E é com tiros a milhares de inocentes e indefesos pombos que os autarcas poveiros “comemorarão” o Dia de Camões e das Comunidades (próximo dia 10), prolongando este massacre até ao dia 16 de Junho.
O que disseram os promotores desta carnificina, na apresentação da dita, é de bradar aos céus e um enorme INSULTO à inteligência dos seres humanos.
O que os faz crer que o resto do mundo é assim tão Ignorante e estúpido?
O pombo, símbolo da Paz e do Espírito Santo dos católicos, uma ave bela, dócil, fiel ao seu parceiro, inocente e indefesa, será o alvo de cobardes matadores que vêm de muitos lados, para satisfazerem os seus instintos mais primitivos e predadores e uma cruel sede de sangue que aliam a um prazer mórbido, que recolhem do estertor da morte.
Este massacre de pombos, promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, com o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal, realizar-se-á no campo da morte, ou seja, no Complexo de Tiro de São Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim, um lugar macabro, frequentado apenas por indivíduos de instintos maquiavélicos.
O massacre de pombos é uma mais-valia de repercussões positivas????
José Macedo Vieira (médico-cirurgião), Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim
José Macedo Vieira, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e Sócio nº 1 do Clube de Tiro de São Pedro de Rates, caçador e aficionado de touradas, no discurso que proferiu na apresentação desta matança, referiu-se «à história da Póvoa de Varzim e ao desenvolvimento do concelho, onde o jogo esteve sempre indissociavelmente ligado», esquecendo-se ele de que MATAR POMBOS para diversão de sádicos não é um JOGO, é um BIOCÍDIO, perpetrado por indivíduos de baixa índole, e que ao contrário do que o autarca pensa, não desenvolve o que quer que seja, pelo contrário, além de denegrir o nome da terra, fá-la retroceder uns bons séculos.
Disse ainda Macedo Vieira (o qual pelo que se vê, não devia ter estudado nem biologia, nem zoologia, nem anatomia, nem outras ciências ligadas aos animais (e diz-se ele um cirurgião), que «a recuperação do Clube de Tiro, em 1994 (ano em que ele iniciou os seus mandatos como Presidente de Câmara), foi feita com base nas tradições que havia e se foram perdendo», esquecendo-se de dizer que o massacre de pombos ERA uma prática (não uma tradição) já morta e enterrada em tempos idos, e que por obra de carniceiros foi desenterrada e ressuscitada.
A isto chama-se RETROCESSO.
Esta matança de pombos leva o nome pomposo de “copa do mundo” (eliminaram o termo campeonato, para ficar à brasileira) e Macedo Vieira está convencido de que este evento sanguinário «será uma mais-valia porque tem repercussões positivas na economia local».
Pois! Já cá faltava a “economia”. Que se lixem os seres vivos que vão ser massacrados em nome do prazer de um bando de cobardes matadores!
Comer e beber e matar! É isto a copa do tiro aos pombos.
Sugerimos, aqui há tempos, que substituíssem os pombos por PRATOS, ajudavam a indústria da cerâmica, comiam e bebiam na mesma, para a economia local era bom, e poupavam-se vidas.
Mas não! O que interessa a estes COBARDES matadores é o SANGUE VIVO. É ver sangue, ver VIDAS a MORRER, algumas lentamente e com grande sofrimento. Ainda que morram logo, há o impacto do projéctil, que é extremamente doloroso, e um pombo não é um prato.
Além da atitude ser COBARDE é também coisa de SÁDICOS!
O autarca, com uma visão assustadoramente retrógrada, realçou ainda a importância de “eventos desta natureza”, isto é SANGRENTOS, que podem «desenvolver o Turismo” pois, na sua opinião, “o Turismo tem sido ao longo da história dos últimos 50 anos da Europa, a grande alavanca de desenvolvimento de muitos países”.
Esqueceu-se o Presidente da Câmara da Póvoa de Varzim de dizer que o DESENVOLVIMENTO desses países não incluiu TORTURA nem eventos SANGRENTOS nos seus roteiros turísticos. Este tipo de prática acontece em países terceiro-mundistas, com governantes sem o mínimo de visão e sentido crítico.
A Póvoa de Varzim é uma cidade metida na Europa, e das mais retrógradas, com os seus “eventos sanguinários” (matança de pombos e raposas, tortura de touros e bezerros, vacadas, lutas de cães, apoio a circos com animais enclausurados, enfim…) episódios que só dão ao concelho fama de terrinha ainda muito atrasada.
O tiro e o turismo andam de mãos dadas na Póvoa de Varzim…? Isto será anedota?
Jorge Leal (engenheiro), Presidente do Clube de Tiro de São Pedro de Rates
Jorge Leal é o Presidente do Clube de Tiro de São Pedro de Rates, que afirmou esta coisa absolutamente ESPANTOSA: “o Tiro e o Turismo andam de mãos dadas na Póvoa”. Depois fez uma resenha histórica, apontando para finais do século XIX o início do Tiro, no concelho. Daí em diante, a Câmara Municipal, reconhecendo a importância da modalidade, aposta na construção de equipamentos para a prática da mesma.
O que são capazes de dizer os sádicos, para justificarem o INJUSTIFICÁVEL!
Que impotrtância teve para a Póvoa de Varzim o tiro a indefesos Pombos?
NENHUMA! Era uma simples prática, há longos anos. ACABOU. Mas eles (os promotores deste evento perverso) ficaram no século XIX. Desenterraram o MORTO e ressuscitaram algo que devia ter ficado nesse passado longínquo, para vergonha dos carniceiros dessa época. Mas enfim, esses eram primitivos. E os de hoje, continuam primitivos. Evolução zero.
E não dizem a verdade toda. O Campo de Tiro de Rates NÃO FOI criado em 7 de Dezembro de 1994, conforme dizem. O campo de tiro foi inaugurado no tempo do mandato do Dr. Manuel Vaz, uns poucos anos antes. Não servia para nada, é verdade. Era um mono.
Foi apenas a partir do mandato de Macedo Vieira, o caçador, que a Câmara decide investir, isto é, COMPRAR as parafernálias para os tiros aos pombos e activar a carnificina.
A partir de 1999 começam a realizar-se então chacinas com matadores cobardes que vinham de muitos lados.
Nesta, agora denominada «copa do mundo”, estarão representados 18 países e mais de 400 algozes.
Ao mundo civilizado e culto parece impossível que um autarca, que se diz médico-cirurgião, um engenheiro e um professor possam apoiar tal matança e “vender um destino de região” com o sangue de inocentes seres vivos.
Jorge Leal referiu que «na organização deste evento reuniu a hotelaria e restauração e está convencido de que a iniciativa irá acrescentar valor à cidade e à região, numa época de crise. “Queremos que as pessoas venham à Póvoa e aproveitem tudo aquilo que o concelho tem para oferecer».
É preciso não ter o mínimo de discernimento, para dizer uma coisa destas: «acrescentar valor à cidade e à região… Queremos que as pessoas venham à Póvoa e aproveitem tudo aquilo que o concelho tem para oferecer»:
Acrescentar valor à cidade com SANGUE de inocentes e indefesos e inofensivos seres vivos? O que o concelho tem para OFERECER é SANGUE, BARBÁRIE, TORTURA de pombos, de raposas, de touros, de bezerros…
Que turista culto procurará divertimentos sangrentos e estúpidos?
Só os sádicos, os psicopatas. Os que têm instintos primitivos e baixo nível cultural e moral.
Ter na Póvoa um destino de férias de excelência?...
Melchior Moreira (professor), Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal
Por fim, Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, que esteve presente na apresentação desta carnificina, «manifestou a sua satisfação pela possibilidade de ter na Póvoa um destino de férias de excelência»
Férias de excelência = massacre de Pombos?
Isto é de indivíduos que não têm a noção do que é “excelência”.
Ver Pombos a morrer dolorosamente terá algo a ver com excelência?
E ainda disse mais esta: «No contexto de 22 municípios da região Porto e Norte de Portugal, temos uma cidade bonita, aprazível, em que as pessoas sabem bem receber e este é o nosso primeiro grande cartão de impacto para convencermos a nível internacional que a Póvoa possa receber este evento».
Não é uma VERGONHA que dos 22 municípios da região Porto e Norte de Portugal, a Póvoa de Varzim seja o município mais carniceiro, mais inculto e menos evoluído?
Melchior Moreira considerou ainda «as magníficas instalações do Campo de Tiro de São Pedro de Rates como alavancas para o Turismo Regional» e considerou o massacre de Pombos «um bom exemplo para combatermos a sazonalidade no Turismo, realçando o facto de tratar-se de um evento com impacto regional, nacional e internacional».
Quem assim fala devia demitir-se do cargo que ocupa, pois não tem a noção nem do ridículo nem sentido crítico.
Aliás todos os promotores desta burlesca “copa” deviam demitir-se, pois não sabem que torturar seres vivos é apanágio de animais humanos-predadores, e nunca serviu de desenvolvimento a coisa nenhuma.
Com o tiro aos pratos resolviam o problema da ânsia de “dar ao gatilho”, e tornavam-se um pouco mais humanos.
O massacre de Pombos diz do baixo nível cultural, social, moral e humano de todos os intervenientes, que de 10 a 16 de Junho conspurcarão a Póvoa de Varzim com a sua miséria moral.
***
Mas o que é o Tiro ao Voo?
«O “tiro aos pombos”, também como conhecido como “tiro ao voo”, é uma modalidade supostamente “desportiva” de tiro ao alvo, mas com alvos vivos – os pombos. Pode parecer incrível, mas o tiro aos pombos – actividade proibida em toda a União Europeia (excepto em Espanha e Andorra) – é uma modalidade de tiro reconhecida, regulada e promovida pela Federação Portuguesa de Tiro com Armas de Caça, que gere também outras modalidades de tiro ao alvo, algumas até olímpicas, e que, até 2005, promovia várias provas de tiro aos pombos por todo o país.
No tiro aos pombos, a espécie de pombo usada é o pombo zurita, uma espécie particularmente apreciada para esta modalidade pelo facto destes pombos serem mais pequenos do que os pombos comuns, o que constitui um especial desafio à habilidade dos atiradores. Criados em cativeiro às centenas de milhares em Espanha, estes pombos são importados para Portugal para serem usados como alvos em provas de tiro aos pombos. Por cada dia de prova, cerca de 2.500 pombos são mortos, tendo cada atirador “direito” a atirar a sete pombos.
Este número deixa de fora os muitos milhares de pombos que são usados em treinos e que não são contabilizados.
Depois de uma prolongada viagem até ao campo de tiro – durante a qual não são alimentados nem abeberados –, os pombos chegam já cansados, debilitados e encontram-se sob grande stress, pelo facto de, de repente, terem sido retirados da sua vida normal (pombais de criação) e de serem tratados nestas condições. Nos campos de tiro, são mantidos em gaiolas novamente sem serem alimentados ou abeberados até serem utilizados nas provas.
Antes de serem colocados nas caixas de onde serão soltos para se transformarem em alvos a abater, são-lhes arrancadas as penas da cauda – as guias, que usam para orientar o seu voo –, o que, cumulativamente com o stress e o cansaço, lhes provoca sofrimento físico. O objectivo desta dolorosa mutilação é fazer com que os pombos tenham um voo irregular, de modo a que seja mais difícil para os atiradores fazer um tiro certeiro.
À voz do atirador, a caixa abre-se e o pombo tem a oportunidade de tentar fugir, embora cansado, debilitado e mutilado, não conseguindo sequer dirigir o seu voo adequadamente. Uma grande parte dos pombos é abatida, embora sendo comum não morrerem imediatamente, caindo no campo de tiro feridos e ficando a agonizar durante horas, até ao momento em que assistentes do campo os apanham e lhes quebram o pescoço para os matarem, o que aumenta ainda mais a dor que experienciam em todo este processo, que culmina numa morte extraordinariamente traumática.
Os pombos que caem moribundos fora do campo de tiro ficam sujeitos aos predadores e, muitas vezes, à crueldade de humanos, que se divertem a torturar estes animais, já feridos. Os poucos pombos que conseguem voar sem ser abatidos têm poucas hipóteses de sobrevivência – debilitados e sem as penas que lhes permitem dirigir o seu voo, são animais diminuídos nas faculdades essenciais de que precisam para a sua sobrevivência que, além do mais, estão num ambiente que lhes é estranho e onde dificilmente se conseguem integrar.
Apesar de haver uma alternativa que substitui perfeitamente o uso de pombos ou outros alvos vivos na modalidade de “tiro ao voo”, que são as hélices mecânicas (concebidas especificamente para terem um peso igualmente leve e um voo irregular e imprevisível, como o dos pombos), a verdade é que, em Portugal, um grupo de cerca de cem atiradores endinheirados e com predilecção por desportos cruéis tem-se empenhado em manter esta prática hedionda, que tem sido firmemente combatida pela ANIMAL.»
in: http://animal.org.pt/accao_tiro_pombos.html
***
Será esta descrição uma alavanca para o turismo regional?
O tiro e o turismo andarão, de facto, de mãos dadas?
O massacre de Pombos será uma mais-valia de repercussões positivas?
Depois desta macabra "copa" a autarquia poveira fica sem moral para realizar os hipócritas "Encontros pela Paz" que têm como símbolo uma Pomba Branca.
Isabel A. Ferreira