A enviar a todo os candidatos à presidência da República de Portugal.
A política exercida sem Ética, não é política, é politiquice.
E fartos de politiquice andam os Portugueses.
No dia 24 de Janeiro votem, tendo em conta esta Declaração Universal do Deveres dos Governantes.
Vão ter muita dificuldade em escolher O candidato que reúna, pelo menos, 80% destes predicados. Mas se não os tiverem, diz-nos a experiência, é garantido que serão maus governantes.
Isabel A. Ferreira
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da Dignidade dos Governantes e os seus alienáveis Deveres constitui o fundamento de um país livre, justo, e pacífico;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo pelos Direitos do Homem, pelos Direitos da Criança e pelos Direitos dos Animais conduzem a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade, que já evoluiu, e que o advento de um mundo em que todos os seres vivos sejam livres, libertos da miséria, do terror e da crueldade foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem;
Considerando que é essencial a protecção dos Direitos do Homem, dos Direitos da Criança e dos Direitos dos Animais, através de um regime de direito, para que não sejam compelidos a viver uma vida adversa;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações pacificadoras e solidárias entre todos os seres vivos que habitam o Planeta Terra;
Todos os cidadãos evoluídos do Mundo proclamam a presente Declaração Universal dos Deveres dos Governantes, como um ideal comum a atingir por todos os que pretendam exercer o cargo de governação de Nações e de Municípios, a fim de que todos os seres vivos possam viver em dignidade e em direitos, num Planeta que é de todos, e não só de alguns.
Artigo 1º
Todos os governantes devem ser dotados de razão, de sabedoria, de consciência, de equilíbrio, de virtude, de ética, de honestidade e de noção de justiça.
Artigo 2º
Todos os governantes devem cumprir os deveres éticos e observar as regras de boa conduta moral e cívica, para que possam aprimorar a democracia e construir o futuro com coerência e equidade, com base na generosidade, na moralidade, no auto-sacrifício, na integridade, na bondade, na austeridade, na mansidão, na não-violência, na paciência e em conformidade à vontade do povo que já evoluiu.
Artigo 3º
Todos os governantes devem actuar em prol do bem-estar de todos os seres vivos (homens, mulheres, crianças e animais não-humanos), sendo que a segurança económica do Estado é um dos deveres básicos das administrações responsáveis.
Artigo 4º
Nenhum governante deve matar, roubar ou mentir. É preciso que os governantes mantenham um elevado padrão de moralidade, para poder merecer o respeito e a confiança dos povos, garantir-lhes a felicidade e prosperidade, e dar o bom exemplo, uma vez que a raiz das adversidades das Nações está nas deficiências morais dos governantes.
Artigo 5º
Todos os governantes devem levar às últimas consequências a generosidade que abre mão de tudo em benefício dos seres vivos que têm sob a sua governação.
Artigo 6º
Todos os governantes devem ser incorruptíveis no cumprimento dos seus deveres públicos e serem honestos e sinceros nos relacionamentos pessoais. Devem viver e governar por meio da verdade, que é a adequação perfeita entre Palavras e Natureza.
Artigo 7º
Nenhum governante deve iludir ou enganar o Povo, seja como for, pois será um demérito para o cargo e também uma ofensa moral à Humanidade.
Artigo 8º
Todos os governantes, no exercício das suas funções, devem ser bondosos, ou seja, terem a coragem de se preocupar com todos os seres vivos. Ignorar os problemas daqueles que não têm voz, para exigir os seus direitos, será mais fácil do que atender com sensibilidade as suas necessidades e direitos, mas retira dignidade ao acto de governar.
Artigo 9º
Todos os governantes devem aceitar as suas responsabilidades e ousar agir segundo o ditame que faz do governante a força dos que não têm esperança.
Artigo 10º
Todos os governantes devem ter hábitos simples, exercer o autocontrolo e praticar uma disciplina espiritual.
Artigo 11º
Todos os governantes devem desenvolver a verdadeira paciência e a não-violência que os fará lidar de modo sábio e generoso com as imperfeições e provocações vindas de pessoas a quem eles poderiam esmagar impunemente. Os bons governantes sempre vencem a má vontade com a benignidade amorosa, vencem a maldade com a virtude, a mesquinharia com a generosidade, a mentira com a verdade.
Artigo12º
Todos os governantes devem governar em conformidade à vontade do Povo, pois a legitimidade desses governos vem do consentimento do Povo, que terá o direito de caçar esses mandatos, caso deixe de confiar na capacidade de quem elegeu, para atender aos interesses mais prementes das comunidades.
Artigo 13º
Todos os governantes devem construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza, a marginalização e as desigualdades sociais; promover o bem-estar de todos os seres vivos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, religião, idade e espécie, ou quaisquer outras formas de discriminação.
Artigo 14º
Todos os governantes devem orientar-se pelos princípios da responsabilidade, do respeito pelo outro (seja de que espécie for esse outro) e do primado de leis justas, adequadas à Vida, o bem mais sagrado e inviolável de qualquer ser vivo.
Artigo 15º
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver, para qualquer governante, o direito de alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os Deveres aqui enunciados.
Planeta Terra, 12 de Dezembro de 2012
Eis um comentário que vou responder com um texto que escrevi, no meu livro Manual de Civilidade, e espero que o Tomás Tudela entenda que não é o dono do mundo, mas simplesmente uma pequena partícula do Universo, que se a Mãe Natureza quiser esmagar, esmaga sem que ele nada possa fazer.
Nem sei como é possível existir alguém que pense como o Tomás Tudela, nos tempos que correm…
É de PASMAR!
Tomás Tudela, deixou um comentário ao post Feira medieval na freguesia de São Pedro de Sintra às 19:04, 2013-07-28.
Comentário:
A Isabel insiste em confudir seres humanos com os restantes animais e em colocá-los no mesmo patamar. Na comunidade internacional, a DUDA não tem o mesmo valor que a DUDH, e o mesmo se passa no nosso país e em muitos outros países. A DUDH é foi proclamada e aprovava pela ONU, com o apoio do nosso País. A DUDH consagra um conjunto de princípios que se impostos a todos os países pela comunidade internacional e está consagrada na nossa Constituição. Portugal não assumiu compromisso nenhum relativamente à DUDA. Eu não tenho o mesmo valor que um animal, por isso não faz sentido a Isabel tentar comparar a minha vida à vida dos animais. Os seres humanos não podem usar cavalos para o Hipismo, nem burros ou póneis para o trabalho? O entretenimento de crianças, neste caso, é o trabalho do dono do burro ou do pónei. Podemos ter cães em casa, ou isso é uma crueldade e um atentado à liberdade dos cães? Os animais não nascem com direitos invioláveis, dotados por qualquer entidade divina. Isabel, o facto de os animais nascerem selvagens ou livres não significa que tenham que o ser. Não significa que os seres humanos não os possam utilizar. Senão o ser humano também não podia utlizar as florestas, os campos, os mares ou os rios. Qual é o propósito desssa coisas? O propósito dessas coisas, tal como dos burros e dos póneis, é aquele que os seres humanos quiserem que seja. Os seres humanos são um fim em si próprios. Os animais têm o fim que os seres humanos lhes atribuam. A Razão separa-nos.
***
Primeira noção: O Respeito
«Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti»
A primeira noção a reter é a do respeito.
O que é o respeito?
É a consideração pelo outro. Quem é o outro? É tudo o que existe à nossa volta. Tudo o que faz parte do nosso mundo, da nossa vida: pessoas, animais, plantas, águas, ar, terra, enfim, todas as coisas, o que é nosso, por exemplo, a chávena por onde tomamos o leite, e o que não é nosso, ou seja, a chávena por onde o nosso irmão toma o seu leite.
O Respeito está na base do equilíbrio de todo o Universo. Se o Sol não respeitasse a Lua, se a Lua não respeitasse as estrelas, se as estrelas não respeitassem os planetas, se os planetas não respeitassem o Sol, o Sol talvez não respeitasse a Terra e provavelmente morreríamos queimados, num dia em que ele – o Sol – acordasse mal disposto.
A noção de Respeito está intimamente ligada ao princípio: «não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti».
Repara:
Se não gostas que te rasguem as carnes com um punhal ou com outra coisa qualquer, deves rasgar as carnes de outro ser com um punhal ou com outra coisa qualquer?
Se não gostas que cuspam no teu prato de sopa, deves cuspir no prato de sopa de quem contigo come à mesma mesa, ou na mesa ao lado?
Todas as pessoas têm Direitos. Todas as pessoas têm também Deveres. Só podes exigir que respeitem os teus direitos, se respeitares os direitos dos outros. E esse respeito que deves aos outros é apenas um dos teus muitos deveres.
Terás o direito de exigir respeito, se não respeitas o tudo que te rodeia?
Lembra-te de que não és a única criatura do mundo. Há os outros seres, com quem tens a obrigação de partilhar o Planeta, que não é apenas teu. Tu não és a medida de todas as coisas. O erro maior do homem foi um dia julgar-se o centro do mundo.
Todavia, o homem não passa de mais uma criatura entre milhares de outras criaturas, que antes dele já existiam.
O equilíbrio do Universo depende também do teu equilíbrio.
Primeira condição para saberes respeitar: começa por te respeitar a ti próprio, dizendo: «Sou uma pessoa, não importa se feia, se bonita. O que importa é que sou uma pessoa, e devo respeitar o que sou, para ser digno de mim mesmo e, a partir daí, digno de todos os outros seres».
A noção de respeito aparecerá muitas vezes ao longo deste Manual, porque o respeito é a medida de todas as nossas atitudes.
in «Manual de Civilidade» © Isabel A. Ferreira
*
Tomás Tudela conclui: «Os seres humanos são um fim em si próprios. Os animais têm o fim que os seres humanos lhes atribuam. A Razão separa-nos.»
Engana-se, Tomás Tudela: os animais não têm o fim que os seres humanos lhes atribuem. Os animais, infelizmente, têm o fim que os seres desumanos e desprovidos de razão lhes atribuem. assim é que é. Não se esqueça de que o Planeta pertence aos animais não-humanos, que nele apareceram muito antes do homem. O homem chegou para destruir o equilíbrio ecológico que então existia. Quando o homem desaparecer da face da Terra, os animais não-humanos continuarão a habitá-la e a viver então mais tranquilamente, livres da acção perniciosa do desumano e irracional homem-predador.
Isabel A. Ferreira
Um magnífico texto a propósito do programa da RTP «Prós e Contras» sobre touradas, publicado no Blog Anima Sentiens, um lugar onde se respira sensibilidade, bom senso e fina ironia, da autoria de Filomena Marta.
Por Filomena Marta
Uma redução, em termos culinários, é algo que se deixa ferver até que a humidade evapore e fiquem os ingredientes reduzidos e concentrados. Foi precisamente isto que se passou no programa “Prós e Contras” sobre a “Festa Brava”, que passou a 12 de Maio na RTP1. O sofrimento a que um animal é sujeito foi reduzido. Mas ao sê-lo foi também concentrado.
Um debate triste de tristes figuras. Fugiu-se do tema “sofrimento” como o diabo da cruz e até se vestiu o touro como um super-herói.
Desculpem, é mentira. Estou a faltar à verdade. Falou-se de sofrimento sim, do sofrimento comovente e tocante daquelas pobres famílias, dizem que são umas cinco mil, que quase de lágrima ao canto do olho contam a grande beleza, a estética e a ética que a tourada tem. A ética ninguém nunca lhes explicou o que significa e é usada abusivamente, agora a estética é uma coisa discutível: aqueles riquíssimos e caríssimos fatos são francamente bonitos… o sangue a escorrer nas costas do boi é que já me deixa dúvidas.
A teoria dos toureiros, dos aficionados e de uma coisa vagamente parecida com um veterinário é a de que o touro não sente dor. Ficamos a saber que o touro não faz parte dos mamíferos, classe a que o ser humano também pertence, não tem uma anatomia e morfologia comum a todos os mamíferos e é uma espécie de ser supra-terrestre que tem a capacidade de ter um ferro enterrado no lombo sem sentir dor. Pressupomos também que é um mestre em efeitos especiais e que aquela coisa vermelha que lhe escorre pelo lombo não é sangue, mas uma qualquer espécie de molho de tomate apenas para dar emoção aos aficionados.
Na sequência de afirmações supremamente científicas como estas temos, obrigatoriamente, de ir mais longe. Existe uma outra classe de seres no planeta à margem dos vulgares mamíferos. São seres especiais e também eles não sentem dor. É perfeitamente aceitável que no recinto de brincadeira, festa e confraternização onde se encontram para jantaradas touros e toureiros haja umas picardias mais atrevidas e ora agora te enfio eu um ferro, ora agora te enterro eu um corno. Tudo bons amigos e que ninguém se preocupe nem com uns, nem com outros, porque são ambos seres especiais. Nem o touro sente dor, nem o toureiro sofre com a cornada. É tudo a fingir.
Pois a verdade é que até ontem não se tinha a certeza que há quatro divisões diferentes no reino animal: os Homens, os Animais, os Touros e os Toureiros. Ah, mil perdões, esqueci-me de uma quinta divisão! Aquela divisão referida por uma toureira ao dizer “os meus cavalos divertem-se”.
Óbvio! Mas existem dúvidas que seja divertido ter uma criatura montada no lombo, a bater com esporas na barriga e a fazer avançar contra o perigo?! Nenhumas! É de rir até às lágrimas de tanto prazer e alegria.
Portanto está estabelecido: os touros não sentem dor, os cavalos divertem-se, os toureiros são um ramo paralelo dos humanos com capacidades especiais e os outros todos, gente e bichos, são umas aberrações que por aqui andam neste mundo a sentir dor, medo e a ter sentimentos.
Mas uma coisa é certa, ainda bem que os tauromáquicos não precisam de ajuda para denegrir a sua imagem, porque se os touros dependessem dos “amigos dos animais” estavam francamente “feitos ao bife”. Houve três intervenções com substrato, a de Rita Silva, a de uma veterinária e a de uma jurista. Mas isso nem sequer se tornou importante, porque um rufia sentado no painel encarregou-se de enterrar a Festa Brava com bravura e dar um belo exemplo do que é realmente um aficionado… mas eu, se fosse aficionada, não tinha gostado nada daquela representação. A menos que gostem de ser conotados com expressões pouco simpáticas.
Houve duas alturas muito interessantes no debate:
1. Um toureiro acesamente defendia a sua liberdade. Porque a liberdade dos abolicionistas terminava onde começava a dele… pois é, tal como a dele termina onde começa a dos abolicionistas. Mas ó criaturas!!!! E onde fica a liberdade do touro?!
2. Aquela coisa vagamente parecida com um veterinário, um senhor de ar “grave” e idade suficiente para pensar antes de falar, entre muitas outras pérolas de sabedoria arrancou um “os animais não têm direitos, porque não têm deveres”. Ora bem, como é que se escreve uma gargalhada…? É que já cansa ter de explicar que uma criança de dois anos também não tem deveres e tem direitos… mas como isto tem matéria para uma crónica inteira, passando pelos trabalhos forçados de todos os animais ao “serviço” do Homem, terá de ficar para outra altura.
Mas ver homens feitos a dizer disparates como “o touro não sente dor” e a queixarem-se de ser coitadinhos porque não os deixam fazer a sua “Festa” e os chamam de “assassinos” seria bastante triste, se não fosse primeiramente ridículo.
Depois há a tradição. Ah… a tradição! Um toureiro, aquele que defendia a sua liberdade, mostrou-se chocado com a comparação feita com a escravatura e a menção ao filme “12 anos escravo”. Um choque incompreensível, de facto, pois tratava-se de tradição. O negro não era considerado sequer um ser humano, não sentia dor como os seres humanos e não tinha alma. E era uma tradição. Tal como era tradição o circo romano, os gladiadores (geralmente escravos) e os cristãos na arena com os leões. Como é ainda hoje tradição a mutilação genital feminina, a lapidação e o casamento infantil.
As outras “tradições” inevitavelmente terminaram e duvido que houvesse alguém naquele programa, tauromáquicos incluídos, que defendesse a tradição da lapidação e da mutilação e do casamento infantil.
O ser humano tem evoluído. Nem sempre no bom sentido, também a maldade tem ganhado requinte, mas sem evolução ainda viveríamos em cavernas. Se calhar… ainda há quem viva, num plano mental e civilizacional. Mas estes são perigosos, pois andam por aí disfarçados de “gente moderna” e muitos até têm “cursos superiores”. O que nunca ninguém lhes disse é que na Faculdade não se ensina nem se aprende carácter, sensibilidade, humanidade ou sensatez.
***
Fadgen era um touro de lide até Christophe Thomas, um activista anti-touradas, o salvar. Fadgen era um touro de lide, até se tornar um animal de estimação. Todos os seres vivos têm direito a uma vida sem tortura e sem sofrimento, o touro não é uma excepção.
Eis um comentário que vou responder com um texto que escrevi, no meu livro Manual de Civilidade, e espero que o Tomás Tudela entenda que não é o dono do mundo, mas simplesmente uma pequena partícula do Universo, que se a Mãe Natureza quiser esmagar, esmaga sem que ele nada possa fazer.
Nem sei como é possível existir alguém que pense como o Tomás Tudela, nos tempos que correm… É de PASMAR!
Tomás Tudela, deixou um comentário ao post Feira medieval na freguesia de São Pedro de Sintra às 19:04, 2013-07-28.
Comentário:
A Isabel insiste em confudir seres humanos com os restantes animais e em colocá-los no mesmo patamar. Na comunidade internacional, a DUDA não tem o mesmo valor que a DUDH, e o mesmo se passa no nosso país e em muitos outros países. A DUDH é foi proclamada e aprovava pela ONU, com o apoio do nosso País. A DUDH consagra um conjunto de princípios que se impostos a todos os países pela comunidade internacional e está consagrada na nossa Constituição. Portugal não assumiu compromisso nenhum relativamente à DUDA. Eu não tenho o mesmo valor que um animal, por isso não faz sentido a Isabel tentar comparar a minha vida à vida dos animais. Os seres humanos não podem usar cavalos para o Hipismo, nem burros ou póneis para o trabalho? O entretenimento de crianças, neste caso, é o trabalho do dono do burro ou do pónei. Podemos ter cães em casa, ou isso é uma crueldade e um atentado à liberdade dos cães? Os animais não nascem com direitos invioláveis, dotados por qualquer entidade divina. Isabel, o facto de os animais nascerem selvagens ou livres não significa que tenham que o ser. Não significa que os seres humanos não os possam utilizar. Senão o ser humano também não podia utlizar as florestas, os campos, os mares ou os rios. Qual é o propósito desssa coisas? O propósito dessas coisas, tal como dos burros e dos póneis, é aquele que os seres humanos quiserem que seja. Os seres humanos são um fim em si próprios. Os animais têm o fim que os seres humanos lhes atribuam. A Razão separa-nos.
***
Primeira noção: O Respeito
«Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti»
A primeira noção a reter é a do respeito.
O que é o respeito?
É a consideração pelo outro. Quem é o outro? É tudo o que existe à nossa volta. Tudo o que faz parte do nosso mundo, da nossa vida: pessoas, animais, plantas, águas, ar, terra, enfim, todas as coisas, o que é nosso, por exemplo, a chávena por onde tomamos o leite, e o que não é nosso, ou seja, a chávena por onde o nosso irmão toma o seu leite.
O Respeito está na base do equilíbrio de todo o Universo. Se o Sol não respeitasse a Lua, se a Lua não respeitasse as estrelas, se as estrelas não respeitassem os planetas, se os planetas não respeitassem o Sol, o Sol talvez não respeitasse a Terra e provavelmente morreríamos queimados, num dia em que ele – o Sol – acordasse mal disposto.
A noção de Respeito está intimamente ligada ao princípio: «não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti».
Repara:
Se não gostas que te rasguem as carnes com um punhal ou com outra coisa qualquer, deves rasgar as carnes de outro ser com um punhal ou com outra coisa qualquer?
Se não gostas que cuspam no teu prato de sopa, deves cuspir no prato de sopa de quem contigo come à mesma mesa, ou na mesa ao lado?
Todas as pessoas têm Direitos. Todas as pessoas têm também Deveres. Só podes exigir que respeitem os teus direitos, se respeitares os direitos dos outros. E esse respeito que deves aos outros é apenas um dos teus muitos deveres.
Terás o direito de exigir respeito, se não respeitas o tudo que te rodeia?
Lembra-te de que não és a única criatura do mundo. Há os outros seres, com quem tens a obrigação de partilhar o Planeta, que não é apenas teu. Tu não és a medida de todas as coisas. O erro maior do homem foi um dia julgar-se o centro do mundo.
Todavia, o homem não passa de mais uma criatura entre milhares de outras criaturas, que antes dele já existiam.
O equilíbrio do Universo depende também do teu equilíbrio.
Primeira condição para saberes respeitar: começa por te respeitar a ti próprio, dizendo: «Sou uma pessoa, não importa se feia, se bonita. O que importa é que sou uma pessoa, e devo respeitar o que sou, para ser digno de mim mesmo e, a partir daí, digno de todos os outros seres».
A noção de respeito aparecerá muitas vezes ao longo deste Manual, porque o respeito é a medida de todas as nossas atitudes.
in «Manual de Civilidade» © Isabel A. Ferreira
*
Tomás Tudela conclui: «Os seres humanos são um fim em si próprios. Os animais têm o fim que os seres humanos lhes atribuam. A Razão separa-nos.»
Engana-se, Tomás Tudela: os animais não têm o fim que os seres humanos lhes atribuem. Os animais, infelizmente, têm o fim que os seres desumanos e desprovidos de razão lhes atribuem. assim é que é. Não se esqueça de que o Planeta pertence aos animais não-humanos, que nele apareceram muito antes do homem. O homem chegou para destruir o equilíbrio ecológico que então existia. Quando o homem desaparecer da face da Terra, os animais não-humanos continuarão a habitá-la e a viver então mais tranquilamente, livres da acção perniciosa do desumano e irracional homem-predador.
Isabel A. Ferreira
A estupidez de uma tourada à corda…que, ao contrário do que dizem, FERE o Touro, como pode ver-se na foto… Quanto sofrimento vemos no semblante do animal, e tudo para divertir uns INÚTEIS COBARDES!
«Quem cala consente, e quem é indiferente é cúmplice»
Os indiferentes, são uma larga maioria neste país, quando toca a touradas.
O lema é: não gosto, não vejo, não quero saber, mas respeito quem gosta.
A verdade é que com este tipo de atitudes estão a ser cúmplices de um espectáculo que não deveria continuar a ser legal neste país ou em qualquer outro país.
Senhores indiferentes, não se pode respeitar quem gosta. Quem gosta de assistir a um espectáculo deste tipo, que ao contrário do que dizem os aficionados, não é nenhum enfrentamento entre o homem e o touro e não é nenhum acto de coragem, não pode ser respeitado.
E por falar em coragem, que coragem?
Entre 1771 e 1987 morreram em praças de touros 55 toureiros (de acordo com dados da website ganaderos de lidia). Se tivermos em conta o número de touros mortos anualmente em todos os países com touradas, facilmente se verificará que as touradas mais não são que um extermínio de touros e não uma luta corajosa entre um homem e um touro.
Uma coisa é dizer não gosto de ópera, não vejo mas respeito quem gosta, porquanto na ópera não se torturam animais em nome do entretenimento.
Enterrar a cabeça na areia, tal como a avestruz é não ter a coragem de reagir contra aquilo que a maioria sabe que está errado, mas aceita porque é a liberdade dos outros. Meus senhores não é a liberdade dos outros, não é a liberdade de ninguém, porque a liberdade dos outros, quando toca ao sofrimento de um animal não é um direito.
Todos temos direitos e deveres, mas enquanto que torturar um animal não é um direito, mesmo que a lei o permita, proteger esse mesmo animal de não ser torturado, é um dever, uma obrigação de todos, mesmo dos indiferentes.
Prótouro
Pelos touros em liberdade»
Fonte: http://protouro.wordpress.com/2012/10/03/direitos-deveres-e-obrigacoes/
***
Os indiferentes nunca contribuíram para a evolução do mundo.
São como sonâmbulos a vaguar na escuridão.
Isabel A. Ferreira
Infelizmente, aos nossos governantes e aos governantes do mundo falta este sentido de DEVER e de ÉTICA...
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da Dignidade dos Governantes e os seus alienáveis Deveres constitui o fundamento de um país livre, justo, e pacífico;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo pelos Direitos do Homem, pelos Direitos da Criança e pelos Direitos dos Animais conduzem a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade, que já evoluiu, e que o advento de um mundo em que todos os seres vivos sejam livres, libertos da miséria, do terror e da crueldade foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem;
Considerando que é essencial a protecção dos Direitos do Homem, dos Direitos da Criança e dos Direitos dos Animais, através de um regime de direito, para que não sejam compelidos a viver uma vida adversa;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações pacificadoras e solidárias entre todos os seres vivos que habitam o Planeta Terra;
Todos os cidadãos evoluídos do Mundo proclamam a presente Declaração Universal dos Deveres dos Governantes, como um ideal comum a atingir por todos os que pretendam exercer o cargo de governação de Nações e de Municípios, a fim de que todos os seres vivos possam viver em dignidade e em direitos, num Planeta que é de todos, e não só de alguns.
Artigo 1º
Todos os governantes devem ser dotados de razão, de sabedoria, de consciência, de equilíbrio, de virtude, de ética, de honestidade e de noção de justiça.
Artigo 2º
Todos os governantes devem cumprir os deveres éticos e observar as regras de boa conduta moral e cívica, para que possam aprimorar a democracia e construir o futuro com coerência e equidade, com base na generosidade, na moralidade, no auto-sacrifício, na integridade, na bondade, na austeridade, na mansidão, na não-violência, na paciência e em conformidade à vontade do povo que já evoluiu.
Artigo 3º
Todos os governantes devem actuar em prol do bem-estar de todos os seres vivos (homens, mulheres, crianças e animais não-humanos), sendo que a segurança económica do Estado é um dos deveres básicos das administrações responsáveis.
Artigo 4º
Nenhum governante deve matar, roubar ou mentir. É preciso que os governantes mantenham um elevado padrão de moralidade, para poder merecer o respeito e a confiança dos povos, garantir-lhes a felicidade e prosperidade, e dar o bom exemplo, uma vez que a raiz das adversidades das Nações está nas deficiências morais dos governantes.
Artigo 5º
Todos os governantes devem levar às últimas consequências a generosidade que abre mão de tudo em benefício dos seres vivos que têm sob a sua governação.
Artigo 6º
Todos os governantes devem ser incorruptíveis no cumprimento dos seus deveres públicos e serem honestos e sinceros nos relacionamentos pessoais. Devem viver e governar por meio da verdade, que é a adequação perfeita entre Palavras e Natureza.
Artigo 7º
Nenhum governante deve iludir ou enganar o povo, seja como for, pois será um demérito para o cargo e também uma ofensa moral à humanidade.
Artigo 8º
Todos os governantes, no exercício das suas funções, devem ser bondosos, ou seja, terem a coragem de se preocupar com todos os seres vivos. Ignorar os problemas daqueles que não têm voz, para exigir os seus direitos, será mais fácil do que atender com sensibilidade as suas necessidades e direitos, mas retira dignidade ao acto de governar.
Artigo 9º
Todos os governantes devem aceitar as suas responsabilidades e ousar agir segundo o ditame que faz do governante a força dos que não têm esperança.
Artigo 10º
Todos os governantes devem ter hábitos simples, exercer o autocontrolo e praticar uma disciplina espiritual.
Artigo 11º
Todos os governantes devem desenvolver a verdadeira paciência e a não-violência que os fará lidar de modo sábio e generoso com as imperfeições e provocações vindas de pessoas a quem eles poderiam esmagar impunemente. Os bons governantes sempre vencem a má vontade com a benignidade amorosa, vencem a maldade com a virtude, a mesquinharia com a generosidade, a mentira com a verdade.
Artigo12º
Todos os governantes devem governar em conformidade à vontade do povo, pois a legitimidade desses governos vem do consentimento do povo, que terá o direito de caçar esses mandatos, caso deixe de confiar na capacidade de quem elegeu, para atender aos interesses mais prementes das comunidades.
Artigo 13º
Todos os governantes devem construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza, a marginalização e as desigualdades sociais; promover o bem-estar de todos os seres vivos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, religião, idade e espécie, ou quaisquer outras formas de discriminação.
Artigo 14º
Todos os governantes devem orientar-se pelos princípios da responsabilidade, do respeito pelo outro (seja de que espécie for esse outro) e do primado de leis justas, adequadas à Vida, o bem mais sagrado e inviolável de qualquer ser vivo.
Artigo 15º
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver, para qualquer governante, o direito de alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os Deveres aqui enunciados.
Planeta Terra, 12 de Dezembro de 2012