Segunda-feira, 18 de Novembro de 2019

«O laxismo nacional – Do fim dos chumbos ao (des)acordo ortográfico»

 

Uma abordagem do ex-ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho.

E o que pensará a actual ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, acerca das matérias que aqui se abordarão?

 

reforma-ort.jpg

 

« (…) Entretanto, no âmbito nacional, a expectativa é sobretudo em relação ao Orçamento de Estado para 2020, o que contudo não impediu uma viva, e bem necessária, controvérsia no Parlamento sobre o fim dos chumbos no Ensino Básico (até ao 9º ano). Medida que, se em abstracto só pode merecer aplauso, no caso concreto português exigiria medidas de apoio aos alunos e às escolas que estão a anos-luz do que a situação actual permite. O risco é pois grande de se estar perante mais uma vitória do laxismo, mais um triunfo do facilitismo que tão caro nos tem saído. A terminar, e porque aqui é, mais do que de laxismo, é de uma total irresponsabilidade política que se trata, abordo o (des)acordo ortográfico, que se nada se fizer vai tornar a nossa língua numa língua minoritária no âmbito do português global, com - a seguirmos as projecções feitas para meados do século - 8 milhões de pessoas, no quadro de 400 milhões de falantes do português, a seguirem um "acordo" que mais ninguém segue, tornando assim o nosso português num mero dialecto. (Manuel Maria Carrilho)

***

Estou completamente de acordo com o Dr. Manuel Maria Carrilho, nos temas que aborda neste vídeo, obrigatório ouvir.

O que ele disse sobre o AO90, já o venho dizendo há muito. Mas dito por mim, que importância terá? Nenhuma. Porque, para os acordistas, sou a "maluquinha de serviço". O que vale, não sou a única!

Contudo, dito por um ex-ministro da Cultura, espero que tenha toda a importância, e que seja ouvido no Parlamento, porque seguimos por um caminho lamacento, em direcção a um abismo cultural, sem precedentes em Portugal, porque abancada no Parlamento, está gente  muito inciente a manobrar a engrenagem. (Isabel A. Ferreira)

 

 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 10:52

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Terça-feira, 11 de Junho de 2019

«DIA DE PORTUGAL: O DESRESPEITO PELOS PORTUGUESES»

 

Desabafo de uma Professora.

Um sentimento que também partilho.

 

safe_image.jpg

 

“A educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para a outra.”  (K. Chesterton)

 

Um conjunto de políticos não estadistas e mui importantes profissionais que, sem dignidade de princípios, se vendem a quem melhor serve as suas causas corruptas, são, na sua essência egoístas pois a sua agenda pessoal, ou dizendo melhor, a sua ambição desmedida pelo poder de todas as formas, sobrepõe-se a tudo. A sua ausência de moral e hipocrisia ideológica sustentam o desrespeito pelo povo português. Assim todas as suas decisões são tomadas sempre pelos piores motivos corroendo os alicerces da nação.


E o ilustre povo herdeiro de grandes feitos e descendente de valorosos Homens, é cúmplice e, pelo seu conformismo, aplaude enormidades desconcertantes e destrutivas de uma nação digna de assim ser denominada.


É uma falta de vergonha, um descaramento, uma desonestidade nauseabunda que invade cada rua, cada casa, cada vila e cidade, arrastando na lama pegajosa os que não se subjugam, os que gritam o pensamento de uma liberdade amordaçada pelas causas individuais de poderes podres de honra, justiça e honestidade, os que abrem horizontes e perspectivas de opinião, de espírito crítico, de verdadeira democracia.

 

Num atentado à inteligência, da medicina ao direito, da arte à política, da educação à engenharia, vende-se o carácter a mentirosos compulsivos, sem escrúpulos, a troco de um qualquer presente envenenado.

 

E assim vamos, “cantando e rindo”, uns porque mandam e por isso, podem tudo; outros porque querem mandar e tudo poder.

 

Um dia seremos poucos a agitar o sossego, a questionar irreflexões, a desafiar os poderes instalados, a incomodar. E nesse dia sei que farei parte destes poucos e seremos muitos, pois esse é o espírito do professor, abrir os caminhos onde tudo pode reformular-se, repensar-se, refazer-se. Fomos, somos e seremos desconcertantes e pela força de quem eleva a sabedoria seremos sempre regeneradores e fazedores de futuros. Resiliência é o apelido de quem é Professor. E mesmo que faltem ‘alguns algarismos para um número de telefone’ manter-nos-emos fiéis à dignidade de quem é muito mais que 942. Este será o número entalado na garganta de quem ultrajou a mais alta esfera de uma sociedade, a Educação, os Professores.

 

Maria do Rosário

Professora do 2º Ciclo do Ensino Básico

 

Fonte:

https://www.comregras.com/dia-de-portugal-o-desrespeito-pelos-portugueses/?fbclid=IwAR2pYYAOpaofboeppftJ0_Ni94CDazzdB8Lp1NHwkGAr5v_RXJPlQ6RTgZk

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:58

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Quinta-feira, 1 de Março de 2018

Acção em tribunal tentou acabar com o AO90 nas escolas, onde jamais deveria ter entrado

 

É um crime o que estão a fazer às crianças e aos jovens alunos portugueses, obrigando-os a aplicar a grafia brasileira, que nada tem a ver com Portugal, com a Cultura Linguística Portuguesa e com a identidade portuguesa.

 

STA.jpg

 

Um grupo de cidadãos e a Associação Nacional de Professores de Português (ANPROPORT) entregaram, em 17 de Novembro de 2016, ao Supremo Tribunal Administrativo, em Lisboa, uma acção que impugnava a resolução do Conselho de Ministros 8/2011, que mandou aplicar nas escolas portuguesas o chamado AO90 que, gostem ou não gostem que se diga isto alto, mas é a mais pura verdade, não passa da grafia brasileira, vigente no Brasil desde 1943.

 

E até hoje, continua tudo na mesnma, como se tal acção não tivesse existido. E isto só acontece num país sem rumo, sem rei nem roque, que é tudo menos um Estado de Direito.

 

Já outras acções foram apresentadas neste sentido, mas o silêncio ao redor disto é demasiado ruidoso.

 

As petições, está visto, não funcionam em Portugal, do mesmo modo que funcionam nos países verdadeiramente democráticos, em que basta o povo mostrar-se descontente com alguma situação, para que esta seja eliminada.

 

Os actuais governantes portugueses estão-se nas tintas para o Povo, para Portugal e para a Cultura Portuguesa.

 

Há aqueles que “tremem” só de pensar em abandonar a versão simplex da grafia alvitrada pelo AO90, porque seria muito complicado regressar aos cês e aos pês mudos. É complicado para os adultos, que não conseguem pensar a Língua. Mas não para as crianças e jovens. Se eu consegui, quando era criança, porque não as outras?

 

As crianças e os jovens, esses, conseguem aprender e desaprender tudo muito mais facilmente do que um adulto; e aprenderão a escrever, sem a mínima dificuldade, a Língua Portuguesa na sua versão original e íntegra, porque com lógica, do que a do AO90, cheia de incongruências e de erros básicos, que um aluno mais atento deteCta e rejeita, porque não é parvo.

Que mal fizeram as nossas crianças e os nossos jovens para merecer tão pouca sorte?


Além disso, há um detalhe: os nossos alunos são portugueses, são europeus, vivem em Portugal. Se é que me faço entender. E se todas as gerações anteriores conseguiram aprender e pensar a Língua Portuguesa, porque haveria esta geração de ser mais estúpida? Apenas porque uns poucos acham que é, e que não consegue escrever direCtor, porque como vai saber que direCtor leva um C, se não se lê? Este argumento é tão, mas tão estúpido, que bastaria isto para mandar às malvas o AO90 mais quem o engendrou.

 

As crianças portuguesas do Ensino Básico, que estão a aprender Inglês, sabem que quando têm de escrever “direCtor” em Inglês, escrevem o C. Mas em Português não sabem?

 

Por acaso acham os acordistas que uma criança portuguesa não tem inteligência para deteCtar esta parvoíce?

 

É mais fácil aprender a escrever quando há lógica, do que quando há ignorância.

 

A resolução do Conselho de Ministros 87/2011, do XVIII Governo Constitucional, liderado pelo socialista José Sócrates, ordenou a aplicação do AO90 ao sistema de ensino, a partir de 2011/12.

 

Os juristas entendem que esta resolução contém evidentes ilegalidades e que o AO90, juridicamente, não está em vigor e  é inconstitucional a vários níveis.

 

E o presidente da República Portuguesa, que tem formação jurídica, assobia para o lado, porque entenderá que para Portugal é mais importante os beijinhos e as selfies, do que um dos maiores símbolos da nossa identidade: a Língua Portuguesa, utilizada por sete dos oito países de expressão lusófona, na sua versão culta e europeia?

 

Haja bom senso e senso comum, porque as nossas crianças e os nossos jovens merecem melhor.

Ou não?

Continua-se a aguardar que os tribunais digam de sua justiça.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:10

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