Marcelo Rebelo de Sousa continuará a ser o Presidente da República Portuguesa, eleito por 23,6% daqueles que foram votar.
As contas são fáceis de fazer.
Com um número recorde de abstenções, 60,51% (o mais elevado de sempre), os 60,7% que Marcelo obteve, nas contas finais, equivalem aos referidos 23,6% dos que se dignaram ir votar.
Para estas eleições estavam inscritos 10.736.096 eleitores, mas apenas 4.261.209 eleitores votaram. Retirando-se as percentagens atribuídas aos restantes candidatos, e aos votos nulos (0.94%) e brancos (1.1%,) o resultado final não é brilhante para Marcelo Rebelo de Sousa, mas foi o bastante para que se mantivesse na Presidência.
Mais vale ganhar por pouco, do que por nenhum.
Estes são os resultados oficiais, assentes no número de eleitores que foram votar: 4.261.209 eleitores:
Imagem: Jornal Público
E estes são os resultados no universo dos 10.736.096 eleitores que estavam inscritos:
Imagem: Jornal Observador
Quem venceu e quem perdeu? O que falhou na campanha eleitoral de cada candidato?
Venceu aquele que 23,6% de Portugueses já conheciam, e quiseram apostar pelo seguro.
As opções não foram suficientemente convincentes. Vejamos:
Ana Gomes e Marisa Matias (a grande derrotada destas eleições, que esteve demasiado colada ao Bloco de Esquerda) eram as representantes de uma esquerda, na qual, quem é de Esquerda, não se revê. Em vez de se focarem no que queriam fazer diferente de Marcelo Rebelo de Sousa se chegassem à presidência, ficaram-se pelos ataques impregnados de uma repulsa por André Ventura, visível até nos semblantes delas, e acabaram por lhe dar demasiado tempo de antena. Um erro crasso. A somar a isto, usaram bastamente, a linguagem pimba do todos e todas, dos portugueses e portuguesas, do eles e las, dos aqueles e aquelas, dos cidadãos e cidadãs, imprópria de alguém que ambiciona representar Portugal. Milhares de Portugueses Pensantes não se revêem neste tipo de linguagem demonstrativa de uma profunda ignorância da Língua Portuguesa, motivo que bastou para que não se votasse nelas. Eu ainda tentei chamá-las à razão, mas deparei-me com cérebros de pedra, e um silêncio tumular.
João Ferreira foi igual a si próprio, numa campanha limpa, coerente, focando-se na mensagem que queria passar, porém, a colagem ao PCP, demasiado evidente, com a cassete do costume, não abonou nada a seu favor.
Tiago Mayan Gonçalves, também fez uma campanha limpa, focada também na mensagem que quis passar, tendo sido um dos vencedores destas eleições.
André Ventura, igual a si próprio, aproveitou o tempo de antena que as duas rivais lhe deram, e foi somando votos, perigosamente, sub-repticiamente… acabando por ser também um dos vencedores destas eleições. Agora, a esquerda que se amanhe! Não é com insultos que se combate a ideologia de extrema-direita. Mas, sim, com ideias, não de extrema-esquerda. Com ideias que conduzam à construção de uma sociedade harmoniosa, equilibrada, onde todos caibam, sem andarem aos murros e pontapés uns aos outros.
Vitorino Silva, com o seu jeito genuíno, contribuiu para lançar ideias, revestidas de interessantes metáforas, mostrando um aparente desprendimento pelo Poder, que não se encontrou em mais nenhum candidato. Contudo, isto não lhe bastou.
Marcelo Rebelo de Sousa fez uma campanha pobre, sem ideias, deixando antever os próximos cinco anos com mais do mesmo, até porque, não sendo desprovido de inteligência, viu logo na aragem, quem ia na carruagem, e soube que não precisava de se esforçar, nem muito, nem pouco, para ter a recandidatura garantida. A disputa estava ganha (quase) desde o início, contudo, à medida que a campanha política foi avançando, mais os Portugueses iam tendo a noção de que não havia outra alternativa. 23,6%, dos que foram exercer um direito e cumprir um dever cívico, votaram nele. 60,51% nem sequer se deram ao trabalho de ir votar (salvaguardando aqui uma percentagem dos que não puderam votar, por impedimento Covid).
Perante tudo isto, devemos chegar à conclusão de que alguma coisa vai mal, nesta República de Portugal do pós-25 de Abril de 1974. O tempo é, pois, de reflectir em tudo isto, porque vamos a caminho daquilo que não queremos, nem em pesadelos.
Isabel A. Ferreira
Por Prótouro – Pelos touros em liberdade
https://protouro.wordpress.com/2020/10/26/o-corona-nao-gosta-de-touradas/
Finalmente a curta temporada tauromáquica acabou. Temporada essa que nunca deveria ter sido permitida se o governo não estivesse vendido ao lobby tauromafioso.
Muitas das touradas que se realizaram estavam cheias de aficionados que não respeitaram as regras de DGS, e no entanto, pasmem-se até hoje as autoridades não declararam que as mesmas tenham gerado qualquer surto de Covid.
Portanto, podemos concluir, que um ajuntamento de dois mil ou mais numa praça de touros não é propagador do vírus, mas um ajuntamento de mais de cinco pessoas ao ar livre é garantia de infecção.
Ou seja, para a DGS e para o governo o vírus só ataca famílias, mas deixa de fora os aficionados da tortura bovinos.
Desculpem lá, mas nunca vimos um vírus tão selectivo, vírus esse que não ataca manifs, não ataca jantares de mais de 300 pessoas e por aí fora.
Mas será que esta gente que nos governa pensa que somos todos estúpidos ao ponto de terem decretado sem qualquer lógica que seja que entre 30 do corrente mês e 3 de Novembro ninguém se pode deslocar entre concelhos!
Portanto de acordo com o governo nessas datas o vírus vai estar superactivo e vai infectar toda a população que desrespeitar essas regras.
Que o vírus existe é um facto, no entanto, é só mais um vírus tal como milhares de vírus que circulam no planeta.
Se ao longo de milhares de anos os seres humanos não tivessem defesas para combater toda a espécie de vírus há muito que já teríamos desaparecido do planeta!
Prótouro
Pelos touros em liberdade
Isto deve ser uma brincadeira de muito mau gosto. Um delírio de tauricidas.
Absolutamente inacreditável! Inconcebível!
Porém, a ser verdade, só mesmo num país onde a mediocridade é soberana, isto poderia acontecer.
A ser verdade, a senhora ministra da Cultura terá duas caras?
Não há muito tempo era pela Civilização, e agora é pelo atraso civilizacional?
Vejamos o que nos diz a Prótouro – Pelos Touros em Liberdade
(Isabel A. Ferreira)
«De acordo com a website tauromafiosa “touro e ouro” o Ministério da Cultura reuniu com a Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos.
Na reunião reconheceu que a tauromáfia faz parte da cultura portuguesa e como tal é elegível para receber apoios relativamente às medidas da Covid.
A sério que a tortura de seres sencientes faz parte da cultura portuguesa?
O Ministério da Cultura acha que isto é cultura?
A ser verdade só podemos dizer que não existem palavras suficientes no dicionário para qualificar esta obscenidade.
Os empresários tauromáquicos vivem à tripa forra e a pandemia não lhes fez perder dinheiro porque a grande maioria tem outras profissões. Quanto aos tauricidas são de famílias ricas e recebem subsídios porque além de serem tauricidas são também ganadeiros como por exemplo os Moura Caetanos.
Até quando é que vamos continuar a pagar para a sobrevivência de uma indústria em agonia?
A única maneira de acabar com esta bandalhice é votar em quem quer erradicar esta aberração, caso contrário, esta gentalha vai continuar a encher os bolsos à custa de todos nós!
Prótouro
Pelos touros em liberdade
Fonte: