Recebi um comentário a um texto que publiquei neste Blogue sob o título «Denúncia ao cuidado do PAN (Açores)», que pode ser consultado neste link:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/denuncia-ao-cuidado-do-pan-acores-640860?page=3#comentarios
O comentário diz o seguinte:
«De Anónimo a 27 de Agosto de 2016 às 05:50
Por ser um animal grande deixassem estar no pasto, por acaso o Espirito Santo gosta que se maltrate»
***
O comentário é, inequivocamente, parvo e ambíguo, referindo que o Espírito Santo gosta que se maltrate…
Ou faltará à frase um ponto de interrogação?
Este tipo de comentários tira-me do sério, até porque tenho em boa conta os Santos católicos e também o Espírito Santo, que é representado por uma Pomba Branca.
E como eu amo Pombas Brancas!
Portanto, quando uns endemoninhados, metidos a católicos, fazem touradas ou usam animais para celebrar os Santos e, neste caso concreto, o Espírito Santo, que faz parte da Santíssima Trindade, e onde um bovino foi maltratado em público, e a denúncia que fizemos seguiu, mas ainda não obtivemos uma resposta concreta, surpreende-me este tipo de blasfémia que, noutros tempos, seria severamente punida com uma tradição que agora dava muito jeito, mas que, felizmente, ficou lá num passado de muito má memória: a santa fogueira do tribunal da santa inquisição.
Então tive de questionar.
Por acaso o Espírito Santo gosta que se maltrate quem? Os que maltratam os pobres bovinos que não fazem mal a uma mosca e que os broncos terceirenses adoram torturar?
Respondi ao anónimo (um cobardolas, ou teria um nome) que fosse ao padre da freguesia dele e lhe perguntasse o que acontece às “pessoas” que têm maus fígados e adoram torturar as criaturas de Deus: se ele dissesse que vão direitinhas para o inferno quando morrerem, é um verdadeiro padre católico, representante do Diabo na Terra.
Se disser que Deus é misericordioso e o Espírito Santo (representado por uma Pomba branca, que muitos católicos também gostam de matar aos tiros para se divertirem) é complacente, e que para os seres divinos a Vida, qualquer Vida, é sagrada, e deve ser respeitada e defendida, será um Padre cristão, verdadeiro representante de Deus na Terra.
Mas na ilha Terceira, duvido que encontremos um padre que siga o preceito máximo que Jesus Cristo deixou aos homens e o ensine aos que vão à missa e comungar todos os domingos, para depois se comportarem como uns estafermos: «não faças aos outros (incluindo nesses outros, os bovinos e todos os outros animais não-humanos, também criaturas de Deus) o que não gostas que te façam a ti».
Bem, e se este anónimo não aprendeu nada com este meu “sermão”, é um caso perdido para a Humanidade.
Daí que considere urgente que a Igreja Católica Portuguesa comece a dar valor às práticas cristãs, e não às práticas satãs.
Porque só Satanás tortura seres vivos para se divertir. Não é assim?
Não Deus.
Não o Deus que, com o Filho e o Espírito Santo, são a Santíssima Trindade.
Isabel A. Ferreira
Um pertinente texto de José Ormonde, oriundo dos Açores
(Bandeira do Espírito Santo)
Os defensores das touradas à corda, nomeadamente aqueles que querem que aquela brutalidade seja considerada património imaterial da humanidade, pretendem fazer crer que não há festas do Espírito Santo sem touradas à corda.
Se formos às origens das festas do Espírito Santo em Portugal Continental ou mesmo nas várias ilhas dos Açores facilmente se concluirá que tal não corresponde à verdade. Com efeito, consulte-se os micaelenses Armando Corte Rodrigues ou Aníbal Bicudo e não verão qualquer referência a touradas nas festas do Espírito Santo. De igual modo, sendo a introdução das touradas em São Jorge e na Graciosa datadas do século passado, a partir da Terceira, prova-se que só passou a haver associação entre as duas coisas a partir de então.
Na ilha de São Miguel, sendo a reintrodução das mesmas mais recente, também se confirma que só por oportunismo da indústria tauromáquica e falta de fé, de compaixão, de educação e de escrúpulos, por parte dos mordomos de algumas irmandades é que se associam impérios do Espírito Santo a touradas à corda que até, em abono da verdade, não o são.
Se formos à ilha Terceira, onde as duas coisas parecem estar intimamente associadas, a verdade é que tal se deve ao oportunismo da indústria tauromáquica que se aproveita da ingenuidade, da deseducação e do vício das pessoas para sacar dinheiro. A confirmar o mencionado, o insuspeito historiador terceirense Frederico Lopes, no seu livro Notas Etnográficas, afirmou que as touradas à corda são o “remate certo de todas as festas, quer religiosas quer profanas”.
Como afirmou Frederico Lopes a indústria tauromáquica também associou touradas às festas do Espírito Santo, mas como se verá a seguir nem sempre às de corda. Com efeito, uma consulta ao jornal “O Angrense”, que se publicou na ilha Terceira entre 1836 e 1910, verifica-se que se realizavam touradas de praça para apoiar impérios e claro os ganadeiros e outros.
A título de exemplo, abaixo transcrevemos as seguintes notícias:
“Realiza-se amanhã, 30, uma corrida de touros, na praça de São João em benefício do Espírito Santo de S. João de Deus” (O Angrense, 3 de Agosto de 1874).
“Deve realizar-se, no próximo domingo, a corrida de touros, na praça de S. João, em benefício do Império dos Quatro Cantos”(O Angrense, 31 de Outubro de 1875).
Embora desconheçamos mais pormenores, parece-nos que no passado há algo de diferente com o que se passa hoje. Assim, se no passado as touradas, embora condenáveis, eram de beneficência, isto é, em princípio destinavam-se a financiar os impérios, hoje, com a inclusão das touradas nos programas dos impérios o objectivo é precisamente sacar dinheiro dos irmãos ou da irmandade, que se devia destinar à solidariedade com os mais desfavorecidos, para o entregar a uma indústria anacrónica e imoral.
Face ao exposto, por que mantém um silêncio cúmplice a hierarquia da Igreja Católica?
Açores, 26 de Maio de 2016
José Ormonde
***
(AVISO: uma vez que a aplicação do AO/90 é ilegal, não estando efectivamente em vigor em Portugal, este texto foi reproduzido para Língua Portuguesa, via corrector automático).
Recebi este comentário que não poderia deixar de analisar, porque é difícil fazer-se luz, onde as trevas são tenebrosas...
Anónimo, deixou um comentário ao post Protesto da Irmandade do Divino Espírito Santo da Mãe de Deus, a propósito do meu texto «Denúncia ao cuidado do PAN (Açores)» às 13:28, 2016-05-20.
Comentário:
Olá Isabel, Sou continental e trabalho em Vila Franca do Campo, na Ilha de São Miguel, nos Açores. Admiro muito todo o teu trabalho em defesa dos animais. Durante vários anos tenho acompanhado esta tradição do Espírito Santo. Vivemos num país livre, e todos têm direito a uma opinião. A minha opinião é muito simples, tratou-se de um ato isolado, um acidente. Estas Irmandades recebem de graça para darem de graça, "recebei de graça, dai de graça". A sua missão é ajudar famílias, distribuindo "pensões" , é o termo utilizado cá. Cada "pensão" é composta por carne, pão, Massa sovada e vinho. Tudo isto é distribuído a mais de 300 famílias e a mais de 1000 pessoas, tudo de forma gratuita. Conheço os membros da Irmandade, são pessoas honestas e defensoras dos animais. Certamente não queriam que isto acontece-se ao tal animal. Porque desde que me lembro nunca aconteceu. Louvo o teu trabalho Isabel, mas também louvo o trabalho destas pessoas que trabalham no duro em prol de outras pessoas. Talvez as pessoas tenham exagerado em algumas afirmações, mas compreendo, visto que a imagem da foto é fala por si. Devo dizer também, que não considero o texto da Irmandade enviado para ti como protesto, mas como esclarecimento. Conheço muito bem o sr. Carlos Vieira, é um homem de fé, crente, muito honesto e defensor dos animais. Considero que algumas afirmações proferidas no blog sobre ele sejam injustas. Ele apenas tentou explicar o sucedido, talvez não tenha sido muito explícito. Isabel, digo-te que os animais neste dia vão em desfile, em clima festivo, sem violência alguma. Depois uns regressam aos seus pastos e os outros são abatidos, no Matadouro, para as tais "pensões". Isabel és uma pessoa de bem, mas eles, a Irmandade também são, posso comprovar isso. Falei com um dos membros da Irmandade, eles estão tristes, não queriam que isto tivesse acontecido. Ele disse-me que terão mais atenção na subida e na descida dos animais no próximo ano e que a questão das tais argolas nas narinas, vão informar-se junto das autoridades competentes na ilha se devem ou não ser aplicadas pelos agricultores. Ouvi relatos, que na ilha de São Miguel, já houve mortes de agricultores, em plena pastagem, de animais destas dimensões. Por isso o motivo da sua colocação. Devo dizer que alguns animais são mesmo agressivos, vi com os meus próprios olhos. Um outro animal este ano, não saiu do atrelado para não magoar ninguém, ordem a Irmandade. Sou Continental, mas respeito os Açorianos. Sei o que digo, espero que tenho esclarecido algo mais sobre este assunto. Isabel desejo-te tudo de bom. À Irmandade também desejo a maiores felicidades. Agora é tempo de paz... E tal como se diz aqui "VIVA O ESPÍRITO SANTO".
***
Infelizmente, não posso cumprimentar o autor deste comentário, porque não existe como pessoa. Não tem nome. Mas ainda assim vou responder, porque seja quem for que esteja escondido por trás do anonimato merece “ouvir” umas verdades, que apesar de estarem bem explicadas no meu texto, tenho de repetir, devido à iliteracia que é uma praga que afecta muitos alfabetizados.
Começo por dizer que não dei autorização a nenhum açoriano sem nome para me tratar por TU. Para me tratarem por TU, têm de merecer o meu respeito e a minha consideração. O que não é o caso, apesar de FINGIR que admira todo o meu trabalho. Se admirasse, dava a CARA. É assim que agem os HOMENS.
Pois vivemos num país livre que, infelizmente, ainda não se veio inteiramente para o século XXI d. C., mantendo em algumas (felizmente poucas) localidades, costumes que não se adequam aos tempos modernos. E basta isso para este país sofrer um atraso civilizacional ainda muito acentuado.
E é claro que todos podem expressar opiniões, mas quando se trata de maus-tratos a animais indefesos não-humanos, não há opiniões: há FACTOS, há ACTOS, há ATITUDES, e as opiniões perante factos, actos e atitudes primitivas VALEM ZERO.
Isto não se tratou de um acto isolado, nem de um acidente. Pelo que me deram a saber, é uso, por essas bandas, colocarem argolas nas narinas dos bezerros, por eles serem uma AMEAÇA (????) para os tratadores/criadores. Mas a verdade é que um bezerrinho não constitui ameaça para ninguém. Isso é um ACTO de uma violência cruel contra um animal totalmente indefeso, que depois é levado, com a BRUTALIDADE típica de quem acha que os animais não-humanos são pedaços de PAU, para um lugar estranho, longe do habitat deles, e eles, muito HUMANAMENTE assustam-se, sentem medo, sofrem psicologicamente e fisicamente o FACTO de estarem amarrados e argolados e atirados para uma rua qualquer.
As irmandades já não se justificam nos tempos que correm. Se querem receber de graça, para darem de graça, que recebam batatas, milho, farinha, pão, vinho e outras coisas que tais e façam lá a sua caridadezinha, sem terem de estar a sacrificar animais, em cortejos medievais, que pertencem a um tempo onde reinava a mais profunda ignorância.
Hoje só é ignorante quem quer.
Querem fazerem caridadezinha façam. Eu também faço, mas não sacrifico nenhum animal. Não há necessidade disso. Dou de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, visto os nus, mas sem sacrificar animais não-humanos.
E aqui, não será apenas a massa que é SOVADA. Os animais também são sovados.
Que os membros da irmandade sejam honestos, ninguém duvida. Agora que sejam “defensores” dos animais, existem todas as dúvidas possíveis e impossíveis. Se fossem defensores dos animais, garanto-lhe que não permitiriam que andassem argolados, que os retirassem do prado brutalmente, que os atirassem amarrados para uma rua qualquer, que os obrigassem a DESFILAR num cortejo medieval, porque para tal não nasceram.
Se louvasse o meu trabalho, daria a cara por ele. Não seja hipócrita.
A foto é bastante elucidativa da BRUTALIDADE com que os animais são tratados. E não me venha dizer que é apenas este. Os outros, amarrados a cordas, e argolados também, sofrem do mesmo TERROR por estarem fora do seu meio ambiente.
O texto da irmandade foi um protesto. Não esclareceu nada.
O senhor Carlos Vieira pode até ser um homem de fé, um crente, muito honesto, ninguém duvida, mas DEFENSOR DE ANIMAIS, NÃO É. Se fosse, não permitiria que os animais fossem retirados do campo, para servirem de “espectáculo” a um povo que ficou especado na Idade Média.
Além de que os maiores torturadores de bovinos (os cobardes toureiros, forcados, bandarilheiros e a miudagem das touradas à corda) são criaturas que vão à missa, papam hóstias, batem no peito e são uns verdadeiros diabos.
Eu não proferi nenhuma afirmação INJUSTA acerca do senhor Carlos Vieira, quem nem sei quem é, ou o que representa na irmandade.
Dizer que «os animais neste dia vão em desfile, em clima festivo, sem violência alguma», já é uma violência. Coloque-se no lugar dos animais. É isso que têm de aprender, porque a PIEDADE, a compaixão cristã, é colocarmo-nos no lugar dos animais não-humanos e não fazermos a eles o que não gostaríamos que fizessem a nós.
ISTO é o que os padres deveriam ensinar nas MISSAS. Teríamos uma sociedade mais humana e harmoniosa para com os nossos irmãos animais não-humanos, que também eram irmãos de São Francisco de Assis. Garanto-lhe que este Santo, se vivesse hoje, dar-me-ia toda a RAZÃO.
Sou uma pessoa do BEM, e por ser uma pessoa do BEM e da LUZ não posso aplaudir as pessoas que praticam o MAL e vivem nas trevas POR OPÇÃO.
A irmandade, o que tem a fazer é ACABAR DEFINITIVAMENTE com estes cortejos medievais, primitivos, desadequados à evolução dos tempos. Não estamos mais na Idade Média. Quantas vezes é preciso repetir isto? Querem fazer cortejos, façam, mas com pessoas a levarem OFERENDAS de pão, de farinha, de batatas, de vinho, mas NÃO DE ANIMAIS NÃO-HUMANOS AMARRADOS, porque mantêm o COSTUME e CIVILIZAM-SE.
Dizer que os agricultores morrem por causa de bovinos bravos é uma FALÁCIA. Em criança, eu passava as minhas férias numa quinta, onde havia gado bovino, a pastar nos campos, livremente. Convivi com vacas, bois, bezerros, como convivi com cães e gatos, e cabras e ovelhas e porcos, e nunca nenhum me fez mal a mim ou aos seus tratadores. Porque os tratávamos com carinho. E nenhum usava argolas nas narinas, nem eram marcados com ferros em fogo.
Os bovinos só são agressivos para quem lhes faz mal. Eu sou uma pessoa pacata, pacífica. Mas se se meterem comigo, viro uma MULHER BRAVA e sou capaz de dar xutos e pontapés, para me defender. Como qualquer animal não-humano faz. Porque não sei se sabe, mas EU TAMBÉM SOU UM ANIMAL.
E também sou continental. Tenho amigos açorianos, cultos, instruídos, bem-educados, que se envergonham desse primitivismo em que está mergulhada uma boa fatia do povo açoriano. E respeito-os. Só não respeito os broncos que se RECUSAM as deixar de ser broncos. Percebeu? Tenho amigos ANALFABETOS e respeito-os, porque ser analfabeto não significa ser BRONCO.
Será tempo de PAZ, quando deixarem em PAZ os indefesos animais não-humanos.
E tenho certeza absoluta de que o ESPÍRITO SANTO não está nada satisfeito com o que se passa nos Açores, cuja Natureza foi abençoada por Deus, mas o povo (algum povo) foi bafejado pelo Demo.
E o pior, é que por muito que iluminemos messe povo, ele recusa-se a aceitar a LUZ.
Isabel A. Ferreira
O texto que deu origem a este protesto pode ser recordado neste link:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/denuncia-ao-cuidado-do-pan-acores-640860
O Touro a sangrar (tinha uma argola enfiada nas narinas). Disseram que era um “piercing”, acrescentando que os humanos também usam “piercings”. Ainda que fosse. Só que os humanos usam “piercings” de livre e espontânea vontade, e ao Touro puseram-lhe umas argolas à bruta, sem o seu consentimento. Isto será coisa de gente civilizada, torno a perguntar?
Eis o conteúdo do protesto:
«Boa tarde,
A Irmandade do Divino Espírito Santo da Mãe de Deus, vem por este meio expressar o seu profundo descontentamento pela notícia apresentada no vosso Blog do passado dia 11/05/2016.
Informamos que a notícia, ou melhor, o texto elaborado da notícia não corresponde à verdade.
A ideia transmitida no vosso texto faz referência a maus tratos e violência ao animal, e é falso.
Mais uma vez informo que a verdade do acontecimento foi a seguinte: esta família, fez uma oferta ao Divino Espírito Santo, ou seja, o referido animal. Por ser um animal de grande porte, geralmente é aplicada uma argola na narina aos 2 anos de idade, sempre que o animal apresenta ameaça ao tratador/agricultor. Este animal tinha 4 anos de idade, ou seja, já tinha a referida argola à mais de dois anos, colocada pelo proprietário/agricultor a quem a família comprou o animal. Neste dia, o animal foi descarregado e amarrado em frente à moradia da referida família. Por ser um ambiente diferente para o animal, e também por ser um animal de grande porte, o mesmo animal com a força que fez, rebentou a tal argola, sem que alguém toca-se nele, e feriu a narina, e na respiração do animal, foi projectado algum sangue deste corte.
Nnão houve maus tratos ao animal.
E mais, estava presente um agente de autoridade com a nossa Irmandade, que pode comprovar a justificação acima apresentada.
A nossa Irmandade, vem mais uma vez por este meio, solicitar a correcção da referida notícia, ou até mesmo a sua eliminação.
A nossa Irmandade está disposta a tudo, pela verdade, sobre esta matéria e contra os argumentos apresentados no vosso texto/Blog.
Com os meus melhores cumprimentos,
Carlos Vieira»
(AVISO: uma vez que a aplicação do AO90 é ilegal, não estando efectivamente em vigor em Portugal, este texto foi reproduzido para Língua Portuguesa, via corrector automático, não estando abrangidos erros gramaticais).
***
Exmo. Senhor Carlos Vieira,
Em primeiro lugar, agradeço este protesto, pois vai dar-me oportunidade para esclarecer alguns pontos importantes.
O senhor diz: «A ideia transmitida no vosso texto faz referência a maus tratos e violência ao animal, e é falso.»
Bem… se o que vemos na foto NÃO SÃO maus tratos e violência ao animal, o que será? Mimos? Delicadezas?
Um inocente, inofensivo e indefeso animal, acuado numa rua, amarrado a um muro, com uma argola enfiada nas narinas, entre uma poça do seu próprio sangue não será, por si só, uma violência?
Só se for nos Açores.
Em qualquer parte do mundo civilizado isto é uma violência, por não ser natural que um bovino esteja amarrado, a sangrar, numa rua.
Primeiro, porque o animal não está no seu habitat, está amarrado a um muro, com umas cordas, com uma argola enfiada nas narinas, e isso, por si só, já constitui uma violência.
Segundo, porque o animal está a sangrar devido a um corpo estranho ao seu próprio corpo, que lhe foi enfiado nas narinas sem o seu consentimento, e obviamente muito à bruta, o que é outra violência.
Mas o senhor Carlos Vieira diz ainda que a «verdade é que esta família (suponho que seja a proprietária do animal) fez uma oferta ao Divino Espírito Santo, ou seja, o referido animal.»
Esta família ou outra qualquer poderia ofertar ao Divino Espírito Santo qualquer outra coisa, como arrecadas de ouro, sacos de batatas, pipos de vinho, excepto um animal vivo, a sangrar, retirado do seu habitat e manietado com cordas.
A Irmandade do Divino Espírito Santo da Mãe de Deus devia ser a primeira a dar o exemplo cristão e recusar tal oferta, por ir contra o preceito máximo que Jesus Cristo deixou aos homens: «não faças aos outros (e nestes outros estão incluídas todas as criaturas de Deus, animais não-humanos incluídos) o que não gostas que te façam a ti.
Naturalmente nenhum dos senhores da Irmandade gostaria de estar no lugar daquele bovino amarrado com argolas nas narinas. Certo?
E a tentativa de justificar o injustificável continua: «Por ser um animal de grande porte, geralmente é aplicada uma argola na narina aos 2 anos de idade, sempre que o animal apresenta ameaça ao tratador/agricultor.»
Ameaça????
Um animal manso, herbívoro, pacato, ruminante, que se o deixarem a pastar tranquilamente no campo, não faz mal nem sequer a uma mosca, que espécie de ameaça pode representar ao seu tratador se esse tratador o tratar bem? Será ameaça para se defender dos seus torturadores… aliás, como qualquer dos irmãos da Irmandade se alguém os atacasse.
Nenhum bovino precisa de argolas nas narinas, para coisa nenhuma. Isso não é da natureza deles.
E o senhor Carlos Vieira diz ainda mais esta, com um desplante como se tudo isto fosse muito natural: «Neste dia, o animal foi descarregado e amarrado em frente à moradia da referida família (o que, só por si, já constitui uma violência contra o animal).
E arremata: «Por ser um ambiente diferente para o animal, e também por ser um animal de grande porte, o mesmo animal com a força que fez, rebentou a tal argola, sem que alguém toca-se nele, e feriu a narina, e na respiração do animal, foi projectado algum sangue deste corte.»
Exactamente: o animal estava fora do seu habitat, num ambiente diferente. Assustado. Descarregado (o termo é seu), sabe-se lá como! Amarrado (qual o animal, seja humano ou não-humano, que gosta de estar amarrado? Isto é uma violência). Fez força… resta saber como e porquê? Rebentou a tal argola, sem que alguém TOCASSE nele… e pronto… feriu as narinas, muito naturalmente, e também muito naturalmente foi projectado algum sangue. Uma insignificância. Coisa pouca, nem deu para notar… como podemos ver na imagem.
Não houve maus tratos ao animal diz o senhor Carlos Vieira. Não. O que fizeram a este indefeso animal foram mimos. Vejamos então.
- Foi delicadamente retirado do campo, com uma argola enfiada nas narinas.
- Amarrado a uma corda.
- Descarregado em frente à casa de uma família (como se fosse um saco de batatas?).
- Assustado, o animal agitou-se, a tal ponto que se magoou e esvaiu em sangue, como a foto demonstra.
E não houve maus tratos ao animal? O que seria então, se houvesse maus tratos?
«E mais…», diz o senhor Carlos Vieira, «estava presente um agente de autoridade com a nossa Irmandade, que pode comprovar a justificação acima apresentada». Como se isto sirva de justificativa para o injustificável, ou seja, fazer de um animal indefeso, uma “coisa” para ofertar ao Espírito Santo que, se pudesse manifestar-se, diria tudo o que eu já disse.
E agora vem o mais surpreendente:
«A nossa Irmandade, vem mais uma vez por este meio, solicitar a correcção da referida notícia, ou até mesmo a sua eliminação».
Pois já dou como corrigida a “notícia”, que não é só minha. Corre pela Internet do mesmo modo que eu a dei.
Quanto à sua eliminação, por alma de quem deveria ser eliminada?
E se a vossa Irmandade está disposta a tudo, pela verdade, sobre esta matéria e contra os argumentos apresentados no meu Blogue, a autora do Blogue também está disposta a tudo, pela verdade.
E a verdade é que a Irmandade do Divino Espírito Santo da Mãe de Deus deveria seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e pôr em prática o exemplo de São Francisco de Assis, que tinha os animais não-humanos, como seus irmãos (que também são meus irmãos, por isso, os defendo com as garras de fora) e não permitir que façam a um bovino indefeso, inocente e inofensivo, o que não gostariam que vos fizessem a vós, porque, repito, é uma violência arrancar do pasto, um bovino, enfiar-lhe uma argola nas narinas, descarregá-lo numa rua, e amarrá-lo com uma corda a um muro, para servir de “oferta” ao Espírito Santo, que não lhe fará bom proveito.
E esta violência não fui eu que a inventei.
E repito: isto é a maior demonstração do atraso civilizacional em que ainda está mergulhado o arquipélago dos Açores, em pleno século XXI depois de Cristo.
E não sou eu que o digo. Aprendi isto com Mahatama Gandhi - a Grande Alma.
E o animal que esta imagem nos mostra foi efectivamente maltratado, e não importa os meios ou os fins, porque nem uma coisa nem outra justifica o animal estar ali amarrado, com uma argola enfiada nas narinas e a sangrar copiosamente.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Acabei de receber esta fotografia relacionada com o desfile de animais durante as Festas do Espírito Santo. No caso concreto, a fotografia foi tirada na Rua do Penedo, em Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel, Açores.
Não será possível realizar festas sem fazer sofrer animais? A igreja católica tem a certeza de que o Espírito Santo aplaudirá esta barbárie?
Isto é a maior demonstração do atraso civilizacional em que ainda está mergulhado o arquipélago dos Açores, em pleno século XXI depois de Cristo.
Touro a sangrar na Rua do Penedo - Vila Franca do Campo (Açores) tinha uma argola enfiada nas narinas. Isto será coisa de gente civilizada?
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Eis a minha resposta às várias dezenas de comentários que fizeram a esta publicação:
Açorianos, esta é a vossa "cultura" que tanto defenderam nos comentários que me enviaram…
Isabel A. Ferreira
Enquanto a igreja católica não tomar uma posição firme quanto a esta aberração de celebrar Santos católicos e até o Espírito Santo com rituais macabros, primitivos e bárbaros, não sairemos da cepa torta e o nome de Deus será vilipendiado.
Noutros tempos, iam todos arder na fogueira dos ímpios.
Isabel A. Ferreira
«Rir é melhor do que chorar, diz o Touro…»
(Origem da foto: Internet)
«A ilha Terceira é a ilha dos Açores onde ao longo da sua história mais nobres concentrou, de tal modo que foram eles que carinhosamente souberam manter, até aos dias de hoje, as touradas à corda para entreter o povo ignorante.
Nós que gostamos de touradas à corda vimos manifestar o nosso apoio a todos os que estão a preparar a Candidatura das mesmas a património dos Açores e da Humanidade, através da Unesco.
A somar a todos os argumentos já apresentados pelo distinto jurista que lidera este imparável movimento que irá colocar a nossa Terra em local cimeiro do Planeta, vimos sugerir os seguintes:
1- Ao contrário do que até então foi defendido por muitos historiadores, ignorantes na história dos Açores, a tourada à corda surgiu neste arquipélago antes da chegada dos portugueses e dos espanhóis. A partir daqui e na Idade da Pedra foi levada para a Europa como se poderá provar pela imitação das nossas touradas que existe em algumas regiões de Portugal continental e em Espanha;
2- Depois de criada a tourada à corda por nobres terceirenses, a Rainha Santa Isabel achou por bem inventar as festas em honra do Espírito Santo ligando-as às touradas. Assim, hoje, é possível falar numa nova Trindade que associa as touradas à corda, as festas do Espírito Santo e o lançamento de roqueiras (foguetes);
3- A tourada à corda é a única actividade que promove a distribuição da riqueza já que permite retirar ao povo, quer directa quer indirectamente através dos apoios governamentais ou das autarquias, dinheiro para dar a ganadeiros carenciados;
4- A tourada à corda é a actividade para-desportiva que, nos Açores, mais feridos e mortes, entre os humanos, faz anualmente ao longo de vários séculos, sendo, portanto uma actividade que deve prosseguir a todo o custo;
5- Sem as touradas à corda da Terceira, apenas um pequeno número de touros seria torturado barbaramente nas praças. Com ela mais touros são suavemente maltratados e como sabemos o touro se quiser ser salvo da extinção tem de ser torturado;
6- Na sequência do ponto anterior, não havendo tortura não havia touros inteligentes na Terceira já que são os únicos no mundo que são capazes de, por um lado, distinguir as plantas endémicas não as pisando e, por outro, proceder à sua sementeira nas épocas adequadas;
7- A tourada à corda é a única actividade capaz de acabar com as rivalidades doentias entre as ilhas, pois une todos os açorianos amantes da tortura, sejam as vítimas humanas ou não humanas.
Ilhéus das Cabras e dos Mosteiros, 15 e 16 de Julho de 2014
MATA (Movimento Açoriano pela Tortura de Animais)
Fonte: http://www.rtp.pt/acores/?article=36964&visual=3&layout=10&tm=10
E é com tiros a milhares de inocentes e indefesos pombos que os autarcas poveiros “comemorarão” o Dia de Camões e das Comunidades (próximo dia 10), prolongando este massacre até ao dia 16 de Junho.
O que disseram os promotores desta carnificina, na apresentação da dita, é de bradar aos céus e um enorme INSULTO à inteligência dos seres humanos.
O que os faz crer que o resto do mundo é assim tão Ignorante e estúpido?
O pombo, símbolo da Paz e do Espírito Santo dos católicos, uma ave bela, dócil, fiel ao seu parceiro, inocente e indefesa, será o alvo de cobardes matadores que vêm de muitos lados, para satisfazerem os seus instintos mais primitivos e predadores e uma cruel sede de sangue que aliam a um prazer mórbido, que recolhem do estertor da morte.
Este massacre de pombos, promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, com o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal, realizar-se-á no campo da morte, ou seja, no Complexo de Tiro de São Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim, um lugar macabro, frequentado apenas por indivíduos de instintos maquiavélicos.
O massacre de pombos é uma mais-valia de repercussões positivas????
José Macedo Vieira (médico-cirurgião), Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim
José Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e Sócio nº 1 do Clube de Tiro de São Pedro de Rates, caçador e aficionado de touradas, no discurso que proferiu na apresentação desta matança, referiu-se «à história da Póvoa de Varzim e ao desenvolvimento do concelho, onde o jogo esteve sempre indissociavelmente ligado», esquecendo-se ele de que MATAR POMBOS para diversão de sádicos não é um JOGO, é um BIOCÍDIO, perpetrado por indivíduos de baixa índole, e que ao contrário do que o autarca pensa, não desenvolve o que quer que seja, pelo contrário, além de denegrir o nome da terra, fá-la retroceder uns bons séculos.
Disse ainda Macedo Vieira (o qual pelo que se vê, não devia ter estudado nem biologia, nem zoologia, nem anatomia, nem outras ciências ligadas aos animais (e diz-se ele um cirurgião), que «a recuperação do Clube de Tiro, em 1994 (ano em que ele iniciou os seus mandatos como Presidente de Câmara), foi feita com base nas tradições que havia e se foram perdendo», esquecendo-se de dizer que o massacre de pombos ERA uma prática (não uma tradição) já morta e enterrada em tempos idos, e que por obra de carniceiros foi desenterrada e ressuscitada.
A isto chama-se RETROCESSO.
Esta matança de pombos leva o nome pomposo de “copa do mundo” (eliminaram o termo campeonato, para ficar à brasileira) e Macedo Vieira está convencido de que este evento sanguinário «será uma mais-valia porque tem repercussões positivas na economia local».
Pois! Já cá faltava a “economia”. Que se lixem os seres vivos que vão ser massacrados em nome do prazer de um bando de cobardes matadores!
Comer e beber e matar! É isto a copa do tiro aos pombos.
Sugerimos, aqui há tempos, que substituíssem os pombos por PRATOS, ajudavam a indústria da cerâmica, comiam e bebiam na mesma, para a economia local era bom, e poupavam-se vidas.
Mas não! O que interessa a estes COBARDES matadores é o SANGUE VIVO. É ver sangue, ver VIDAS a MORRER, algumas lentamente e com grande sofrimento. Ainda que morram logo, há o impacto do projéctil, que é extremamente doloroso, e um pombo não é um prato.
Além da atitude ser COBARDE é também coisa de SÁDICOS!
O autarca, com uma visão assustadoramente retrógrada, realçou ainda a importância de “eventos desta natureza”, isto é SANGRENTOS, que podem «desenvolver o Turismo” pois, na sua opinião, “o Turismo tem sido ao longo da história dos últimos 50 anos da Europa, a grande alavanca de desenvolvimento de muitos países”.
Esqueceu-se o Presidente da Câmara da Póvoa de Varzim de dizer que o DESENVOLVIMENTO desses países não incluiu TORTURA nem eventos SANGRENTOS nos seus roteiros turísticos. Este tipo de prática acontece em países terceiro-mundistas, com governantes sem o mínimo de visão e sentido crítico.
A Póvoa de Varzim é uma cidade metida na Europa, e das mais retrógradas, com os seus “eventos sanguinários” (matança de pombos e raposas, tortura de touros e bezerros, vacadas, lutas de cães, apoio a circos com animais enclausurados, enfim…) episódios que só dão ao concelho fama de terrinha ainda muito atrasada.
O tiro e o turismo andam de mãos dadas na Póvoa de Varzim…? Isto será anedota?
Jorge Leal (engenheiro), Presidente do Clube de Tiro de São Pedro de Rates
Jorge Leal é o Presidente do Clube de Tiro de São Pedro de Rates, que afirmou esta coisa absolutamente ESPANTOSA: “o Tiro e o Turismo andam de mãos dadas na Póvoa”. Depois fez uma resenha histórica, apontando para finais do século XIX o início do Tiro, no concelho. Daí em diante, a Câmara Municipal, reconhecendo a importância da modalidade, aposta na construção de equipamentos para a prática da mesma.
O que são capazes de dizer os sádicos, para justificarem o INJUSTIFICÁVEL!
Que impotrtância teve para a Póvoa de Varzim o tiro a indefesos Pombos?
NENHUMA! Era uma simples prática, há longos anos. ACABOU. Mas eles (os promotores deste evento perverso) ficaram no século XIX. Desenterraram o MORTO e ressuscitaram algo que devia ter ficado nesse passado longínquo, para vergonha dos carniceiros dessa época. Mas enfim, esses eram primitivos. E os de hoje, continuam primitivos. Evolução zero.
E não dizem a verdade toda. O Campo de Tiro de Rates NÃO FOI criado em 7 de Dezembro de 1994, conforme dizem. O campo de tiro foi inaugurado no tempo do mandato do Dr. Manuel Vaz, uns poucos anos antes. Não servia para nada, é verdade. Era um mono.
Foi apenas a partir do mandato de Macedo Vieira, o caçador, que a Câmara decide investir, isto é, COMPRAR as parafernálias para os tiros aos pombos e activar a carnificina.
A partir de 1999 começam a realizar-se então chacinas com matadores cobardes que vinham de muitos lados.
Nesta, agora denominada «copa do mundo”, estarão representados 18 países e mais de 400 algozes.
Ao mundo civilizado e culto parece impossível que um autarca, que se diz médico-cirurgião, um engenheiro e um professor possam apoiar tal matança e “vender um destino de região” com o sangue de inocentes seres vivos.
Jorge Leal referiu que «na organização deste evento reuniu a hotelaria e restauração e está convencido de que a iniciativa irá acrescentar valor à cidade e à região, numa época de crise. “Queremos que as pessoas venham à Póvoa e aproveitem tudo aquilo que o concelho tem para oferecer».
É preciso não ter o mínimo de discernimento, para dizer uma coisa destas: «acrescentar valor à cidade e à região… Queremos que as pessoas venham à Póvoa e aproveitem tudo aquilo que o concelho tem para oferecer»:
Acrescentar valor à cidade com SANGUE de inocentes e indefesos e inofensivos seres vivos? O que o concelho tem para OFERECER é SANGUE, BARBÁRIE, TORTURA de pombos, de raposas, de touros, de bezerros…
Que turista culto procurará divertimentos sangrentos e estúpidos?
Só os sádicos, os psicopatas. Os que têm instintos primitivos e baixo nível cultural e moral.
Ter na Póvoa um destino de férias de excelência?...
Melchior Moreira (professor), Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal
Por fim, Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, que esteve presente na apresentação desta carnificina, «manifestou a sua satisfação pela possibilidade de ter na Póvoa um destino de férias de excelência»
Férias de excelência = massacre de Pombos?
Isto é de indivíduos que não têm a noção do que é “excelência”.
Ver Pombos a morrer dolorosamente terá algo a ver com excelência?
E ainda disse mais esta: «No contexto de 22 municípios da região Porto e Norte de Portugal, temos uma cidade bonita, aprazível, em que as pessoas sabem bem receber e este é o nosso primeiro grande cartão de impacto para convencermos a nível internacional que a Póvoa possa receber este evento».
Não é uma VERGONHA que dos 22 municípios da região Porto e Norte de Portugal, a Póvoa de Varzim seja o município mais carniceiro, mais inculto e menos evoluído?
Melchior Moreira considerou ainda «as magníficas instalações do Campo de Tiro de São Pedro de Rates como alavancas para o Turismo Regional» e considerou o massacre de Pombos «um bom exemplo para combatermos a sazonalidade no Turismo, realçando o facto de tratar-se de um evento com impacto regional, nacional e internacional».
Quem assim fala devia demitir-se do cargo que ocupa, pois não tem a noção nem do ridículo nem sentido crítico.
Aliás todos os promotores desta burlesca “copa” deviam demitir-se, pois não sabem que torturar seres vivos é apanágio de animais humanos-predadores, e nunca serviu de desenvolvimento a coisa nenhuma.
Com o tiro aos pratos resolviam o problema da ânsia de “dar ao gatilho”, e tornavam-se um pouco mais humanos.
O massacre de Pombos diz do baixo nível cultural, social, moral e humano de todos os intervenientes, que de 10 a 16 de Junho conspurcarão a Póvoa de Varzim com a sua miséria moral.
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Mas o que é o Tiro ao Voo?
«O “tiro aos pombos”, também como conhecido como “tiro ao voo”, é uma modalidade supostamente “desportiva” de tiro ao alvo, mas com alvos vivos – os pombos. Pode parecer incrível, mas o tiro aos pombos – actividade proibida em toda a União Europeia (excepto em Espanha e Andorra) – é uma modalidade de tiro reconhecida, regulada e promovida pela Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça, que gere também outras modalidades de tiro ao alvo, algumas até olímpicas, e que, até 2005, promovia várias provas de tiro aos pombos por todo o país.
No tiro aos pombos, a espécie de pombo usada é o pombo zurita, uma espécie particularmente apreciada para esta modalidade pelo facto destes pombos serem mais pequenos do que os pombos comuns, o que constitui um especial desafio à habilidade dos atiradores. Criados em cativeiro às centenas de milhares em Espanha, estes pombos são importados para Portugal para serem usados como alvos em provas de tiro aos pombos. Por cada dia de prova, cerca de 2.500 pombos são mortos, tendo cada atirador “direito” a atirar a sete pombos.
Este número deixa de fora os muitos milhares de pombos que são usados em treinos e que não são contabilizados.
Depois de uma prolongada viagem até ao campo de tiro – durante a qual não são alimentados nem abeberados –, os pombos chegam já cansados, debilitados e encontram-se sob grande stress, pelo facto de, de repente, terem sido retirados da sua vida normal (pombais de criação) e de serem tratados nestas condições. Nos campos de tiro, são mantidos em gaiolas novamente sem serem alimentados ou abeberados até serem utilizados nas provas.
Antes de serem colocados nas caixas de onde serão soltos para se transformarem em alvos a abater, são-lhes arrancadas as penas da cauda – as guias, que usam para orientar o seu voo –, o que, cumulativamente com o stress e o cansaço, lhes provoca sofrimento físico. O objectivo desta dolorosa mutilação é fazer com que os pombos tenham um voo irregular, de modo a que seja mais difícil para os atiradores fazer um tiro certeiro.
À voz do atirador, a caixa abre-se e o pombo tem a oportunidade de tentar fugir, embora cansado, debilitado e mutilado, não conseguindo sequer dirigir o seu voo adequadamente. Uma grande parte dos pombos é abatida, embora sendo comum não morrerem imediatamente, caindo no campo de tiro feridos e ficando a agonizar durante horas, até ao momento em que assistentes do campo os apanham e lhes quebram o pescoço para os matarem, o que aumenta ainda mais a dor que experienciam em todo este processo, que culmina numa morte extraordinariamente traumática.
Os pombos que caem moribundos fora do campo de tiro ficam sujeitos aos predadores e, muitas vezes, à crueldade de humanos, que se divertem a torturar estes animais, já feridos. Os poucos pombos que conseguem voar sem ser abatidos têm poucas hipóteses de sobrevivência – debilitados e sem as penas que lhes permitem dirigir o seu voo, são animais diminuídos nas faculdades essenciais de que precisam para a sua sobrevivência que, além do mais, estão num ambiente que lhes é estranho e onde dificilmente se conseguem integrar.
Apesar de haver uma alternativa que substitui perfeitamente o uso de pombos ou outros alvos vivos na modalidade de “tiro ao voo”, que são as hélices mecânicas (concebidas especificamente para terem um peso igualmente leve e um voo irregular e imprevisível, como o dos pombos), a verdade é que, em Portugal, um grupo de cerca de cem atiradores endinheirados e com predilecção por desportos cruéis tem-se empenhado em manter esta prática hedionda, que tem sido firmemente combatida pela ANIMAL.»
in: http://animal.org.pt/accao_tiro_pombos.html
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Será esta descrição uma alavanca para o turismo regional?
O tiro e o turismo andarão, de facto, de mãos dadas?
O massacre de Pombos será uma mais-valia de repercussões positivas?
Depois desta macabra "copa" a autarquia poveira fica sem moral para realizar os hipócritas "Encontros pela Paz" que têm como símbolo uma Pomba Branca.
Isabel A. Ferreira