Os acordistas estão-se nas tintas para a contestação gerada ao redor do AO90, porque, dizem eles, os “outros”, os das outras épocas (e atiram-nos com Fernando Pessoa) também contestaram as reformas de 1911 e 1945, e elas avançaram.
Isto só demonstra uma profunda ignorância, e é essa ignorância que pretendo demonstrar.
Não há comparação possível quanto a isto, porque a motivação da contestação às anteriores reformas nada tem a ver com a motivação da contestação ao AO90.
Porquê?
Porque as anteriores contestações basearam-se na “mudança”, e mudar, para alguns, é difícil, é complicado. Não tinham justificações concretas para contestarem o conteúdo, mas apenas a forma. Por isso as outras reformas avançaram.
Ao contrário, a contestação ao AO90 baseia-se em algo muito mais objectivo: na mutilação de palavras que conduz a estranhos sentidos e a pronúncias impronunciáveis, pois trata-se da imposição da grafia de um dialecto. E os anteriores reformistas jamais nos impingiram a grafia de um dialecto. A Língua que já era Portuguesa, e já tinha deixado o estatuto de dialecto do Latim, foi modernizada. Um dia, ao dialecto brasileiro também acontecerá o mesmo: transformar-se-á em Língua Brasileira.
Além disso, as reformas de 1911 e 1945 basearam-se na evolução da Língua. E para se entender isto, é preciso conhecer a Gramática e as regras pelas quais a Língua se rege. O AO90 não segue regras linguísticas. Segue as regras mal engendradas de ignorantes. Porque todas as línguas, aliás, toda a actividade humana se baseia em regras. E isto, ou se sabe ou não se sabe.
Se se sabe, entende-se que as reformas anteriores ao AO90 assentaram em regras específicas que simplificaram a escrita, sem a desenraizar, sem a afastar da sua raiz greco-latina, sem a mutilar, sem a deformar, sem a desformosear, sem a descaracterizar.
Se não se sabe, faz-se papel de ignorante, ao dizer-se que “os outros” também contestaram as reformas, e que os contestatários actuais são velhos do Restelo, e que os brasileiros são milhões e nós milhares, como se isso fosse argumento para se destruir uma Língua.
A diferença entre as reformas ortográficas de 1911 e 1945 e a do AO90 é abissal.
Não cabe aqui esmiuçar a questão até à exaustão. Vou dar apenas os exemplos mais comuns:
Nas reformas de 1911 e 1945 o que era exahusto passou a exausto; o que era orthographia passou a ortografia; o que era portvgvesa, passou a portuguesa; o que era immoral passou a imoral; o que era lyrio passou a lírio; o que era pharmacia passou a farmácia; o que era phosphoro passou a fósforo, etc.. E o que mudou aqui? Suprimiu-se o H mudo, que não mudou a pronúncia; os Vs, para não serem confundidos, passaram a Us, e a pronúncia continuou a mesma; suprimiu-se o eme mudo, e a pronúncia continuou igual; substituiu-se o Y grego, pelo I do nosso alfabeto romano, e a pronúncia ficou igual; e o PH (som F) foi substituído pelo F do nosso alfabeto romano. Antigamente, grafava-se o fonema f com ph somente nas palavras de origem grega, por isso, Fernando Pessoa escrevia pharmacia com ph, e o F de Fernando, seu nome, grafava f. E o som era o mesmo.
Portanto, as consoantes mudas foram suprimidas apenas quando não interferiam com as vogais que as precediam, ou com a sua pronúncia, mantendo-se a etimologia e a elegância das palavras. As letras gregas foram substituídas pelas já existentes no nosso alfabeto, que é latino e não grego. E a matriz da Língua não foi alterada.
E a isto chama-se evolução.
Já o que acontece com o AO90 nada tem a ver com evolução, mas com a decadência da língua, assente na sua destruição deliberada.
O AO90 mutila as palavras, suprimindo consoantes mudas que, tendo uma função diacrítica, interferem com as vogais que as precedem, alterando a sua pronúncia e, em determinados casos, o seu significado, afastando-as da sua etimologia, da sua raiz, e tornando-as visivelmente muito deselegantes.
E dizer isto, não significa que eu esteja contra a Língua Brasileira, que escrevo tão bem quanto escrevo a Língua Portuguesa, pois aprendi as duas versões, era ainda criança. Nem é melhor, nem pior do que a Portuguesa. Simplesmente é diferente. É outro registo, que nada tem a ver com a família linguística indo-europeia.
Veja-se este exemplo: ao suprimir-se a consoante P no vocábulo adoção, não só se interfere com a vogal O que a precede, modificando a sua pronúncia (deve ler-se âdução), como no seu significado, que será algo a que se acrescentou bastante açúcar.
Agora repare-se neste conjunto de vocábulos, correctamente escritos, na grafia portuguesa, ao lado da sua forma mutilada, na grafia brasileira, com a respectiva pronúncia exacta:
Actor - Ator (âtôr); acepção - aceção (âc’ção); recepção - receção (rec’ção); adopto - adoto (âdôtu); afecto - afeto (âfêtu); arquitecto - arquiteto (ârquitêtu); tecto - teto (têtu); aspecto - aspeto (âspêtu); excepto - exceto (êxcêtu); coacção - coação (cuâção); colecta - coleta (culêta); correcto - correto (currêto); erecto - ereto (irêtu).
Repare-se na elegância da grafia portuguesa em relação à outra. As palavras mutiladas não são nada. Não significam nada. Não pertencem à Língua Portuguesa. São deselegantes. Ao lhes serem suprimidos os Cês e os Pês, interferiu-se com as vogais que as precedem, mudou-se-lhes a pronúncia, e, em certos casos, o significado também mudou, como na palavra coação (cuâção), que significa o acto de coar, e não coagir, como os acordistas pretendem.
E isto a isto chama-se decadência.
Ao olhar para estas e todas as outras palavras mutiladas, e as sem hífenes e acentos que nos querem impingir, é como se olhássemos para esta imagem:
Na verdade, o AO90 é isto: é a desistência da Arte de bem grafar as palavras; é tornar degradante o que já foi belo.
A falsa reforma do AO90 baseia-se na mutilação de palavras, supressão de hífenes em palavras compostas que, sem eles, ficam com outro significado; e eliminação de acentos que descaracterizam os vocábulos, o que resultou num monumental empobrecimento da Língua, na destruição da sua matriz, na deformação e afeamento das palavras, e em inúmeras incongruências que a leviandade e os motivos obscuros que estão por detrás de tudo isto desencadearam.
Nada disto faz sentido, porque o AO90 tem como objectivo único impor-nos o dialecto brasileiro, justificando esta imposição com o argumento da quantidade, sobrepondo-a à qualidade: «eles são milhões e nós milhares», e isto nada tem a ver com o que levou Dom Dinis a rodear-se de estudiosos da Língua e a demarcar o Português, que se afastou do idioma galaico-português, usado por Galegos e Portugueses, e mais tarde em 1911 e 1945, outros estudiosos da Língua adaptaram-na aos tempos modernos, mas jamais a mutilaram, a deformaram, a empobreceram.
A Língua Portuguesa é uma língua românica ou neolatina, oriunda do Latim, introduzido na Península Ibérica aquando da invasão romana. É uma Língua irmã do Galego. Tem genealogia, tem história e é memória (cf. Fernando Paulo Baptista). Portanto, é inadmissível que um bando de ignorantes destrua essa genealogia, essa história, essa memória, apenas por que sim.
Anda-se há anos a tentar unificar o que não é unificável. Nada resultou, porque não pode resultar. Por que se há-de insistir neste monumental erro?
Lê-se por aí que a Língua portuguesa é o único idioma moderno a admitir duas ortografias, o que dificulta a sua promoção externa, quer em universidades estrangeiras, quer em organismos internacionais em que Portugal tem assento.
Mas que falácia é esta?
Tomemos a Língua Inglesa como exemplo. Uma língua culta e europeia, grafada nas suas ex-colónias de modo diferente e falada até de modo diferente. Mas quando se trata de promoção externa ou em universidades estrangeiras é a Língua Inglesa, na sua forma culta e europeia que prevalece, e não o dialecto americano. E o mesmo se dá com as outras línguas de ex-colonizadores.
Então porque há-de Portugal vergar-se ao dialecto brasileiro, e esquecer que a Língua Portuguesa é a Língua Portuguesa? Para agradar a quem?
É que aqui não se trata de uma “reforma ortográfica”, mas trata-se tão-só de impor o dialecto brasileiro a Portugal, ao mundo dito lusófono e aos estrangeiros, só porque eles são milhões.
Eu jamais trocaria a Língua Inglesa ou o Castelhano, que domino, pelos dialectos americano e sul-americanos. E a quem se dispõe a aprender Línguas, não lhe interessam os dialectos oriundos das Línguas, a não ser para complementar o conhecimento.
Lê-se também por aí que a “diferença” ortográfica era o principal impedimento à circulação do livro português no Brasil. Mas em Portugal não há impedimento. Os Portugueses sempre leram (os que lêem) as obras de autores brasileiros no seu original, e nunca foi impedimento a sua circulação em Portugal. Porquê? Os Brasileiros serão menos espertos do que os Portugueses?
Mas se isso é impedimento, então o Brasil que adopte a grafia da Língua Portuguesa, e não o contrário. Eles são milhões? E daí? São milhões e têm um dialecto. Nós somos milhares e temos uma Língua. Porque se há-de impor o dialecto em detrimento da Língua? Por que é que Portugal há-de recuar?
É chegada a hora de cortar o cordão umbilical, e cada um ficar com a sua grafia, pois, para haver unificação, ou passamos todos a ser Pôrrtugau, ou passamos todos a ser Bráziu.
Isabel A. Ferreira
A “Cárina” deste comentário nunca saberá o que é um sonho de criança…
Comentário no post MENINOS QUE SONHAM SER TOUREIROS E QUANDO FOREM GRANDES QUEREM MATAR TOUROS
Basto me ler pouco, para chegar a meio e ler meia duzia de asneiras sem sentido! Gostava de saber dês de quando quer ser toureiro/ matador de touros é estar a roubaram a infância ás criança? Gostava. Eu sempre disse " um dia vou ser tourreira, isso nu ... Basto me ler pouco, para chegar a meio e ler meia duzia de asneiras sem sentido! Gostava de saber dês de quando quer ser toureiro/ matador de touros é estar a roubaram a infância ás criança? Gostava. Eu sempre disse " um dia vou ser tourreira, isso nunca me fez mal e eu sou muito saudavel.. Enfim crescam mais de mentalidade -.- * um dia só irei morrer se for levada por um touro * 🐎🍀❤💋
Cárina a 26 de Maio 2015, 01:24:28
***
Isto não é extremamente aterrador? Inquietante?
Esmiuçando a linguagem, ela não terá alguma coisa a ver com o acordo ortográfico/1990, que o governo português já impingiu às crianças, ou será fruto daquela ignorância ateada na Assembleia da República e que depois alastra, por aí, como um fogo destruidor de alminhas perdidas…?
Uma “Cárina” que quando crescer quer ser “tourreira” (menos mal, porque será algo que não existe).
Mas uma “Cárina” que um dia só irá morrer levada por um touro é algo que ultrapassa a sensatez e a saúde mental desta criatura que, tenha a idade que tiver, já nasceu velha e destrambelhada.
E é isto que os governantes portugueses querem para as crianças portuguesas, que têm a desdita de nascer no estreito e rasteiro mundo da tauromaquia?
E dizer que o povo português prepara-se para dar continuidade a este destrambelhamento instalado também no poder político!...
Seja quem for esta “Cárina”, agradeço-lhe esta oportunidade de mostrar ao mundo o que é o mundinho abetesgado da selvajaria tauromáquica.
***
E Cárina respondeu:
Cárina, deixou um comentário ao post MENINOS QUE SONHAM SER TOUREIROS E QUANDO FOREM GRANDES QUEREM MATAR TOUROS às 12:31, 2015-05-26.
Comentário: A senhora não reparou á hora que eu escrevi o comentário já devia tar mais a dormir que acordada? Independete mente do que digam vou continuar com o meu sonho mais agora só para calar a boca a muita gente que tenta acabar com o mundo tauromaquico em portugal, sim vocês anti-taurinos -.- e sim mantenho o meu desejo, de ser toureira neste portugal. Nasci velha com sonhos dos velhos admito que sim tem toda a razão no que diz, não sei o que é sonhos de criança? Saber sei mas cansei de lutar por uma coisa que nunca vai dar em nada, em criança sonhava trabalhar na area da estetica, mas des dai comecei a não quer saber de cabelos, unhas, já trocava isso tudo por uma corrida de touros, se hoje digo que quero ser toureira eu vou mesmo ser... Prontos mantenham a vossa opiniao que nos mantemos a nossa... 🐎🍀🐮🐴💋 Para Isabel A. Ferreira ou wtv.
***
Pois… à hora em que escreveu aquele comentário já «devia TAR mais a dormir do que acordada»?
Estaria mesmo?
É que “este” chegou às 12:31, e a diferença entre um e outro é ZERO. Ainda “taria “ adormecida?
Quem nasce velho, como você, dificilmente progredirá, por mais que se lhe “injecte” informação. O seu cérebro está murcho, estéril, e nele jamais nada de bom germinará, se continua a recusar-se a evoluir.
Tenho pena de si, sabe? Lamento muito que viva no meio das trevas, e tenha a “fantasia” (sonho é outra coisa) de um dia vir a ser carrasca de bovinos indefesos.
Não, não sabe o que é ter sonhos de criança.
Queria ser esteticista? E desistiu? Pois… como poderia lutar por uma profissão de gente civilizada, se nas suas entranhas corre fel, em vez de mel?
Como evoluir se não tem quem lhe mostre um caminho iluminado?
Pobre criança velha!
O que vale é que a selvajaria tauromáquica está com os pés na cova. A Cárina nunca chegará a ser carrasca de bovinos indefesos, e como a sua pretensão de ser esteticista se perdeu no meio das trevas em que vive, pobre moça!
Nunca será ninguém… a não ser que se liberte dessa “fantasia” cruel de querer ser verduga, algo que o mundo civilizado abomina e rejeita, e queira ser “gente”.
Para já, nem “gente” é, o que sinceramente lamento.
Boa!
Mas no Canadá (no sábado passado, em Dundalk) a tortura de bovinos realizou-se com as bancadas vazias (ou quase) como pode ver-se na foto, onde proporcionalmente havia mais gente na arena do que na assistência.
Isto significa a decadência da tourada num país que também não é flor que se cheire (Canadá), devido à tortura das focas bebés. O atraso civilizacional também é feito destes pormenores.
Ora uma avaria no avião que levaria os forcados de Alcochete até a uma terra de broncos, deixou-os em terra. Assim livraram-se de ir mostrar a sua cobardia a meia dúzia de sádicos.
A NOTÍCIA:
«Os Amadores de Alcochete embarcaram na sexta-feira no Aeroporto da Portela (Lisboa) em direcção ao Porto, onde fariam escala, rumando depois a Toronto. Uma vez no Porto, no Aeroporto "Francisco Sá Carneiro", foi detectada uma avaria no sistema informático do avião da companhia Air Transat, que adiou o voo para a manhã de sábado, onde, após novo teste, se voltou a verificar que não estavam reunidas as condições necessárias para que o avião deslocasse, ficando o voo novamente adiado, desta vez para domingo, o que impossibilitou a chegada a tempo útil do grupo para pegar na Monumental que tem o nome do Maestro Vítor Mendes.
A frustração de não concretizar a missão e o desejo de levar a nossa cultura além-fronteiras pode ser grande, mas a vida não tem preço e a segurança está em primeiro lugar" - escreve o GFA de Alcochete na sua página da rede "Facebook»
Fonte - Vejam mais fotos do fiasco neste link:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2014/06/avaria-no-aviao-forcados-de-alcochete.html
***
Concretizar missão? Qual “missão”? A de cobardemente torturar Touros moribundos?
Levar a nossa cultura além-fronteiras? Qual “nossa cultura”? A "cultura" dos broncos (antónimo de gente civilizada)?
Bendita avaria!
Isabel A. Ferreira
Um texto que diz da derrapagem da tauromaquia… Uma aberração em franca decadência
«Qualquer dia é como a foto o documenta: um espectador por corrida e mesmo assim não irá a todas...»
«Soluções para a crise: existem?
«Miguel Alvarenga - A corrida de domingo na Moita terá desmotivado uma das nossas primeiríssimas Figuras, António Ribeiro Telles, levando-o mesmo a equacionar a possibilidade de parar, como outros já o fizeram. É a solução? Penso que não. Nem acredito que António o faça. É natural o desânimo, é natural o seu estado de espírito, tendo em conta que é um toureiro que vive de tourear - e precisa de receber.
Não houve dinheiro na Moita, dizem. A culpa é do empresário? "Nené" leva mais de trinta anos de carreira profissional - séria. De um momento para o outro deixou de ser sério e deixou de pagar? Claro que não. Os toureiros também têm culpa? Claro que têm. Anunciando-se em todo o lado, como pensam levar gente às praças? Se os artistas que vêm, por exemplo, ao "Rock in Rio", andassem a cantar todas as semanas em todas as terras, alguém os ia ver? Podem os toureiros exigir elevados cachet's às empresas quando não têm força de bilheteira para levar gente às praças? Não podem.
Há uma crise económica - todo o mundo sabe. Mas há, na tauromaquia, uma assustadora crise de valores. As praças não podem encher quando se anunciam sempre os mesmos toureiros.
E há novos que despertem o interesse do público? Também não há. Que fazer, então?
(…)
Continuar como está - não dá. Corridas a toda a hora e sempre com os mesmos toureiros? Viu-se domingo na Moita: o público não vai, não pode ir. Santarém no próximo domingo é outro teste importante: oxalá não seja outro "buraco". Na próxima semana, Rouxinol, por exemplo, toureia três ou quatro corridas seguidas: é a Figura do momento, o toureiro imparável no que a triunfos diz respeito. Mas ir vê-lo dias seguidos, acham que o público vai? Rui Bento tem carradas de razão quando diz que a gestão dos toureiros devia ser mais cuidada. Mas essa não é a única solução para fazer frente à crise.
Organizem-se, reúnam-se, tomem decisões. Mas não passem a vida a perder tempo, a discutir apenas e só o sexo dos anjos. Assim não se chega a lado nenhum.»
Fonte:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2012/05/solucoes-para-crise-existem.html
***
Tauricidas, deixem-se de sonhar com impossíveis.
A tauromaquia já era. É coisa que passou.
Hoje em dia, ninguém mais está interessado em andar a ver TORTURAR Touros e Cavalos, e passar por primitivos e broncos, e serem mal vistos na sociedade.
Pertencer ao meio tauromáquico, nem que seja apenas como espectador, é coisa de gente de baixo nível cultural e moral. Cheia de traumas, de complexos, de frustrações, de melindres. Gente sem alma. Sem cultura, que ficou presa a uma herança que lhe deixaram os antepassados broncos.
Hoje em dia, pertencer à tauromaquia é ser o rebotalho da Humanidade.
Poucos serão aqueles que quererão ser ignorantes e estúpidos na era de todas as evoluções, e de todas as informações sobre o que é a realidade da tauromaquia.
Rendei-vos às evidências.
Mudai de vida, enquanto o ano de 2013 não acaba. Depois, será demasiado tarde para recuperarem o prestígio perdido.
Mais gente na arena do que nas bancadas. Boa!
E dizem eles que a tauromaquia está de boa saúde! A verdade é que ela está moribunda. Com os pés na cova. Vamos dar-lhe o empurrão final para que caia no abismo e fique soterrada para sempre no fundo dos infernos, onde já devia estar há muito tempo.
O texto que se segue diz da situação de Espanha, que é o que se passa exactamente em Portugal. Sem tirar nem pôr.
Lá como cá, estamos a trabalhar para que 2013 seja o ano da morte das touradas.
Este é um texto que é OBRIGATÓRIO LER.
***
«Agoniza em declive e ferida de morte» estas seriam as palavras com as quais, no dia de hoje, definiríamos a situação da tauromaquia em Espanha.
(E também em Portugal e nos restantes países tauricidas do mundo).
Palavras que começam a ouvir-se da boca dos próprios ganadeiros, empresários, jornalistas, críticos taurinos, aficionados e toureiros.
A consciência social, a apatia dos aficionados taurinos, a falta de dinheiro, a forte crise que golpeia a Espanha (e também Portugal) e o esforço que algumas Câmaras Municipais estão a fazer, hoje, mais do que nunca, permite que tauromaquia esteja à beira do precipício.
Desde 2007, os festejos taurinos decresceram 47% em toda a Espanha (e em Portugal o mesmo se passa).
Os ganadeiros já destinam mais bovinos para os matadouros do que para as arenas, e dia após dia, vêem-se a braços com enormes perdas económicas, pelo que já planeiam seriamente a alternativa dos matadouros como única via de escapar à crise.
A ferida aberta pela Catalunha, em 2010, proibindo as corridas de Touros, longe de cicatrizar, torna-se mais funda, à medida que as Organizações de Defesa dos Animais, com o apoio de mais de 73% da população (em Portugal chega-se aos 87%) continuam a trabalhar para abolir esta tradição cruel, digna apenas de um povo primitivo.
Dois anos depois da sua proibição na Catalunha, parece chegar a vez de San Sebastian, cujo alcaide quer pôr fim a esta atrocidade e, deste modo, não derramar mais sangue inocente nas arenas daquela localidade.
«O sofrimento dos animais não deve converter-se num espectáculo público», referiu o alcaide Juan Carlos Izaguirre.
É de realçar que com um país prestes a pedir um resgate financeiro, se desperdicem mais de 500 milhões de Euros em festejos taurinos e que apesar de utilizarem a palavra “austeridade”, muitas Câmaras Municipais continuem a endividar-se, ano após ano, realizando corridas de Touros em praças CADA VEZ MAIS VAZIAS.
Apesar de 73% da população estar contra ou ser indiferente à tauromaquia, o governo central faz ouvidos de mercador ao grito unânime da população que pede o fim da tortura e da morte de milhares de Touros, todos os anos.
(O mesmo acontece em Portugal, com governantes CEGOS E SURDOS)
A tauromaquia sobrevive graças aos interesses privados de alguns políticos, ao endividamento das Câmaras Municipais, às entradas gratuitas a centros escolares de algumas comunidades e aos turistas que lá vão ao engano.
A estes últimos vende-se-lhes um espectáculo de dança entre um Touro e um Cavalo, na qual em nenhum momento se maltrata o Touro. Uma vez iniciada a lide, os turistas saem horrorizados, com lágrimas nos olhos pelo que presenciaram.
(Além de tauricidas são mentirosos e traiçoeiros).
A Organização Internacional pela Defesa dos Animais “AnimaNaturalis" , continuará a trabalhar para que num futuro próximo, esta mal denominada “festa nacional” seja abolida em todo o Estado Espanhol , e deixe de envergonhar a maioria dos cidadãos que não querem ser identificados com tal atrocidade.»
Guillermo Amengual,
Coordenador para Espanha de «Campanha Antitauromaquia».
Fonte: http://animanaturalis.org/p/1584
***
Em Portugal estamos a trabalhar também para o funeral da tauromaquia. Talvez demore mais do que gostaríamos. Mas a abolição é CERTA.
E o que estará a pensar o símio?...
Vivemos num país em que quase tudo o que é proibido, é tolerado pelas autoridades, em nome de uma diversão grotesca, que só conduz à imbecilidade, cada vez mais crescente, numa sociedade que anda à deriva, perdida entre os destroços
da sua própria iniquidade, despida dos verdadeiros valores humanos.