos ficar a breve trecho, sem matriz cultural própria e desapareceremos como comunidade individualizada. E ao contrário do que diariamente a maioria da lavagem ao cérebro nos martela, nós não somos todos iguais, somos todos diferentes…
Isto não tem nada a ver com racismo, nem xenofobia, nem com nacionalismo exacerbado, tão pouco como falta de “humanismo”. Tem apenas a ver com bom senso e... sobrevivência. Espero ter ilustrado o ponto.
Por seu turno, temos que os sucessivos governos ditos portugueses, têm alienado cada vez mais pedaços de soberania para Bruxelas; vendem empresas estratégicas nacionais para resolver problemas de tesouraria ou realizarem negócios chorudos; deixam que se aliene cada vez maiores pedaços de terreno para mãos estrangeiras, sem qualquer salvaguarda, etc. (um dia destes não teremos um quilómetro quadrado de espaço em mãos nacionais).
Tudo isto acompanhado de um Relativismo Moral que ultrapassa em muito o declínio moral e ético, que foram a causa do colapso de civilizações antigas, com a agravante de que o actual estado de coisas tem subvertido a célula fundamental da Nação que é a família, os valores sociais e religiosos e a própria ordem natural das coisas, dos homens e do Universo.
Uma palavra para as finanças do País.
É que por detrás da carapaça do euro (que pode ruir a qualquer momento) o País está falido. A maior parte das empresas estão falidas, ou em vias de, se atentarmos no balancete; idem para as famílias; a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde estão falidos; a maioria das autarquias está falida; os bancos estão falidos e para que não abram falência, às claras, injectam-lhes o dinheiro dos contribuintes.
Desde 1974, o País já teve três bancarrotas e o fulcro do sistema financeiro viveu basicamente, desde então, de especulação, muito empréstimo, “engenharia financeira” e demagogia. A falência do país está envolvida numa dívida, pública e privada - que alguns dizem impagável - que é, à data de hoje, a 12º maior do mundo, tendo em conta o nosso Produto Interno Bruto e a capacidade de produzir riqueza. Esta dívida global (excluindo a financeira) ronda hoje os 732.000 milhões de euros, mais de três vezes o PIB, que era em 2020, de 231.3 milhões de dólares.
Toda a gente sabe disto, mas ninguém quer tirar daqui qualquer conclusão e consequência razoável. Apetece perguntar: na frase “o país está falido”, quais são os termos que não entendem?
Vive-se em estado de negação.
Ora sem equilíbrio orçamental e finanças saudáveis, ninguém pode reclamar o estatuto de independente, nem pode andar de cabeça levantada. Por isso a nossa posição normal é a de cócoras e de mão estendida. É o estado em que estamos e a que chegámos.
O que foi referido é fruto do sistema político de que somos servidos, que se tem revelado medíocre e de funcionamento medíocre. Chamam-lhe “Estado de Direito Democrático”, mas é apenas uma falácia que há muito não consegue esconder a realidade. Além disso tem-se revelado completamente permeável à influência de organizações internacionalistas, de “homens sem rosto”, chamemos-lhe assim. É outra ameaça à independência. E grave.
De resto, temos que considerar as ameaças externas que nos acompanharam ao longo da História e que estão sempre mais ou menos latentes, a que temos que acrescentar a dos inimigos da OTAN, organização de que fazemos parte desde a sua fundação. Que ontem eram uns e hoje já são outros.
Não se pode participar em organizações de Defesa e depois não sofrer as consequências ou participar conforme as exigências ditarem. Do mesmo modo é necessário ter em conta a chamada “Globalização”, que tenta passar a ferro todas as soberanias.
Restam as Forças Armadas, que estão a chegar - no conjunto das suas vertentes - ao estado em que estavam em 1926, ou seja, ao quase zero naval, terrestre e aéreo (e nem me atrevo a falar no Moral). E se naquele ano ainda havia vontade política para as recuperar, hoje essa vontade política é de as extinguir. Não estou a exagerar.
Fico por aqui.
*****
É importante, pois, comemorarmos e exaltarmos a independência do nosso país, mas mais importante é dar-lhe substância, provê-la de amarras e reforçar-lhe os esteios.
Não é isso que se tem feito.
A independência não está garantida; nunca está garantida. Os países, os povos, as civilizações não são eternos, nem está escrito em lado nenhum, que o tenham que ser. E muitos desapareceram ao longo da História.
A Independência tem que ser alimentada de querer e protegida de ameaças. Como disse o poeta, a vigília agora, é nossa. Devemos ser merecedores de Afonso I e do seu Estandarte, e estar à altura desse desafio. Não se pode continuar a cometer erros capitais, aceitar ingenuidades ou tolerar apostasias por mais democráticas, que se apresentem. E as responsabilidades têm de ser apuradas e ter consequências.
Portugal está doente e ferido de corpo e de alma, mas Portugal ainda vale a pena.
Aqui deixo o alerta. Aqui fica o repto.
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador (Ref.)
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Quinta-feira, 8 de Setembro de 2022
É urgentemente necessário, hoje, um novo “Grito do Ipiranga” às avessas, desta feita no Rio Tejo, em BELÉM, de onde partiam, outrora, as caravelas portuguesas. Só assim se poderá salvar a Matriz da Língua Portuguesa.

Fonte da Imagem: Internet
A Língua Portuguesa é um vector essencial do brasil, portugal, , conforme estabelecido no artigo 2, alínea 2 (a) da CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL (CSPCI), de 17 de Outubro de 2003, devidamente ratificada, mas infelizmente violada [mais uma] pelos sucessivos governantes de Portugal.
Cf. texto escrito em Língua Portuguesa, e NÃO na Variante Brasileira (é que o Português PT anda por aí muito adulterado e grafado à brasileira, e o mundo já não pode confiar na sigla PT).
Consultar hiperligação:
https://ich.unesco.org/doc/src/00009-PT-Portugal-PDF.pdf
Com efeito, no dia 17 de Outubro de 2003, foi aprovada a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (CSPCI), no decurso da 32ª Conferência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Esta Convenção entrou em vigor no dia 20 de Abril de 2006, três meses após a data do depósito do 30º instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão por Portugal, junto do Director-Geral da UNESCO.
É PRECISO NÃO ESQUECER ISTO!
Ora pasmem! E abram finalmente os olhos!
Esta exclamação é dirigida a ambos os Povos dos dois lados do Atlântico. Actualmente, as chamadas “elites” de ambos os países que serão responsabilizadas e julgadas perante a História, pois têm sido, de facto, instrumentos daquilo que está cada vez mais claro e evidente, ou seja, a marginalização e subsequente substituição da Língua Portuguesa, no plano internacional, por uma das suas Variantes actuais: a futura Língua Brasileira!
Examinemos, então, a triste realidade histórica e como no chamado “país irmão” (Brasil) foram tratados, no passado, os portugueses (repito a tal minoria, por exemplo, em Pernambuco e Mato-Grosso). As insurreições no Estado de Pernambuco (1848-1850) foram, no início, e mais uma vez, contra os comerciantes portugueses, tendo depois alastrado a toda a comunidade portuguesa. Na capital, Recife, os manifestantes gritavam “MATA-MARINHEIRO”, nome pelo qual eram conhecidos naquela altura os portugueses (M. J. M. Carvalho e B. A. Câmara -2008 - in “Insurreição Praieira, Forum Almanaque Braziliense nº 8”, pp 5-38, Usp São Paulo.
Pois é, o tal ódio (de que se fala mais acima) era tanto contra Portugal que Deocleciano Martyr, o jacobinista florianista, criador e redactor-chefe de O JACOBINO e ex-integrante do Batalhão Tiradentes, sugeriu ao governo brasileiro da época, o seguinte: «O confisco dos bens de raiz de todos os portugueses; a proibição de entrada nos portos do Brasil de navios que houvessem tocado portos portugueses; e pena de morte para os brasileiros que tentassem, mesmo ao de leve, proteger os portugueses».
in Suely Robles Reis de QUEIROZ (1986) - «Os radicais da República», São Paulo, Editora Brasiliense.
Cf. igualmente: «Jacobinos versus Galegos: Urban Radicals versus Portuguese Immigrants in Rio de Janeiro in the 1890s» - in JSTOR.
Consultar a hiperligação:
https://www.jstor.org/stable/174772
Ainda neste livro, de Suely R. R. de Queiroz, pode ler-se o seguinte, numa mensagem do já citado grupo JACOBINO, de apoio ao presidente Floriano Peixoto: «O Clube dos Jacobinos de São Paulo prometia combater os estrangeiros, especialmente “os portugueses”, raça inferior, povo refractário ao progresso, nosso inimigo de todas as épocas, causador de todos os nossos males e do nosso atrazo» - in S.R.R QUEIROZ, 1986:105]
Já tive a ocasião de falar neste tipo de ataques repugnantes, num artigo que foi publicado aqui neste Blogue:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-grito-do-ipiranga-da-variante-381214
Artigo esse que redigi em reacção a um outro artigo da autora do Blogue «O Lugar da Língua Portuguesa», a qual foi alvo de ataques ad hominem:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/desde-ontem-que-o-grupo-novo-movimento-380362
Refiro estes dois artigos para demonstrar que os ataques à Nação Portuguesa e aos Portugueses, não ocorreram só nos Séculos passados, eles têm continuado ao longo dos tempos.
Hoje, tal como no passado, a história parece estar a repetir-se. As “elites” governativas, não costumam defender objectivamente os interesses do Povo Português e da Nação Portuguesa, mas acatam e seguem cegamente instruções/ordens vindas do estrangeiro, porque a isso são constrangidas. A ausência de soberania, afinal, não existe apenas no plano político. A ausência de soberania existe também no domínio linguístico, na preservação do nosso Património Imaterial, do qual faz parte a LÍNGUA OFICIAL da NAÇÃO PORTUGUESA. Essas “elites” impuseram ditatorialmente um pseudo-acordo ortográfico, contra a vontade do Povo Português, carecendo de legitimidade, para tal (adicionalmente e no futuro a inconstitucionalidade de tudo o que os governantes fizeram desde a Resolução do Conselho de Ministros (RCM) Nº 8/2011, será estabelecida e contas serão exigidas) já não falando na negociata repugnante, que constitui a “negociação” desse pseudo-acordo ortográfico, conforme pode ser consultada nesta hiperligação:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/o-negocio-do-acordo-ortografico-172469
O ANTI-LUSITANISMO existe, e isso há já muito tempo no Brasil (o republicanismo e o anti-lusitanismo andavam de mão-dada) desde o Jacobinismo (grupo homónimo inspirado da Revolução Maçónica Francesa (veja-se como se tropeça quase sempre na maçonaria) passando, inter alia, pelo hino anti-português (Hino ao 07 de Abril), continuando por um feroz MASSACRE de portugueses, na Província de Mato-Grosso, na noite de 30 para 31 de Maio de 1834. Chacina essa que também é cinicamente conhecida por RUSGA, e indo até à “Guerra à Nação Portugueza” (nos finais de 1891).
Esta “Guerra à Nação Portugueza” deve-se em grande parte à rivalidade que existia entre 1889 e 1945, no mercado do trabalho, no Brasil, e que originou mais uma onda de hostilidade anti-portuguesa, a qual se revestiu de variadas formas (ameaças, assaltos, etc. e que culminou numa carta, em finais de 1891, enviada à Embaixada de Portugal, no Rio de Janeiro, a qual ilustra perfeitamente a hostilidade (ou dever-se-á dizer o “ódio”?) aos portugueses, pois estes chegaram até a ser acusados de conspirar contra o Brasil.
Acusando os portugueses residentes no Brasil de conspirarem contra a República, os signatários dessa carta ameaçavam: «represálias que chegarão até o dynamite, o punhal ou o incêndio a pessôas e aos bens dos subditos portuguezes, suspeitados de conspiradores. Nós contamos para esse fim com o apoio de todos os homens de cor, grande parte da colónia ITALIANA [???!!!???] que justamente odeiam essa Nação de exploradores sem entranhas» - in JUNIOR, J. J. 2011
«Recomeça a Guerra dos mascates! GUERRA À NAÇÃO PORTUGUEZA! Fora a essa RAÇA de JUDEUS do OCIDENTE» (***). in JUNIOR, J. J. 2011: 108 - «Jacobinismo, anti-lusitanismo e identidade nacional da República Velha». in Historiae, vol. 2 nº 2, pp 89-106 Rio Grande, FURG
(***) Em finais 1891, acusavam os portugueses de serem os “judeus do Ocidente”. Poucos de nós conhecíamos a vertente vergonhosamente anti-semita dessas camadas da sociedade brasileira.
Com efeito não só acusavam, em 1891, os portugueses de serem os “judeus do Ocidente”, mas também de serem uns “MONSTROS” e de [os portugueses serem] «uma raça inferior, povo refractário ao progresso, nosso inimigo de todas as épocas, causador de todos os nossos males e do nosso atrazo», conforme já foi citado.
E isto não será uma forma de “ódio” aos Portugueses?
Esta hostilidade nunca desapareceu, continuando, até pelo contrário, a ser veiculada até por personagens políticas igualmente tóxicas e inclusive condenadas pela Justiça Brasileira. Com efeito este tipo de ataque repugnante, foi de novo proferido por Lula da Silva, numa Universidade em Madrid, em 16 de Dezembro de 2015, o qual culpou os colonizadores por atrasos na educação do Brasil. Cf. consta nesta hiperligação:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151214_lula_colonizadores_mdb
No entanto, no site do Semanário Económico Oje, o colunista Diogo de Sousa-Martins publicou, na última segunda-feira (14) um texto dizendo que “não fica bem” a tentativa de atribuir “o ónus do atraso do sistema de educação brasileiro para uma colonização que abandonou o país há quase 200 anos e que nele inaugurou o ensino superior” - Cf. hiperligação:
https://www.psdb.org.br/ro/polemica-em-portugal-lula-culpa-colonizadores-por-atrasos-na-educacao-do-brasil/
Esta declaração de Diogo de Sousa-Martins fala por si própria e não é necessário acrescentar mais nada. Os leitores apreciarão e julgarão, com conhecimento de causa, se se trata de xenofobia, de racismo anti-português ou até mesmo de “ódio” aos ex-colonizadores. Ou de qualquer outra elucubração …
Os exemplos não faltam, e eu citarei mais abaixo outros casos concretos e históricos, que muitos portugueses não conhecem e decerto igualmente muitos brasileiros, o que não é certamente um motivo de orgulho para ninguém.
A abolição da escravatura no Brasil ocorreu em 1831 (Lei Feijó), e segundo se diz, sob pressão da Inglaterra, mais tarde, através da Lei de 1845 dita Bill Aberdeen (veja-se mais em:
https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-abolicao-escravatura.htm
o que permitiria uma outra emigração “livre” para o Brasil, oriunda de outras paragens, mas o tráfico continuou a ser assegurado por navios com bandeira portuguesa, como era ainda permitido na época, pelas Convenções Internacionais, mas apenas a Sul do Equador.
Segundo M. Florentino e C. Machado (2002: 93) - «Imigração portuguesa e miscigenação no Brasil nos Séculos XIX e XX» - um ensaio, in C. Lessa 2002:25; «Os Lusíadas na Aventura do Rio Moderno», pp-91-116, Rio de Janeiro), os portugueses começaram por ser os únicos europeus no Brasil, ao longo da época colonial, e constituíram depois 1/3 dos 5 milhões e 600.000 mil estrangeiros chegados ao Brasil entre 1820 e 1972 contra 29% de italianos e 13% de espanhóis, e tenho de sublinhar o facto de que estes povos contribuíram para a italianização (que instilou a fobia da eliminação das consoantes ditas erradamente mudas, em certas palavras, e acrescentando-as, em contrapartida, noutras) ; e a castelhanização da Língua Portuguesa, em grande escala, não só na ortografia como também na fonologia.
De 1884 a 1930, entram no Brasil quatro vezes mais portugueses que entre 1820 e 1883. «Chegados aqui, passam a substituir o trabalhador escravo [a abolição da escravatura ocorreu em 1888 (Lei Áurea, aprovada no dia 13 de Maio de 1888, e assinada pela Princesa Isabel) no campo e na cidade. No Rio de Janeiro, o emigrante português, já monopolizador do comércio a varejo, vai ocupando o mercado de trabalho, que passa de africano a luso-africano, e depois a totalmente português, nos anos imediatamente posteriores à Abolição». G. S. Ribeiro (1990:10. Mata Galegos – «Os portugueses e os conflitos de trabalho na República Velha» - São Paulo, Editora Brasiliense.
Temos aqui, decerto, mais uma causa [cf. igualmente mais abaixo a decisão de GUATIMOZIM, Imperador do Brasil Dom Pedro I de proibir as actividades maçónicas] da malquerença, da inveja, da hostilidade e do “ódio” aos portugueses, resumida igualmente nesta frase «Por que você veio encher o pandulho aqui?» (G. S. Ribeiro 1994, – «Os portugueses, o anti-lusitanismo e a exploração das moradias populares no Rio de Janeiro da República Velha», in «Análise Social», Vol. XXIX nº 127, pp 631-654 - Lisboa, UL Instituto de Ciências Sociais.
Como se sabe no Brasil, os brasileiros fazem chacota sobre Portugal e os Portugueses: «português é burro ou padeiro», ouvi eu tantas vezes!
Como já tive a ocasião de o escrever num artigo publicado, no dia 19 de Junho 2022, neste Blogue e intitulado “O Grito do Ipiranga da Variante Brasileira da Língua Portuguesa deve ser gritado para pôr cobro a algo que desonra o Brasil e Portugal “.
Esse tipo de brasileiro provavelmente oriundo de “camadas inferiores da sociedade” está, na verdade, a fazer chacota de si próprio.
Portugueses dignos e verticais nunca esquecerão como a nossa Nação, a nossa Cultura, a nossa Língua estão a ser enxovalhadas por um certo tipo de brasileiros, por indivíduos incultos e muito ignorantes e que, afinal de contas, ao cuspir dessa maneira em Portugal, na Língua Portuguesa e nos Portugueses estão, na verdade, a escarrar em cima de si próprios e dos próprios antepassados!
Não esquecer que eles são meros descendentes de colonos portugueses, (castelhanos, italianos, etc., etc.). É bom não esquecer isto! É também irrefutável que os Brasileiros de raiz são os INDÍGENAS!
Agora veja-se como eles, os Brasileiros de raiz, os Indígenas, são HOJE tratados por esses brasileiros, descendentes de colonos, cuja cultura consiste essencialmente em ESCARRAR, em VOCIFERAR, em INSULTAR outros Povos e outras Nações.
Neste caso, a Nação Portuguesa, o seu Povo, a sua Cultura e a sua Língua.
Séculos depois, os métodos repugnantes continuam similares, e o alvo mais fácil de atingir continua, infelizmente, a ser PORTUGAL e os Portugueses.
A hostilidade (ódio?) a PORTUGAL e aos PORTUGUESES apenas mudou de contexto, de época e de apresentação. Na «Carta ao Autor das Festas Nacionais», R. Pompeia (2018) - São Paulo, Itaú Cultural - descrevia-se assim o grande acontecimento anual da Comunidade Portuguesa no Rio de Janeiro (Festa tradicional da Penha): «crianças que comem de ventre em terra, ao redor de mesas de improviso; um que atravessa um frango à boca, outros virados mamando vinho…. E um bêbado que dorme sobre pilhas de melancia e outro que sai para a estrada cambaleando, agitando molemente a bengala, vomitando o viva à Penha …»
Na primeira versão do Hino ao 07 de Abril (que viria a ser o Hino Nacional Brasileiro, ou seja, a “Marcha Triunfal”) os portugueses são apelidados de “MONSTROS” e insultados desta maneira (manifestamente de maneira anti-semita): «Homens bárbaros, gerados de SANGUE JUDAICO e mouro, desenganai-vos, a Pátria já não é vosso tesouro». R. L. Souza (2005) - «O Anti-lusitanismo e a afirmação da Nacionalidade» Vol. 5 nº 1, pp. 133-151 «Vitória da Conquista», UESB. (*** Cf. mais acima igualmente). Em 1891, acusavam os portugueses de serem os “judeus do Ocidente”. Poucos de nós conhecíamos a vertente vergonhosamente anti-semita dessas camadas da sociedade brasileira.
Conheceriam, porventura, a CHACINA de que foram vítimas os portugueses em CUIABÁ, capital da Província de Mato-Grosso, e em outras cidades, na noite de 30 para 31 de Maio de 1834, e a que chamaram cinicamente simplesmente uma RUSGA?
Mais pormenores: «Na hora combinada civis e militares atacam de maneira sangrenta os portugueses nascidos na Metrópole (muitos deles comerciantes). Foi uma chacina, surpreendidas nas suas casas fora de horas, as pessoas são mortas a tiro, à facada ou a golpes de espada. Os distúrbios continuaram durante meses.» (T. M. Cruz Ferreira 2000 - pp 500-501.
Lusofobia, in Vainfas, R. – Dicionário do Brasil Imperial, Rio de Janeiro, Editora Objectiva. «Desconhece-se o número exacto de vítimas pois os documentos da época, como por acaso, DESAPARECERAM! Fala-se de 400 mortos, se não mais» (Taunay- 1891-125). I.R.F. AGUIAR 1869 – Prefácio in MOUTINHO, J.F.
A notícia sobre a Província de Matto-Grosso, São Paulo, Typ. de Henrique Schröder, que foi outro autor da época, afirma que chegaram a registar-se «acessos do mais imprudente canibalismo». in I.R.F. Aguiar (1869 Prefácio. in Moutinho, J. F.
Os moradores de CUIABÁ (capital da Província de Matto-Grosso), sob controlo de bandidos como foi referido, «foram obrigados mais tarde a acender luminárias, festejando a terrível matança» (T. M. CRUZ FERREIRA 200 500-501 in LUSOFOBIA, Editora Objectiva- Rio de Janeiro Dicionário do Brasil Imperial.
Ora, Dom Pedro abdicou em 07 de Abril de 1834 e havia boatos de que seria reposto no trono. Mais uma vez acusaram os portugueses que viviam na cidade de serem conspiradores e futuros beneficiários dessa «suposta conspiração». Mais uma vez o alvo fácil foram os portugueses.
Mas, as verdadeiras razões foram a malquerença e a inveja em relação aos comerciantes portugueses. Pergunta que faço aos leitores: e isto não vos lembra outras vítimas e outros povos, noutras épocas?
É necessário relembrarmos, aqui e agora, um outro facto histórico (o pretendido acto de independência do Brasil, o tal grito no Rio Ipiranga, a pôr em paralelo com a travessia do Rio Delaware, nos EUA, durante a noite levada a cabo por um outro maçon, George WASHINGTON, para atacar traiçoeiramente os soldados Ingleses que dormiam na outra margem. Aqui temos de novo um maçon envolvido, detalhe muito pertinente para uma melhor compreensão das razões da hostilidade a Portugal, suscitada por uma certa “elite” de maçons portugueses, e que seriam os futuros brasileiros.
E como se chegou, consequentemente, muitos anos depois, num outro capítulo de hostilização igualmente importante, ao estado presente da marginalização e da subsequente eliminação da Língua Portuguesa a médio/longo prazo, pela sua Variante, a futura Língua Brasileira. Para que tal acontecesse, utilizou-se um outro tipo de instrumento altamente perverso, o histórico "Cavalo de Tróia", a que chamam «Acordo Ortográfico de 1990 (A0-1990)».
Acordo esse que foi calcado sobre a Variante Brasileira da Língua Portuguesa, mas que nada mais é do que um dialecto estatal, minoritário e usado apenas em Portugal, através de actos ilegais e inconstitucionais, iniciados e impostos por uma outra personagem altamente tóxica e que levou Portugal à bancarrota.
Assim como este político profissional o fez com o país levando-o à falência, este governante, tentou enviar para o cadafalso a LÍNGUA PORTUGUESA! Não o conseguiu totalmente, porque portugueses despertos, dignos e verticais, através de uma mobilização inicial, o impediram!
Mas pôs a LÍNGUA PORTUGUESA em PERIGO DE MORTE!
A HORA da RESISTÊNCIA ACTIVA CHEGOU!
(Continua…)
A Parte III será publicada amanhã, dia 09 de Setembro, e será dedicada a Dom Pedro IV de Portugal (I do Brasil) e de como a Maçonaria terá influenciado o que Portugal vivencia, HOJE, estando a perder a sua IDENTIDADE, apenas porque os políticos portugueses NÃO mandam NADA em Portugal, e fazendo-se também certas revelações sobre determinadas decisões de Dom Pedro IV.
***
Para quem está a seguir este trabalho de investigação:
«Hoje, tal como aconteceu há 200 anos, urge proclamar um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, em Belém, porque a Língua Portuguesa corre perigo de morte» (Parte I)
«Hoje, tal como aconteceu há 200 anos, urge proclamar um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, em Belém, porque a Língua Portuguesa corre perigo de morte» (Parte II)
«Hoje, tal como aconteceu há 200 anos, urge proclamar um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, em Belém, porque a Língua Portuguesa corre perigo de morte» (Parte III)
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Sábado, 3 de Setembro de 2022
Cientistas lançaram um “alerta urgente à humanidade” sobre o impacto global da extinção de árvores, sublinhando que é preciso “agir já” para evitar uma “catástrofe ecológica”.

Um novo estudo prevê consequências graves para as pessoas, vida selvagem e ecossistemas do planeta, se a perda generalizada de árvores continuar. “No ano passado, publicámos o relatório ‘State of the World’s Trees’, no qual mostrámos que, pelo menos 17.500 espécies de árvores, cerca de um terço das 60.000 espécies de árvores do mundo, estavam em risco de extinção”, disse Malin Rivers, autor principal do estudo. “Agora queremos sublinhar porque é perigoso que tantas espécies arbóreas estejam a extinguir-se”. “Se não se agir já, o impacto será sentido na humanidade, nas nossas economias e meios de subsistência. Ecologicamente, o impacto sobre o planeta será catastrófico”. O alerta é subscrito por 45 cientistas de mais de 20 países, incluindo o Reino Unido, EUA, Índia e Haiti, com apelos à acção e subscrito por mais de 30 organizações, incluindo jardins botânicos e universidades. Segundo o estudo, as florestas do mundo contribuem com 1,3 triliões de dólares para a economia mundial. A madeira é a mercadoria mais valiosa, mas os produtos, tais como fruta, frutos secos e medicamentos, criam 88 mil milhões de dólares no comércio global. Da fruta disponível para consumo mundial, 53% provém das árvores. Globalmente, mais de 1,6 mil milhões de pessoas vivem num raio de 5 km de uma floresta e contam com elas para poderem trabalhar ou obter rendimentos. Nos países em desenvolvimento, as florestas fornecem até 25% do rendimento familiar. A extinção em grande escala de espécies arbóreas conduziria a grandes perdas de biodiversidade. Metade das espécies animais e vegetais do mundo dependem das árvores como seu habitat, com florestas a dar lugar a cerca de 75% das espécies de aves, 68% das espécies de mamíferos e até 10 milhões de espécies de invertebrados. As espécies dependentes das florestas já diminuíram em cerca de 53% desde 1970. “Quando olhamos para os riscos de extinção de mamíferos ou aves, subjacente a isso está a perda de habitat, e a perda de habitat é frequentemente a perda de árvores”, explica Rivers. “Se não cuidarmos das árvores, não há forma de podermos cuidar de toda a outra vida lá”. “Queremos ver acção”, apela o responsável, concluindo: “Todos podemos assumir a responsabilidade pela carne de vaca que comemos e de onde ela vem, e assegurar que os produtos das árvores são obtidos de forma sustentável”. Mas também queremos ver os governos a assumirem a responsabilidade, por isso, há uma reflexão conjunta sobre biodiversidade, alterações climáticas e outras questões”. |
Sexta-feira, 19 de Agosto de 2022
… como deve ser dito tudo o que NÃO honra Portugal. É que isto de «em Roma sê romano», sem deixar de ser português, tem muito que se lhe diga… e não é para qualquer um…
Porque também andei por terras alheias, sem nunca deixar de ser portuguesa, a defender a honra de Portugal, identifico-me plenamente com o texto de António Mota, de leitura obrigatória.
Isabel A. Ferreira

«Sem deixar de ser Português»
Por António Mota
1.
Não podemos agradar a todos. Em circunstância alguma, ia eu dizer. Mas não digo. Existe sempre a possibilidade teórica de se poder. Não a vou negar, então. Está bem? Mesmo sendo incongruente, não a vou negar. Mas eu não gosto nada de ser incongruente. O incongruente é um medricas, um inocente, ou um hipócrita. Isto se não for, muito simplesmente, um produto sacado à estupidez.
2.
Quero rematar, esta magna coisa do agradar, que o agradar é pura perda de tempo, no nosso caminhar. Isto porque no esforço do agrado prioritário, algo se perde sempre. No esforço do agradar deixarás de ser autêntico. Em qualquer lugar. Até aqui nesta montra sempre pronta a mostrar quem por aqui. Essa coisa do em Roma ser romano tem em si sabedoria bastante, tanta quanta a hipocrisia potencial do fingimento oportuno consagrado. Dá-se o caso do em Roma ser romano ser uma patifaria se for só para não assumires quem és, as raízes donde e donde vens, e as responsabilidades.
3.
Andei um pouco pelo mundo. E pelo mundo em circunstâncias especiais. E era e fui americano crítico nos EUA, sem deixar nunca de ser português. Fui professor de tradutores e intérpretes no Parlamento Europeu, no Tribunal, na Comissão e no Banco, sem deixar nunca de ser português, porque essa era a minha honra representativa digna, e sem complexo algum, gozando até com quem só então se sentiu europeu. Eu sempre fui europeu, por direito de nascença, e não pela força dum tratado que me diz que sou. Nunca precisei de deixar de ser português para ser europeu.
4.
E o que é que isto interessa? Interessa que nessas minhas andanças sempre andei por minhas forças, e por sorte e mérito. Não devia nada a ninguém e era livre. Mas havia o preconceito. Lá isso havia. Os americanos achavam impossível Portugal ter uma língua própria. E esperavam, certamente, que eu fosse um palerma. Pensavam até que Portugal era um país africano, ou da América Latina. E isso intrigava-os por causa da fama da bolsa de estudos que eu tinha, primeiro, e pelo meu desempenho entre e com eles depois.
5.
Já no Luxemburgo, onde ministrei uma vintena de cursos intensivos (90 horas) de Língua e Cultura Portuguesa, a elementos de todas as nacionalidades, que ganhavam mais de dez vezes que eu, também esperavam, acho que, um fulano qualquer, triste e apagado, à cata duns cobres, assim a modos de mendigados, mas ao segundo dia já tinham mudado de opinião. E isso, sim, é que é ser romano em Roma, sem deixar de ser português.
6.
Mas em todo o lado, por onde andei, havia sempre um momento ou mais, em que os meus interlocutores, não podiam esconder mais o preconceito da nossa pequenez em tudo, que era assim que nos viam, e vêem, e disparavam contra mim, dizendo, pretendendo elogiar-me, que eu não era, ou não podia ser, português, porque eu era como eles. E era, então, que eu lhes falava de Portugal, e eles ouviam, pela primeira vez, o que nunca tinham. E depois perguntavam-me, irónicos, se eu conhecia a qualidade pouca, envergonhada, ou nula, dos deputados europeus de Portugal. E de como é que era possível.
7.
E por que digo isto? Porque não escrevo para agradar a ninguém, tenho vergonha da condução política do meu país, tenho vergonha dos fogos, da corrupção, da incultura e da leviandade geral. E tenho vergonha da falta de vergonha que por aqui vai, e do silêncio oculto que paira sobre a nossa desgraça, enquanto aos milhões se enchem os bolsos dos répteis, e dos políticos vermes da coutada. E, ai de quem diga seja o que for.
8.
Sim. O que se espera de um bom português é que seja parvo. Que não diga mal de nada. E, se o disser, que o diga meiga e alegadamente. Que é assim. E que também. Que há fogos porque é claro que, embora nada seja claro. Que se diga que a serra arde, porque o sol nasce em cada dia e não devia. Que se diga tudo, sem que se diga nada. Que se devia, mas que não se pode mandar o governo à merda, por causa da guerra. E que não se deve perguntar por que arde tudo, porque o governo anda triste e de luto. Nem se deve perguntar ao Presidente, que é o Comandante Supremo das Forças Armadas, por que é que os aviões de ataque ao fogo portugueses, com o triplo da capacidade dos outros todos, ficam em terra e não levantam voo.»
Fonte:
https://www.facebook.com/antonio.mota.12139
Quinta-feira, 9 de Junho de 2022
Leiam o que António Mota diz a este respeito. E eu não posso deixar de estar mais de acordo!
Os iludidos políticos portugueses vivem numa bolha onde a realidade não entra.
Isabel A. Ferreira

Origem da imagem: Internet
Por António Mota
in https://www.facebook.com/antonio.mota.12139
«OH, MARCELO! OH, COSTA! OH, PORCA MISÉRIA! IDE TODOS À.»
1.
Vi, algures aqui pela internet, umas fotografias publicadas por alguém que eu conheço. Santo Deus! Fiquei tão triste. É tão ridículo. Uns tanquinhos, uns jeepinhos, um helicópterozinho, mais umas merdas. Mas que raio de País. O que vão comemorar a 10 de Junho? E em Braga? Lá que façam isso em Lisboa, ainda vá que não vá. Mas em Braga?
2.
Vão comemorar o Dia de Portugal? Está bem. Mas que Portugal? Portugal o que é? É um país independente? Não. E hoje estou mal disposto, e não me venham com a merda de que hoje ninguém é independente. Não somos mais que um pequeno ignoto cantão, desprezado e abandonado por seus próprios dirigentes políticos, que se honram de serem terceiros secretários de Espanha, quartos de França e quintos da Alemanha, sendo Berlim a capital de toda a colónia dos EUA, chamada Europa. Não são as Forças Armadas as garantes da independência nacional? Por que se prestam a mais esta encenação circense? Ou basta-lhes aquela fitinha na boina, os desfilezinhos para engalanar qualquer anedota, ou para irem ganhar uns tostões doados caritativamente porque vão garantir a paz depois da guerra feita?
3.
Vão comemorar o Dia de Camões? Mas qual Camões, se todos os dias os nossos políticos assassinam a nossa cultura, incluindo a literária, retirando-a das escolas, reduzindo Os Lusíadas a meia dúzia de tretas, tiradas de episódios desgarrados, e sem uma conexão do todo? Mas qual Camões, se os nossos políticos não entendem sequer o valor literário e cultural de Camões e de Os Lusíadas em termos de Literatura Universal? Mas qual Camões, se já o sanearam do ensino, e querem sanear ainda mais?
4.
Vão comemorar essa riqueza inestimável que é a Língua Portuguesa? Como se atrevem a sugerir sequer isso apenas, estes políticos que temos travestidos de tudo, incultos, irresponsáveis, vadios, câmaras de ar cheias de metano, que aprovaram ilegalmente um Acordo Ortográfico, sem qualquer pudor, desprezando a história, a cultura, a tradição, o estudo, a democracia e, não contentes, o impuseram indignamente à socapa, impondo-o, de novo ilegalmente, nas escolas, na função pública, na merda dos jornais subservientes sempre à espera do subsídio, nos jornais particulares, prostitutas de esquina, que a tudo obedecem? E vergonhosamente, na televisão, até nas legendas, que qualquer detentor da quarta classe no tempo do fascismo faria melhor? Ai pensavam que o problema era o Sócrates? O Sócrates era apenas o Kan-klux-klan a quem tiraram a carapuça, mas os encapuzados lá continuam no seu caminho autocrático, fascista, sebenta, mentiroso, analfabeto e hipócrita.
5.
Vão comemorar a diáspora, como se isso fosse o orgulho de um desígnio nacional, quando, na verdade, desprezam a comunidade emigrante e a sua descendência? Na verdade, a diáspora elege quatro deputados, manda dinheiro para os bancos, que não fica protegido, organiza uns ranchos folclóricos como pode, e organiza umas festas para receber com algum estrondo o desprezo que os visita. E viva! E viva o senhor presidente! E vira, Maria. E até ó despois. Onde estão as escolas portuguesas? E as universidades portuguesas? E as escolas portuguesas para servirem as comunidades emigrantes, honrarem a Língua Portuguesa, e divulgá-la, honradamente, como merece?
Oh, Marcelo! Oh, Costa! Oh, porca miséria! Ide à!
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Quinta-feira, 2 de Junho de 2022
A autora brasileira, deixa aqui o convite para todos os que puderem comparecer.

O livro, que mereceu à autora este Troféu, «Parnamirim», trata da omissão dos aliados brasileiros que continuam heróis anónimos, para os povos do mundo.
Poucos sabem da criação da Base Aérea de Parnamirim, no nordeste do Brasil, durante o período da Segunda Grande Guerra Mundial.
Esta autora brasileira escreve ficção histórica, e por também ser norte-americana, tenta escrever sobre factos com os quais ela faz uma ligação entre os EUA, Brasil e Portugal.
Três dos seus livros têm essa característica. Como jornalista publicou muita coisa, mas só em 2003, lançou o seu primeiro livro: «Stigma - Saga por um Novo Mundo», foi publicado em Português (Edições Bagaço, Recife, Br.), e no ano seguinte, o livro saiu em Inglês pela (Luso Brazilian Books, NYC), o livro, que trata dos judeus Sefarditas, que em 1654, saíram da cidade de Recife (cidade natal da autora), para New Amsterdam, foi logo adoptado pelo Manhattan College (não esquecer que NYC é uma cidade de judeus...).
O seu segundo livro, «A Culpa a Napoleão», foi editado em várias línguas e relata a história de D. João VI, desde criança, onde ele é apresentado tão esperto como o Conquistador da Córsega. A narrativa é conduzida por uma simples personagem, "Lucas", que, com sabedoria e humor, ajuda o leitor a entender como o Rei manteve o Império Português.
O seu terceiro livro intitula-se «Gertrude Bell - Mentora de Lawrence d’ Arábia», edição francesa (Yvelinedition, France), e relata as viagens dela pela Síria, onde ela desenha o mapa do Iraque para a logística do exército Inglês.
O quarto livro «My Mesopotamia Notes, of Gertrude Bell», (Booksurge- NC- ISBN 9781507751930) também é dedicado a essa heroína inglesa onde a autora detecta o enorme estrago feito pelos Ingleses, desde o seu tempo na Mesopotâmia até ao tempo actual do colonialismo.
O quinto livro «Parnamirim...» foi publicado em Português, Inglês, Francês e Alemão (o que lhe proporcionou o Troféu que amanhã irá receber), e está também traduzido em Russo, esperando uma oportunidade para ser lançado na Embaixada do Brasil em Moscovo, quando for possível...
O propósito da autora é resgatar a DIGNIDADE desses heróis que foram apagados da humanidade, por questões políticas de um presidente totalitarista, nazi/fascista.
Valdívia Beauchamp é presidente de uma empresa de consultoria literária: Euro-American Women Writers, INC, e reside em Nova Iorque, onde continua a escrever os seus livros.
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Domingo, 17 de Outubro de 2021

A análise do total de emissões de dióxido de carbono dos países desde 1850 revelou as nações com maior responsabilidade histórica pela emergência climática. Mas seis dos dez primeiros ainda não fizeram novas promessas ambiciosas de reduzir suas emissões antes da crucial cúpula climática Cop26 da ONU em Glasgow, em Novembro.
Os seis incluem China, Rússia e Brasil, que vêm atrás apenas dos EUA como os maiores poluidores cumulativos. O Reino Unido está em oitavo e o Canadá em décimo. O dióxido de carbono permanece na atmosfera por séculos e a quantidade cumulativa de CO2 emitida está intimamente ligada aos 1,2°C de aquecimento que o mundo já viu.
Nas negociações da ONU, as emissões históricas sustentam as reivindicações por justiça climática feitas pelos países em desenvolvimento, juntamente com a disparidade de riqueza das nações. Os países que enriqueceram com combustíveis fósseis têm a maior responsabilidade de agir, dizem os países em desenvolvimento, e de fornecer financiamento para o desenvolvimento de baixo CO2 e protecção contra os impactos do aquecimento global.
O Reino Unido está hospedando a Cop26 e o primeiro-ministro, Boris Johnson, reconheceu essa responsabilidade em um discurso na ONU em Setembro.
A análise, produzida pela Carbon Brief, inclui, pela primeira vez, as emissões da destruição de florestas e outras mudanças no uso da terra, juntamente com os combustíveis fósseis e a produção de cimento. Isso empurra o Brasil e a Indonésia para os 10 primeiros lugares, ao contrário de quando apenas as emissões de combustíveis fósseis são consideradas.
Os dados também mostram que o mundo já usou 85% do orçamento de CO2, o que daria 50% de chance de limitar o aquecimento a 1,5°C, o limite de perigo acordado em Paris em 2015.

Os EUA, Alemanha, Grã-Bretanha e Canadá são os únicos dez principais países que fizeram promessas de cortes mais profundos de emissões antes da Cop26. Embora os EUA tenham afirmado que dobrarão sua contribuição para o financiamento do clima para as nações em desenvolvimento, alguns ainda vêem isso como muito pouco da maior economia do mundo.
A Rússia fez uma nova promessa, mas permite que as emissões aumentem, e o grupo Climate Action Tracker (Cat) a classificou como “criticamente insuficiente” em comparação com as metas de Paris. China e Índia ainda não fizeram novas promessas, enquanto as do Brasil, Indonésia e Japão não melhoraram as promessas anteriores.
“Há uma ligação directa entre os 2.500 bilhões de toneladas de CO2 bombeados para a atmosfera desde 1850 e o aquecimento de 1,2ºC que já estamos experimentando”, disse Simon Evans, do Carbon Brief. “Nossa nova análise coloca um foco vital nas pessoas e países mais responsáveis pelo aquecimento do nosso planeta.
“Não podemos ignorar o CO2 da silvicultura e das mudanças no uso da terra, porque ele representa quase um terço do total acumulado desde 1850. Depois de incluir isso, é realmente impressionante ver o Brasil e a Indonésia entrando no top 10.”
Mohamed Nasheed, embaixador do Fórum Vulnerável ao Clima (CVF), um grupo de 48 nações, e presidente do parlamento nas Maldivas, disse: “A justiça básica exige que aqueles que mais fizeram para causar a emergência climática assumam a liderança em abordá-la. Esta nova análise deixa claro onde reside a responsabilidade: principalmente com os EUA, mas, posteriormente, com a China e a Rússia.
“Os emissores históricos assumiram todo o orçamento de carbono de 1,5ºC e o gastaram em seu próprio desenvolvimento. Nesse sentido, emprestamos a eles nosso orçamento de carbono e eles nos devem por isso. Chegando ao Cop [26], vimos algumas promessas de financiamento aumentadas, mas ainda está muito abaixo dos US $100 bilhões [£ 73,5 bilhões] por ano que o CVF pede.”
Tom Athanasiou, parceiro do Climate Equity Reference Project, disse que a capacidade diferenciada de nações ricas e pobres de financiar ações climáticas é importante. “A responsabilidade histórica é um princípio fundamental de equidade, mas não é o único”, disse ele. “Considerar a capacidade é essencial se quisermos evitar que a acção climática aconteça nas costas dos pobres.”
A análise do Carbon Brief mostra que cerca de 85% das emissões cumulativas dos EUA e da China são da queima de combustível fóssil e 15% do desmatamento, com o inverso verdadeiro para o Brasil e a Indonésia. A Indonésia fez algum progresso ao deter a derrubada de árvores, mas a derrubada de florestas no Brasil acelerou sob o actual presidente, Jair Bolsonaro.
A inclusão das emissões de desmatamento empurra a Austrália do 16º para o 13º lugar – acredita-se que a Austrália tenha desmatado quase metade de sua cobertura florestal nos últimos 200 anos. A promessa de redução de emissões da Austrália para a Cop26 não aumenta sua ambição e é classificada como “altamente insuficiente” pela Cat.
Os Estados Unidos foram o maior poluidor cumulativo de 1850 até os dias actuais. A Rússia foi o segundo maior poluidor até 2007, quando suas emissões foram superadas pelas da China, cujas emissões começaram a aumentar rapidamente a partir da década de 1970. O Reino Unido foi o terceiro maior emissor em um século, de 1870 a 1970, quando foi ultrapassado pelo Brasil.
“Começamos a revolução industrial na Grã-Bretanha. Fomos os primeiros a enviar grandes baforadas de fumaça azeda para os céus em uma escala que desorganiza a ordem natural”, disse Johnson à assembleia geral da ONU em Setembro. “Entendemos quando o mundo em desenvolvimento olha para nós para ajudá-los e assumimos nossas responsabilidades.”
O presidente da Cop26, Alok Sharma, disse: “Os grandes emissores, especialmente os do G20, têm a responsabilidade de enviar uma mensagem forte e poderosa ao mundo de que estão aumentando a ambição e acelerando as acções contra as mudanças climáticas. Embora aqueles que mais contribuíram para o problema do aquecimento global devam assumir a liderança, todos os países e partes da sociedade devem enfrentar esse desafio compartilhado”.
Robbie Andrew em Cicero, um centro de pesquisa climática norueguês, disse: “Embora as emissões históricas sejam muito importantes, quase dois terços de nossas emissões de CO2 fóssil ocorreram desde cerca de 1980 e em torno de 40% desde 2000 [e] é o que está acontecendo agora sobre o que podemos fazer algo. ”
Na semana passada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que as economias desenvolvidas precisam assumir a liderança e Greta Thunberg também levantou a questão da responsabilidade histórica.
“Reconheço que os países que mais emitiram carbono [dióxido] não o fizeram com a intenção de prejudicar o clima”, disse Nasheed. “O motor de combustão interna foi inventado para mobilidade, não para afogar nações insulares. Portanto, apelo a uma abordagem colectiva para isso, em que actuem juntos para expandir rapidamente as tecnologias limpas de que precisamos, em vez de jogar um jogo de culpa pós-colonial. ”
A análise do Carbon Brief usou dados do Centro de Análise de Informações de Dióxido de Carbono, Nosso Mundo em Dados, Projecto Global de Carbono, Monitor de Carbono e estudos sobre emissões de desmatamento e mudanças no uso da terra. Começa em 1850, antes do qual dados confiáveis são escassos e, portanto, não inclui as emissões do desmatamento ocorridas anteriormente. Foi responsável pela mudança das fronteiras nacionais ao longo do tempo, mas não atribuiu as emissões dos países anteriormente colonizados à nação colonizadora.
Fonte:
https://blogcontraatauromaquia.wordpress.com/2021/10/17/ganancia-emissoes-climaticas-historicas-revelam-responsabilidade-de-grandes-nacoes-poluidoras/
(Texto transcrito automaticamente para a Grafia Portuguesa)
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Quarta-feira, 22 de Julho de 2020
Dados sobre Portugal
Há muita coisa que importa saber sobre Portugal. Uma delas, por exemplo, é o Tratado de Tordesilhas. Dividimos, com a Espanha, o mundo em duas partes; e nós ficamos com a melhor: o Brasil.
Portugal foi o primeiro país a abolir a pena de morte e um dos primeiros a abolir e combater a escravatura (muito antes dos EUA!)
E querem destruir toda esta HISTÓRIA, para se tornarem uma coloniazinha da América do Sul?