Está prevista a realização de uma tourada à corda na freguesia da Feteira, Ilha do Faial, integrada nas festividades de Nossa Senhora de Lourdes.
Uma vez mais vamos escrever ao Bispo dos Açores para dizer-lhe que a Nossa Senhora de Lourdes celebra-se com orações, música sacra, flores, enfim, coisas mais dignas de Nossa Senhora, que não abençoa a crueldade cometida contra as criaturas de Deus…
Exmo. e Revmo. Senhor:
Dom António de Sousa Braga
Integrada nas festividades de Nossa Senhora de Lourdes, está prevista a realização de uma tourada à corda, actividade que anualmente é responsável por mais de 300 feridos e a média anual de uma morte.
Considerando a crise socioeconómica em que os Açores estão mergulhados, à qual não ficam imunes as paróquias que se debatem com falta de recursos;
Considerando que não há tradição ou divertimento que justifiquem o sofrimento e maus- tratos a um animal, seja uma tourada, circo, ou uma apanha ao marrão que também está inserida no programa;
Considerando que a Igreja Católica deveria ter uma posição clara relativamente às touradas, que, foram condenadas e proibidas pelo Papa Pio V, que as considerava como espectáculos alheios de caridade cristã;
Considerando que as touradas em nada contribuem para educar os cidadãos para o respeito aos animais, além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas;
Considerando que a tourada à corda prevista vem conspurcar as respeitadas festas de Nossa Senhora de Lourdes;
Vimos apelar a V. Reverendíssima para que intervenha junto de quem de direito para que retire do programa a referida tourada a qual origina sofrimento, sem qualquer justificação, aos animais e que use com parcimónia o dinheiro esbanjado para o efeito.
Ressalvo que embora seja argumentado que a tourada é de iniciativa privada, em nada justifica que uma freguesia, uma cidade e uma ilha, tenham a sua imagem manchada com a prática violenta, na qual se recorre ao uso de animais para diversão das pessoas.
O movimento de consciencialização, relativamente à manutenção destas práticas, é cada vez maior, chegando à própria ONU, que já se manifestou em relação aos danos psicológicos e orais que causa às crianças.
Não permitam que o Faial fique marcado como mais uma localidade que tende a regredir naquilo que são as boas práticas. Não permitam que a boa imagem, de Natureza viva, de vida náutica, de misticismo, seja marcado pela realização de práticas violentas que nada acrescentam de positivo.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
***
Contactos, para enviarem esta ou outra carta mais personalizada:
Para: geral@diocesedeangra.pt, seminariodeangra@mail.telepac.pt, geral@feteira.com, geral@cmhorta.pt, jornalincentivo@gmail.com, tribunadasilhas@gmail.com