Do fingimento à mais profunda hipocrisia: três histórias recentes
Como se revela o fingimento, intimamente ligado à mais profunda hipocrisia e falta de respeito pelo Outro? São três as histórias que contarei a esse propósito.
Foi um grande avanço no meu conhecimento, quando, pela primeira vez, a pobreza se me revelou na ignomínia do trabalho mal pago.[2]
Não se liam os livros de uma ponta à outra; habitávamos entre as suas linhas.[3]
Walter Benjamin (1892, Berlim – 1940, Portbou)
Como se revela o fingimento, intimamente ligado à mais profunda hipocrisia e falta de respeito pelo Outro, situação a que também não é alheia a Cultura e o Saber? São três as histórias que contarei a esse propósito. A primeira tem como figura principal o Ministro da Educação, João Costa; a segunda, a Associação de Professores de Português (APP); e a terceira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Foi a Reforma de 2003, cujo espírito perdura, e na qual o professor João Costa (Associação Portuguesa de Linguística – APL) interveio arduamente, em parceria com a APP, e depois no Ministério da Educação, que ditou o descrédito relativamente às Humanidades, situação que se tem vindo a prolongar até aos nossos dias, tendo dado azo ao esvaziamento de programas e à quase destruição das disciplinas de Filosofia, de Geografia, de História e obviamente de Português. João Costa, a par de muitos outros ministros da educação, tem sido efectivamente um fervoroso adepto do colapso das referidas matérias, mas agora tenta dar uma imagem contrária. Imitando, sem brilho, António Damásio que afirmou “A matemática e as ciências não fazem cidadãos”, na Conferência da Unesco, em Lisboa, (Março 2006), João Costa referiu no seu discurso que “As grandes conquistas da humanidade não se fizeram com cálculos financeiros”, aconselhando ainda, e fingidamente condoído, a “não deixarmos o mundo nas mãos de quem para tudo faz contas e de quem para tudo desumaniza”. Ter-se-á esquecido da perseguição que instaurou aos professores alterando o Regime de Mobilidade por Doença e das consequências daí advenientes? Nesse sentido, leia-se o artigo do Professor Santana Castilho (Público, 12/10/2022) e compreender-se-á o grau de hipocrisia de políticos como João Costa, numa actuação que apregoa invariavelmente os “direitos humanos” e o “bem público”.
No seu surpreendente discurso de dia 14 de Novembro p.p., repleto de frases vazias ou absurdas como a que transcrevemos – “A escolha das humanidades não precisa de justificação, da mesmamaneira que a escolha pela poesia, pela literatura e pela arte não precisa de justificação” – lamentamos veementemente a triste sorte do Ensino entregue a gente deste calibre. Gente que pactuou com a sugestão de se retirar a Literatura dos programas de Português, tentando elevar a Linguística a matéria única e fazendo reinar o texto funcional; que pôs de parte, como sendo desmotivantes, os autores clássicos; que feriu o estudo dos que por conveniência tiveram de permanecer, somando-se decisões desastrosas como retirar da leitura de Os Lusíadas a “Dedicatória” porque, segundo colegas do Ministério, apoiando-se em argumentação APP, “os alunos faziam imensa confusão com o facto de Luís de Camões dedicar o poema ao rei D. Sebastião, narrando o poeta um evento acontecido no reinado de D. Manuel. Obrigá-los a decorar datas era desmotivante…” ou o episódio de “O Velho do Restelo” que, felizmente, grande número de professores continua a ler e a interpretar porque imprescindível para compreender o Humanismo, o mesmo Humanismo a que se refere o Ministro da Educação. Sem dúvida que é o Senhor Ministro “quem tem medo da democracia e da liberdade” e por isso também “dos escritores, dos poetas, da palavra e da arte”, palavras que igualmente proferiu no seu discurso. Explicar-lhe-ei mais em pormenor o porquê da minha afirmação.
Conhece certamente o teor dos exames ou das provas de aferição de Português, para adolescentes e crianças. Todos, sem excepção, superlativamente longos, repletos de páginas, a que se juntam diferentes textos para analisar, todos igualmente extensos, alguns dos quais com recurso a cruzinhas em que, por vezes, as várias hipóteses são puras ciladas. Junte-se-lhes uma avalancha estonteante de TLEBS e ainda a produção de textos. O senhor Ministro é contra os exames e eu sou a favor, mas eu sou totalmente crítica destas aberrações que impedem os alunos de tempo para pensar, de tempo para planear e organizar um texto escrito. A literatura e qualquer outra arte exige um diálogo com o que se lê, ouve ou olha e esse diálogo não pode ser impedido sob pena de se perder o contacto com o autor. Não será assim que se entusiasmará os alunos para a leitura e para a arte em geral. Na verdade, temos de “habitar” entre as linhas de um livro ou de uma pauta ou das cores. Porque adepto da rapidez, o senhor defende desde 2003 o funcional, se bem que inesperadamente na entrega deste prémio surja com um discurso enganador, mas tão facilmente desmontável. Dou-lhe conta de que não é com o funcional que “se formam cidadãos”, nem é com o funcional que se estimula a imaginação e a criatividade, sem as quais “não haveria evolução científica e tecnológica porque não haveria curiosidade”. (ainda António Damásio).
A segunda história incide sobre a Associação de Professores de Português (APP)e a iniciativa de levar a uma reunião do IAVE o que considera ser a penalização dos alunos brasileiros nos exames, pelo uso da sua variante do português. Sem querer entrar nesta questão, porque seria matéria para um artigo, e desconhecendo se no Brasil aceitam que os alunos portugueses escrevam segundo a norma portuguesa, questiono a APP a propósito da defesa da aberrante “unificação ortográfica” que o acordo de 1990 traria, permitindo que as várias lusofonias espalhadas pelo mundo finalmente “se entendessem”, como se anteriormente isso não acontecesse. Afinal, a APP terá de concluir, engolindo um imenso sapo, que o acordo trouxe apenas desentendimento, penalização e caos, evidenciando simultaneamente uma imensa falta de respeito pela “diversidade das diversas lusofonias como património de uma comunidade de estados soberanos unidos por uma raiz histórica comum […].”[4]
Por ironia do destino, a APP, desde sempre fiel aliada do Ministério da Educação, irá reencontrar um antigo colega de trabalho, o actual Ministro da Educação, João Costa, dado necessitar certamente do seu aval para a resolução do problema dos exames e dos alunos brasileiros. Dever-se-á salientar, no entanto, que a APP abraçou desde o início a imposição do acordo ortográfico, não tendo promovido um debate sério com os seus associados, que nas palavras da direcção eram metade a favor e metade contra. Além disso, promoveu inúmeras acções de formação para difusão e “ensino” do acordo ortográfico, dentro e fora do país, quando até julgara poder ser o mesmo compreendido “em algumas horas”. Já João Costa, enquanto sócio da APL e seu Presidente, acompanhou o parecer desfavorável da direcção, solicitado, em 2005, pelo Instituto Camões, e no qual se concluía: “1. Que seja de imediato suspenso o processo em curso, até uma reavaliação, em termos de política geral, linguística, cultural e educativa, das vantagens e custos da entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990. 2. Que, a manter-se o texto actual do Acordo, Portugal não ratifique o Segundo Protocolo.” Este parecer, custará a acreditar, não foi divulgado pelo Instituto Camões (IC), e só em 2008 veio a público, porque a Direcção da APL em funções “manifestou a sua concordância com este parecer e, no exercício das suas competências enviou-o à Assembleia da República, por ocasião da Audição Parlamentar de 7 de Abril de 2008.” Mas será certo que a APP encontrará em João Costa um parceiro adequado, porque enquanto linguista já esqueceu o parecer da APL e a sua missão política não admite que recue na amnésia forçada.
A terceira e última história incide sobre oMundial de Futebol, encharcado em corrupção, crueldade e aviltamento dos direitos humanos, situações que a comunicação social e os países ditos democráticos, entre os quais Portugal, têm vindo veementemente a criticar e a acusar. No entanto, por um qualquer golpe de magia, e porque na verdade está na sua natureza (justificaria o “escorpião”) são os mesmos (e não quero generalizar porque haverá honrosas excepções) que se enfureceram tanto contra esta e outras injustiças afins que agora, em tom grave e paternalista, anunciaram ir deslocar-se ao Qatar para assistir aos jogos de Portugal, com o argumento de irem representar o país. É preciso dizer-lhes que quem nos representa num estádio estrangeiro é a equipa, são os nossos jogadores. Prova-o o entusiasmo com que adeptos de diferentes continentes envergam camisolas do equipamento português, ou hasteiam bandeiras portuguesas, tendo como justificação “Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo!”. Não caiamos, pois, em patranhas: quando alguma figura institucional decide assistir a um jogo, fá-lo exclusivamente por prazer, pelo gosto que tem em ver jogar futebol e torcer pela sua equipa (e lembremos o rodopio de políticos em viagens pagas ao estrangeiro para assistir a jogos de futebol ou quem foi forçado a demitir-se, desvendado o irresistível charme que atrai o futebol à política e vice-versa).
A acentuar o “exotismo” do país, onde certamente estes “representantes da nação” nunca iriam, está o imperdível prazer da viagem na mira das inimagináveis boas-vindas que “a representação” lhes proporcionará. Eles têm disso consciência e eles são o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro, almas provincianas em procura de destaque e de colecção de “selfies” e histórias para contar. Causam igualmente dó e alguma repulsa o teor das justificações apresentadas, colidindo estas com as de outros países que politicamente não estarão presentes neste Mundial. Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa, Augusto Santos Silva e António Costa envergonham-nos. Digamos, usando as palavras de Séneca que “não são advogados à altura…”
Talvez o único bem deste mundial possa surgir da diversidade de povos e culturas que aí se juntam, resultando numa alegria que alguns jovens qataris entrevistados directamente testemunharam. Também os gestos que se têm vindo a manifestar, nos estádios, sejam os das equipas iraniana, inglesa ou alemã, sejam os das equipas dinamarquesa e belga que a FIFA proibiu, terão seguramente um qualquer efeito benéfico porque o Outro é, na verdade, essencial para um despertar. Neste momento, o Qatar, e usarei de novo as palavras de Walter Benjamin, é como um “bairro de proprietários” que ignora a “existência dos outros”.
[1]In Rua de Sentido Único e Infância em Berlim por volta de 1900, com introdução de Susan Sontag. Lisboa, Relógio D’Água, pág. 40
Sim, caçador Manuel Alegre. Se o Cão é um animal mamífero, como nós, o Touro também é um animal mamífero como nós. Ou acha (se ao menos, pensasse!) que uns são mais animais do que outros, à boa maneira dos ditadores? E aqueles animais que o caçador mata, pelo simples gozo de matar? Serão o quê? Ervas daninhas?
E o caçador diz gostar tanto de animais! E o caçador diz também:
«Que prazer me dá matá-los!»
E como Freud explica bem estas mentes deformadas!
Manuel Alegre deixou de ser o poeta.
Os poetas progridem. Integram-se na Cultura Culta. Não se imiscuem com os torturadores de animais sencientes. Não caçam cobardemente animais indefesos. E se o fazem, deixam de ser poetas, para serem simplesmente caçadores.
O poeta Manuel Alegre morreu, no momento em que declarou o que declarou, envergonhando as Artes e as Letras e a Cultura Culta, e a Civilização e o Socialismo (como doutrina política).
Manuel Alegre declara:
“Eu sei que há evolução, sou contra os maus-tratos aos animais, não haja dúvida nenhuma sobre isso. Mas sou pelas pessoas e sou por qualquer coisa de sagrado que há na corrida, qualquer coisa de sagrado muito antigo. Quem não percebe isso também não percebe a poesia, não percebe a literatura”, afirma Manuel Alegre, que presta homenagem ao Partido Comunista Português (PCP) por ser “fiel às tradições” e “não tem medo do PAN, não tem medo do politicamente correcto”.
Como disse o caçador?
Não, não sabe que há evolução. Se soubesse, teria evoluído. E não, não há nada de sagrado na tortura de Touros. Há sadismo. Há psicopatia. Está nos livros. E comparar a tortura de um ser senciente, numa arena (para que um bando de sádicos se divirta), com Poesia e Literatura, é o mesmo que comparar um monte de esterco com um Roseiral. E isto só de alguém que perdeu a noção da virtude.
E Manuel Alegre elogia o Partido Comunista Português que se vende por um punhado de votos, na região mais empobrecida de Portugal (Ribatejo e Alentejo) onde a selvajaria tauromáquica está enraizada e confinada, e onde o PCP consegue eleger alguns poucos presidentes de Câmara, algo que envergonharia o Prémio Nobel José Saramago que, das touradas, tinha esta visão universal, que é a do Senso Comum:
«A violência das touradas ou dos autos-de-fé apraz ao povo que, obscuro e ignorante, se diverte sensualmente com as imagens de morte, esquecendo a miséria em que vive.» in Memorial do Convento.
«(...) As criancinhas ao colo das mães batem palmas, os maridos, excitados, apalpam as excitadas esposas e, calhando, alguma que não o seja, o povo é feliz enquanto o touro tenta fugir aos seus verdugos deixando atrás de si regueiros de sangue. É atroz, é cruel, é obsceno. Mas isso que importa se Cristiano Ronaldo vai jogar pelo Real Madrid? Que importa isso num momento em que o mundo inteiro chora a morte de Michael Jackson? Que importa que uma cidade faça da tortura premeditada de um animal indefenso uma festa colectiva que se repetirá, implacável, no ano seguinte? É isto cultura? É isto civilização? Ou será antes barbárie?» Junho de 2009 in Outros Cadernos de Saramago, neste link:
Obviamente é barbárie, mas o caçador Manuel Alegre, habituado a matar animais indefesos, não sabe, como não sabem os socialistas trogloditas (porque os há civilizados, mas não se manifestam).
E querem saber uma grande verdade?
Esta polémica ao redor do IVA dos torturadores de Touros, juntamente com a recente e vergonhosa e falaciosa e encomendada reportagem que a aficionada TVI apresentou (só quem não está habituado aos meandros de uma reportagem realizada com cabeça, troncos e membros não se apercebeu) só veio dar votos ao PAN, de quem Manuel Alegre e os seus camaradas (mas não o povo português) morrem de medo.
«Ele (o toureiro) não é um herói; ele (o toureiro) é um assassino)».
Legendas das imagens, que também podem ser lidas em “chinês”: 1. “Tourada Portuguesa”: 2. “Ele não é um herói, ele é um assassino».
Recebi via e-mail, este trabalho sob o título «Portugal visto por Taiwan», da autoria de Eddie Lee, cidadão de Taiwan, uma pequena nação insular, a 180 km a leste da China, cuja capital é Taipé.
Neste trabalho, Eddie Lee mostra ao mundo, a História dos Portugueses, em 70 slides.
Começa com futebol e Cristiano Ronaldo. Está-se mesmo a ver, mas também inclui José Mourinho.
E a história começa com os Celtas, passa pelos Romanos, Invasões Bárbaras, Invasão Muçulmana, a Monarquia e o Império Colonial, a que Eddie chama “era dourada”, as Invasões Francesas, a Independência do Brasil, as várias revoluções republicanas, a entrada para a União Europeia, a entrega de Macau à China, a Lusofonia, o Charming Portugal, representado pelas belas paisagens portuguesas, desde o Douro ao Algarve, pintores famosos, como Malhoa, Fernando Pessoa (único escritor representado), umas beldades femininas (ao gosto de Eddie), Porto, Lisboa, Coimbra, monumentos, a crise em Portugal, incêndios, um estranho Portugal ocupado, representado por uma máscara vermelha da Anonymous, e a finalizar, a doçaria portuguesa e o vinho do Porto.
E, claro, aquilo que me levou a escrever este texto: atourada portuguesa, algo que vergonhosamente consta neste cartaz turístico, mas pela positiva, pois é a única coisa ligada a Portugal que traz uma mensagem: e a mensagem não poderia ser melhor: ele (o toureiro) não é um herói; ele (o toureiro) é um assassino.
Boa! Muito boa!
Uma digressão por Portugal, onde a única coisa má é a “Portuguese bullfighting”, tão adorada e apoiada pelo governo português.
Não é uma vergonha? Pois é!
Em nome dos Portugueses evoluídos, agradeço a Eddie Lee esta referência e esta crítica à actividade mais bárbara e medievalesca de Portugal.
(Uma advertência: entre os “maiorais” portugueses, aos quais aqui farei referência, haverá excepções, se bem que quando se faz parte de uma “equipa”, se não concordamos com as atitudes que podem ferir a nossa honra e o nosso bom nome, só há uma opção: abandonar o cargo. Se permanecemos nele, implicitamente, estamos a aceitar as consequências dessa decisão).
A 20 de Janeiro de 2014, o Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva, condecorou o jogador de futebol e capitão da Seleção Nacional, Cristiano Ronaldo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, numa cerimónia realizada no Palácio de Belém, na Sala das Bicas
Começo por confessar que houve um tempo em que tinha o futebol e os futebolistas de alta competição, como uma inutilidade e um atentado contra os trabalhadores braçais, os mineiros, os que labutam de sol a sol e não ganham numa vida inteira o que um futebolista ganha, por vezes, em um só mês, ou em um ano, para dar pontapés a uma bola.
Mas pensando bem… Os melhores actores e actrizes de Hollywood também ganham fortunas a representar personagens fabulosas; e existem políticos e banqueiros, empresários e directores disto e daquilo que ganham milhares de Euros para aniquilarem um país.
Não que tivesse mudado a minha opinião a respeito do futebol, assim tão radicalmente, mas nos tempos que correm, e depois de tanto ver triunfar um jovem, que saiu da sua terra natal, ainda menino e só, com um grande sonho e uma pequena mala, que transportava os seus poucos pertences, rendi-me àquilo que vejo faltar aos governantes, autoridades, deputados, primeiros-ministros, chefes, presidentes, directores, secretários de estado, políticos, autarcas, vereadores, dirigentes de vária ordem, empresários, banqueiros, líderes religiosos, enfim, àqueles que podem e mandam em Portugal, que é pequeno, territorialmente falando, mas farto em riquezas naturais e humanas, subaproveitadas por eles, falha essa que é o brio profissional e uma vontade inabalável de querer dar o seu melhorpara ser o melhor entre os melhores, naquilo que escolheu fazer na sua vida, conduzido por uma saudável alta auto-estima, num conhecer-se a si próprio bastante criterioso, que o catapulta para o inevitável sucesso e cumprimento de objectivos, que não afectam a Vida no e do Planeta, sob um ponto de vista global.
E isso não é arrogância, nem vaidade desmedida, nem ambição presunçosa, como muitos alvitram, por aí, levados talvez pela inveja (que é uma coisa muito feia), e pela incapacidade de se igualarem a quem consegue chegar mais alto, por mérito próprio.
O tempo dos heróis do mar (nobre povo, nação valente, imortal), dos heróis da restauração, dos heróis das pelejas que mantiveram Portugal independente, ficou para trás. Completamente esquecido.
(Houve quem quisesse mudar a letra do nosso Hino Nacional, porque já nada corresponde à realidade actual, mas na verdade, é melhor deixá-lo estar como está, porque hoje nada há para cantar… nem nobre povo, nem nação valente, nem imortal, nem feitos absolutamente nenhuns que nos honre… a não ser os feitos do futebol).
Como estava a dizer, o tempo dos heróis do mar e da terra acabou, e nunca mais se fizeram outros.
O que restou dos tempos gloriosos (se bem que manchados com as nódoas negras da evangelização imposta à força, da escravatura, da dizimação de povos indígenas)?
O que restou do tempo das descobertas de novos mundos dados ao mundo pelos heróicos e bravos Portugueses de antanho? Apenas memórias em pedra, que foram deixadas um pouco por todo o mundo descoberto.
Que outro governante se igualou ao nosso Rei Dom João VI, tão amesquinhado pelos incompetentes, mas que foi o único monarca europeu que conseguiu enganar o todo-poderoso imperador Napoleão Bonaparte, e manteve o Reino de Portugal e de além-mar intacto?
Depois destes feitos valorosos (como diria Luís de Camões) seguiu-se um profundo mergulho na mediocridade, que se prolonga até aos dias de hoje.
Houve tempos, em que me entristecia ouvir os estrangeiros reconhecer Portugal apenas pelos “feitos” do Eusébio, do Luís Figo, do Cristiano Ronaldo.
Por vezes lá vinha o Fado, com a Amália Rodrigues, e a Fé de Nossa Senhora de Fátima.
E era só. E continua a ser apenas somente isto. Os três efes que caracterizaram a época negra de Portugal.
Temos muita sorte de não sermos conhecidos lá fora pela barbárie de um qualquer matador de touros, ou carrasco de bovinos. Do mal o menos.
Mas já não podemos dizer o mesmo no que respeita à política e à mentalidade miserabilista dos portuguesinhos, a quem o sistema não deu oportunidade de evoluir, e são caricaturados em filmes estrangeiros e em livros, como porcos, feios e maus.
Portanto, quando nos tempos que correm, em que Portugal está a ser retalhado lá fora pelos grandes escândalos financeiros e pela corrupção de governantes que nos envergonham visceralmente, o Cristiano Ronaldo vem salvar a honra do País, com uma postura superiormente aprumada, que mete todos os “maiorais” da política, da finança, da economia, da governação, da justiça, da autoridade, da religião… no bolsinho do calção com que joga futebol.
(É verdade que querem fazer dele um aficionado de selvajaria tauromáquica, mas ele sabe que os seus troféus perderão todo o brilho do ouro, para passar ao apagado negro do carvão, se enveredar por esse caminho obscuro. Por isso, não acredito que ele se deixe envolver nesses enredos de muito baixo nível cultural e humano).
Mil vezes o futebol do que a selvajaria tauromáquica.
Posto isto, a grande diferença que encontro entre Cristiano Ronaldo e os “maiorais” portugueses é esse modo de querer superar-se a si próprio, para dar a Portugal aquele “orgulho” que ninguém mais dá. Nem Egas Moniz, nem José Saramago, respectivamente, Prémios Nobel da Medicina e da Literatura, deram a Portugal a dimensão que Cristiano Ronaldo está a dar com o “seu” futebol.
E do exemplo dos governantes… nem é bom falar.
Não, não me rendi ao futebol assim tão radicalmente, tão-só a um jovem que faz da excelência um objectivo a alcançar na sua carreira.
Algo elevado que não encontro em nenhum “maioral” de Portugal.
E essa é a grande diferença entre aquele que é grande, simplesmente porque trabalha para o ser, e aqueles que são pequenos, porque nada fazem para serem superiores, apesar dos diplomas universitários.
Na audição do Secretário de Estado da (In) cultura, Jorge Barreto Xavier, realizada no passado dia 6 de Janeiro, o tema discutido com uma “solenidade” que abeirou o ridículo, foi o “acesso à profissão de artista e auxiliar tauromáquico», ou seja, o acesso à prática da crueldade, da tortura e da violência gratuitas contra inofensivos, indefesos e inocentes bovinos, a qual é aqui considerada “profissão de artista”, o que além de ser a demonstração de uma tremenda ignorância sobre o que é um artista, entende-se que ser carrasco é uma profissão ainda viável no século XXI, depois de Cristo.
Desconhecem que a profissão de carrasco (que é o tal artista tauromáquico) ficou lá muito para trás, com a extinção dos costumes bárbaros praticados num tempo em que a mente humana estava mergulhada no mais profundo obscurantismo, do qual os governantes portugueses ainda não se libertaram.
(Pode ver-se esta intervenção de muito baixo nível cultural aqui)
Em Portugal, com os governantes retrógrados que temos, não, não serão capazes de notar a diferença nesta imagem: a amorosa criança, doce e mansa, e o monstrinho, que numa idade tão precoce, já mostra a expressão diabólica dos que se dedicam à violência e a matar bovinos por prazer.
Nesta audiência, estiveram a discutir qual a idade mais apropriada para as crianças portuguesas (que têm a infelicidade de ver o seu destino nas mãos de desassisados), serem iniciadas nesta brutalidade, como sendo algo (para os intervenientes nesta discussão) importantíssimo para o futuro de Portugal.
Ora isto além de ser um atentado a tudo quanto é da essência racional humana e cívica, é inconstitucional e viola a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, hipocritamente assinada pelo governo português.
E só não vê isto quem é cego mental e muito tacanho das ideias.
Ora sabendo-se, como se sabe (e isto é um dado universal adquirido) que a violência, a crueldade, a banalização do acto de torturar e de matar, a imbecilidade, a cobardia, a brutalidade, enfim, tudo o que caracteriza a selvajaria tauromáquica, não faz parte da Cultura de nenhum povo, nem da identidade cultural de nenhum povo, a não ser de uma minoria bronca, que os governantes teimam em manter bronca. De uma minoria inculta. De uma minoria a quem não deram e continuam anão dar a oportunidade de evoluir.
Mahatma Gandhi, um dos grandes mestres iluminados e bafejados pela sublimidade da sabedoria, diz que a violência é a lei do bruto, e outra coisa não poderia ser.
Para os governantes portugueses, contudo, a violência é uma lei que pretendem impor às crianças, enviando-as para antros, onde as ensinam a ser monstrinhos indesejáveis e inúteis à sociedade.
Enquanto esta mentalidade pacóvia perversa continuar a prevalecer nestes “debates” de secretários de estado de uma incultura crassa, Portugal nunca avançará para o século XXI depois de Cristo.
Continuaremos a ter brutos entre nós, o que comprometerá o futuro civilizado que todos desejamos.
Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier, não sei o que lhe ensinaram na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, mas quase posso garantir que não lhe ensinaram que da Cultura Culta não faz parte a selvajaria tauromáquica em todas as suas cruéis modalidades.
Abra-se este link para ver o “curriculum” deste governante apologista da brutalidade.
O que levará um governante, com um tal “curriculum”, a ver na selvajaria tauromáquica, uma alternativa válida para a educação de crianças e jovens portugueses?
Que futuro pretende para Portugal, Senhor Doutor Jorge Barreto Xavier?
Um futuro terceiro-mundista?
Agora veja-se como é constituído o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, para que a Cultura Culta em Portugal, seja apenas a miragem que é:
Não há dinheiro para as Academias de Música, de Teatro, de Dança, de Cinema, de Artes Plásticas?
Pois não. Como poderá haver, se o dinheiro é canalizado para tanta gente inútil e para a tauromaquia?
Há apenas lugar para o “fabrico” de broncos, como um tal João Amaro, de Vila Franca de Xira, que me enviou um comentário a propósito de algo que eu disse acerca de uma montagem abusiva que a prótoiro fez da imagem de Cristiano Ronaldo: «Há quem odeie tanto o Ronaldo, ao ponto de o vestir à moda do que há de pior no ser humano: um cobarde forcado», porque um forcado, na realidade, não passa disso mesmo: um cobarde que ataca bovinos moribundos.
E então o génio inculto com o "valor" da marca «made in Portugal» declarou o seguinte (a linguagem é a original):
«Um cobarde forcardo excelentíssimos gostaria de os ver a pegar um toiro, vocês em vez de se preocuparem com as barbaridades mundiais, como a fome e a pobreza preocupam-se com as touradas. Gostaria que um dia fossem a vila franca de xira exporem a vossa insatisfação com as touradas. Gostava mesmo.»
Esta é a “cultura” que os governantes portugueses fomentam.
Miserável povo, aquele a quem não dão oportunidade de evoluir.
Não precisamos de ir a Vila Franca de Xira para expormos a nossa insatisfação acerca das touradas, João Amaro.
Daqui mesmo dizemos que as touradas são a identidade cultural de uma minoria bronca de portugueses, fomentada por aqueles que têm a seu cargo a função de promover a Educação, a Cultura e o Desenvolvimento da Personalidade no sentido do progresso da sociedade, ou seja, fomentada pelo Estado Português, o qual, contrariando a Constituição, favorece a deseducação, a incultura, e a germinação da psicopatia no seio da sociedade, no sentido do retrocesso e do obscurantismo.
Demitam-se todos aqueles que servem o lobby tauromáquico e o obscurantismo.
O que se vê nesta montagem, feita pela prótoiro, é um atentado ao bom nome de alguém que (goste-se ou não de futebol) traz alguma glória a Portugal, ao contrário dos maluquinhos da selvajaria tauromáquica.
(Isto foi escrito em 2015, e talvez esteja desactualizado, porque, hoje, em 2018, Ronaldo contratou um forcado para o "segurar"... na Rússia. Já cá não está que escreveu este post. Afinal Ronaldo poderá ser aficionado, se não fosse, não se metia com esta espécie de "gente").
Se Cristiano Ronaldo fosse um cobarde forcado, receberia, quando muito, a Bola da Estupidez, mas o que recebeu foi a Bola de Ouro.
Nem para saber destrinçar isto serve a protóiro.
(No entanto... tudo é possível neste mundinho onde reina a insanidade...).
Nem o homem mais primitivo fazia isto... Caçava os animais para comer, mas não os torturava para diversão. E é esta gente tosca que se diz viver no Século XXI depois de Cristo?
O INFERNO DO TORO DE LA VEGA.
Salvemos o VOLANTE que vai ser sacrifidado daqui a uns dias, às mãos destes maus selvagens...
Um texto que mostra ao negrume do mundo tauromáquico em Espanha, num ritual que terá lugar este mês... Mas em Portugal, o negrume também existe...
É a Península Ibérica primitiva e grosseira, ainda enfronhada no tempo dos dinossauros...
«ESPANHA NEGRA
La España negra é o título de um livro do pintor José Gutiérrez Solana (1886-1945) de leitura às vezes difícil e sempre incómoda, não por razões de estilo ou ineditismos de construção sintáctica, mas pela brutalidade do retrato de Espanha que nele é traçado e que não é outra coisa senão a transposição da sua pintura para a página escrita, uma pintura que foi classificada como lúgubre e “feísta”, na qual fez reflectir a atmosfera da degradação da Espanha rural da época, mostrada em quadros que não recuam diante da expressão do mais atroz, obsceno e cruel que existe nos comportamentos humanos.
Influenciado pelo tenebrismo barroco, muito em particular por Valdés Leal, é também evidente a impressão que sobre ele exerceram as pinturas negras de Goya.
A Espanha de Gutiérrez Solana é sórdida e grotesca no mais alto grau imaginável, porque isso foi o que encontrou nas chamadas festas populares e nos usos e costumes do seu país. Hoje, Espanha não é assim, tornou-se numa terra desenvolvida e culta, capaz de dar lições ao mundo em muitos aspectos da vida social, objectará o leitor destas linhas.
Não nego que poderá ter razão na Castelhana, nas salas do museu do Prado, no bairro de Salamanca ou nas ramblas de Barcelona, mas não faltam por aí lugares onde Gutiérrez Solana, se fosse vivo, poderia colocar o seu cavalete para pintar com as mesmas tintas as mesmíssimas pinturas.
Refiro-me a essas vilas e cidades onde, por subscrição pública ou com apoio material das câmaras municipais, se adquirem touros à ganadarias para gozo e desfrute da população por ocasião das festas populares.
O gozo e o desfrute não consistem em matar o animal e distribuir os bifes pelos mais necessitados. Apesar do desemprego, o povo espanhol alimenta-se bem sem favores desses.
O gozo e o desfrute têm outro nome. Coberto de sangue, atravessado de lado e lado por lanças, talvez queimado pelas bandarilhas de fogo que no século XVIII se usaram em Portugal, empurrado para o mar para nele perecer afogado, o touro será torturado até à morte. As criancinhas ao colo das mães batem palmas, os maridos, excitados, apalpam as excitadas esposas e, calhando, alguma que não o seja, o povo é feliz enquanto o touro tenta fugir aos seus verdugos deixando atrás de si regueiros de sangue. É atroz, é cruel, é obsceno.
Mas isso que importa se Cristiano Ronaldo vai jogar pelo Real Madrid? Que importa isso num momento em que o mundo inteiro chora a morte de Michael Jackson? Que importa que uma cidade faça da tortura premeditada de um animal indefeso uma festa colectiva que se repetirá, implacável, no ano seguinte? É isto cultura? É isto civilização? Ou será antes barbárie?
Um texto de 2007, que fala de um Portugal que existe para vender lá fora e para os turistas.
Com este, coexiste um outro Portugal, ainda com um pé no terceiro-mundo: triste, pobre, inculto e troglodita.
E esse é bem mais real, mas desconhecido no estrangeiro.
Seria bom que tudo fosse assim tão claro como a água de uma nascente, conforme Nicolau Santos descreve...
Mas não é.
O Portugal que Nicolau Santos descreve existe, é verdade, mas apenas parainglês ver.
Isabel A. Ferreira
Por Nicolau Santos
«Eu conheço um País»
«Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mil.)
Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins.
Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais.
Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial).
Eu conheço um país que é líder mundial no sector da energia renovável e o quarto maior produtor de energia eólica do mundo, que também está a constuir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP).
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da Nasa (Critical)e que tem a melhor incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra)
Eu conheço um país que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos.
Eu conheço um país que é o «state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico(Renova).
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde).
Eu conheço um país que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o sector do «hard-discount» na Polónia (Jerónimo Martins).
Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim, que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores seleções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo).
Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro).
O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive ou que se prepara para visitar. Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia. Bem-vindo a este país que não conhece: PORTUGAL.»
Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.
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