Nestes dias em que “dei um salto” até à civilização, recebi da ilha Terceira, e a propósito de dois textos que aqui publiquei sobre a selvajaria tauromáquica praticada pelos broncos dessa localidade, para cima de uma centena de comentários, e é óbvio que não vou publicá-los (e já muito tempo perdi com alguns, mas tenho sempre a esperança de que de tanto repetir o óbvio, alguma coisa poderá mudar).
Mas nada mudará. E sabem porquê? Porque uma parcela (ainda que uma minoria) da população terceirense é bronca, mas mais broncos são aqueles que podem e mandam e nada fazem para fazer evoluir esses broncos da ilha Terceira… Broncos até no modo como escrevem em mau Português.
E tenho pena de não escarrapachar aqui a linguagem ordinária aliada à iliteracia (que é o maior problema) dos broncos que me escreveram, para que ficasse comprovado o que na realidade são.
Porque os terceirenses cultos, esses, combatem esta bronquice.
Vejam:
Assim se divertem as pessoas cultíssimas na ilha Terceira, algo muito elevado, com um nível intelectual dos mais requintados…
… só comparável a esta outra Arte de Rua
É espantosa a semelhança… não é?
Por estas e por outras, aqui vou deixar o meu recadinho para todos os que tiveram a pachorra de tentar fazer-me mudar de ideias quanto à festa parva que se pratica na ilha Terceira (Açores).
Mas não conseguiram. Sabem porquê?
Porque não sou eu que tenho de mudar de ideias. Eu já estou do lado da Cultura Culta, e isso dá-me LEGITIMIDADE para chamar broncos aos broncos, isto é, aos que fazendo orelhas moucas ao apelo da CIVILIZAÇÃO, teimam em optar pela estupidez e pela ignorância, e continuar BRONCOS.
Agora, prestem atenção!
Sabem o que significa BRONCO?
Segundo o dicionário, bronco significa grosseiro, rude, tosco, áspero, obtuso, estúpido, ignorante, tapado, parvo.
Nem mais.
Mas pensem comigo (se conseguirem pensar): quem tem como sonho de vida andar a atormentar cobardemente um animal pacato, sensível e indefeso como é o bovino (que nasceu para viver nos pastos, tranquilamente) e que é arrastado pelas ruas de um lugarejo, amarrado a uma corda, por um bando de bêbados (poderia dizer alcoólicos, mas não seria a mesma coisa) a gritar como uns idiotas, depois de o encaixotar e embolar-lhe os cornos (para que não possa defender-se legitimamente) será alguém delicado, civilizado, inteligente, educado, fino, cuidadoso, culto, perspicaz, arguto, sagaz, correcto, sábio, instruído, esperto, polido, rebuscado, requintado e cortês, precisamente o contrário de bronco?
Obviamente... não é.
Por isso, como poderei qualificar quem cobardemente anda a atormentar um ser vivo indefeso, pelas ruas, assim… do modo grosseiro como vemos no vídeo, e a levar umas valentes e bem merecidas marradas?
Nada mais do que BRONCOS.
E QUEM NÃO QUER SER BRONCO NÃO LHE VISTA A PELE.
É deste modo que a Cárina sonha morrer… (diz ela)…
A propósito de uns comentários muito desiluminados que recebi da Cárina, e que podem ser lidos neste link:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/um-comentario-que-diz-muito-da-in-546728
recebi um outro comentário, este, escrito por um ser humano iluminado, o qual aqui transcrevo (porque eu não diria melhor) para que todas as Cárinas que ainda existem por aí, e que confundem sonhos de criança com pesadelos de mentes cheias de caruncho, possam reflectir… e evoluir… e sonhar com uma morte mais condizente com o ser humano…
«Esta Cárina é um produto que foi criado num terreno nocivo e impróprio para dar frutos sãos, alimentado e adubado por humos apodrecidos que chegam até nós, vindos da escuridão dos tempos.
No fundo, ela não é verdadeiramente culpada, mas virá a ser se persistir em propósitos tão aberrantes e bárbaros.
Ainda está a tempo de reflectir no seu futuro, na maneira de pensar e sentir, tornando-se gente esclarecida, mas admitamos que não é fácil, face ao meio em que leva a sua triste existência.
Não é fácil também, pela instrução que lhe deram. Diria que, casos como este, em políticos inteligentes humanos e cultos, seria uma lição que os levaria a pensar e a fazer leis humanas, modernas e civilizadas. Assim, neste pântano.» (José Costa)
Uma manifestação de nível inferior, organizada por indivíduos inumanos, onde a crueldade se junta à mediocridade.
Porquê?
Porque onde há interesses económicos e sanguinários, não há lugar para a Dignidade, para a Honra e para a Humanidade.
E eles dizem que “vão aos toiros” … Pois vão… porque não são Portugueses.
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim (o edifício que se vê na imagem) fica situada na Praça do Almada, ou seja, na “sala de visitas” da cidade.
Pois é precisamente nesta “sala” e diante da Casa Maior (como era denominado o edifício) que os autarcas poveiros permitiram colocar o “convite” para a carnificina que vai ter lugar na arena da morte (uma estrutura urbana que, só por si, diz do atraso civilizacional da cidade) no próximo dia 11 de Julho, um dia para boicotar o turismo nesta localidade tauricida.
Ora juntaram-se três forças do mal: os matadores do Clube de Caça da Estela, os tauricidas do costume e os autarcas poveiros, para oferecerem a uns poucos sádicos, momentos de verdadeira barbárie, acentuada pela cobardia dos intervenientes, principalmente dos forcados que, cobardemente atacarão os touros já moribundos.
Nunca é demais dizer o que é uma tourada, porque este tipo de indivíduos, não consegue compreender logo à primeira, o significado deste costume bárbaro, que não tem nada a ver com Portugal (pois foi importado de Espanha, no tempo dos Filipes):
«A Tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura» UNESCO, 1980.
Pois é esta terrível e venal arte de torturar animais em público, que os autarcas poveiros têm para oferecer aos broncos que se dispuserem a aceitar este convite macabro.
Um detalhezinho importante, para as pessoas que residem na Póvoa de Varzim e não se identifiquem com esta aberração e quiserem boicotar quem a apoia: na Rua da Junqueira (o corredor comercial que desemboca na Praça do Almada) o único estabelecimento que aderiu a esta iniciativa parva foi a Sapataria Tony.
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Sobre a tauromaquia, já se sabe: tortura-se um bovino, previamente enfraquecido, para os cobardes torcionários poderem “mostrar” a sua visível invirilidade, fingindo que são muito “machos”.
E a caça? O que será a caça?
O caçador é acima de tudo um COBARDE, além de possuir uma mentalidade primitiva, da Idade da Pedra.
«Ainda bem que os animais de outras espécies não têm o costume bárbaro de caçar.
Ainda não vemos cabeças humanas penduradas nas tocas dos animais. Ainda não vemos peles humanas a ser vendidas nas florestas onde habitam os animais.
Continuamos a ser a vergonha das espécies, que mata por diversão, ganância, inveja e ódio.»
Fonte
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Pois no próximo dia 11 de Julho, na cidade tauricida da Póvoa de Varzim, vão juntar-se os cobardes, que torturam e matam seres indefesos, apoiados por leis irracionais e anti-naturais e por autarcas que poderiam elevar a cidade ao nível da de Vila do Conde, que é uma cidade europeia (isto para não ir mais longe) transformando a arena da tortura num “Palácio de Cristal”, para eventos cultos e civilizados.
Propostas não faltam.
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COMENTÁRIO DE UM MÉDICO VETERINÁRIO
Facto nojento da “luta” claramente desigual entre o animal e o "homem", um torcionário, espectáculo cruel, sangrento, repugnante, de que algumas pessoas se orgulham na sociedade, com a aprovação, cumplicidade das instituições públicas e líderes pré-históricos, mas importantes, por terem poder. Até quando??? São campeões de tortura e assassinato hipócrita, mascarado de "bem de interesse cultural. (Dr. Vasco Reis – Médico Veterinário).
AUTARCAS CULTOS SÃO OUTRA COISA!
«Na mesma semana em que alguns autarcas defenderam em Vila Franca de Xira que a tauromaquia seja declarada como Património Cultural Imaterial de Portugal, a Câmara Municipal de Abrantes deu um sinal claro de que esta pretensão do lobbie taurino ignora o facto da actividade tauromáquica estar muito longe de ser consensual até no próprio Ribatejo.
A proposta foi apresentada pelo PSD e intitulava-se “Em Defesa dos Toiros”, visando declarar a tauromaquia como Património Cultural e Imaterial de Abrantes, no entanto foi chumbada pela autarquia na última reunião do executivo municipal, que assim se coloca de fora do processo organizado pela indústria taurina de conseguir que o maior número de municípios portugueses aprove esta declaração como forma de ‘blindar’ a tauromaquia.
Recorde-se que outros concelhos recusaram aprovar esta declaração, como foi o caso de Tomar, que no ano passado chumbou uma proposta semelhante que pretendia a declaração da tauromaquia como “Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal”. O autarca de Tomar fez questão de explicar na altura à comunicação social que “não há enquadramento legal que permita classificar a tauromaquia como património cultural e imaterial”.
Também a Assembleia Municipal de Évora aprovou em 2012 uma recomendação à Câmara Municipal para que “rejeite reconhecer a tauromaquia como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal”.»
Fonte: http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=608&id=92773&idSeccao=10495&Action=noticia
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Fonte: