Um texto recebido via e-mail
Bem dizia Eça de Queiroz que “os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”. E Guerra Junqueiro referiu-se aos portugueses como: “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante (…)”.
Por Orlando Castro
No dia 29 de Setembro (de 2020) encontrei um cão esquelético (só tinha pele e ossos), faminto, a vaguear numa rua de Koudougou no Burkina Faso. Na verdade encontrei-o na Rua Almada Negreiros, na cidade de Valongo, distrito do Porto (Portugal). Afinal, também nas terras lusas, até para ser cão é preciso ter sorte. Não foi o caso. A civilidade humana e, já agora, os direitos dos animais não fazem parte das prioridades dos detentores do poder autárquico em Valongo.
Eis o que se passou. No dia 29 de Setembro à tarde socorri um cão (faminto e esquelético) que vagueava pela rua Almeida Negreiros em Valongo. Peguei nele e dirigi-me ao Centro Veterinário Municipal de Valongo para lá deixar o indefeso animal.
Fui então informado (na rua, junto ao portão do Centro), depois de verificarem que o animal não tinha chip, que eu acabara de cometer um crime (provavelmente de lesa civilidade) ao violar o ordenamento jurídico português (quiçá a própria Constituição portuguesa) que me impede de socorrer um animal. Deveria, isso sim, chamar as autoridades para tratarem de ajudar o animal.
Perante a situação, arriscando a ser condenado (presumo) a uma pena de prisão máxima, identifiquei-me e disse ao funcionário que me atendeu que iria deixar o cão à porta (portão, mais exactamente) do Centro Veterinário Municipal de Valongo. E assim fiz.
No dia seguinte, à tarde, dirigi-me novamente ao Centro Veterinário Municipal de Valongo para tentar, de viva voz, explicar aos responsáveis o que se tinha passado na véspera e saber como estava o cão.
Foi então que encontrei o animal a vaguear nas ruas adjacentes ao Centro Veterinário Municipal de Valongo. Por telefone foi-me dito que teria de expor o assunto por e-mail, orando a Deus que o animal não fosse, entretanto, e convenientemente, atropelado.
Mesmo considerando o “crime” que supostamente terei cometido ao socorrer um animal abandonado, faminto e esquelético, expliquei tudo isto – por escrito, conforme solicitado – às autoridades municipais, nomeadamente ao médico veterinário municipal (Fernando Rodrigues) e ao Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro.
Os dias, as semanas, os meses, foram passando e destas entidades municipais nenhuma resposta chegava. Alarguei a divulgação do sucedido aos vereadores da Câmara Municipal, a associações de protecção animal, às juntas de freguesia do Concelho de Valongo, aos partidos, Ordem dos Médicos Veterinários, aos órgãos de comunicação social da região e a outras autoridades, caso da Polícia de Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República.
Foi então que, 14 dias depois do sucedido, o médico veterinário responsável pelo Centro Veterinário Municipal de Valongo, Fernando Rodrigues, teve a gentileza de fazer o favor de responder, dizendo:
«Acusamos a receção [em Português: recePção] da exposição de V. Exa. pelo que informamos que nos termos do DL 315/2003, compete apenas às Autarquias a recolha de animais na via pública por forma a garantir que os mesmos são errantes e estão dentro da circunscrição do município.»
Como se constata, é uma resposta que em nada responde às minhas denúncias, ou acusações, e marimba-se para o que era de facto (mesmo que não de jure) o cerne da questão: o estado de saúde do animal.
Não deixando os seus créditos por mãos alheias, o Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, respondeu-me dizendo:
«Agradecemos o contacto de V. Exa. e, verificamos que o médico veterinário municipal de Valongo, Dr. Fernando Rodrigues, já remeteu a V. Exa. uma resposta sobre o assunto, no qual informou que deverá ser contactada a Autarquia em caso de se verificar a existência de animais errantes, para que possa ser efetuada [em Português: efeCtuada] a recolha do(s) animal(is), nos termos do Decreto-Lei nº 315/2003.»
Provavelmente por escrevermos num tipo de português que não é entendível em Portugal, as respostas dos dois principais responsáveis por este assunto indicam-nos onde fica o fundo do corredor quando a pergunta é: quem é corredor de fundo.
Entretanto, por informação da Direcção do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da Guarda Nacional Republicana (Proc. LSOS n.º 3609/2020 de 01/10/2020) o caso foi remetido para a PSP (Polícia de Segurança Pública) “tendo em conta que a situação descrita tem lugar na área de responsabilidade dessa Polícia de Segurança Pública.”
Por sua vez o Ministério Público remeteu o assunto para o “Diretor [em Português: direCtor] do Departamento de Investigação e Ação [em Português: aCção] Penal do Porto” (DA n.º 15488/20 – Animal abandonado – Email de 03-10-2020 – DA nº. 15488/20 – Entrada nº. 32053-20).
Como nota provisoriamente final, informo que até saber o que de facto se passou com este cão (que, provavelmente, por criminosa incúria humana já terá morrido), publicarei regularmente aqui este mesmo texto. Esta é a nona publicação. A primeira foi a 22 de Outubro, a segunda em 22 de Novembro, a terceira a 20 de Dezembro de 2020, a quarta em 21 de Janeiro de 2021, a quinta a 21 de Fevereiro de 2021, a sexta em 22 de Março de 2021, a sétima em 22 de Abril de 2021 e a oitava em 23 de Maio de 2021.
Fonte: https://jornalf8.net/2021/prestar-contas-so-do-que-convem/
Este ano no Porto, o PAN – Pessoas-Animais-Natureza assinala o Dia Mundial do Ambiente, que se celebra a 5 de Junho, com uma Acção de Limpeza na Praça de Mouzinho de Albuquerque (Rotunda da Boavista) das 18h às 19h.
Desafio: Quantas beatas conseguimos recolher do chão no período de 1 hora?
As pontas de cigarros, usualmente conhecidas como beatas, são um dos resíduos mais abundantes em todo o mundo e, devido à sua composição, são também tóxicos e perigosos para o ambiente.
Os desafios para encontrar soluções para as beatas de cigarro são grandes, uma vez que o impacto ambiental provocado por este resíduo em concreto requer objectivos reais e soluções integradas, estruturais e adequadas às necessidades cada vez mais evidentes da sociedade portuguesa.
Estima-se que para cerca de 20% da população portuguesa seja normal descartar as beatas para o chão, um hábito inconsciente, e ainda socialmente aceite. Alguns fumadores atiram a ponta de cigarro para o chão como um gesto automático e inconsciente, sem qualquer noção do real perigo deste resíduo, não considerando este um acto inadequado e nem entendendo sequer a beata como lixo, por ser tão pequena e móvel.
Assim, com esta acção, pretendemos sensibilizar a população no que concerne a esta problemática no concelho e no distrito do Porto e alertar para a urgência de serem disponibilizados equipamentos e infra-estruturas para o depósito destes resíduos, sendo este um problema apontado por 80% dos fumadores.
Tendo em conta a inexistência de soluções para estes resíduos no Distrito, após esta acção entregaremos todas as beatas no Laboratório da Paisagem em Guimarães, no âmbito do projecto “EcoPontas e PapaChicletes – Redução e Valorização de Resíduos”.
Traz luvas reutilizáveis e junta-te a nós nesta acção de limpeza. Juntos, celebraremos o Dia Mundial do Ambiente deixando-o mais limpo. Aceitas o desafio?
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PAN Lisboa incentiva a produção local
E se pudesse comprar legumes e a fruta na sua vizinhança?
Comprar produtos da área metropolitana de Lisboa será melhor para o ambiente, para a economia local e para a sua saúde, sempre conjugado com as metas da descarbonização e diminuição da poluição.
Lisboa, 4 de Junho de 2019 – A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje uma recomendação do Grupo Municipal do PAN de incentivo a cadeias curtas agro-alimentares na área metropolitana de Lisboa, com o objectivo de promover uma maior sustentabilidade alimentar na cidade. Esta recomendação foi aprovada por maioria, com o voto contra do PSD, com excepção do ponto 7 que foi rejeitado.
As cadeias agro-alimentares curtas têm sido apontadas em diversos estudos como positivas não só na diminuição do impacto ambiental, mas também porque promovem a proximidade entre produtores e consumidores e estimulam as relações interpessoais, combatendo fenómenos urbanos que o PAN já abordou, como a solidão. A efectivação desta recomendação passa também por atingir as metas da descarbonização e da redução dos níveis de poluição na cidade, aumentando a qualidade de vida de todos e de todas.
“A mudança está não só no consumidor, mas também no produtor! Cada vez mais a grande distribuição e a indústria alimentar introduzem nos nossos hábitos produtos processados, carregados de pesticidas, descurando assim a economia local, os impactos no ambiente e na nossa saúde. O incentivo às hortas urbanas e à produção local é a melhor forma de promover a economia circular na área metropolitana, sabendo quem produz, onde produz e como produz!”, afirma a deputada municipal do PAN Inês de Sousa Real.
Esta recomendação visa aumentar as áreas de hortas na cidade, regularizar estas hortas e produções individuais e elaborar um Regulamento Municipal de Hortas Urbanas, atribuir talhões de hortas urbanas a colectividades, incentivar a criação de pequenas unidades de produção em áreas permeáveis na cidade e, por fim, construir um portal de informação que reúna todos os produtos e produtores de Lisboa.
“Com esta recomendação pretendemos promover a agricultura sustentável e biológica no território do município e na área metropolitana, desde a produção aos pontos de venda e restauração. Queremos ligar produtores e consumidores directamente, diminuindo o custo final do produto, eliminando a necessidade de conservantes e reduzindo drasticamente a pegada carbónica, ao mesmo tempo que incentivamos a auto-sustentabilidade e o aproveitamento dos excedentes de produção”, acrescenta Inês de Sousa Real.
«É inacreditável como uma localidade do Distrito do Porto realiza quase uma vintena de espectáculos tauromáquicos todos os anos, entre touradas, garraiadas, touradas com anões, variedades taurinas e outras atrocidades que tais... Inadmissível !!!!!!» (R.S.)
Baião bem merece esta medalha de lata, e já agora também a Estrela de Ferro que “identifica” os municípios tauricidas.
Que vergonha, senhor Joaquim Paulo de Sousa Pereira
Quanto atraso civilizacional!
Origem da imagem: https://www.facebook.com/messages/carlos.magalhaes.125
É assim que são tratados os animais não-humanosem Baião
Denunciadas más condições em canil de Baião
em 13 de Julho de 2016
Um canil no Cadaval- | arquivo Global Imagens
«Os cães estão em espaços muito pequenos e há animais com sarna e feridas abertas. Câmara promete novas instalações.
Uma defensora dos direitos dos animais denunciou hoje as alegadas más condições do canil de Baião, onde se encontram duas dezenas de animais e a Câmara promete que este ano começam as obras para um novo espaço.
Numa comunicação escrita enviada à Lusa, Rita Sousa referiu ter-se deslocado recentemente a Baião, onde fotografou os canídeos "para fomentar a sua adopção", tendo ficado "incomodada" com o cenário que encontrou.
Segundo revelou, os cães estão divididos por três 'boxes', em espaços muito pequenos, tendo observado inclusive animais com sarna e feridas abertas.
Numa das 'boxes', sublinhou, "os cães ficam expostos à chuva e ao frio, sem qualquer protecção". Alguns animais aparentam estar subnutridos, denuncia também, entre outras situações.
Sobre a actual denúncia, o vereador Henrique Gaspar Ribeiro, da Câmara de Baião, sublinhou que o espaço onde se encontram os animais não pode ser considerado um canil.
"São instalações que acolhem animais errantes, capturados no concelho e que permanecem ali até serem encaminhados para o Centro de Protecção Animal de Vila Real", assinalou, em declarações à Lusa.
Segundo o autarca, têm sido realizadas acções de adopção, em articulação com uma associação local e desde Janeiro, frisou, já foram adoptados 20 cães.
"Por isso, temos mantido os animais naquelas instalações, porque consideramos importante o trabalho que estamos a fazer ao nível da adopção", afirmou.
A associação local "Amor Animal", prosseguiu, está em conversações com a autarquia para criar um abrigo. O projecto já está feito e vai ser construído junto ao Centro Hípico de Baião.
A obra deverá iniciar-se ainda este ano, prometeu.
O vereador sublinhou, por outro lado, que os animais são visitados e acompanhados pelo veterinário do concelho vizinho, Marco de Canaveses.
Revelou também que a Câmara de Baião está a trabalhar num protocolo com o Centro de Protecção Animal de Vila Real, entidade que este tem uma empresa especializada a trabalhar na captura dos animais.
"O objectivo é que esta parceria possa fazer com que essa empresa se desloque a Baião e faça a captura, dado que não temos pessoal especializado", explicou.
Henrique Gaspar Ribeiro disse sentir-se "desiludido com esta exposição negativa do concelho", alegando que se tem trabalhado "para o bem dos animais". »
Fonte:
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(AVISO: uma vez que a aplicação do AO90 é ilegal, não estando oficialmente em vigor em Portugal, e atenta contra a legítima Língua (Oficial) Portuguesa, este texto foi reproduzido para Língua Portuguesa, via corrector automático).
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Desiludidos estamos nós.
Se baião trata os animais Cães como trata os animais Bovinos estamos conversados...
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Rita Sousa acrescenta ainda mais:
Este canil, quando lá estive, há cerca de 2 meses tinha mais de 20 cães... Só me foi autorizada pela associação local, Amor Animal Baião, a divulgação de 6... E os restantes?
Morreram?
E as duas cadelas prenhas que lá estavam?
E a Castro Laboreiro esquelética?
E o macho agressivo pele e osso?
E as bebés cheias de sarna?
Alguém da zona pode visitar este canil?
Alguém pode saber mais sobre esta realidade miserável?
Um excelente texto de Isabel Santos
A descrição que se segue é a verdade verdadeira da tourada, à qual, os que não sabem, chamam “arte” e “festa”…
«São 17h30
Neste momento, em Baião, vai começar a "festa".
Debaixo de um calor de mais de 30º, sem vento, e depois de terem permanecido mais de 12 h metidos numa divisória de metal de um camião onde mal se podem mexer, os 6 touros vão ser "lidados" na praça amovível instalada para o efeito no alto de uma colina.
Vão ser perfurados com ferros (bandarilhas) que medem 70 cm de comprimento, enfeitadas com papel de seda de variadas cores e rematadas com um ferro de 8 cm, com um arpão de 4 cm de comprimento e 20mm de largura e com farpas ou ferros compridos e ferros curtos que medem , respectivamente, 140 cm e 80 cm de comprimento, com ferragem idêntica à da bandarilha, mas com dois arpões enfeitados e rematados da mesma forma que as bandarilhas.
Os ferros que lhe penetram e rasgam o músculo provocarão uma dor lancinante (o touro sente até uma mosca pousar-lhe no dorso - daí abanar com a cauda para a enxotar - porque não haveria de sentir dor se é feito de carne e osso como nós?) Depois de lhe serem cravados os ferros, exaustos e debilitados, enfraquecidos, vão ainda ser atormentados por 8 homens que o vão provocar, tentar imobilizar, saltar-lhe para cima e puxar-lhe violentamente a cauda (vértebras serão partidas) e humilhá-lo.
Depois será obrigado a recolher ao camião, como alguém me dizia hoje de manhã, "puxado e arrastado tão violentamente por cordas que se fica com a sensação que lhe vão arrancar os cornos".
No camião, ser-lhe-ão arrancados os ferros, a sangue frio, cortando a carne à volta do arpão com uma faca, deixando-lhe o dorso esburacado em carne viva...
Depois da " festa rija", quando os espectadores tiverem dificuldade em manter-se em pé, o touro vai ser levado para o matadouro de Santarém, no mesmo camião onde não se pode mexer, deixando atrás de si um rasto de sangue e diarreia.
Hoje é sexta-feira.
Amanhã é sábado, os matadouros não trabalham.
Domingo também não.
Com sorte, e se não tiverem morrido até lá, os touros serão finalmente mortos na segunda-feira, depois de atordoados com choques eléctricos e pendurados de cabeça para baixo.
Terão Paz afinal.
Muito grata a todos os que colaboraram nesta iniciativa, tentando alertar os autarcas de Baião para o massacre que se vai passar agora mesmo, na cidade. Como seria de esperar, não conseguimos impedir estes 6 touros de sofrerem horrores mas esperamos que o executivo camarário tome consciência desta barbárie e comece a fazer a cidade dar os primeiros passos no caminho da verdadeira evolução, a civilizacional.»
Fontes:
https://www.facebook.com/events/665892193440471/
https://www.facebook.com/CampanhaContraTouradasMundo
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Antes deste macabro episódio, a Isabel Santos, juntamente com outros activistas tentaram dissuadir o Presidente da Câmara Municipal de Baião a levar adiante tão grosseira actividade, e enviou ao autarca este outro excelente texto:
«Tanto quanto sei, a “ tradição” em Baião nada tem a ver com a tourada nos moldes actuais. Ainda que tivesse, o argumento da tradição não justifica tudo, já que as tradições não são estáticas e imutáveis, moldam-se e adaptam-se à evolução das mentalidades e das sociedades.
A tradição não tem valor intrínseco, não é por algo ser tradição que se torna inquestionavelmente bom ou mau. A tradição é, em última análise, tão-somente um costume que se foi repetindo ao longo dos tempos. E houve “tradições” bem cruéis que foram naturalmente abandonadas.
Cito, a título de exemplo, as execuções em praça pública que eram na Idade Média uma das maiores atracções populares, juntando milhares de pessoas. Este argumento é por isso um não argumento, uma falácia.
Por outro lado não existem em Baião ganadarias, toureiros, forcados nem tão pouco praça de touros, como quer fazer crer o cartaz de divulgação da tourada. E, ainda que existissem, isso também não seria justificação dado que, também com a evolução, muitas ocupações se extinguem, dando lugar a outras – é o curso natural das coisas. Assim testemunhariam os negreiros, os feitores de escravos, e até os inocentes proprietários de mercearias locais que se viram obrigadas a fechar para dar lugar a grandes hipermercados.
Como o Sr. Presidente sabe, as touradas são espectáculos degradantes que além de serem inaceitáveis em termos de abuso e maltrato animal, em nada dignificam as pessoas, já que promovem modelos de comportamento agressivos e desrespeitosos.
Por tudo isto, lamento que o Sr. Presidente José Luís Carneiro, notável do PS e vereador da cultura da CMB, não tenha tido um minuto na sua agenda para, há semanas atrás, ouvir e dialogar com representantes de movimentos da protecção animal, que respeitosamente lhe pediram audiência no sentido de sensibilizar atempadamente a população e os autarcas, de forma racional, para esta questão.
Lamento ainda que não tenha tido a delicadeza de dar uma única resposta às dezenas de emails que lhe foram enviados, pedindo, de forma racional, respeitosa e educada, para excluir do PROGRAMA OFICIAL DAS FESTAS DE S. BARTOLOMEU, a realização de uma tourada.
Já que nada disto foi possível, gostaria que, pelo menos aqui e agora, me esclarecesse quais serão então as formas de, em conjunto com a autarquia de Baião, promover iniciativas de sensibilização para que decorra DESDE JÁ uma evolução em defesa dos direitos dos animais no concelho, dado que estaremos sempre ao dispor para acompanhar a CMB na sua visível preocupação com este assunto.
Ficarei a aguardar ansiosamente uma resposta.
Grata, cumprimentos, Isabel Santos (activista pelos direitos dos animais- distrito do Porto)»
(Recebido via e-mail).
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Escusado será dizer, que este, como outros autarcas, ficam cegos, surdos e mudos aos apelos racionais, de seres humanos, que se preocupam com o bem-estar de seres não-humanos, e, consequentemente, com a evolução da Humanidade.
A tortura de seis magníficos Touros realizou-se, e Baião continua no rol das localidades portuguesas que se recusam a evoluir.
Isabel A. Ferreira