Um texto capital, escrito pelo médico-veterinário, Dr. Vasco Reis, em 26 de Janeiro de 2014, ainda actual, e que nos conduz pelo mundinho tauromáquico da ilha Terceira, que envergonha o Arquipélago dos Açores, Portugal, o Mundo e a Humanidade com o que os terceirenses chamam “cultura taurina”, ou seja, a selvajaria das selvajarias, como podemos ver na imagem…
(Estou a pensar traduzir para Inglês estes e outros textos semelhantes, e enviá-los às agências turísticas de todo o mundo, para que se fique a saber que Portugal não é apenas a Ilha da Madeira, o Algarve, Lisboa e os seus hostals, o Porto e o Rio Douro. Existe este submundo que muito nos envergonha.)
Esta imagem diz tudo sobre a “coltura” taurina da ilha Terceira….
«A PROPÓSITO DO III FÓRUM MUNDIAL DA CULTURA TAURINA NOS AÇORES
Um dos intervenientes pretende que os touros plantam biodiversidade???
Ou será uma falácia para servir a ânsia de inventar vantagens ambientais da criação de gado bravo que é explorado nas touradas???
A informação objectiva que eu tenho, é que o gado bravo ocupa largas áreas da Ilha Terceira, o que impede que essas áreas sejam percorridas por pessoas/turistas com gosto por passeios na natureza.
Por isso, tais potenciais turistas devem procurar outros destinos, que não a Ilha Terceira.
A presença desses animais representa um perigo para quem inadvertidamente, ou por não conhecer a zona, ande por ali.
Já aconteceram ataques por touros.
- A tourada à portuguesa implica uma enorme tortura para touros e cavalos e é degradante para a sociedade e para o prestígio do país.
- A Sorte de Varas como autorizada em Espanha, não é permitida em Portugal. É uma modalidade de tortura maquiavélica destinada a perfurar e destruir musculatura do pescoço do touro, que deixará de poder levantar a cabeça ao investir contra o toureiro. O animal sangrando, debilitado, torturado por dores fortíssimas, fica impossibilitado para a luta.
Agora as autoridades estão "generosamente" a autorizar este massacre para agradar aos visitantes do FÓRUM, desrespeitando a lei proibitiva.
- A tourada à corda é propagandeada como atractivo turístico e como evento festivo, muito interessante, popular, emocionante, desopilante, lucrativo, etc.
Na realidade o que ali acontece é grave:
- um grande sofrimento psicossomático para o touro, que arrisca ser ferido gravemente e até a morte;
- elementos do público, mais afoitos, mais exibicionistas, mais alcoolizados, mais estúpidos, menos ágeis, arriscam-se a sofrer acidentes mais ou menos graves e até mortais por quedas, colhidas pelo touro, síncopes, etc.;
- despesas várias, desde organizativas (policiamento, bombeiros, ambulância, pessoal médico e enfermeiro, médico veterinário. etc) até outras, mais do que prováveis, em consequência de acidentes, tais como, de exames clínicos, hospitalização, cirurgia, morgue, autópsia, funeral, tudo à custa de dinheiros públicos alimentados pelos impostos dos contribuintes;
Daí resulta uma reputação lastimável para a cultura, para a ética das gentes, das autoridades, da Ilha, da Região.
O interesse pelo turismo na Terceira fica muito abalado.
É enorme a vergonha que recai sobre a Ilha Terceira e os Açores, por tanta exploração, por tanta tortura, por tanta mentira!
Vasco Reis»
Fonte:
https://www.facebook.com/vmmreis/posts/1219164091507302?notif_t=notify_me¬if_id=1485440731300468
Um excelente texto do Dr. Defensor Moura, escrito em 17 de Agosto de 2012, e que devia estar arquivado, como um precioso documento de um tempo que passou, e, infelizmente, em 2014, continua actualíssimo…
O que se passa na Câmara Municipal de Viana do Castelo?
Texto de DEFENSOR MOURA
Depois de uma década e meia de profunda requalificação urbana e ambiental, com preservação e valorização dos recursos naturais, Viana do Castelo desenvolveu um modelo de cidade com estilos de vida saudável em perfeito equilíbrio com o privilegiado ecossistema envolvente.
O respeito pelos direitos dos animais e a decisão de declarar “Viana do Castelo Cidade anti-touradas” foram consequências naturais da evolução civilizacional da comunidade vianense, com aprovação da esmagadora maioria dos cidadãos e escassíssimas manifestações de oposição, como aliás o demonstraram os proprietários da Praça de Touros (que a venderam sabendo que acabariam as touradas) e, até, do centenário clube taurino da cidade que há muitos anos se dedica tranquilamente à prática de bilhar e xadrez.
Em Viana do Castelo não há touros, nem toureiros, nem forcados e as touradas nada tinham a ver com a Romaria d’Agonia, dedicada às belezas vianenses – o traje, o ouro, as danças e os cantares, o cortejo, as procissões e o fogo-de-artifício que atraem muitas centenas de milhares de forasteiros anualmente.
Ninguém sentiu a falta da tourada nos últimos três anos da romaria e Viana viveu tranquilamente a sua festa maior sem acolher no seu seio o bárbaro espectáculo onde os pobres touros, que vinham de fora, para aqui sofrerem torturas sanguinárias de toureiros, que também vinham de fora, para mórbido prazer de umas centenas de aficionados que, igualmente, de outras paragens chegavam à cidade!
Mas “Viana anti-touradas” é um símbolo da luta pelos direitos dos animais que os, cada vez menos aficionados, não desistem de abater. Esperava-se que, mais tarde ou mais cedo, a indústria tauromáquica investisse sobre Viana.
Foi este ano que o poderoso lobby das touradas apareceu, com uma proposta da federação Prótoiro para instalação de um redondel provisório em terrenos agrícolas na periferia da cidade, com o propósito de esmagar exemplarmente a vontade da cidade que simbolicamente se ergueu contra a barbárie.
Esbarraram na firme determinação da Autarquia que indeferiu o pedido, por se manter orgulhosamente como “Cidade anti-touradas” e por rejeição do local de instalação da praça provisória. Inesperadamente o Tribunal Administrativo de Braga desautorizou a Câmara Municipal e viabilizou a proposta de realização do sanguinário espectáculo. INACREDITÁVEL!!!
E se, no que se refere ao próprio espectáculo, a contraditória legislação que condena a violência sobre os animais … e parece excepcionar as touradas (!), pode admitir a controversa decisão judicial, era bem dispensável a insensível citação da tauromaquia como manifestação cultural equivalente ao teatro e à música.
Inesperada, porém, foi a decisão judicial de autorizar a instalação de uma praça de touros num terreno agrícola junto ao mar! Sem ouvir a Câmara Municipal, nem a Comissão de Coordenação Regional, nem o Instituto Hidrográfico, nem o Instituto de Conservação da Natureza que tutelam aquela área protegida, o Tribunal autorizou a instalação daquela arena de tortura num terreno onde o próprio agricultor não é autorizado a construir um pequeno casebre para guardar os utensílios agrícolas. ESCANDALOSO!!!
Além de um grave atropelo à legislação vigente, o poder judicial desautorizou publicamente a Autarquia de Viana do Castelo e afrontou desnecessariamente a população vianense que, por esmagadora maioria, reprova e rejeita as sanguinárias torturas tauromáquicas.
Afinal, se em Viana não há touros nem toureiros e os escassos aficionados, se existem, apenas precisam de se deslocar duas dezenas de quilómetros para satisfazerem a sua sede (de sangue) de cultura taurina, PORQUE NÃO NOS DEIXAM EM PAZ???
Porque não deixam os vianenses e os milhares de visitantes fruir alegremente a maior Romaria de Portugal, não manchando a beleza multicolor que a caracteriza com o sangue do sacrifício dos touros inocentes.
É evidente que, na enxurrada da gravíssima crise social que atravessamos, com desemprego, fome e perda de direitos no trabalho, na saúde e na escola pública, este bárbaro atentado aos direitos dos animais é apenas mais um alarmante sinal do retrocesso ético e civilizacional que inunda a nossa sociedade e é preciso denunciar e rejeitar quotidianamente.
Por isso me solidarizo com os vianenses e os amigos dos animais que se vão juntar no domingo, a partir das 16 horas, junto ao Castelo Velho da Praia Norte e na própria Veiga da Areosa, para protestar contra este grave atentado aos direitos dos animais e, simultaneamente, denunciar a escandalosa desautorização dos legítimos representantes autárquicos de Viana do Castelo.
Defensor Moura
17.Agosto.2012
Não diante dos parlamentares europeus, que são todos feitos da mesma massa, mas diante do mundo da Cultura Culta.
Como é possível, uma individualidade destas, dizer tanta asneira numa só frase, como se estivesse a discursar numa qualquer confraria medieval?
Esmiucemos a frase que a prótoiro considera “belíssima”:
«As touradas são um ritual diante do perigo…»
Mas que perigo? Saberia Graça Moura que o Touro vai para arena num estado febril, já mais morto do que vivo, e os cobardes que o lidam nada mais fazem do que espicaçar um ser vivo, que embora esteja já bastante debilitado, ainda consegue reunir derradeiras forças para se defender dos seus carrascos? E por vezes até os deixa estropiados e mortos, com toda a legitimidade?
«…em que arte e coragem, inteligência e perícia, entusiasmo e audácia, criatividade e liberdade permitem (ao toureiro)…»
Graça Moura confundia pateguice com arte, cobardia com coragem, ignorância com inteligência, piruetas de bailarina com perícia, impotência sexual com entusiasmo, debilidade moral com audácia, fantochada com criatividade, e libertinagem com liberdade. Acontece a quem anda muito distraído ou desfasado do seu tempo…
«…revisitar e refazer o mito imemorial da luta contra o que de mais obscuro e brutal existe na natureza concentrados no touro que ataca»
Confuso, Graça Moura não sabia que o mito imemorial, que referiu, era um costume bárbaro, perdido num tempo remoto, uma luta entre o que de mais obscuro e brutal existe na Natureza, concentrados no animal dito humano, que ataca o animal Touro, um bovino, um ser pacífico, torturado previamente até ao limite, para entrar na arena já bastante debilitado.
Vasco Graça Moura confundiu os heróis. Numa tourada, o herói é sempre o Touro.
E os prótoiros, caracterizados por ter uma visão curta, quiseram prestar uma homenagem a VGM, escarrapachando este dito absolutamente ilógico, sujando o nome de quem o proferiu, e o nome de Portugal.
Vasco Graça Moura poderia até ser um bom tradutor, mas era um PSD, e basta. Um marialva, e basta.
Culto seria, mas nem todos os cultos têm a sensibilidade dos sábios. E Vasco Graça Moura não era sábio. Não era sensível. Não era um ser empático.
Defendia a tauromaquia, lastimavelmente. O que, lastimosamente, lhe manchou o nome.
Se, de acordo com os prótoiros, ele, na verdade, defendeu o “valor da cultura taurina”, então não tinha a mínima noção do que era Cultura.
Como lamentamos!
Que seja recebido no Além, em conformidade com as sementes que plantou na Terra.
Isabel A. Ferreira
Fonte da imagem:
É desta plantação de biodiversidade que se fala?
«Agricultoros – Touros plantam biodiversidade????»
Por Dr. Vasco Reis
26 de Janeiro de 2014 às 11:10
Ou será uma falácia para servir a ânsia de inventar vantagens ambientais da criação de gado bravo que serve para as touradas ***???
A informação objectiva que eu tenho, é que o gado bravo ocupa largas áreas da Ilha Terceira, o que impede que essas áreas sejam percorridas por pessoas/turistas com gosto por passeios na natureza.
Por isso, tais potenciais turistas devem procurar outros destinos, que não a Ilha Terceira.
A presença desses animais representa um perigo para quem inadvertidamente, ou por não conhecer a zona, ande por ali.
Já aconteceram ataques por touros.
- A tourada à portuguesa implica uma enorme tortura para touros e cavalos e é degradante para a sociedade e para o prestígio do país.
- A Sorte de Varas como autorizada em Espanha, não é permitida em Portugal. É uma modalidade de tortura maquiavélica destinada a perfurar e destruir musculatura do pescoço do touro, que deixará de poder levantar a cabeça ao investir contra o toureiro. O animal sangrando, debilitado, torturado por dores fortíssimas, fica impossibilitado para a luta.
Agora as autoridades estão "generosamente" a autorizar este massacre para agradar aos visitantes do FÓRUM, desrespeitando a lei proibitiva.
- A tourada à corda é propagandeada como atractivo turístico e como evento festivo, muito interessante, popular, emocionante, desopilante, lucrativo, etc.
Na realidade o que ali acontece é grave:
- Um grande sofrimento psicossomático para o touro, que arrisca ser ferido gravemente e até a morte;
- Elementos do público, mais afoitos, mais exibicionistas, mais alcoolizados, mais estúpidos, menos ágeis, arriscam-se a sofrer acidentes mais ou menos graves e até mortais por quedas, colhidas pelo touro, síncopes, etc..
- Despesas várias, desde organizativas (policiamento, bombeiros, ambulância, pessoal médico e enfermeiro, médico veterinário. Etc.) até outras, mais do que prováveis, em consequência de acidentes, tais como, de exames clínicos, hospitalização, cirurgia, morgue, autópsia, funeral, tudo à custa de dinheiros públicos alimentados pelos impostos dos contribuintes;
Daí resulta uma reputação lastimável para a cultura, para a ética das gentes, das autoridades, da Ilha, da Região.
O interesse pelo turismo na Terceira fica muito abalado.
É enorme a vergonha que recai sobre a Ilha Terceira e os Açores, por tanta exploração, por tanta tortura, por tanta mentira!
Vasco Reis
(Médico Veterinário – Aljezur)
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A tauromaquia está morta, só eles não vêem…
90.000 mil Euros deitados ao lixo…
2012/2014 - Qual a diferença?
SÃO MAIS 60 MIL EUROS, subsídio que o Governo Regional dos Açores aprovou para ajudar a pagar as despesas com o Fórum Mundial da cultura taurina, que se irá realizar na ilha Terceira.
Em 2014: Este ano, o orçamento da organização do evento ronda os 90 mil euros, o que representa uma quebra em relação à anterior edição, devido a uma redução da comparticipação do Governo Regional de 75 para 60 mil euros.
Em 2012: DLR n.º 18/2005/A de 20 de Julho, no 1.º Semestre do Ano de 2011:
- II Fórum Mundial de cultura taurina, 75.000€
Meia dúzia de labregos!!! Tanto dinheiro gasto para fazer vontades a meia dúzia de labregos!!! O que me delícia a alma, é que isto mostra o evidente declínio desta actividade bárbara e decadente! A tauromaquia está moribunda...! As fotos falam por si!
Fonte:
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*** A criação de "gado bravo", que serve para tourada, são aqueles herbívoros mansos e ruminantes que os torcionários torturam antes da função. Daí ficarem "bravos". Pudera! Qualquer um de nós ficaria mais do que bravo, se energúmenos desqualificados viessem torturar-nos. Autodefesa! Pura e simples, que nada tem a ver com ser-se "bravo" - a grande mentira dos aficionados, uma vez que não existem "touros bravos" na Natureza.
Isabel A. Ferreira