Tortura de um Touro, na Póvoa de Varzim
A Póvoa de Varzim é uma cidade absolutamente incaracterística, pois ora acolhe a temporada da tortura de Touros e Cavalos, vulgo tourada, ora organiza o maior Festival Internacional de Música do País, ora admite a batida às raposas, através do seu Clube de Caçadores da Estela, ora amontoa no Canil Municipal animais para abate, sem a mínima dignidade, ora acolhe centenas dos mais prestigiados escritores ibero-americanos, no Correntes d’Escritas.
Canil municipal ou matadouro, onde os animais são mortos sem a mínima dignidade
Uma amálgama de iniciativas, umas prestigiantes, outras completamente aberrantes, que dizem da natureza volúvel dos autarcas locais.
Quem permite a tourada não é verdadeiramente AMANTE da Literatura e da Música Erudita. De todo.
Amanhã, dia 23 de Fevereiro de 2012, inicia-se, na Póvoa de Varzim, a 13ª edição do CORRENTES D’ESCRITAS, um dos principais eventos culturais de Cultura Culta, do nosso País, que leva àquela cidade escritores ibero-americanos, famosos e menos famosos.
Uma iniciativa que prestigia a cidade, e com a qual me congratulo.
A batida à raposa. Porquê? Para quê? Prazer de matar?...
No entanto, como é desprezível a época taurina e a batida à raposa, na Póvoa de Varzim.
É a nódoa negra da cidade. A vergonha. E isso, os escritores não sabem, e sei de muitos que abominam os maustratos a animais não humanos.
Para quando, senhores autarcas poveiros, a abolição dessa iniquidade? Já era tempo, numa cidade que se diz da “Cultura e do Lazer”, mas de uma “cultura” ainda muito inculta, apesar do Correntes d’Escritas, e de um “lazer” muito lazarento.
Isabel A. Ferreira