Na audição do Secretário de Estado da (In) cultura, Jorge Barreto Xavier, realizada no passado dia 6 de Janeiro, o tema discutido com uma “solenidade” que abeirou o ridículo, foi o “acesso à profissão de artista e auxiliar tauromáquico», ou seja, o acesso à prática da crueldade, da tortura e da violência gratuitas contra inofensivos, indefesos e inocentes bovinos, a qual é aqui considerada “profissão de artista”, o que além de ser a demonstração de uma tremenda ignorância sobre o que é um artista, entende-se que ser carrasco é uma profissão ainda viável no século XXI, depois de Cristo.
Desconhecem que a profissão de carrasco (que é o tal artista tauromáquico) ficou lá muito para trás, com a extinção dos costumes bárbaros praticados num tempo em que a mente humana estava mergulhada no mais profundo obscurantismo, do qual os governantes portugueses ainda não se libertaram.
(Pode ver-se esta intervenção de muito baixo nível cultural aqui)
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/audicao-do-secretario-de-estado-da-in-502321
Em Portugal, com os governantes retrógrados que temos, não, não serão capazes de notar a diferença nesta imagem: a amorosa criança, doce e mansa, e o monstrinho, que numa idade tão precoce, já mostra a expressão diabólica dos que se dedicam à violência e a matar bovinos por prazer.
Nesta audiência, estiveram a discutir qual a idade mais apropriada para as crianças portuguesas (que têm a infelicidade de ver o seu destino nas mãos de desassisados), serem iniciadas nesta brutalidade, como sendo algo (para os intervenientes nesta discussão) importantíssimo para o futuro de Portugal.
Ora isto além de ser um atentado a tudo quanto é da essência racional humana e cívica, é inconstitucional e viola a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, hipocritamente assinada pelo governo português.
E só não vê isto quem é cego mental e muito tacanho das ideias.
Ora sabendo-se, como se sabe (e isto é um dado universal adquirido) que a violência, a crueldade, a banalização do acto de torturar e de matar, a imbecilidade, a cobardia, a brutalidade, enfim, tudo o que caracteriza a selvajaria tauromáquica, não faz parte da Cultura de nenhum povo, nem da identidade cultural de nenhum povo, a não ser de uma minoria bronca, que os governantes teimam em manter bronca. De uma minoria inculta. De uma minoria a quem não deram e continuam anão dar a oportunidade de evoluir.
Mahatma Gandhi, um dos grandes mestres iluminados e bafejados pela sublimidade da sabedoria, diz que a violência é a lei do bruto, e outra coisa não poderia ser.
Para os governantes portugueses, contudo, a violência é uma lei que pretendem impor às crianças, enviando-as para antros, onde as ensinam a ser monstrinhos indesejáveis e inúteis à sociedade.
Enquanto esta mentalidade pacóvia perversa continuar a prevalecer nestes “debates” de secretários de estado de uma incultura crassa, Portugal nunca avançará para o século XXI depois de Cristo.
Continuaremos a ter brutos entre nós, o que comprometerá o futuro civilizado que todos desejamos.
Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier, não sei o que lhe ensinaram na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, mas quase posso garantir que não lhe ensinaram que da Cultura Culta não faz parte a selvajaria tauromáquica em todas as suas cruéis modalidades.
Abra-se este link para ver o “curriculum” deste governante apologista da brutalidade.
O que levará um governante, com um tal “curriculum”, a ver na selvajaria tauromáquica, uma alternativa válida para a educação de crianças e jovens portugueses?
Que futuro pretende para Portugal, Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier?
Um futuro terceiro-mundista?
Agora veja-se como é constituído o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, para que a Cultura Culta em Portugal, seja apenas a miragem que é:
http://www.portugal.gov.pt/pt/o-governo/nomeacoes/secretario-de-estado-da-cultura.aspx
Não há dinheiro para as Academias de Música, de Teatro, de Dança, de Cinema, de Artes Plásticas?
Pois não. Como poderá haver, se o dinheiro é canalizado para tanta gente inútil e para a tauromaquia?
Há apenas lugar para o “fabrico” de broncos, como um tal João Amaro, de Vila Franca de Xira, que me enviou um comentário a propósito de algo que eu disse acerca de uma montagem abusiva que a prótoiro fez da imagem de Cristiano Ronaldo: «Há quem odeie tanto o Ronaldo, ao ponto de o vestir à moda do que há de pior no ser humano: um cobarde forcado», porque um forcado, na realidade, não passa disso mesmo: um cobarde que ataca bovinos moribundos.
E então o génio inculto com o "valor" da marca «made in Portugal» declarou o seguinte (a linguagem é a original):
«Um cobarde forcardo excelentíssimos gostaria de os ver a pegar um toiro, vocês em vez de se preocuparem com as barbaridades mundiais, como a fome e a pobreza preocupam-se com as touradas. Gostaria que um dia fossem a vila franca de xira exporem a vossa insatisfação com as touradas. Gostava mesmo.»
Esta é a “cultura” que os governantes portugueses fomentam.
Miserável povo, aquele a quem não dão oportunidade de evoluir.
Não precisamos de ir a Vila Franca de Xira para expormos a nossa insatisfação acerca das touradas, João Amaro.
Daqui mesmo dizemos que as touradas são a identidade cultural de uma minoria bronca de portugueses, fomentada por aqueles que têm a seu cargo a função de promover a Educação, a Cultura e o Desenvolvimento da Personalidade no sentido do progresso da sociedade, ou seja, fomentada pelo Estado Português, o qual, contrariando a Constituição, favorece a deseducação, a incultura, e a germinação da psicopatia no seio da sociedade, no sentido do retrocesso e do obscurantismo.
Demitam-se todos aqueles que servem o lobby tauromáquico e o obscurantismo.
Envergonham Portugal e os Portugueses.