Faço minhas as palavras de Jorge Matos Silva.
Isabel A. Ferreira
Este é um texto que publiquei neste Blogue em Março de 2014. Repesco-o, hoje, à conta do recente "rebuçado" que o Conselho de Ministros pretendeu dar aos anti-touradas, sem sequer levar em conta o que está em causa, quando falamos de levar crianças a touradas. Nada mudou. Nada mudará, enquanto a tauromaquia estiver sob a protecção dos que governam. O mal que isto provoca, está bem patente no que um jovem/velho (hoje já adulto) escreveu sobre a sua experiência tauromáquica (e visivelmente traumática) desde a infância.
Este texto é um valioso testemunho, que devia ser estudado por psiquiatras e psicólogos, os quais deveriam aconselhar o Conselho de Ministros a não deliberar sobre matérias sobre as quais não tem o mínimo conhecimento e nem competência para legislar.
Deixo-o à atenção das autoridades, que aqui são frontalmente ultrajadas, e das comissões de protecção de menores, que não cumprem a sua missão, quando se trata de proteger crianças, filhas de aficionados, criadas na violência e na crueldade infligidas a seres vivos, e que deformam, para toda a vida, as suas mentes.
Este texto diz claramente que a tauromaquia é protegida pelas autoridades. Porquê?
“Mentidero” por Duarte Palha: Desmamar a afición
(Nota: os excertos a negrito e entre parêntesis rectos são da responsabilidade da autora do Blogue)
«Mas nós diremos que não. Que não deixamos. Que é a luta que nos resta. Desobedecer cegamente. Porque não? Porque havemos de encarneirar sempre? Vamos, por uma vez, fazer as coisas à nossa maneira. Como queremos. Como seres livres que somos. Vamos levar crianças às praças. Mentir na idade que têm, escondê-las da polícia, fingir que não conhecemos a lei. Porque é essa a nossa obrigação (…) E não é a lei que nos impede de fazer o que queremos. Nunca foi.» (Duarte Palha)
«Lembro-me de fazer 6 anos e soprar as velas na cozinha da minha avó. Era um bolo de chocolate com gomas em forma de golfinho. Podiam ser ursos, mas eu lembro-me de golfinhos. É talvez a primeira memória visual que sou capaz de identificar no tempo. Tenho outras memórias, que julgo anteriores, mais ou menos nítidas, mais ou menos leves, perdidas na incerteza do tempo.
Quase todas me trazem toiros, cavalos, campinos, forcados e toureiros. Quase todas me trazem a minha aficion.»
[Pois… é muito normal dentro das psicopatias, um jovem lembrar-se muito intensamente de episódios passados na primeira infância, mormente, se eles têm a ver com touros, cavalos, campinos, forcados e toureiros. Mas isto, nada tem a ver com a afición. Tem a ver com os cheiros que o transtornaram. O “Palhinha” lembra-se do cheiro da bosta, do suor, da urina, do sangue que cheirou. E isso, na verdade fica para toda a vida entranhado nas narinas, como uma doença.]
«Talvez mais intensa do que hoje. De usar panos de cozinha como capotes e colheres de pau como bandarilhas. O toiro era, muitas vezes, um banco - o banco parado no meio da sala, e eu em volta, a cravar ferros. Mais ou menos o mesmo que tourear um murube.»
[Um menino normal, nessas idades, ia para a rua jogar à bola com os amigos, mas este, não. Brincava na sala aos torcionários. Este já nasceu com a doença ancestral, a correr-lhe no sangue, e brincadeiras saudáveis não eram para ele. Por que havia de ser, se não conhecia mais nada, e quem o “educou” educou-o para a ignorância, para acrueldade e para a violência?Mas o pior, é que têm essa ignorância como uma grande sabedoria. Como uma respiração. E se não inalam aqueles odores já referidos, acham que não é viver. Pobres mentes! E de quem é a culpa? É dos legisladores e das autoridades e das comissões de “protecção” de menores e da igreja católica, que não cumpre a sua missão cristã.]
«Não me lembro se era egoísta, se era chorão, teimoso ou divertido. Lembro-me de gostar de toiros. Tenho esta certeza absoluta em relação a mim. Nasci apaixonado por “isto”. Antes da memória dos golfinhos no bolo de chocolate, lembro-me de tentas no campo.»
[Pois… as tentas no campo… Essas é que são as memórias, não por serem boas, mas por serem as que mais o afectaram psiquicamente enquanto criança. E obviamente o traumatizaram ao ponto de não ver mais nada à frente dos olhos do que touros, touros e mais touros… Mas isso não é de uma criança com um desenvolvimento normal. Isso faz parte de um desequilíbrio mental que o acompanhou até à juventude. E deu no que deu: mais um perdido no mundo da violência, da crueldade, da tortura, da maldade, da ignorância, da estupidez, da iniquidade… e que não tem a mínima noção do que diz. Neste texto, não vejo o jovem/velho “Palhinha” a encantar-se com uma namoradinha, por exemplo, o que seria bastante mais saudável. Não! O “Palhinha” só pensa em touros, e no modo como os torturar. Isto é fruto de um desadequado desenvolvimento mental, desintegrado do que se considera uma vivência saudável.]
«Empoleirado nas varolas do tentadero da Quinta da Foz. E de querer e não poder ir aos currais, sem que alguém me levasse pela mão. E de ir aos toiros. Às corridas, ainda antes de me poder lembrar bem disso.»
[Por aqui podemos comprovar a má influência que tais visões deixaram no miúdo, ao ponto de viver obcecado por isso. Ele só queria “ir aos toiros”, não porque isso fosse bom, mas porque o enfeitiçava, o arrebatava, e nesse arrebatamento, ele colhia todo o prazer mórbido de uma mente já doente e envelhecida. As crianças que nascem nestes meios, já nascem velhas, e poucas são as que conseguem “renascer” para uma vida saudável. O “Palhinha” é um bom exemplo disso.]
«Lembro-me que esperava esses dias com uma ansiedade como hoje já não espero. Nem eu, nem muitos dos actuais aficionados imberbes esperarão. Querem roubar-lhes essa ansiedade.»
[É natural. A ansiedade vai passando, à medida em que não depende de ninguém para ir… para ver… para estar onde está a violência, que já se entranhou na sua mente. E já não consegue viver sem esse aditivo mental.]
«Querem roubar a ansiedade a quem tenha menos de 12 anos. Querem acabar com as pegas a cabeças de toiro, feitas com os dedos dos pais, com as bandarilhas de colher de pau, com os capotes aos quadrados, com os bancos que marram.»
[Atente-se neste pormenor: «Querem roubar a ansiedade a quem tenha menos de 12 anos». Como se a ansiedade por ir ver torturar Touros fosse algo bom para uma criança menor de 12 anos, ou mesmo de um adulto! Por aqui se vê o dano mental que a tourada fez a este jovem/velho que nunca teve infância. Vejamos o que é a ansiedade: é aflição, é perturbação, é agonia, é tormento, tudo isto faz parte de uma patologia do foro psiquiátrico. E é disso que sofre uma criança sujeita à iniquidade da tauromaquia. E até são os pais que ajudam a esta “missa” , juntamente com os padres, que lhes dão a bênção. E as comissões “protectoras” para que servirão, se não protegem os que têm a infelicidade de nascer no seio de uma família aficionada? Bandarilhas de colher de pau? Bancos que marram? Não é isso que as imagens mostram. São bandarilhas de ferros afiados. São bezerrinhos vivos e ainda por desmamar. Além de psicóticos, tornam-se mentirosos.]
«Mas nós diremos que não. Que não deixamos. Que é a luta que nos resta. Desobedecer cegamente. Porque não? Porque havemos de encarneirar sempre? Vamos, por uma vez, fazer as coisas à nossa maneira. Como queremos. Como seres livres que somos. Vamos levar crianças às praças. Mentir na idade que têm, escondê-las da polícia, fingir que não conhecemos a lei. Porque é essa a nossa obrigação.»
[Eis o cúmulo da alienação. Eis algo juridicamente, moralmente, culturalmente, socialmente grave. Eis algo para as autoridades tomarem uma posição pública. Não podem deixar que um imberbe diga isto publicamente e se fique por aqui. Será menor para umas coisas e para outras não?
«Alimentar a aficion de quem a tem sem saber porquê. Porque um dia que eu seja pai, quero investir com um carrinho de mão, quero montar praças com lego, quero ir aos toiros e explicar que o forcado da cara não é um campino, por ter barrete.
Quero e hei-de fazê-lo. Que não é a lei que mata a aficion. E não é a lei que nos impede de fazer o que queremos. Nunca foi.»
-[Até ao dia de hoje, “Palhinha”. Essa protecção à tauromaquia é anticonstitucional. É um crime que todos cometem às claras… até ao dia em que hja uma autoridade competente que faça cumprir as leis… Além disso, a afición está a morrer, por todo o mundo. E talvez mais cedo do que se espera, os que querem manter este costume bárbaro terão de se socorrer de colheres de pau a fazer de bandarilhas, e bancos de cozinha a protagonizar touros no meio das salas. O “Palhinha” acaba de dar uma grande facada na tauromaquia, e nem o padre da sua paróquia lhe valerá.]
Excelentíssimas autoridades, juridicamente temos aqui algo grave… não?
Isabel A. Ferreira
Fonte:
http://diariotaurino.blogspot.pt/2014/03/mentidero-por-duarte-palha-desmamar.html
Uma imagem que diz tudo da desumanização de certos animais (mal) ditos humanos.
Esta criança nunca será criança. E como adulto será mais um monstro a espalhar crueldade e violência pelo mundo.
Isto é normal? Não é.
Isto é humano? Não é.
Por onde andará a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens?
Que governo será este que permite tamanha violação dos Direitos das Crianças e dos Direitos dos Animais?
Enquanto isto acontecer, Portugal é um país com um pé no terceiro-mundo.
Imagem tenebrosa. Assustadora! Surrealista! Violenta! Cruel! Inconcebível!
"É natural", dizem os aficionados.
"É bonito ver que que o miúdo leva jeito para tourear"...
Como poderá ser natural levar uma criança a assistir a actos que infligem crueldade?
Ouvir uma criança de 3 ou 4 anos dizer que não é bom porque não tem sangue é, no mínimo, assustador!
E saber que há "escolas" para crianças "aprenderem" a torturar animais... bebés é arrepiante!
Bem perto de nós, em Vila Franca de Xira, há uma dessas "escolas" e tem até o apoio da Câmara Municipal.
É doentio promover esta barbaridade! Insensibilizar crianças pode ser considerado maus-tratos. Como podem estes pequenos seres discernir entre o certo e o errado se é para eles natural espetar farpas nas costas de animais bebés?!
"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?" (Guimarães Rosa)
Fonte:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10218740290252166&set=a.2938584117461&type=3&theater&ifg=1
Criança aprende a “arte” da crueldade, sob os olhares de alienados…
Em Portugal existem antros, a que chamam “escolas de toureio", onde crianças, a partir dos três anos de idade, aprendem a ser tauricidas, cruéis, sádicas, violentas...
Nesta imagem, uma criança humana atormenta uma criança não-humana, num acto que implica crueldade.
Quanto a esta violência o que faz a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Portugal?Nada. Absolutamente nada, apesar de todas as denúncias.
Eu lamento e revolto-me, porque TODAS as crianças têm direito a uma infância saudável, e a estas nem sequer lhes dão infância, e muito menos saudável.
A CPCJ mostra-se incompetente naquilo que faz, logo, inútil. E, nós, Portugueses, a pagar-lhe os salários!
Isabel A. Ferreira
Origem da foto:
Esta é a imagem de uma criança síria atirada ao lixo, para morrer.
Isto não é um acto de um ser humano.
Há quem não goste que eu lhes chame bestas humanas, mas só uma besta humana é capaz de actos tão cruéis, com um ser tão indefeso e inocente.
O poder nas mãos destas bestas humanas é uma ameaça para todos os seres que vivem à face do planeta Terra.
O vídeo é tão CRUEL que o desactivaram. Cobardes!
Fonte:
https://www.facebook.com/adalbernardes/videos/967422970007747/?hc_ref=NEWSFEED
Uma criança humana de 4 anos não faria isto, e um adulto humano sem mãos também não.
O homem não é um animal superior a nenhum outro animal.
A vantagem dele é apenas o poder da PALAVRA.
«Que maravilha! Sabemos tão pouco sobre o que é a inteligência! Este saber, quando comparado com um caçador a disparar sobre uma ave, que nos diz sobre o que seja a realidade a que chamamos inteligência? Que faculdade de arquitectura terá frequentado esta ave? Que livros de psicologia terá lido para saber agradar e conquistar a sua parceira? Que qualidades artísticas terá adquirido a fêmea para apreciar e valorizar a construção do arquitecto? Sabemos tão pouco...» (Arsénio Pires)
«Eu penso que já se vai sabendo muito sobre a inteligência dos pássaros e de outros animais não humanos.
O que acontece é que os homens têm vergonha, medo, sei lá o quê, de comprovar que afinal, a "inteligência" deles não é assim tão superior ou única.» (Isabel A. Ferreira)
…enfrentar um Touro na sua plenitude de animal senciente…
Os cobardes carrascos atacam os Touros já enfraquecidos e moribundos…
Mas a realidade é esta: Touro e Criança em perfeita harmonia…
«Eles não são animais violentos nem "gozam" com a dor e a tortura. São herbívoros e amáveis, apenas querem viver em paz assim como todos os seres vivos»
À ATENÇÃO DA COMISSÃO DE PROTECÇÃO DE MENORES
(Repare-se em quem patrocina esta iniciativa: (JB) Aplaudir, Casa do Pessoal da RTP e CÂMARA MUNICIPAL DA PÓVOA DE VARZIM)
Eis o arauto da abertura da temporada da selvajaria na cidade:
um menino.
A GNR compareceu ao local e a lei foi cumprida.
Nem sempre acontece, neste país onde tudo anda à balda. Mas, por vezes, a lei cumpre-se.
As queixas que fizemos foram muitas. Matar um porco para consumo alimentar de uma família é algo que ainda se tolera… se a lei for respeitada.
Mas matar um porco para DIVERTIR COBARDES ((porque é da cobardia torturar seres indefesos) é algo intolerável no mundo civilizado...
Fazer da morte uma festa é coisa de “gente” mais primitiva do que o venerável Homem das Cavernas, que só matava animais (sem crueldade) para se alimentar
HAJA EVOLUÇÃO!
Alegre, esperto, curioso, independente e muito, muito inteligente, o porco possui uma inteligência ao nível de uma criança humana de três anos de idade.
Vale a pena continuar a lutar pelos nossos irmãos animais não humanos, seres sencientes tal como nós.
Artigo imperdível! (para partilharem muiiiiiiito!)
Alguém me consegue dar um argumento lógico que justifique o facto de a RTP transmitir touradas? Vá, que seja meio argumento! Com meio já me contento, tal é a estupidez do acontecimento.
Já agora, e enquanto não acabam com a única coisa na TV que consegue ser pior que a Casa dos Segredos, há por aí quem me consiga explicar porque é que as touradas não passam com bolinha vermelha?
Primeiro, e corrijam-me se eu estiver enganado, a RTP continua a ser do Estado e, de uma ou outra forma, uma parte dos nossos impostos vão lá parar. Portanto, cada vez que eu choro por descontar 25% ao passar um recibo verde, por exemplo, posso chorar ainda mais por saber que estou a contribuir forçadamente para aquela barbaridade. Adoro saber que contribuo financeiramente para a não evolução do nosso país. Juro, até me sinto um cidadão melhor.
Depois, e desta vez insultem-me se eu não estiver certo, não é suposto a RTP desempenhar um serviço público com o objectivo de desenvolver o país? Claro que não podemos todos gostar de toda a programação, claro que há conteúdos mais bacocos e com pouco sentido. Mas espetar ferros num touro e fazer disso um espectáculo com direito a transmissão no canal público é como fazer com que toda a gente da vila vá para a praça central aplaudir os escravos a ser chicoteados no pelourinho. A única diferença é cerca de 6 séculos. “Ai! Mas não gostas, não vês, mudas de canal!” – o meu argumento preferido de quem é a favor. Claro, quando eu mudo de canal, o dinheiro dos meus impostos já não vai de certeza para a tortura animal. Problema resolvido. Quando há merda no mundo, fecha-se os olhos e espera-se que passe, não é?
Mas já agora, e enquanto não acabam com a única coisa na TV que consegue ser pior que a Casa dos Segredos, há por aí alguém que me consiga explicar porque é que as touradas não passam com bolinha vermelha no canto superior direito? Se calhar sou eu que estou a ser burro, mas como é que um filme com umas cenas de pancada, perseguições e explosões é mais violento que um homem a cavalo à volta de um touro a espetar-lhe ferros e desprezo enquanto aplaudido por tanto energúmeno? Como é que um filme com cenas de sexo e amor (e sabendo que tão poucas vezes é minimamente explícito) é mais ofensivo para a sociedade que um touro a esvair-se em sangue e dignidade? Perdoem-me se sou obtuso, mas não compreendo como é que ver touradas, ao vivo ou na TV, pode ser benéfico para a aprendizagem de uma criança, ao ponto de nem se dignarem a usar a bolinha vermelha.
Não, filho. Não podes ver o Fight Club porque há socos, sangue e problemáticas existenciais que não vais perceber. Sim, filho. Podes ver os Bastinhas e companhia (reparei que isto parece Batatinha e Companhia, o que até faz todo o sentido) porque há supremacia do Homem, sangue animal e vais perceber que o mundo funciona assim porque é tradição.
Uau, tanto sentido que isto faz.
E por tudo isto e mais alguma coisa, e no meio de tanto valor que a RTP tem, a transmissão de barbáries é uma nódoa que caiu no melhor pano mas que é grande demais para se poder ignorar.
Já chega, RTP. Chega desta negligência social.
Fonte: Sol
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